União Europeia
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Re: União Europeia
MUNDO
França retira embaixador de Itália acusando Roma de ataques sem precedentes
As relações entre França e Itália estão a tornar-se mais azedas. Paris chamou o embaixador em Itália, ao mesmo tempo que aponta investidas sem precedentes da parte de Roma.
07 de fevereiro de 2019 às 15:48
Paris convocou o embaixador francês em Itália na sequência de ataques verbais de que tem sido alvo por parte do Governo italiano, os quais o Ministério dos Negócios Estrangeiros francês aponta como inéditos desde a Segunda Guerra Mundial.
"França tem sido alvo, há vários meses, de ataques repetidos e sem fundamento e de declarações ultrajosas", lê-se na mensagem escrita difundida pelo Ministério dos Negócios Estrangeiros francês. "Ter pontos de discórdia é uma coisa, mas manipular a relação tendo em vista objetivos eleitorais é outra" e "as eleições europeias não podem justificar a falta de respeito por cada povo e pela sua democracia". Em suma, o Governo considera que esta situação é "algo sem precedentes desde a guerra", acrescenta o Ministério.
As eleições europeias estão marcadas para o próximo mês de maio. Sendo o Governo italiano eurocético, ao contrário do Executivo francês, poderá através destas investidas tentar influenciar a opinião pública e consequentemente os resultados das próximas eleições para a União Europeia.
Esta comunicação não fez referência a quaisquer incidentes específicos. Contudo, segue-se à reunião que aconteceu esta terça-feira, 5 de fevereiro, entre o vice-primeiro-ministro italiano, Luigi Di Maio, e um alto responsável do movimento dos Coletes Amarelos, o qual tem demonstrado uma grande oposição ao Governo de Macron. Isto, depois de já ter manifestado apoio a este movimento populista.
"A última interferência constitui uma provocação suplementar e inaceitável", considera o Executivo francês, ainda na mesma nota. Para além do recente encontro com os Coletes Amarelos, ambas as nações já têm um historial de discórdia no mundo dos negócios, por exemplo, no que toca à aquisição da francesa STX pela italiana Fincantieri. Em declarações perante a televisão italiana, Di Maio afirmou que "Macron está nervoso, o país está a fugir-lhe do controlo".
Antes disso, o mesmo ministro já havia acusado o Governo francês de "políticas neocoloniais", responsabilizando o país europeu pela pobreza em África e pelo fluxo de migrantes a procurar refúgio na Europa. As relações entre ambos os países europeus começaram a azedar precisamente quando Macron criticou a decisão do então ministro do Interior, Matteo Salvini, de ter impedido um grupo de emigrantes de desembarcar num porto italiano, ao mesmo tempo que não permitiu que este atracasse em França. Foi acusado por Salvini de hipocrisia e respondeu considerando os populistas italianos "leprosos".
Fonte do Ministério dos Negócios Estrangeiros italiano, que preferiu não ser identificada dado o caráter sensível do assunto, declarou à Bloomberg que a atitude francesa de convocar o embaixador em Roma foi totalmente inesperada.
https://www.jornaldenegocios.pt/economi ... recedentes
França retira embaixador de Itália acusando Roma de ataques sem precedentes
As relações entre França e Itália estão a tornar-se mais azedas. Paris chamou o embaixador em Itália, ao mesmo tempo que aponta investidas sem precedentes da parte de Roma.
07 de fevereiro de 2019 às 15:48
Paris convocou o embaixador francês em Itália na sequência de ataques verbais de que tem sido alvo por parte do Governo italiano, os quais o Ministério dos Negócios Estrangeiros francês aponta como inéditos desde a Segunda Guerra Mundial.
"França tem sido alvo, há vários meses, de ataques repetidos e sem fundamento e de declarações ultrajosas", lê-se na mensagem escrita difundida pelo Ministério dos Negócios Estrangeiros francês. "Ter pontos de discórdia é uma coisa, mas manipular a relação tendo em vista objetivos eleitorais é outra" e "as eleições europeias não podem justificar a falta de respeito por cada povo e pela sua democracia". Em suma, o Governo considera que esta situação é "algo sem precedentes desde a guerra", acrescenta o Ministério.
As eleições europeias estão marcadas para o próximo mês de maio. Sendo o Governo italiano eurocético, ao contrário do Executivo francês, poderá através destas investidas tentar influenciar a opinião pública e consequentemente os resultados das próximas eleições para a União Europeia.
Esta comunicação não fez referência a quaisquer incidentes específicos. Contudo, segue-se à reunião que aconteceu esta terça-feira, 5 de fevereiro, entre o vice-primeiro-ministro italiano, Luigi Di Maio, e um alto responsável do movimento dos Coletes Amarelos, o qual tem demonstrado uma grande oposição ao Governo de Macron. Isto, depois de já ter manifestado apoio a este movimento populista.
"A última interferência constitui uma provocação suplementar e inaceitável", considera o Executivo francês, ainda na mesma nota. Para além do recente encontro com os Coletes Amarelos, ambas as nações já têm um historial de discórdia no mundo dos negócios, por exemplo, no que toca à aquisição da francesa STX pela italiana Fincantieri. Em declarações perante a televisão italiana, Di Maio afirmou que "Macron está nervoso, o país está a fugir-lhe do controlo".
Antes disso, o mesmo ministro já havia acusado o Governo francês de "políticas neocoloniais", responsabilizando o país europeu pela pobreza em África e pelo fluxo de migrantes a procurar refúgio na Europa. As relações entre ambos os países europeus começaram a azedar precisamente quando Macron criticou a decisão do então ministro do Interior, Matteo Salvini, de ter impedido um grupo de emigrantes de desembarcar num porto italiano, ao mesmo tempo que não permitiu que este atracasse em França. Foi acusado por Salvini de hipocrisia e respondeu considerando os populistas italianos "leprosos".
Fonte do Ministério dos Negócios Estrangeiros italiano, que preferiu não ser identificada dado o caráter sensível do assunto, declarou à Bloomberg que a atitude francesa de convocar o embaixador em Roma foi totalmente inesperada.
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Re: União Europeia
Acho que nunca comentei mas um dos meus what ifs prediletos é imaginar como teria sido a 2GM se tivesse começado entre França vs Itália, se eu estiver tomando cerveja acabo dando risada...
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P. Sullivan (Margin Call, 2011)
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Re: União Europeia
Não fica muito distante do que imaginei, exceto por este lance ianque de achar que a França se rende sempre, basta ser atacada. Aliás, imagino sempre bem engraçado e à luz do que sei sobre as FFAA, capacidades tático-estratégicas e Indústria Bélica de ambas...
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Re: União Europeia
Engraçado que quanto aos coletes amarelos o sputnik, o ruptly e o Russia today estão sempre em cima do acontecimento. Mas boa boa é a democracia Russa....
"Socialist governments traditionally do make a financial mess. They [socialists] always run out of other people's money. It's quite a characteristic of them."
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Re: União Europeia
Primeiro-ministro da Hungria diz que a União Europeia quer “acabar com as nações” tal como o comunismo
10/2/2019, 17:28473
Viktor Orbán, primeiro-ministro da Hungria, acusou a União Europeia de querer acabar com as nações, tal como o regime comunista que governou o país: "Querem outra vez um mundo sem nações"
O primeiro-ministro da Hungria, Viktor Orbán, acusou este domingo a União Europeia (UE) de querer acabar com as nações, tal como o regime comunista que governou o país até há 30 anos.
Há 30 anos pensámos que tínhamos deitado para o lixo o pensamento comunista, que defende o fim das nações. Parece que nos enganámos […] Querem outra vez um mundo sem nações”, disse o dirigente nacionalista perante centenas de apoiantes.
“A cúpula do internacionalismo hoje é Bruxelas e o seu instrumento é a imigração”, acrescentou Orbán num discurso em Budapeste.
“Bruxelas tem um plano de sete pontos para transformar a Europa num continente de imigração”, alegou, precisando que esse plano inclui um novo sistema de repartição de migrantes, o enfraquecimento da defesa das fronteiras nacionais e a introdução de vistos de imigração.
Viktor Orbán, que apresentava os temas da campanha para as eleições para o Parlamento Europeu de maio próximo, disse-se certo de que os “eleitores darão a sua opinião” sobre estes temas.
O primeiro-ministro húngaro acusou repetidamente a UE de encorajar a imigração e criticou repetidamente o milionário e filantropo norte-americano de origem húngara George Soros, alvo frequente dos seus ataques.
Enquanto Orbán discursava centenas de pessoas protestaram junto da sede de governo contra as políticas nacionalistas do primeiro-ministro.
https://observador.pt/2019/02/10/primei ... comunismo/
10/2/2019, 17:28473
Viktor Orbán, primeiro-ministro da Hungria, acusou a União Europeia de querer acabar com as nações, tal como o regime comunista que governou o país: "Querem outra vez um mundo sem nações"
O primeiro-ministro da Hungria, Viktor Orbán, acusou este domingo a União Europeia (UE) de querer acabar com as nações, tal como o regime comunista que governou o país até há 30 anos.
Há 30 anos pensámos que tínhamos deitado para o lixo o pensamento comunista, que defende o fim das nações. Parece que nos enganámos […] Querem outra vez um mundo sem nações”, disse o dirigente nacionalista perante centenas de apoiantes.
“A cúpula do internacionalismo hoje é Bruxelas e o seu instrumento é a imigração”, acrescentou Orbán num discurso em Budapeste.
“Bruxelas tem um plano de sete pontos para transformar a Europa num continente de imigração”, alegou, precisando que esse plano inclui um novo sistema de repartição de migrantes, o enfraquecimento da defesa das fronteiras nacionais e a introdução de vistos de imigração.
Viktor Orbán, que apresentava os temas da campanha para as eleições para o Parlamento Europeu de maio próximo, disse-se certo de que os “eleitores darão a sua opinião” sobre estes temas.
O primeiro-ministro húngaro acusou repetidamente a UE de encorajar a imigração e criticou repetidamente o milionário e filantropo norte-americano de origem húngara George Soros, alvo frequente dos seus ataques.
Enquanto Orbán discursava centenas de pessoas protestaram junto da sede de governo contra as políticas nacionalistas do primeiro-ministro.
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Re: União Europeia
P44 escreveu: ↑Seg Fev 11, 2019 11:11 am Primeiro-ministro da Hungria diz que a União Europeia quer “acabar com as nações” tal como o comunismo
10/2/2019, 17:28473
Viktor Orbán, primeiro-ministro da Hungria, acusou a União Europeia de querer acabar com as nações, tal como o regime comunista que governou o país: "Querem outra vez um mundo sem nações"
O primeiro-ministro da Hungria, Viktor Orbán, acusou este domingo a União Europeia (UE) de querer acabar com as nações, tal como o regime comunista que governou o país até há 30 anos.
Há 30 anos pensámos que tínhamos deitado para o lixo o pensamento comunista, que defende o fim das nações. Parece que nos enganámos […] Querem outra vez um mundo sem nações”, disse o dirigente nacionalista perante centenas de apoiantes.
“A cúpula do internacionalismo hoje é Bruxelas e o seu instrumento é a imigração”, acrescentou Orbán num discurso em Budapeste.
“Bruxelas tem um plano de sete pontos para transformar a Europa num continente de imigração”, alegou, precisando que esse plano inclui um novo sistema de repartição de migrantes, o enfraquecimento da defesa das fronteiras nacionais e a introdução de vistos de imigração.
Viktor Orbán, que apresentava os temas da campanha para as eleições para o Parlamento Europeu de maio próximo, disse-se certo de que os “eleitores darão a sua opinião” sobre estes temas.
O primeiro-ministro húngaro acusou repetidamente a UE de encorajar a imigração e criticou repetidamente o milionário e filantropo norte-americano de origem húngara George Soros, alvo frequente dos seus ataques.
Enquanto Orbán discursava centenas de pessoas protestaram junto da sede de governo contra as políticas nacionalistas do primeiro-ministro.
https://observador.pt/2019/02/10/primei ... comunismo/
Bueno, se é de Direita, por certo está ERRADO! Assim, todos de Europa cantando juntos:
1, 2, 3
WELCOME HERE DEAR MUSLIM
HERE'S YOUR TRUE HOME NOW
WE'LL CHANGE OURS TO YOUR FAITH
AN' LET YOU RULE ALONE.
O ritmo é meio parecido com os 4 primeiros versos de "Welcome to the Jungle", experimentem
1, 2, 3
WELCOME HERE DEAR MUSLIM
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WE'LL CHANGE OURS TO YOUR FAITH
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Re: União Europeia
Como a “primavera europeia” de extrema-direita está a ser preparada à vista de todos
Há muito que o ministro italiano do Interior fala numa união de partidos nacionalistas. Com a aproximação das eleições europeias, sobe a parada. Contudo, mesmo partilhando o discurso anti-imigração, estes partidos “têm opiniões radicalmente diferentes sobre tudo o resto”, diz investigador. Com ou sem união de partidos, está aí a universidade que promete formar “a nova classe dirigente da extrema-direita”
TEXTO HÉLDER GOMES
ma “primavera europeia” contra “o eixo franco-alemão” dominante. Um “renascimento dos valores europeus” contra os burocratas. Uma rede pan-europeia de partidos nacionalistas. Estas não são ideias novas, são enunciadas pelo menos desde que o Governo italiano de coligação entre a Liga, partido de extrema-direita, e o Movimento Cinco Estrelas (M5E), populista, foi formado, em junho do ano passado. Mas o ministro do Interior, Matteo Salvini, repete-as com cada vez maior ênfase à medida que se aproximam as eleições de 26 de maio para o Parlamento Europeu.
Recentemente, a agência France-Presse noticiou que Salvini, que também comanda a Liga, está a tentar organizar uma frente europeia de extrema-direita. Em janeiro, num encontro com o seu homólogo polaco, falava da convergência de agendas com o partido Lei e Justiça (PiS), no poder em Varsóvia, em temas como a anti-imigração, o anti-islamismo e o euroceticismo. Foi então que falou numa “primavera”, que poderia ser desencadeada por Itália e Polónia, para libertar o continente dos burocratas. Em outubro, ao lado da líder da extrema-direita francesa, Marine Le Pen, Salvini disse que as eleições europeias inaugurariam uma nova era, caracterizada pela restauração de valores como o orgulho e a dignidade dos trabalhadores comuns.
Mas será mesmo possível criar uma frente europeia de partidos nacionalistas e extremistas para as eleições de maio? O investigador do Instituto Português de Relações Internacionais (IPRI) Marco Lisi relativiza: “Salvini tenta ocupar o espaço da direita tradicional, que está em crise em vários países da Europa. Os partidos mais à direita, que já atraem um certo tipo de eleitorado, tentam agora expandir-se e atrair um eleitorado mais moderado, polarizando várias questões, nomeadamente a imigração e a identidade.”
As eleições “abrem uma janela de oportunidade para coordenar essa vontade a nível europeu, com os partidos extremistas a fazerem parceiros e a conquistarem uma maior legitimidade”, comenta o investigador do IPRI ao Expresso. Também isso não é exatamente novo. “As eleições europeias são sempre uma oportunidade para as forças antissistema e extremistas. São eleições em que as forças de protesto conseguem melhores resultados e que normalmente penalizam as mais moderadas”, recorda.
“Os partidos extremistas têm um discurso comum sobre imigração e soberania contra os poderes europeus mas têm opiniões radicalmente diferentes sobre tudo o resto”, sublinha, por sua vez, Simone Tulumello, investigador do Instituto de Ciências Sociais (ICS) da Universidade de Lisboa. Sendo Itália um país com uma grande dívida, sempre explorou uma maior flexibilidade nos Orçamentos do Estado e a possibilidade de ter défices maiores. Ora, “os maiores inimigos dessa possibilidade são os países do Grupo de Visegrado”, com destaque para a Polónia e para a Hungria, diz ao Expresso.
A própria questão dos imigrantes e a sua distribuição pelos países europeus também abre profundas brechas na hipótese de um entendimento alargado. “Os países do leste são aqueles que nem sequer aceitam um número mínimo dos refugiados que chegam às costas italianas”, junta Tulumello. Por outro lado, continua, a Polónia e a Hungria estão entre os países que mais beneficiaram, nos últimos anos, dos fundos europeus, pelo que até “podem ter um discurso absolutamente contra a Europa mas querem continuar a receber os benefícios”.
“PARTIDOS EXTREMISTAS SÃO MUITO MAIS PRAGMÁTICOS E FLEXÍVEIS”
Ambos os investigadores concordam que a retórica de Salvini faz parte de uma estratégia de campanha eleitoral com potenciais ganhos internos, divergindo apenas na dimensão desses proveitos. “Se a Liga, como preveem as sondagens, se mantiver como o maior partido, isso dá-lhe uma grande força para romper com o M5E e ir a eleições rapidamente”, prognostica Marco Lisi. O investigador do IPRI deteta “cada vez mais incompatibilidades” no seio da coligação, como “era previsível desde o começo”.
Salvini poderá estar preocupado com a hipótese de não confirmar as sondagens que dão à Liga intenções de voto na ordem dos 30%. “Se o partido tiver essa votação, é possível que tente forçar a mão, criando uma maioria diferente no Parlamento e ‘libertando-se’ do M5E ou até fazendo cair o Governo. Mas não tenho a certeza de que isso venha a acontecer”, hesita Simone Tulumello. O investigador do ICS reconhece, ainda assim, que “a estratégia pode ser criar a imagem de uma direita europeia consolidada para tentar manter as expectativas altas”.
“Para chegarem ao poder, os partidos extremistas são muito mais pragmáticos e flexíveis do que as forças políticas moderadas, e isso é um ponto a favor deles”, reconhece Marco Lisi. Por isso é que “a política de alianças dos partidos tradicionais é fundamental”, algo que não aconteceu em Itália nas últimas eleições legislativas. “As forças de esquerda foram incapazes de fazer coligações”, o que acabou por resultar na atual solução governativa.
O investigador do IPRI reforça a tese da competição crescente entre os dois parceiros de coligação. À semelhança de Salvini, também o vice-primeiro-ministro Luigi Di Maio, líder do M5E, se tem desdobrado em contactos europeus, explorando afinidades políticas com partidos e movimentos na Polónia, Croácia e Finlândia, entre outros. Na semana passada, o seu encontro com figuras destacadas do movimento dos “coletes amarelos” levou mesmo a um incidente diplomático grave com Paris, com o Ministério francês dos Negócios Estrangeiros a chamar o seu embaixador em Roma. Em comunicado, o Quai d’Orsay falou em “declarações ultrajantes”, “ingerência” e “ataques infundados” como já não se via desde o fim da II Guerra Mundial.
Luigi di Maio, Giuseppe Conte e Matteo Salvini
FOTO GETTY
“Com a chegada ao poder, surgiram duas alas no M5E: uma institucional – mais moderada, mais disponível para compromissos – e uma outra mais radical”, explica Lisi. “Em Itália, parece que o chefe de Governo é Salvini e que Di Maio e [o primeiro-ministro] Giuseppe Conte são vices dele. E isso também se reflete nas sondagens, com a Liga a subir e o M5E a descer ligeiramente”, diz. Este dado ajuda a explicar o endurecimento da retórica de Di Maio, que “está a tentar recuperar a alma de protesto que já fazia parte da sua identidade mas que perdeu com a ascensão ao poder”, refere o investigador do IPRI.
Mesmo que a tal frente de extrema-direita não se forme na Europa a tempo das eleições, está quase tudo pronto para abrir a primeira universidade que irá formar “a nova classe dirigente da extrema-direita”. As palavras são do presidente do instituto que administrará a nova estrutura e cujo epicentro fica a 100 quilómetros de Roma, na Abadia de Trisulti.
Segundo o jornal “La Stampa”, a abadia, que deverá transformar-se em breve em academia, visa “transmitir o pensamento de Steve Bannon às próximas gerações” e “formar os futuros Matteo Salvini e Viktor Orbán [primeiro-ministro da Hungria]”. O mesmo Steve Bannon que foi estratega da campanha do Presidente dos EUA, Donald Trump, e que se instalou em Bruxelas para aglutinar as extremas-direitas da União Europeia (UE). A confirmar-se, esta será a primeira universidade populista de uma rede a alargar-se pelo continente. Ainda este ano, poderá abrir uma sucursal em Roma.
A CULPA DA EUROPA
E que responsabilidades tem a Europa na emergência de forças políticas que recuperam alguns dos piores fantasmas do passado? “O aumento das desigualdades e a forma como a crise foi gerida na chamada década da austeridade criaram o húmus onde depois é mais fácil ter um discurso xenófobo, racista e soberanista”, afirma Tulumello. E deixa a crítica: “A UE nunca pôs em questão o seu modelo dominante de resposta à crise, de desenvolvimento económico. Não há um único país na Europa que tenha um pensamento racional sobre imigração. Se houvesse uma estratégia europeia, cairia toda a retórica da extrema-direita.”
Lisi concorda que as circunstâncias económicas, mas também as políticas de defesa e de segurança, “tornaram mais visíveis as falhas europeias”. “Não se vê uma UE capaz de dar resposta a alguns problemas da sociedade no curto e médio prazo. Não parece haver uma resposta adequada às frustrações da maioria da população. Não há políticas de coesão que possam ultrapassar as assimetrias no espaço comunitário”, elenca.
Quanto àquela que deveria ser a resposta das instituições europeias ao avanço dos movimentos extremistas, Tulumello é categórico: “Não há uma resposta porque não me parece que haja uma Europa. Há uma Europa noutros campos que avança silenciosa mas falta um sistema real de democracia e de política europeias.”
Fonte: Expresso
Há muito que o ministro italiano do Interior fala numa união de partidos nacionalistas. Com a aproximação das eleições europeias, sobe a parada. Contudo, mesmo partilhando o discurso anti-imigração, estes partidos “têm opiniões radicalmente diferentes sobre tudo o resto”, diz investigador. Com ou sem união de partidos, está aí a universidade que promete formar “a nova classe dirigente da extrema-direita”
TEXTO HÉLDER GOMES
ma “primavera europeia” contra “o eixo franco-alemão” dominante. Um “renascimento dos valores europeus” contra os burocratas. Uma rede pan-europeia de partidos nacionalistas. Estas não são ideias novas, são enunciadas pelo menos desde que o Governo italiano de coligação entre a Liga, partido de extrema-direita, e o Movimento Cinco Estrelas (M5E), populista, foi formado, em junho do ano passado. Mas o ministro do Interior, Matteo Salvini, repete-as com cada vez maior ênfase à medida que se aproximam as eleições de 26 de maio para o Parlamento Europeu.
Recentemente, a agência France-Presse noticiou que Salvini, que também comanda a Liga, está a tentar organizar uma frente europeia de extrema-direita. Em janeiro, num encontro com o seu homólogo polaco, falava da convergência de agendas com o partido Lei e Justiça (PiS), no poder em Varsóvia, em temas como a anti-imigração, o anti-islamismo e o euroceticismo. Foi então que falou numa “primavera”, que poderia ser desencadeada por Itália e Polónia, para libertar o continente dos burocratas. Em outubro, ao lado da líder da extrema-direita francesa, Marine Le Pen, Salvini disse que as eleições europeias inaugurariam uma nova era, caracterizada pela restauração de valores como o orgulho e a dignidade dos trabalhadores comuns.
Mas será mesmo possível criar uma frente europeia de partidos nacionalistas e extremistas para as eleições de maio? O investigador do Instituto Português de Relações Internacionais (IPRI) Marco Lisi relativiza: “Salvini tenta ocupar o espaço da direita tradicional, que está em crise em vários países da Europa. Os partidos mais à direita, que já atraem um certo tipo de eleitorado, tentam agora expandir-se e atrair um eleitorado mais moderado, polarizando várias questões, nomeadamente a imigração e a identidade.”
As eleições “abrem uma janela de oportunidade para coordenar essa vontade a nível europeu, com os partidos extremistas a fazerem parceiros e a conquistarem uma maior legitimidade”, comenta o investigador do IPRI ao Expresso. Também isso não é exatamente novo. “As eleições europeias são sempre uma oportunidade para as forças antissistema e extremistas. São eleições em que as forças de protesto conseguem melhores resultados e que normalmente penalizam as mais moderadas”, recorda.
“Os partidos extremistas têm um discurso comum sobre imigração e soberania contra os poderes europeus mas têm opiniões radicalmente diferentes sobre tudo o resto”, sublinha, por sua vez, Simone Tulumello, investigador do Instituto de Ciências Sociais (ICS) da Universidade de Lisboa. Sendo Itália um país com uma grande dívida, sempre explorou uma maior flexibilidade nos Orçamentos do Estado e a possibilidade de ter défices maiores. Ora, “os maiores inimigos dessa possibilidade são os países do Grupo de Visegrado”, com destaque para a Polónia e para a Hungria, diz ao Expresso.
A própria questão dos imigrantes e a sua distribuição pelos países europeus também abre profundas brechas na hipótese de um entendimento alargado. “Os países do leste são aqueles que nem sequer aceitam um número mínimo dos refugiados que chegam às costas italianas”, junta Tulumello. Por outro lado, continua, a Polónia e a Hungria estão entre os países que mais beneficiaram, nos últimos anos, dos fundos europeus, pelo que até “podem ter um discurso absolutamente contra a Europa mas querem continuar a receber os benefícios”.
“PARTIDOS EXTREMISTAS SÃO MUITO MAIS PRAGMÁTICOS E FLEXÍVEIS”
Ambos os investigadores concordam que a retórica de Salvini faz parte de uma estratégia de campanha eleitoral com potenciais ganhos internos, divergindo apenas na dimensão desses proveitos. “Se a Liga, como preveem as sondagens, se mantiver como o maior partido, isso dá-lhe uma grande força para romper com o M5E e ir a eleições rapidamente”, prognostica Marco Lisi. O investigador do IPRI deteta “cada vez mais incompatibilidades” no seio da coligação, como “era previsível desde o começo”.
Salvini poderá estar preocupado com a hipótese de não confirmar as sondagens que dão à Liga intenções de voto na ordem dos 30%. “Se o partido tiver essa votação, é possível que tente forçar a mão, criando uma maioria diferente no Parlamento e ‘libertando-se’ do M5E ou até fazendo cair o Governo. Mas não tenho a certeza de que isso venha a acontecer”, hesita Simone Tulumello. O investigador do ICS reconhece, ainda assim, que “a estratégia pode ser criar a imagem de uma direita europeia consolidada para tentar manter as expectativas altas”.
“Para chegarem ao poder, os partidos extremistas são muito mais pragmáticos e flexíveis do que as forças políticas moderadas, e isso é um ponto a favor deles”, reconhece Marco Lisi. Por isso é que “a política de alianças dos partidos tradicionais é fundamental”, algo que não aconteceu em Itália nas últimas eleições legislativas. “As forças de esquerda foram incapazes de fazer coligações”, o que acabou por resultar na atual solução governativa.
O investigador do IPRI reforça a tese da competição crescente entre os dois parceiros de coligação. À semelhança de Salvini, também o vice-primeiro-ministro Luigi Di Maio, líder do M5E, se tem desdobrado em contactos europeus, explorando afinidades políticas com partidos e movimentos na Polónia, Croácia e Finlândia, entre outros. Na semana passada, o seu encontro com figuras destacadas do movimento dos “coletes amarelos” levou mesmo a um incidente diplomático grave com Paris, com o Ministério francês dos Negócios Estrangeiros a chamar o seu embaixador em Roma. Em comunicado, o Quai d’Orsay falou em “declarações ultrajantes”, “ingerência” e “ataques infundados” como já não se via desde o fim da II Guerra Mundial.
Luigi di Maio, Giuseppe Conte e Matteo Salvini
FOTO GETTY
“Com a chegada ao poder, surgiram duas alas no M5E: uma institucional – mais moderada, mais disponível para compromissos – e uma outra mais radical”, explica Lisi. “Em Itália, parece que o chefe de Governo é Salvini e que Di Maio e [o primeiro-ministro] Giuseppe Conte são vices dele. E isso também se reflete nas sondagens, com a Liga a subir e o M5E a descer ligeiramente”, diz. Este dado ajuda a explicar o endurecimento da retórica de Di Maio, que “está a tentar recuperar a alma de protesto que já fazia parte da sua identidade mas que perdeu com a ascensão ao poder”, refere o investigador do IPRI.
Mesmo que a tal frente de extrema-direita não se forme na Europa a tempo das eleições, está quase tudo pronto para abrir a primeira universidade que irá formar “a nova classe dirigente da extrema-direita”. As palavras são do presidente do instituto que administrará a nova estrutura e cujo epicentro fica a 100 quilómetros de Roma, na Abadia de Trisulti.
Segundo o jornal “La Stampa”, a abadia, que deverá transformar-se em breve em academia, visa “transmitir o pensamento de Steve Bannon às próximas gerações” e “formar os futuros Matteo Salvini e Viktor Orbán [primeiro-ministro da Hungria]”. O mesmo Steve Bannon que foi estratega da campanha do Presidente dos EUA, Donald Trump, e que se instalou em Bruxelas para aglutinar as extremas-direitas da União Europeia (UE). A confirmar-se, esta será a primeira universidade populista de uma rede a alargar-se pelo continente. Ainda este ano, poderá abrir uma sucursal em Roma.
A CULPA DA EUROPA
E que responsabilidades tem a Europa na emergência de forças políticas que recuperam alguns dos piores fantasmas do passado? “O aumento das desigualdades e a forma como a crise foi gerida na chamada década da austeridade criaram o húmus onde depois é mais fácil ter um discurso xenófobo, racista e soberanista”, afirma Tulumello. E deixa a crítica: “A UE nunca pôs em questão o seu modelo dominante de resposta à crise, de desenvolvimento económico. Não há um único país na Europa que tenha um pensamento racional sobre imigração. Se houvesse uma estratégia europeia, cairia toda a retórica da extrema-direita.”
Lisi concorda que as circunstâncias económicas, mas também as políticas de defesa e de segurança, “tornaram mais visíveis as falhas europeias”. “Não se vê uma UE capaz de dar resposta a alguns problemas da sociedade no curto e médio prazo. Não parece haver uma resposta adequada às frustrações da maioria da população. Não há políticas de coesão que possam ultrapassar as assimetrias no espaço comunitário”, elenca.
Quanto àquela que deveria ser a resposta das instituições europeias ao avanço dos movimentos extremistas, Tulumello é categórico: “Não há uma resposta porque não me parece que haja uma Europa. Há uma Europa noutros campos que avança silenciosa mas falta um sistema real de democracia e de política europeias.”
Fonte: Expresso
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Re: União Europeia
Anzu escreveu:Sweden will for the first time in over 40 years increase the Defence Forces. This has been agreed by all eight parliamentary parties in the Defense Committee. The exact amounts have not been decided yet but the recommendation for the new organization, which should be ready by 2025, is the following:
-Increase the amount of personnel from 33,400 to 50,000+ (+22,000 more in the Home guard).
-Four brigades (currently two). One more mechanized brigade centered around P7 in Lund in souther Sweden and an infantry brigade centered around the Life Guards in Stockholm. There are enough CV90 IFVs in storage for the brigades. and just about enough (48) Archer SPA for four artillery battalions, but the amount of air defence, support. engineer and command vehicles will be needed to increase dramatically.
-The independent Battle Group on Gotland will be strengthened
-A second amphibious battalion (currently only one in Vaxholm outside of Stockholm) in Gothenburg to strengthen the defense of the west coast.
-Conscription will be more than trippled from the current 2,500 each year to 8,000 each year to be able to sustain this increase.
-The Air Force will have six combat squadrons, four with Gripen E and two with Gripen C. The previous plan was for all current 90-ish Gripen C/D to be scrapped/sold when the E is taken into use, but now a big part will remain.
-Gripen D will replace the Sk60 as advanced jet trainer.
-The base organisation for the Air Force will be increased to let the Air Force use civilian airfields as secondary bases during wartime.
-New land based radar systems.
-New AEW and Command aircraft will be purchased (most likely the SAAB GlobalEye)
-The Visby class corvettes will get SAMs
-Five submarines (three Gotland MLU and two Skåne (A26)), from the current wartime fleet of four (where one Gotland would not complete MLU and be used for training and spares)
Link (in Swedish):
https://www.dn.se/nyheter/sverige/fo...an-1970-talet/
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Re: União Europeia
Merkel diz que Rússia e extrema direita norte-americana são inimigos da Europa
Líder alemã fez estas declarações quando interveio na Conferência de Segurança de Munique (MSC), um fórum de política externa e defesa, no qual participa também o vice-presidente dos Estados Unidos, Mike Pence.
A chanceler alemã, Angela Merkel, advertiu hoje que a “Europa tem inimigos”, sublinhando a Rússia e a extrema direita norte-americana, e apelou à defesa do multilateralismo, atualmente sob pressão.
Merkel fez estas declarações quando interveio na Conferência de Segurança de Munique (MSC), um fórum de política externa e defesa, no qual participa também o vice-presidente dos Estados Unidos, Mike Pence.
A chanceler citou em primeiro lugar a “guerra híbrida dirigida pela Rússia”, principalmente contra os países europeus “economicamente mais fracos”.
Também se referiu ao ex-assessor do presidente dos Estados Unidos Steve Bannon, que fundou um movimento em Bruxelas e está a tentar juntar os movimentos de extrema-direita europeus e partidos de eurocéticos para obterem um bom resultado nas eleições europeias de maio próximo.
“Devemos lutar por essa Europa, pelo multilateralismo e contra todos os que lutam contra a Europa”, manifestou.
Merkel defendeu ainda a importância de manter o acordo nuclear com o Irão e considerou que as diferenças entre a Europa e os Estados Unidos neste ponto são só “táticas” porque face ao “objetivo” final estão de acordo.
Para Merkel, a pergunta na altura de avaliar a conveniência de acabar ou permanecer no acordo com o Irão é que opção é melhor para conter as aspirações nucleares de Teerão, argumentou.
Merkel considera que é melhor manter o acordo, apesar de rejeitar muitas outras ações do Irão, desde o programa de mísseis balísticos à interferência no Iémen ou à intervenção na guerra da Síria.
A chanceler quis sublinhar as diferenças em relação aos Estados Unidos em relação ao acordo nuclear com o Irão com a Casa Branca de Donald Trump, que decidiu abandonar o acordo que foi trabalhado durante o mandato do predecessor, Barack Obama.
“É uma luta tática” porque em relação aos objetivos a longo prazo a Europa e os Estados Unidos estão de acordo.
Em relação ao tratado sobre armas nucleares de médio alcance (INF, na sigla em inglês), a chanceler lamentou que a Europa não tenha voz num acordo que agora é recusado pelos Estados Unidos e pela Rússia – pelas “violações durante anos” de Moscovo – e que fundamentalmente mantinha a segurança da Europa.
Neste sentido, Merkel instou a China, apesar das suas “reticencias”, a juntar-se a um acordo que limite o uso de mísseis de alcance intermédio com capacidade nuclear.
Referindo-se à NATO, Merkel indicou que, mais do que uma “âncora de estabilidade” é uma “comunidade de valores”.
A chanceler também abordou a polémica em torno do gasoduto Nord Stream II, que ligará diretamente a Rússia à Alemanha, e que recebeu muitas críticas por parte de outros países europeus.
Merkel argumentou que, se durante a guerra fria já se importava gás da Rússia, a situação atual não é pior em termos geopolíticos e que, no fim de contas, aquele combustível já se estava a trazer desde a Rússia, mas através da Ucrânia.
A chanceler referiu que parte desta polémica se explica pelo facto de Washington querer vender o seu gás na Europa e porque a Ucrânia quer manter as receitas como país de trânsito.
https://jornaleconomico.sapo.pt/noticia ... rop-412475
Líder alemã fez estas declarações quando interveio na Conferência de Segurança de Munique (MSC), um fórum de política externa e defesa, no qual participa também o vice-presidente dos Estados Unidos, Mike Pence.
A chanceler alemã, Angela Merkel, advertiu hoje que a “Europa tem inimigos”, sublinhando a Rússia e a extrema direita norte-americana, e apelou à defesa do multilateralismo, atualmente sob pressão.
Merkel fez estas declarações quando interveio na Conferência de Segurança de Munique (MSC), um fórum de política externa e defesa, no qual participa também o vice-presidente dos Estados Unidos, Mike Pence.
A chanceler citou em primeiro lugar a “guerra híbrida dirigida pela Rússia”, principalmente contra os países europeus “economicamente mais fracos”.
Também se referiu ao ex-assessor do presidente dos Estados Unidos Steve Bannon, que fundou um movimento em Bruxelas e está a tentar juntar os movimentos de extrema-direita europeus e partidos de eurocéticos para obterem um bom resultado nas eleições europeias de maio próximo.
“Devemos lutar por essa Europa, pelo multilateralismo e contra todos os que lutam contra a Europa”, manifestou.
Merkel defendeu ainda a importância de manter o acordo nuclear com o Irão e considerou que as diferenças entre a Europa e os Estados Unidos neste ponto são só “táticas” porque face ao “objetivo” final estão de acordo.
Para Merkel, a pergunta na altura de avaliar a conveniência de acabar ou permanecer no acordo com o Irão é que opção é melhor para conter as aspirações nucleares de Teerão, argumentou.
Merkel considera que é melhor manter o acordo, apesar de rejeitar muitas outras ações do Irão, desde o programa de mísseis balísticos à interferência no Iémen ou à intervenção na guerra da Síria.
A chanceler quis sublinhar as diferenças em relação aos Estados Unidos em relação ao acordo nuclear com o Irão com a Casa Branca de Donald Trump, que decidiu abandonar o acordo que foi trabalhado durante o mandato do predecessor, Barack Obama.
“É uma luta tática” porque em relação aos objetivos a longo prazo a Europa e os Estados Unidos estão de acordo.
Em relação ao tratado sobre armas nucleares de médio alcance (INF, na sigla em inglês), a chanceler lamentou que a Europa não tenha voz num acordo que agora é recusado pelos Estados Unidos e pela Rússia – pelas “violações durante anos” de Moscovo – e que fundamentalmente mantinha a segurança da Europa.
Neste sentido, Merkel instou a China, apesar das suas “reticencias”, a juntar-se a um acordo que limite o uso de mísseis de alcance intermédio com capacidade nuclear.
Referindo-se à NATO, Merkel indicou que, mais do que uma “âncora de estabilidade” é uma “comunidade de valores”.
A chanceler também abordou a polémica em torno do gasoduto Nord Stream II, que ligará diretamente a Rússia à Alemanha, e que recebeu muitas críticas por parte de outros países europeus.
Merkel argumentou que, se durante a guerra fria já se importava gás da Rússia, a situação atual não é pior em termos geopolíticos e que, no fim de contas, aquele combustível já se estava a trazer desde a Rússia, mas através da Ucrânia.
A chanceler referiu que parte desta polémica se explica pelo facto de Washington querer vender o seu gás na Europa e porque a Ucrânia quer manter as receitas como país de trânsito.
https://jornaleconomico.sapo.pt/noticia ... rop-412475
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Re: União Europeia
Uma piada...paulof escreveu: ↑Ter Mar 12, 2019 7:44 pm Alemanha propõe porta-aviões europeu
https://www.naval.com.br/blog/2019/03/1 ... s-europeu/