Geopolítica Brasileira
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- FCarvalho
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Re: Geopolítica Brasileira
Se a presença dos Tupolev russos incomoda tanto o presidente, em vez de abrir uma base americana no Brasil, porque ele não compra o segundo lote de Gripen E/F, e coloca um esquadrão em Belém e Manaus equipados com eles?
Mais, aporta as verbas necessárias para a integração e apronto operacional do SISCEAB ao SISFRONT e SIGAAZ?
Ainda mais, a quantas anda nossa real capacidade de ISR e NCW nas três ffaa's? Temos os meios e recursos humanos e materiais necessários, e não apenas suficientes para "manter doutrina" atualizada?
Alguém lembrou a ele que a MB ainda mantém aquela ideia de construir uma base naval e a 2a esquadra no Maranhão?
O presidente estaria disposto a apoiar esse investimento?
Aliás, os Igla e RBS 70 da nossa defesa AAe devem deixar os russos muito preocupados de sobrevoar nosso litoral né não...
Abs
Mais, aporta as verbas necessárias para a integração e apronto operacional do SISCEAB ao SISFRONT e SIGAAZ?
Ainda mais, a quantas anda nossa real capacidade de ISR e NCW nas três ffaa's? Temos os meios e recursos humanos e materiais necessários, e não apenas suficientes para "manter doutrina" atualizada?
Alguém lembrou a ele que a MB ainda mantém aquela ideia de construir uma base naval e a 2a esquadra no Maranhão?
O presidente estaria disposto a apoiar esse investimento?
Aliás, os Igla e RBS 70 da nossa defesa AAe devem deixar os russos muito preocupados de sobrevoar nosso litoral né não...
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- ramme
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Re: Geopolítica Brasileira
Isso seria o ideal e é o desejo - arrisco dizer - de todos aqui.
O estado, entretanto, está quebrado. Em uma hipotética escalada de animosidades na AL, caso estivermos ainda nessa situação, a instalação de uma base da maior força militar do planeta é uma alternativa eficaz e barata.
O estado, entretanto, está quebrado. Em uma hipotética escalada de animosidades na AL, caso estivermos ainda nessa situação, a instalação de uma base da maior força militar do planeta é uma alternativa eficaz e barata.
- akivrx78
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Re: Geopolítica Brasileira
https://thehill.com/opinion/national-se ... a-allianceramme escreveu: ↑Seg Jan 07, 2019 12:43 pm Isso seria o ideal e é o desejo - arrisco dizer - de todos aqui.
O estado, entretanto, está quebrado. Em uma hipotética escalada de animosidades na AL, caso estivermos ainda nessa situação, a instalação de uma base da maior força militar do planeta é uma alternativa eficaz e barata.
Concordo porem muito provavelmente eles iriam cobrar por isto, acabou a era de almoço grátis.
- Zelhos
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Re: Geopolítica Brasileira
Não, não seria, primeiro, uma base deles aqui não nos protegeria em nada, a base serve para os interesses americanos, não brasileiros. O Brasil poderia ser varrido do mapa que os americanos não fariam nada, ou até nos atacariam com essa mesma base se for do interesse deles. Além do mais, escalada de animosidades na América Latina? Quem é a ameaça? A Venezuela? O maior inimigo em potencial do Brasil são os próprios EUA, sempre foram. Não existe isso de povo amigo, isso é loucura ideológica de meia dúzia.ramme escreveu: ↑Seg Jan 07, 2019 12:43 pm Isso seria o ideal e é o desejo - arrisco dizer - de todos aqui.
O estado, entretanto, está quebrado. Em uma hipotética escalada de animosidades na AL, caso estivermos ainda nessa situação, a instalação de uma base da maior força militar do planeta é uma alternativa eficaz e barata.
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Re: Geopolítica Brasileira
Releia: hipotética. E o ideal que me refiro é a completa modernização de nossas forças armadas, não a instalação de base militar americana.
O - hipotético, repito - cenário de escalada de animosidades se deve às visões antagônicas de ambos os governos, posicionados em diferentes lados do espectro político.
EUA inimigo em potencial? Isso sim é loucura.
O - hipotético, repito - cenário de escalada de animosidades se deve às visões antagônicas de ambos os governos, posicionados em diferentes lados do espectro político.
EUA inimigo em potencial? Isso sim é loucura.
- FCarvalho
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Re: Geopolítica Brasileira
Em relações internacionais não existem países amigos, mas com interesses em comum.
E os USA jamais na história contemporânea teve interesses comuns aos nossos, pelo contrário. Somos tolerados quando convém e importunos na maior parte do tempo no que diz respeito aos interesses americanos na América do Sul.
E só olhar brevemente o histórico de bloqueios e tentativas de inibir, contestar, ou desistimular o desenvolvimento tecnológico nacional, principalmente nas áreas estratégicas como defesa, cibernética, nuclear e espaço. Os exemplos não são poucos.
Enfim, os problemas financeiros e orçamentários da defesa podem ser resolvidos em sua maioria no curto prazo a partir de 2020 se a proposta do MD de dispor cerca de 1,5% do PIB for implementada imediatamente. Mas isso depende obviamente de vontade política - que nunca existiu - e da iniciativa do presidente.
Caso tal decisão fosse tomada agora, somada a resolução do problema previdenciário público e dos militares, posso afirmar sem medo que antes do final do mandato atual, o presidente entregaria o cargo com as ffaa's mais atualizadas e preparadas do que em qualquer outro momento histórico nacional.
Resolvidos os problemas de gestão e organização das forças e seus programas/projetos, equipar, treinar e formar bons soldados seria a primeira e maior preocupação dos comandos militares.
Mas sabemos que nada disso vai acontecer e que daqui a quatro anos vamos estar aqui debatendo apenas mais do mesmo. Como sempre.
Abs
E os USA jamais na história contemporânea teve interesses comuns aos nossos, pelo contrário. Somos tolerados quando convém e importunos na maior parte do tempo no que diz respeito aos interesses americanos na América do Sul.
E só olhar brevemente o histórico de bloqueios e tentativas de inibir, contestar, ou desistimular o desenvolvimento tecnológico nacional, principalmente nas áreas estratégicas como defesa, cibernética, nuclear e espaço. Os exemplos não são poucos.
Enfim, os problemas financeiros e orçamentários da defesa podem ser resolvidos em sua maioria no curto prazo a partir de 2020 se a proposta do MD de dispor cerca de 1,5% do PIB for implementada imediatamente. Mas isso depende obviamente de vontade política - que nunca existiu - e da iniciativa do presidente.
Caso tal decisão fosse tomada agora, somada a resolução do problema previdenciário público e dos militares, posso afirmar sem medo que antes do final do mandato atual, o presidente entregaria o cargo com as ffaa's mais atualizadas e preparadas do que em qualquer outro momento histórico nacional.
Resolvidos os problemas de gestão e organização das forças e seus programas/projetos, equipar, treinar e formar bons soldados seria a primeira e maior preocupação dos comandos militares.
Mas sabemos que nada disso vai acontecer e que daqui a quatro anos vamos estar aqui debatendo apenas mais do mesmo. Como sempre.
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- ramme
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Re: Geopolítica Brasileira
Nunca tivemos uma relação estável com os EUA porque nunca fomos, efetivamente, uma nação estável.
Nós (e a AL como um todo), costumamos alternar entre governos autoritários e democracias populistas. Além de instáveis institucionalmente e politicamente, somos instáveis economicamente. Os planos econômicos de esquerda e direita não são de todo diferentes; o nacional desenvolvimentismo sempre foi regra em ambos, o que faz do nosso país, além de tudo, fechado economicamente.
A falta de confiança não existe a toa. Os EUA tem motivo para minar nossas iniciativas porque, ao final das contas, sabe-se lá o que pode acontecer por aqui daqui uns anos? Felizmente, nos últimos anos, viemos acompanhando a solidificação das nossas instituições, ainda que aos trancos e barrancos. Apesar de todos os defeitos do novo governo, sigo esperançoso que saiamos ao final do mandato com uma economia mais forte, aberta ao mercado, com o estado recuperado quanto à sua capacidade de investimento.
Nós (e a AL como um todo), costumamos alternar entre governos autoritários e democracias populistas. Além de instáveis institucionalmente e politicamente, somos instáveis economicamente. Os planos econômicos de esquerda e direita não são de todo diferentes; o nacional desenvolvimentismo sempre foi regra em ambos, o que faz do nosso país, além de tudo, fechado economicamente.
A falta de confiança não existe a toa. Os EUA tem motivo para minar nossas iniciativas porque, ao final das contas, sabe-se lá o que pode acontecer por aqui daqui uns anos? Felizmente, nos últimos anos, viemos acompanhando a solidificação das nossas instituições, ainda que aos trancos e barrancos. Apesar de todos os defeitos do novo governo, sigo esperançoso que saiamos ao final do mandato com uma economia mais forte, aberta ao mercado, com o estado recuperado quanto à sua capacidade de investimento.
- Zelhos
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Re: Geopolítica Brasileira
Ou seja, temos de dançar conforme a música americana. Oras, não interessa se nossa economia é fechada ou aberta, se somos uma ditadura ou uma democracia, os EUA não tem direito nenhum em meter o bedelho por aqui, muito menos nos boicotar, o Brasil é um país soberano, não temos que nos alinhar a eles. Além do mais, mais instável que o Brasil são os EUA, onde cada presidente faz o contrário do último, direciona a política externa para o exato oposto. Vocês falam sobre os EUA com lágrimas nos olhos, mas se esquecem que o partido democrata assinou documento dizendo que impeachment era golpe. Eu te pergunto, o que vai acontecer quando um Bernie Sanders da vida assumir o governo de lá? Como ficará essa base? Vão mandar embora? Não é assim que funciona, o Japão que o diga. Os EUA sempre foram antagônicos ao Brasil e não adianta culpar o Brasil pelo que os EUA fazem, e é notório que os EUA sempre foram o maior risco a nossa segurança, até já planejaram nos invadir. A economia brasileira não tem que ser aberta, não temos que seguir esse ou aquele modelo político para agradar quem quer que seja, se os EUA estão incomodados com isso, que fiquem bem longe, só prova que não são e nunca foram confiáveis, não são confiáveis nem para com seus parceiros mais próximos. Estão com medo da Venezuela (Olha a desculpa que usam para a anexação)? Que o Brasil construa seu arsenal nuclear, até o Paquistão conseguiu isso. Não tem que colocar a soberania nacional nas mãos de outro país, ainda mais quando esse país tem o histórico que tem e é a bagunça que é. Mas claro, quem iria se opor a isso? Aposto que não será a Rússia. Claro que para os patriotas de oportunidade, qualquer decisão sobre a soberania brasileira primeiro tem que servir aos interesses do deep state americano.
- Túlio
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Re: Geopolítica Brasileira
A mim parece muito choro pra pouco defunto: quem vai fazer base militar dos EUA aqui em tempos de paz? Ou da Rússia na Vuvuzela?
Viagem isso, nas buenas...
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“Look at these people. Wandering around with absolutely no idea what's about to happen.”
P. Sullivan (Margin Call, 2011)
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Re: Geopolítica Brasileira
Perfeito, Túlio.
Quanto ao amigo acima, esse papo de "eu sou mais patriota do que você" é tão tosco quanto cansativo, e comparar eventual eleição do Bernie Sanders, e mudanças de políticas no executivo lá com nossa histórica instabilidade (2 impeachments, uma pá de golpes militares, revoluções, 8 constituições, 9 moedas, etc) é no mínimo engraçado. A superficialidade de sua crítica não sobrevive a menor análise dos dados. Só não perde para a sugestão de fechar a economia. Aliás, que se exploda toda a literatura econômica baseada em dados concretos dos últimos 30 anos quanto ao desenvolvimento das nações sob a égide do livre mercado. Vamos fazer o que o mundo todo tentou, e, na regra, deu errado. Pela 3a ou 4a vez.
Quanto ao amigo acima, esse papo de "eu sou mais patriota do que você" é tão tosco quanto cansativo, e comparar eventual eleição do Bernie Sanders, e mudanças de políticas no executivo lá com nossa histórica instabilidade (2 impeachments, uma pá de golpes militares, revoluções, 8 constituições, 9 moedas, etc) é no mínimo engraçado. A superficialidade de sua crítica não sobrevive a menor análise dos dados. Só não perde para a sugestão de fechar a economia. Aliás, que se exploda toda a literatura econômica baseada em dados concretos dos últimos 30 anos quanto ao desenvolvimento das nações sob a égide do livre mercado. Vamos fazer o que o mundo todo tentou, e, na regra, deu errado. Pela 3a ou 4a vez.
- gabriel219
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Re: Geopolítica Brasileira
A galera não entende que é uma pergunta específica, num cenário hipotético, numa localidade hipotética, com um clima hipoteticamente tenso, em eminência hipotética de uma guerra.
Sempre tem motivo pra alimentar o choro.
- GIL
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Re: Geopolítica Brasileira
Bolsonaro viajou na maionese com abrir a boca, ainda que seja somente pra especular sobre a possibilidade de existir uma base de outra nação dentro do BR .
Ainda que acertou em criticar o acordo da Embraer no contexto onde ele se encontra.
Vamos ver o que vai sair disso tudo.
Ainda que acertou em criticar o acordo da Embraer no contexto onde ele se encontra.
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- knigh7
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Re: Geopolítica Brasileira
Está na home page da FSP hoje:
Igor Gielow
SÃO PAULO
Em mais um recuo após a má repercussão da ideia, o presidente Jair Bolsonaro (PSL) fez chegar aos comandantes militares e oficiais generais da cúpula das Forças Armadas a informação de que não haverá nenhuma base americana instalada no Brasil durante seu mandato.
Segundo a Folha apurou com oficiais generais que receberam o recado, a mensagem foi passada pelo ministro da Defesa, general Fernando Azevedo e Silva.
Bolsonaro havia citado a possibilidade da instalação de uma base dos EUA, país com o qual vem travando uma aproximação agressiva desde que foi eleito, durante entrevista ao SBT na semana passada.
Seu chanceler, Ernesto Araújo, confirmou a intenção na sequência. Ela foi elogiada, em entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo, pelo secretário de Estado dos EUA, Mike Pompeo, que esteve na posse do presidente no dia 1º.
A declaração pegou os militares de surpresa, ainda mais vinda de um egresso das fileiras do Exército conhecido pela retórica nacionalista.
O Alto Comando do Exército, centro de gravidade do poder militar brasileiro, expressou seu descontentamento em conversas de seus membros —os generais de quatro estrelas, topo da hierarquia. Azevedo e Silva, que foi do colegiado e hoje está na reserva, conversou com Bolsonaro.
Os EUA possuem mais de 800 bases em cerca de 80 países, mas nenhuma ativa na América do Sul. Estiveram presentes na Colômbia em acordo com o governo local, dando apoio ao combate às Farc (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia).
Atuaram no Paraguai e, de 1999 a 2009, ocuparam uma base no Equador.
No caso colombiano, há talvez mil militares americanos ainda em solo após o acordo de paz entre governo e Farc, em 2016. Mas o plano de estabelecimento de bases locais foi rejeitado pela Justiça do país.
No Brasil, a simples ideia de haver militares americanos instalados permanentemente causa urticária ao alto oficialato. O grau do desconforto, ou de alívio com o recuo, será aferível nesta terça (8): Bolsonaro estará em um almoço em homenagem ao comandante da Marinha.
A ideia da base contraria os princípios de soberania e busca de meios de autodefesa estabelecidos pela Política Nacional de Defesa e pela Estratégia Nacional de Defesa.
Mesmo que prosperasse, ela precisaria de autorização do Congresso, após o presidente consultar o Conselho Nacional de Defesa.
O Brasil só abrigou militares americanos durante a Segunda Guerra Mundial. Em 1942, a ditadura de Getúlio Vargas cedeu áreas em Natal para operações aeronavais aliadas no Atlântico, em troca de favorecimento político e econômico.
Outra preocupação levantada pelos militares diz respeito a precedentes. A Rússia conversa há anos com a ditadura chavista da Venezuela sobre instalar uma base na costa caribenha do país, e poderia se sentir estimulada por um movimento do gênero do Brasil.
De quebra, uma base russa cairia como uma luva para o acossado governo de Nicolás Maduro, cuja reeleição foi denunciada por Brasil e outros.
A China, que vem comprando posições na exploração de commodities e na área de energia na região, também poderia buscar alguma parceria, trazendo elementos exógenos à tradição neutra da região.
A sugestão de Bolsonaro também causou preocupação na Força Aérea Brasileira, mediadora das negociações para o estabelecimento de um acordo com os americanos para o uso comercial da Base de Alcântara, que tem uma das melhores posições geográficas para lançamento de foguetes do mundo.
O temor era que a discussão de uma outra base americana fosse levada ao Congresso, confundindo com o papel da base de foguetes, totalmente diverso, melando o acordo.
Todo esse contexto leva à dúvida: como Bolsonaro deu curso à possibilidade?
Não existe certeza, mas o núcleo militar do governo, formado por generais da reserva em altos cargos, não havia sido ouvido sobre o caso.
A Folha ouviu de oficiais da ativa que as suspeitas todas recaem sobre o novo chanceler, que é um fã declarado do governo de Donald Trump e considera o presidente americano um líder no suposto embate entre os valores ocidentais e o globalismo.
Segundo a visão que esposou em artigos e em seu discurso de posse, o globalismo seria um ataque de raiz marxista a esses valores, e apenas a união de países de tradição cristã poderia enfrentá-lo.
Isso casa com as ideias do escritor Olavo de Carvalho, que indicou Araújo. Como o fiador do chanceler no cargo é Eduardo Bolsonaro, deputado pelo PSL-SP e filho do presidente, os militares creem que a ideia emergiu por meio da influência familiar.
De uma forma ou de outra, assim como teve a decisão de subir impostos desmentida pela área econômica na sexta (4), Bolsonaro teve de recuar.
E o fez numa área delicada, já que há um complicado equilíbrio entre os influentes militares de sua equipe e as Forças Armadas, que os apoiam, mas que temem politização de suas fileiras.
https://www1.folha.uol.com.br/mundo/2019/01/bolsonaro-recua-e-desiste-de-base-americana-no-brasil.shtml
Igor Gielow
SÃO PAULO
Em mais um recuo após a má repercussão da ideia, o presidente Jair Bolsonaro (PSL) fez chegar aos comandantes militares e oficiais generais da cúpula das Forças Armadas a informação de que não haverá nenhuma base americana instalada no Brasil durante seu mandato.
Segundo a Folha apurou com oficiais generais que receberam o recado, a mensagem foi passada pelo ministro da Defesa, general Fernando Azevedo e Silva.
Bolsonaro havia citado a possibilidade da instalação de uma base dos EUA, país com o qual vem travando uma aproximação agressiva desde que foi eleito, durante entrevista ao SBT na semana passada.
Seu chanceler, Ernesto Araújo, confirmou a intenção na sequência. Ela foi elogiada, em entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo, pelo secretário de Estado dos EUA, Mike Pompeo, que esteve na posse do presidente no dia 1º.
A declaração pegou os militares de surpresa, ainda mais vinda de um egresso das fileiras do Exército conhecido pela retórica nacionalista.
O Alto Comando do Exército, centro de gravidade do poder militar brasileiro, expressou seu descontentamento em conversas de seus membros —os generais de quatro estrelas, topo da hierarquia. Azevedo e Silva, que foi do colegiado e hoje está na reserva, conversou com Bolsonaro.
Os EUA possuem mais de 800 bases em cerca de 80 países, mas nenhuma ativa na América do Sul. Estiveram presentes na Colômbia em acordo com o governo local, dando apoio ao combate às Farc (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia).
Atuaram no Paraguai e, de 1999 a 2009, ocuparam uma base no Equador.
No caso colombiano, há talvez mil militares americanos ainda em solo após o acordo de paz entre governo e Farc, em 2016. Mas o plano de estabelecimento de bases locais foi rejeitado pela Justiça do país.
No Brasil, a simples ideia de haver militares americanos instalados permanentemente causa urticária ao alto oficialato. O grau do desconforto, ou de alívio com o recuo, será aferível nesta terça (8): Bolsonaro estará em um almoço em homenagem ao comandante da Marinha.
A ideia da base contraria os princípios de soberania e busca de meios de autodefesa estabelecidos pela Política Nacional de Defesa e pela Estratégia Nacional de Defesa.
Mesmo que prosperasse, ela precisaria de autorização do Congresso, após o presidente consultar o Conselho Nacional de Defesa.
O Brasil só abrigou militares americanos durante a Segunda Guerra Mundial. Em 1942, a ditadura de Getúlio Vargas cedeu áreas em Natal para operações aeronavais aliadas no Atlântico, em troca de favorecimento político e econômico.
Outra preocupação levantada pelos militares diz respeito a precedentes. A Rússia conversa há anos com a ditadura chavista da Venezuela sobre instalar uma base na costa caribenha do país, e poderia se sentir estimulada por um movimento do gênero do Brasil.
De quebra, uma base russa cairia como uma luva para o acossado governo de Nicolás Maduro, cuja reeleição foi denunciada por Brasil e outros.
A China, que vem comprando posições na exploração de commodities e na área de energia na região, também poderia buscar alguma parceria, trazendo elementos exógenos à tradição neutra da região.
A sugestão de Bolsonaro também causou preocupação na Força Aérea Brasileira, mediadora das negociações para o estabelecimento de um acordo com os americanos para o uso comercial da Base de Alcântara, que tem uma das melhores posições geográficas para lançamento de foguetes do mundo.
O temor era que a discussão de uma outra base americana fosse levada ao Congresso, confundindo com o papel da base de foguetes, totalmente diverso, melando o acordo.
Todo esse contexto leva à dúvida: como Bolsonaro deu curso à possibilidade?
Não existe certeza, mas o núcleo militar do governo, formado por generais da reserva em altos cargos, não havia sido ouvido sobre o caso.
A Folha ouviu de oficiais da ativa que as suspeitas todas recaem sobre o novo chanceler, que é um fã declarado do governo de Donald Trump e considera o presidente americano um líder no suposto embate entre os valores ocidentais e o globalismo.
Segundo a visão que esposou em artigos e em seu discurso de posse, o globalismo seria um ataque de raiz marxista a esses valores, e apenas a união de países de tradição cristã poderia enfrentá-lo.
Isso casa com as ideias do escritor Olavo de Carvalho, que indicou Araújo. Como o fiador do chanceler no cargo é Eduardo Bolsonaro, deputado pelo PSL-SP e filho do presidente, os militares creem que a ideia emergiu por meio da influência familiar.
De uma forma ou de outra, assim como teve a decisão de subir impostos desmentida pela área econômica na sexta (4), Bolsonaro teve de recuar.
E o fez numa área delicada, já que há um complicado equilíbrio entre os influentes militares de sua equipe e as Forças Armadas, que os apoiam, mas que temem politização de suas fileiras.
https://www1.folha.uol.com.br/mundo/2019/01/bolsonaro-recua-e-desiste-de-base-americana-no-brasil.shtml
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Re: Geopolítica Brasileira
Vão ser quatro anos muito complicados...
Que Deus nos ajude e proteja.
Abs
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Re: Geopolítica Brasileira
É melhor a Rosoboronexport fechar o escritório de representação aqui no Brasil hehhe...
https://www1.folha.uol.com.br/poder/201 ... dial.shtmlGOVERNO BOLSONARO
Novo comandante da Marinha chama Guerra Fria de 3ª Guerra Mundial
Segundo o almirante, entre os programas prioritários estão o nuclear, o desenvolvimento de submarinos e a aquisição de corvetas.
Rubens Valente
Talita Fernandes
BRASÍLIA
Ao assumir o comando da Marinha, o almirante Ilques Barbosa disse nesta quarta-feira (9) que o Brasil enfrentou ‘três guerras mundiais’ ao lado dos EUA.
“Menciono a presença do representante do almirante John Richardson, chefe de operações navais da Marinha dos EUA, e do almirante Sean Buck, comandante da quarta esquadra e forças navais do comando do sul dos EUA. Estivemos juntos em três guerras mundiais e é essa parceria que estamos dando continuidade”, disse em seu discurso de posse.
Ao final do evento, Barbosa explicou que se referia à Guerra Fria ao falar em “terceira guerra mundial”.
"Eu não disse isso. Eu disse do ponto de vista histórico. A história diz que nós passamos a 1ª Guerra Mundial [...] a Marinha participou em apoio aos aliados. Na 2ª Guerra Mundial, a Marinha do Brasil, o Exército brasileiro e a Força Aérea Brasileira, nós combatemos do lado dos aliados, em prol da democracia contra a tirania. E durante a Guerra Fria, nós estávamos de um lado", respondeu ao ser questionado sobre a que se referia.
O comandante da Marinha disse ainda: “Nós somos o mundo ocidental". "E é importante nós termos laços de amizade e profissionais tanto do ponto de vista da Marinha, como do Exército e da Força Aérea, com a Marinha dos Estados Unidos da América, com a França, com a Alemanha, com a Inglaterra, com a Itália, com Espanha, com Portugal.”
Em seu discurso na cerimônia de posse, no Clube Naval de Brasília, o almirante disse que o país precisa ser defendido de “ameaças”, as quais não especificou.
Ele mencionou “a magnitude das riquezas do Brasil. Na Amazônia Azul, que corresponde a 52% da nossa área continental, temos imensuráveis bens naturais e complexa e ampla biodiversidade. Nos espaços oceânicos retiramos 85% do petróleo e 75% do gás natural e por onde é transmitida praticamente toda a comunicação do Brasil através de cabos submarinos”, discursou o comandante.
“Em tempos de guerra e paz, é imperiosa uma rigorosa prontidão no sistema de defesa, o que envolve tanto as Forças Armadas quanto os demais segmentos da sociedade brasileira, de modo a ser alcançado o contínuo fortalecimento de todas as vertentes da soberania nacional”, disse.
O almirante afirmou que os programas prioritários da Marinha são o nuclear, o desenvolvimento de submarinos, a aquisição de corvetas da classe Tamandaré, a construção de navios-patrulha, o sistema de gerenciamento da Amazônia Azul, além do pessoal, "o nosso maior patrimônio”.