MOMENTO ATUAL DA ECONOMIA BRASILEIRA
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- J.Ricardo
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Re: MOMENTO ATUAL DA ECONOMIA BRASILEIRA
Pois é o que disse lá atrás, melhor um país com política racional e competitiva do que mercado fechado e carga tributária alta.
Não temais ímpias falanges,
Que apresentam face hostil,
Vossos peitos, vossos braços,
São muralhas do Brasil!
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- Bourne
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Re: MOMENTO ATUAL DA ECONOMIA BRASILEIRA
Tem dois erros no título.
Primeiro, o projeto e as medidas não tem partido. Elas foram feitas por algumas dezenas de economistas que discutiam a sua área de especialização, baseado na literatura internacional e nacional, e o que produziram até hoje com foco no Brasil. Não tem achismo, cada medida tem umas três ou quatro formas de implementar dependendo da viabilidade e eficiência.
Segundo, vários responsáveis estavam na equipe de campanhas diversas (Alckmin, Ciro Gomes, Marina Silva, Meirelles e até Amoedo). Assim como várias ideias foram aproveitadas nesses programas dos respectivos candidatos. Por exemplo, o Mauro Benevides e Flavio Atalaia estava com Ciro Gomes, boa parte da proposta de reforma da previdência e reforma fiscal. O Carlos Góes do governo Temer e chaveirinho do Meirelles e estaria no governo alckmin. O Márcio Holand fazia parte do governo Dilma.
Ou seja, não tem posto Ipiranga ou o mago que sabe tudo. É trabalho de peão que faz as coisas aos poucos e com muita dificuldade.
Primeiro, o projeto e as medidas não tem partido. Elas foram feitas por algumas dezenas de economistas que discutiam a sua área de especialização, baseado na literatura internacional e nacional, e o que produziram até hoje com foco no Brasil. Não tem achismo, cada medida tem umas três ou quatro formas de implementar dependendo da viabilidade e eficiência.
Segundo, vários responsáveis estavam na equipe de campanhas diversas (Alckmin, Ciro Gomes, Marina Silva, Meirelles e até Amoedo). Assim como várias ideias foram aproveitadas nesses programas dos respectivos candidatos. Por exemplo, o Mauro Benevides e Flavio Atalaia estava com Ciro Gomes, boa parte da proposta de reforma da previdência e reforma fiscal. O Carlos Góes do governo Temer e chaveirinho do Meirelles e estaria no governo alckmin. O Márcio Holand fazia parte do governo Dilma.
Ou seja, não tem posto Ipiranga ou o mago que sabe tudo. É trabalho de peão que faz as coisas aos poucos e com muita dificuldade.
Grupo de 112 economistas assina carta com propostas para próximo governo
Documento versa sobre vários temas
É assinado por ‘Economistas do Brasil’
Um grupo de 112 economistas publicou uma carta com propostas para o próximo governo. O texto que versa sobre temas como Previdência, tributação, meio ambiente e sistema penitenciário foi divulgado nesta 2ª feira (12.nov.2018) após reunião no Ibre/FGV (Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas).
Os coordenadores da carta, Claudio Frischtak e Flavio Ataliba, chegaram com uma versão preliminar do documento e reunidos a economistas como Mauro Benevides, Sandra Rios, Hugo Figueirêdo e Bruno Ottoni finalizaram o documento chamado de “Carta Brasil”. Eis a íntegra.
A iniciativa é do grupo “Economistas do Brasil”. Reunidos inicialmente por WhatsApp, soma mais de 200 economistas que debatem diariamente “os mais diversos problemas econômicos do país e do mundo” desde 2015.
Segundo o texto, a ideia é “oferecer de forma honesta e desapaixonada ideias que possam efetivamente contribuir para o progresso do país e a melhoria de vida do povo brasileiro”.
De acordo com Ataliba, o documento será encaminhado tanto ao futuro ministro da Economia, Paulo Guedes, quanto ao presidente eleito, Jair Bolsonaro. O grupo avalia a possibilidade de fazer a entrega pessoalmente nos próximos dias.
https://www.poder360.com.br/economia/gr ... o-governo/
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- Bourne
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Re: MOMENTO ATUAL DA ECONOMIA BRASILEIRA
"Guerra comercial entre China e EUA turbina exportações brasileiras
A projeção é que as vendas dos produtos nacionais ao exterior encerrem 2018 com o melhor resultado em cinco anos
Ivan Bueno/APPA Embarque de soja no Porto de Paranaguá. | Ivan Bueno/APPA
19/11/2018 | 10h38 | Estadão Conteúdo
A guerra comercial travada entre Estados Unidos e China, cujo desfecho ainda é imprevisível, tem turbinado as exportações brasileiras. A projeção é que as vendas dos produtos nacionais ao exterior encerrem 2018 com o melhor resultado em cinco anos.
Até outubro, as exportações já somaram US$ 199,1 bilhões. Nesse ritmo, a expectativa de analistas é que fechem o ano acima dos R$ 230 bilhões – maior patamar desde 2013. O recorde nas vendas anuais foi em 2011, de US$ 256 bilhões, segundo o Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços (Mdic).
O aumento das exportações incrementa o número de empregos nos setores envolvidos e, em parte, compensa a lenta recuperação do mercado interno. Além disso, traz mais dólares ao país, melhorando o saldo nas contas externas.
“Há alguns meses, se projetava que as exportações ficariam perto de US$ 218 bilhões. São as commodities, favorecidas pela guerra comercial, que têm ajudado”, diz José Augusto de Castro, da Associação de Comércio Exterior do Brasil (AEB).
O governo Trump impôs tarifas e cotas de importação a diversos parceiros, para reduzir o déficit comercial – quando o país compra mais do que vende. Aos chineses, com quem esse déficit é maior, foram impostas taxas sobre importados, para forçar os asiáticos a fazerem concessões. Essa política, retaliada pela China, levou os dois países à guerra comercial.
A briga alterou o fluxo de comércio. As vendas brasileiras de soja para a China foram beneficiadas quando o país asiático impôs tarifas de 25% sobre o grão americano. Os EUA exportavam 40 milhões de toneladas aos chineses; o Brasil, cerca de 50 milhões. Até agosto, as exportações de soja brasileira subiram 20% ante 2017. Além da soja, o Brasil se beneficiou da alta do preço do petróleo.
Os bens manufaturados brasileiros, porém, não têm tido o mesmo desempenho. Enquanto a participação dos bens primários nas exportações subiu quase três pontos porcentuais nos nove primeiros meses do ano, a fatia dos manufaturados nas vendas caiu um ponto.
Entre especialistas, há dúvidas de quanto tempo esse período favorável às exportações vai durar. “A janela é estreita”, diz Lia Valls, da FGV. “Em 2019, com a previsão de alta das tarifas impostas pelos EUA, haverá uma resposta agressiva chinesa, o que levaria a mais protecionismo.”
Já Michael McDougall, vice-presidente da consultoria americana ED&F Man Capital Markets, tem uma visão diferente. “A negociação entre eles (EUA e China) vai demorar. Assim, o Brasil tem oportunidade de exportar mais para a China e deve aproveitar isso ampliando, por exemplo, o plantio de soja, pois levará anos para os chineses diversificarem o fornecimento da oleaginosa”, disse.
‘Vendendo soja ainda embaixo da terra’
Com o cenário favorável à exportação do grão brasileiro, produtores de soja estão ampliando a venda antecipada da safra que ainda está sendo plantada nas principais regiões produtoras do país. Pelo menos a metade da produção futura dos 3 mil hectares que o produtor Silvio Malutta acaba de plantar nas áreas de cultivo da Fazenda Fratelli, em Itapeva (SP), já está vendida.
“Estou vendendo a soja que está embaixo da terra, pois, em muitos talhões, as sementes ainda nem brotaram”, diz. Experiente, o produtor já sabe que deve colher em torno de 80 sacas por hectare. “A gente antecipa a venda para recuperar o dinheiro investido no plantio. Para uma parte vendida há três meses, com o dólar mais alto, consegui travar o preço em R$ 81 a saca aqui na fazenda. De lá para cá, o cenário piorou um pouco”, disse.
Malutta não vê só vantagens para a soja brasileira na disputa comercial entre EUA e China. “Num primeiro momento, eu acreditei que essa briga seria interessante para nós, mas agora tenho dúvidas. Os americanos têm condições de vender para a Europa e nós podemos perder parceiros. A China é um grande mercado, mas é ruim ficarmos na dependência de um comprador só”, disse. Ele avalia que os preços da soja chegaram a subir em função da disputa, mas não se sustentaram porque, com menos venda da soja americana, os estoques aumentaram. Na quarta-feira passada (14) a soja levada ao porto de Santos, livre do frete, estava a R$ 75 a saca.
O produtor Maurício Fernandes Dias, da Fazenda Capituva, em Taquarivaí, já vendeu quase 70% da soja que acabou de plantar. “Aproveitei a subida do dólar, que chegou a R$ 4,30. Nesse momento, as vendas futuras não estão com preço muito bom”, disse. Dias avalia que o impacto da guerra comercial ficou abaixo da expectativa. “Era esperado um preço melhor para a soja este ano. Fechamos a saca a R$ 78 em média, ante a média de R$ 73 no ano passado, porque o dólar subiu em relação ao real.” Ele lembra que os custos de produção também aumentaram.
O produtor é um dos que apostaram num cenário favorável para a soja brasileira motivado também pela expectativa de aumento no consumo mundial do grão. Na região de Itapeva, Dias ampliou a área de soja de 3,8 mil hectares, na safra passada, para 5 mil hectares agora.
A região de Itapeva é a que mais produz soja no Estado de São Paulo. São 196 mil hectares, com produção de 11 milhões de sacas. São Paulo está em oitavo lugar entre os Estados na produção nacional de soja, liderada pelo Mato Grosso. Lá, com 90% da nova safra semeados, os produtores já venderam 35% da produção futura, um volume 3% mais alto que na safra passada, segundo o Instituto Mato-grossense de Economia Aplicada (Imea).
Conforme o Imea, as vendas futuras foram aceleradas entre setembro e outubro, com o dólar mais alto. Isso aconteceu mesmo com o tabelamento do frete rodoviário pelo governo federal, após a greve dos caminhoneiros, em maio, que aumentou o custo para os produtores.
Para Nelson Schreiner Junior, presidente da Nutriceler, empresa que fabrica fertilizantes, a variação recente do preço da soja em função da guerra comercial não foi drástica. “O mercado de commodities é muito vulnerável. É normal que, diante de qualquer fato especulativo, o produtor venda nos momentos de alta”, afirma. “Mas o ganho em produtividade e a redução de custo também são pontos importantes no aumento da rentabilidade.” Junior, que também é produtor, conta que aprendeu com o pai, agricultor experiente, a estratégia de vender parte da produção no mercado futuro e parte só após a colheita. “Ele sempre acertou nos dois tipos de venda”, disse.
Acordo EUA/China
As fazendas da família de Lynn Rohrscheib, em Fairmoun, no Estado de Illinois, tiveram uma boa safra de soja em 2018, mas toda a produção foi parar dentro do espaço de armazenagem da propriedade. “A maioria de nós está tentando estocar o máximo possível. No caso da minha operação, estamos praticamente com toda nossa safra de 2018 de soja estocada, esperando um aumento dos preços para vender”, afirmou. Como presidente da Associação dos Produtores de Soja de Illinois, um dos principais Estados de produção de grãos no país, Lynn afirma que há quem esteja em situação pior: “Tem sido um desafio para os que não têm tanto espaço de armazenamento dentro da fazenda”.
Os produtores de soja americanos foram diretamente afetados pela queda de braço entre Washington e Pequim, na guerra comercial encampada pelo presidente Donald Trump. Com esperança de uma saída política, eles estocam a soja confiantes de que o governo americano entrará em um acordo rápido com os chineses que os faça vender a produção estocada.
A China é a maior importadora de soja do mundo, sendo a principal compradora da região de Illinois. Nos Estados Unidos, como um todo, 30% da safra era destinada ao país asiático. Neste ano, contudo, Pequim impôs uma tarifa de 25% em uma lista de produtos americanos - entre eles, a soja, fazendo o preço das sacas cair desde abril. A medida é uma reação às tarifas impostas pelo governo Trump a produtos chineses.
Trump terá um encontro com o presidente da China, Xi Jinping, na Argentina, no fim do mês, antes da cúpula do G-20. A expectativa de produtores americanos é de que os dois cheguem a um consenso para amenizar a situação.
Na sexta-feira, 16, o líder dos EUA disse que o governo chinês não está disposto a fazer um acordo. No dia anterior, o secretário de Comércio americano, Wilbur Ross, havia afirmado que a ideia é discutir apenas a estrutura de um acordo, que só seria finalizado no futuro. Segundo ele, os EUA ainda planejam aumentar tarifas de importação da China e seria “impossível” chegar a um acordo final em janeiro.
“Quando começarmos a ver o preço subir, ainda que pouco, vamos começar a vender. Queremos o espaço de armazenagem vazio até o verão de 2019 (junho)”, diz Lynn. O Departamento de Agricultura dos EUA anunciou em agosto assistência na casa de US$ 3,6 bilhões a produtores de soja afetados pela guerra comercial, parte de um compromisso de US$ 12 bilhões. A intenção, segundo o governo americano, é “ganhar tempo” enquanto Trump negocia “acordos comerciais duradouros”.
Garantias
Mas a luta dos produtores é justamente contra o tempo. O maior medo, hoje, é que o mercado perdido nunca seja recuperado, com a substituição por outros países, como o Brasil. Para Tarso Veloso, analista baseado em Chicago da ARC Mercosul, consultoria de commodities com escritórios no Brasil, ainda que os governos cheguem a um acordo não há garantia de que os EUA retomem o espaço no mercado chinês. “No longo prazo outros países passam a fomentar a produção de soja e os americanos vão perdendo esse comércio. Hoje se está estimulando a produção de soja no Brasil, na Argentina e o produtor americano reduz o seu plantio, porque não tem para quem vender”, afirma Veloso. Para ele, os brasileiros foram os maiores ganhadores dessa guerra comercial.
Lynn diz que a sua geração de produtores nunca passou por situação semelhante a essa, mas tem memória de histórias contadas por seu pai sobre “o momento com os russos” - em referência ao embargo de grãos imposto em 1980 por Jimmy Carter à União Soviética e a queda nos preços da produção.
A situação não é só um problema econômico nos EUA, mas político e social. Lynn afirma que os ajustes já começaram e a maioria dos produtores passou a mudar seu perfil de consumo e de serviços, que impulsionam as comunidades locais. “Nós todos estamos buscando maneiras de cortar nossos custos porque não estamos ganhando dinheiro. Não vamos comprar novos equipamentos, estamos tentando resolver as questões por nós mesmos, na fazenda e em casa, e pequenos negócios da comunidade rural ficam prejudicados”, afirmou.
Reportagem do Washington Post com dados de pesquisa do Instituto Brookings aponta que quase 1,6 milhão de pessoas trabalha em indústrias expostas a efeitos da guerra comercial de tarifas com a China - sendo três quartos desse número em produção ligada a alimentos, fazenda ou pesca. Nas áreas rurais dos Estados Unidos, segundo o estudo, 1 a cada 33 empregos está exposto ao impacto das tarifas. Nas grandes cidades, o número cai para 1 em cada 200.
A expectativa dos produtores sobre uma solução política reside no fato de que as áreas rurais dão importante suporte ao partido republicano - e a Trump -, mas têm sido castigadas por sua política de comércio exterior. “Aguardamos alguma resolução sobre essas tarifas ou outro tipo de uso para a soja que nos ajude nesses tempos difíceis, com aumento na mistura do biodiesel ou aumentar a produção animal. Um produtor não pode continuar produzindo sem conseguir ganhar dinheiro com sua produção”, afirma Lynn.
“Não há uma alternativa viável a ser implementada imediatamente. O que normalmente acontece é uma gradual substituição de uma produção por outra, mas, neste caso, foi de repente. O que o produtor americano quer é que o governo faça acordo”, afirma o analista da ARC Mercosul.
Soja não responde bem ao armazenamento
A soja não é como o milho. Ela não responde bem ao armazenamento. Se não forem mantidos hipersecos, os grãos umedecem rapidamente e apodrecem, perdendo valor.
“O grão cheira a animal morto na estrada e fica com a consistência de um purê de batata, liso e pastoso”, disse Wayne Humpreys, fazendeiro de Iowa.
Mas Humphreys vem armazenando sua colheita em silos: “Isto dá a você algum controle.”
No caso de alguns agricultores não há outra escolha senão guardar sua colheita. Milhões de bushels (unidade de medida que equivale a cerca de 27 kg de soja) não têm comprador. Os terminais em Portland, porta de saída importante para a China a noroeste do Pacífico, raramente abrem concorrência. Os suprimentos estão obstruindo terminais e elevadores, mesmo com o clima frio e úmido em Dakota do Norte, que deixou muitos hectares de cultivo não colhidos. Os estoques de soja do país mais do que dobraram, somando 955 milhões de bushels no final da colheita deste ano, segundo o Departamento de Agricultura.
Robb Ewoldt, que tem sua plantação desde 1996 em Iowa, vem armazenando sua soja pela primeira vez em 15 anos. Sua safra normalmente segue pelo rio Mississippi em barcos para ser exportada para a China e outros países através do Golfo do México. Este ano a produção foi armazenada em silos.
Illinois, o maior Estado produtor de soja dos EUA é quem mais sofre com a escassez de armazéns, disse Tim Brusnahan, analista da empresa de consultoria e corretagem Brock Associates.
Carne também se beneficia
A guerra comercial entre Estados Unidos e China não beneficiou apenas as exportações de soja. Na carne bovina, o dado mais recente, da Associação Brasileira de Frigoríficos (Abrafrigo), mostra que a China passou a representar, em outubro, 44,1% das exportações brasileiras – ante 37,1% em igual mês do ano passado. Para a China e Hong Kong foram embarcadas, no mês passado, 585.263 toneladas, ante 448.721 toneladas em igual período de 2017.
No acumulado do ano, até setembro, o avanço é bastante expressivo: embarques 56% maiores de carne bovina para a China, com faturamento adicional de 68%, conforme a Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carne (Abiec). Na soja, só em outubro, foram 5,04 milhões de toneladas exportadas, 132% mais que no mesmo mês de 2017, com receita de US$ 1,98 bilhão, uma alta em valores de 141%.
“Os exportadores de soja brasileira já levaram uma fortuna com a guerra comercial”, disse o vice-presidente da consultoria americana ED&F Man Capital Markets, Michael McDougall, que participou na terça-feira do Summit Agronegócio 2018. Ele disse acreditar que a guerra comercial está longe do fim por causa do caráter agressivo do presidente americano, Donald Trump. “Em vez de investir em diplomacia, Trump investe em armas, aumentando o orçamento para militares”, observou.
Mas há alguns fatores de risco domésticos que podem estragar esse cenário. Um ponto de atenção é a definição da política externa do novo governo. O setor está atento a atitudes e declarações feitas pelo presidente eleito, Jair Bolsonaro (PSL), em relação à China - como a visita que o então presidenciável fez, no início do ano, a Taiwan, considerada uma ilha rebelde por Pequim. No início de novembro, Bolsonaro, já eleito, se encontrou com o embaixador da China no Brasil, Li Jinzhang, para acalmar os ânimos.
Procurada na quarta-feira, 14, a futura ministra da Agricultura, Tereza Cristina, evitou dar declarações sobre os efeitos da guerra comercial EUA-China nas exportações brasileiras. Em entrevista na semana anterior, porém, havia assinalado a importância do diálogo. “O diálogo é fundamental. O presidente tem de dizer claramente qual é a política internacional que ele quer adotar”, disse, na ocasião.
https://www.gazetadopovo.com.br/agroneg ... ica-parana
- Bourne
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Re: MOMENTO ATUAL DA ECONOMIA BRASILEIRA
Quem compra os veículos e manufaturados made in brazil.
Mercedes envia 40 caminhões Atego para Abu Dhabi
Exportações da montadora para Oriente Médio e África devem crescer 40% este ano
A Mercedes vendeu para Abu Dhabi, capital dos Emirados Árabes, 40 caminhões semipesados Atego 1726 4x4. Os veículos foram enviados à Emirates Motor Company, concessionária da cidade, para venda a clientes que atuam no transporte de água, óleo e gás, serviços municipais, transporte de cargas e construção civil. Segundo a Mercedes-Benz, todas essas aplicações são caracterizadas como mistas de curtas ou médias distâncias envolvendo cidade, vias não pavimentadas e deserto.
“Com essa negociação, atingimos um aumento de 30% nas vendas do Atego 4x4 para Abu Dhabi até outubro deste ano”, diz Roberto Leoncini, vice-presidente de vendas e marketing de caminhões e ônibus da Mercedes-Benz no Brasil.
“Estamos caminhando dentro da nossa expectativa de aumento de 40% nas exportações de caminhões para as regiões do Oriente Médio e África, com venda de 350 unidades em 2018”, afirma Leoncini.
Para atender às demandas do mercado externo, o Atego 1726 4x4 Euro 5 e também o Atego 1725 4x4 Euro 3 recebem itens apropriados para qualquer condição e terreno. Para Abu Dhabi os modelos saem de fábrica com pneus mais eficientes para operações fora de estrada no deserto, saída de escape vertical, iluminação externa de emergência no teto da cabine (giroflex) e painel de instrumentos com idioma árabe.
http://www.automotivebusiness.com.br/no ... -abu-dhabi
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Re: MOMENTO ATUAL DA ECONOMIA BRASILEIRA
Bourne escreveu: ↑Qui Nov 22, 2018 11:18 am Quem compra os veículos e manufaturados made in brazil.
Mercedes envia 40 caminhões Atego para Abu Dhabi
Exportações da montadora para Oriente Médio e África devem crescer 40% este ano
A Mercedes vendeu para Abu Dhabi, capital dos Emirados Árabes, 40 caminhões semipesados Atego 1726 4x4. Os veículos foram enviados à Emirates Motor Company, concessionária da cidade, para venda a clientes que atuam no transporte de água, óleo e gás, serviços municipais, transporte de cargas e construção civil. Segundo a Mercedes-Benz, todas essas aplicações são caracterizadas como mistas de curtas ou médias distâncias envolvendo cidade, vias não pavimentadas e deserto.
“Com essa negociação, atingimos um aumento de 30% nas vendas do Atego 4x4 para Abu Dhabi até outubro deste ano”, diz Roberto Leoncini, vice-presidente de vendas e marketing de caminhões e ônibus da Mercedes-Benz no Brasil.
“Estamos caminhando dentro da nossa expectativa de aumento de 40% nas exportações de caminhões para as regiões do Oriente Médio e África, com venda de 350 unidades em 2018”, afirma Leoncini.
Para atender às demandas do mercado externo, o Atego 1726 4x4 Euro 5 e também o Atego 1725 4x4 Euro 3 recebem itens apropriados para qualquer condição e terreno. Para Abu Dhabi os modelos saem de fábrica com pneus mais eficientes para operações fora de estrada no deserto, saída de escape vertical, iluminação externa de emergência no teto da cabine (giroflex) e painel de instrumentos com idioma árabe.
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MAS CREDO, quantos bilhões a gente vende em caminhão pro OM ? Dá muito mais do que a carne e o frango ? Acho brabo mas, de qualquer modo, cedo ou tarde cai a ficha e o Bolsonaro se liga que pode até AMAR DE PAIXÃO o Presidente dos EUA mas não é ele o POTUS e sim o Trump, e que pro Brasil ter uma fração da relevância dos EUA ainda vai ter que comer muito feijão.
Duvido que se crie essa baboseira de mudar a Embaixada, até pela incrível ASNEIRA de nomear Chanceler um diplomata de carreira e não, como é o CERTO, todo mundo sabe, um politiqueiro que entende tanto de Política Externa quanto eu de física quântica...
Duvido que se crie essa baboseira de mudar a Embaixada, até pela incrível ASNEIRA de nomear Chanceler um diplomata de carreira e não, como é o CERTO, todo mundo sabe, um politiqueiro que entende tanto de Política Externa quanto eu de física quântica...
“Look at these people. Wandering around with absolutely no idea what's about to happen.”
P. Sullivan (Margin Call, 2011)
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- Bourne
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Re: MOMENTO ATUAL DA ECONOMIA BRASILEIRA
Túlio, sua louca, está muito estranho. Essa paixão está virando sua cabeça.
As relações comerciais são feitas com milhões aqui e ali. Começa a jogar fora todos os contratos porque são irrelevantes que prejudica regiões inteiras porque perdem mercado, tem importações mais caras e no fim reduzem a produtividade. Não existe essa contratos megalomaníacos que governos acordam. O que existe é uma série de pequenos contratos com suporte de negociações e de governos. O que Brasil faz desde idos da década de 1960/1970 para entrar no Oriente Médio e África liderado pelos militares. Depois entrar na América Latina na década de 1990 e, agora, Ásia. Porque da ideia que é complicado vender equipamentos sofisticados ou até commodities para os EUA/Europeus, mas mas é fácil entrar onde precisam de equipamentos com características especiais e de um país fornecedor de commodities que não usa como arma geopolítica.
Por exemplo, a Mercedes exportava uns 70-80% da produção quando o mercado nacional caiu. Isso garantia que não fechasse a linha e mantivesse a rede de fornecedores funcionando. E mesmo após recuperação do mercado nacional, os caminhões e chassis fabricados no Brasil são importantes na ocupação de mercados emergentes como Oriente Médio e África. É mais viável do que trazer da Europa. O mesmo vale para centenas de fabricantes de peças, equipamentos e insumos no setor de veículos (carros, caminhões, ônibus). Se acha que não e nada, está dizendo a região de São Bernardo, cidades costeiras de Santa Catarina, Serra Gaúcha, Juiz de Fora e Curitiba/Ponta Grossa as exportações tem um papel central na economia local.
Sem discutir commodities de grãos, minérios, proteína animal e outros com China, Ásia e Oriente Médio que abastecem China e garantem um superávit gigantesco (US$ 25 bi e crescendo), que afetam todo interior da região Sul, Sudeste e parcelas expressivas do Nordeste, Norte e Sudeste.
E de fato. Os militares, parte econômica, Itamaraty e quem vende e compra sabem disso. O maluco do Itamaraty será ignorado ou comido por alguém.
As relações comerciais são feitas com milhões aqui e ali. Começa a jogar fora todos os contratos porque são irrelevantes que prejudica regiões inteiras porque perdem mercado, tem importações mais caras e no fim reduzem a produtividade. Não existe essa contratos megalomaníacos que governos acordam. O que existe é uma série de pequenos contratos com suporte de negociações e de governos. O que Brasil faz desde idos da década de 1960/1970 para entrar no Oriente Médio e África liderado pelos militares. Depois entrar na América Latina na década de 1990 e, agora, Ásia. Porque da ideia que é complicado vender equipamentos sofisticados ou até commodities para os EUA/Europeus, mas mas é fácil entrar onde precisam de equipamentos com características especiais e de um país fornecedor de commodities que não usa como arma geopolítica.
Por exemplo, a Mercedes exportava uns 70-80% da produção quando o mercado nacional caiu. Isso garantia que não fechasse a linha e mantivesse a rede de fornecedores funcionando. E mesmo após recuperação do mercado nacional, os caminhões e chassis fabricados no Brasil são importantes na ocupação de mercados emergentes como Oriente Médio e África. É mais viável do que trazer da Europa. O mesmo vale para centenas de fabricantes de peças, equipamentos e insumos no setor de veículos (carros, caminhões, ônibus). Se acha que não e nada, está dizendo a região de São Bernardo, cidades costeiras de Santa Catarina, Serra Gaúcha, Juiz de Fora e Curitiba/Ponta Grossa as exportações tem um papel central na economia local.
Sem discutir commodities de grãos, minérios, proteína animal e outros com China, Ásia e Oriente Médio que abastecem China e garantem um superávit gigantesco (US$ 25 bi e crescendo), que afetam todo interior da região Sul, Sudeste e parcelas expressivas do Nordeste, Norte e Sudeste.
E de fato. Os militares, parte econômica, Itamaraty e quem vende e compra sabem disso. O maluco do Itamaraty será ignorado ou comido por alguém.
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Re: MOMENTO ATUAL DA ECONOMIA BRASILEIRA
Brasil será emergente de risco, prevê JPMorgan
Altamiro Silva Junior e Victor Rezende
São Paulo
22/11/2018 09h52
Relatório do banco JPMorgan alerta que o Brasil pode ser em 2019 o mercado emergente de maior risco por causa da dinâmica fiscal, ultrapassando a Argentina e a Turquia, os dois mercados mais afetados este ano pela mudança de humor dos investidores internacionais.
O JP elevou a previsão para o dólar em 2019, de R$ 3,80 para R$ 4,10, e chama atenção para "ventos contrários do exterior", que podem tornar as reformas prometidas por Jair Bolsonaro (PSL), como a da Previdência, ainda mais urgentes.
"O Brasil será classificado como um dos países mais arriscados no próximo ano em nossas previsões macro", ressalta relatório divulgado nesta quarta-feira, 21, e que recebeu o título: Novo capítulo, velhos problemas.
O banco americano lançou recentemente um ranking dos emergentes mais arriscados. Em 2018, o Brasil era o terceiro da lista, atrás da Argentina e Turquia. Mas as projeções de 2019 para a economia brasileira apontam aumento do risco, ultrapassando o dos dois países.
Por enquanto, o banco avalia que Bolsonaro tem dado sinalizações positivas e os investidores reagiram bem aos resultados das urnas. "Os sinais de política econômica do próximo governo têm sido mais pró-mercados do que o esperado", aponta o JP, prevendo que há "boa chance" de presidente eleito aprovar uma "modesta" reforma da Previdência em 2019.
O cenário global, porém, será ainda mais desafiador e vai exigir urgência dessas medidas, alerta o relatório, destacando que o Federal Reserve (Fed, o banco central dos EUA) deve seguir elevando os juros e a tensão comercial entre China e EUA vai prosseguir, ambos contribuindo para pressionar o real.
"A paciência do mercado para a consolidação fiscal provavelmente terá limites." Por isso, sem um ajuste fiscal que melhore as deterioradas contas públicas, o JP projeta fuga de recursos externos e pressão no câmbio.
As informações são do jornal "O Estado de S. Paulo".
https://economia.uol.com.br/noticias/es ... morgan.htm
Altamiro Silva Junior e Victor Rezende
São Paulo
22/11/2018 09h52
Relatório do banco JPMorgan alerta que o Brasil pode ser em 2019 o mercado emergente de maior risco por causa da dinâmica fiscal, ultrapassando a Argentina e a Turquia, os dois mercados mais afetados este ano pela mudança de humor dos investidores internacionais.
O JP elevou a previsão para o dólar em 2019, de R$ 3,80 para R$ 4,10, e chama atenção para "ventos contrários do exterior", que podem tornar as reformas prometidas por Jair Bolsonaro (PSL), como a da Previdência, ainda mais urgentes.
"O Brasil será classificado como um dos países mais arriscados no próximo ano em nossas previsões macro", ressalta relatório divulgado nesta quarta-feira, 21, e que recebeu o título: Novo capítulo, velhos problemas.
O banco americano lançou recentemente um ranking dos emergentes mais arriscados. Em 2018, o Brasil era o terceiro da lista, atrás da Argentina e Turquia. Mas as projeções de 2019 para a economia brasileira apontam aumento do risco, ultrapassando o dos dois países.
Por enquanto, o banco avalia que Bolsonaro tem dado sinalizações positivas e os investidores reagiram bem aos resultados das urnas. "Os sinais de política econômica do próximo governo têm sido mais pró-mercados do que o esperado", aponta o JP, prevendo que há "boa chance" de presidente eleito aprovar uma "modesta" reforma da Previdência em 2019.
O cenário global, porém, será ainda mais desafiador e vai exigir urgência dessas medidas, alerta o relatório, destacando que o Federal Reserve (Fed, o banco central dos EUA) deve seguir elevando os juros e a tensão comercial entre China e EUA vai prosseguir, ambos contribuindo para pressionar o real.
"A paciência do mercado para a consolidação fiscal provavelmente terá limites." Por isso, sem um ajuste fiscal que melhore as deterioradas contas públicas, o JP projeta fuga de recursos externos e pressão no câmbio.
As informações são do jornal "O Estado de S. Paulo".
https://economia.uol.com.br/noticias/es ... morgan.htm
- Túlio
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Re: MOMENTO ATUAL DA ECONOMIA BRASILEIRA
Mudando de saco pra mala, parece que estão surgindo umas novas cripto-moedas FEROZES na Ásia, o diabo é saber mexer com isso (e não consigo ativar minha conta na Empiricus nem com reza braba)...
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Re: MOMENTO ATUAL DA ECONOMIA BRASILEIRA
"Maluco"... diretor do Departamento de Estados Unidos, Canadá e Assuntos Interamericanos do Itamaraty.
Antes disso, no Governo do PT, foi o número 2 da embaixada brasileira nos EUA...ele é de direita, mas é um diplomata profissional, que não leva a ideologia dele aos extremos no trabalho.
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Re: MOMENTO ATUAL DA ECONOMIA BRASILEIRA
O que é um nome bonito para encostar alguém. E a vida dele é ideologia com marxismo cultural, Trump vai salvar o ocidente, UE é um vazio cultural. Olha a quantidade de bizarrice que ele pensa, escreve e fala. Uma piada dentro e fora do Itamaraty. Não é de direita, assim como esses ministros, são é malucos. Eram memes que chegaram ao poder. Não leem, não estudam ou pior que não entendem nada. Falar que esse pessoal é de direita é uma bizarrice dos tempos.
Já estão em choque os militares pragmáticos, economia e tecnocratas. Tem nomes técnicos de direita e esquerda aos montes em todas as áreas. Por exemplo, o Mozard Ramos na educação que é técnico.
Torço pelo Presidente Mourão. De temor para esperança. Porque ele entendeu como funciona o estado brasileiro e como governo se mantém.
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Re: MOMENTO ATUAL DA ECONOMIA BRASILEIRA
Vão destruir a eterna indústria nascente
Abertura comercial, defendida por Guedes, terá 'ensaio' em dezembro
https://www.valor.com.br/brasil/5998801 ... m-dezembro
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Re: MOMENTO ATUAL DA ECONOMIA BRASILEIRA
Novo chanceler consegue unir ruralistas e ambientalistasBourne escreveu: ↑Dom Nov 25, 2018 5:47 pm O que é um nome bonito para encostar alguém. E a vida dele é ideologia com marxismo cultural, Trump vai salvar o ocidente, UE é um vazio cultural. Olha a quantidade de bizarrice que ele pensa, escreve e fala. Uma piada dentro e fora do Itamaraty. Não é de direita, assim como esses ministros, são é malucos. Eram memes que chegaram ao poder. Não leem, não estudam ou pior que não entendem nada. Falar que esse pessoal é de direita é uma bizarrice dos tempos.
Já estão em choque os militares pragmáticos, economia e tecnocratas. Tem nomes técnicos de direita e esquerda aos montes em todas as áreas. Por exemplo, o Mozard Ramos na educação que é técnico.
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https://revistagloborural.globo.com/Col ... istas.html
"Eu detestaria estar no lugar de quem me venceu."
Darcy Ribeiro (1922 - 1997)
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Re: MOMENTO ATUAL DA ECONOMIA BRASILEIRA
A melhora no ranking deve ser em boa parte atribuída por não precisar mais reconhecer firma nas repartições. Só por isso votaria no Temer de novo
Por que o ambiente de negócios brasileiro precisa melhorar, diz Otaviano Canuto (no Poder360)
O ambiente de negócios brasileiro, ou seja, o contexto em que as empresas operam no país, melhorou do ano passado para cá. Pelo menos a julgar pela subida de posições no relatório “Doing Business” do Banco Mundial, no qual o Brasil passou do 125º para o 109º lugar. Vale realçar o pequeno encolhimento da distância do Brasil em relação à fronteira de “melhores práticas” entre os 190 países incluídos no ranking.
Conforme já abordamos nesse espaço, um ambiente de negócios desfavorável como o brasileiro afeta negativamente a produtividade no país e a competitividade externa de suas empresas. O relatório “Doing Business”, elaborado anualmente pelo Banco Mundial, compara tempos e custos que uma típica empresa de cada país é obrigada a encarar para operar ao longo de seu ciclo de vida. Como evidenciado por Marcelo Curado e Thiago Curado, a qualidade do ambiente de negócios em um país está entre os determinantes de seu crescimento econômico.
O relatório do Banco Mundial vem indicando ano após ano como uma típica empresa brasileira é obrigada a gastar recursos humanos e materiais em atividades que não geram valor. Isso implica, além de ônus para as empresas¸ subtração de produtividade no uso do conjunto de recursos produtivos na economia como um todo.
Reformas implementadas em 4 áreas explicam a recente melhora brasileira. O registro e licenciamento online de empresas reduziu o tempo e os custos de se abrir uma empresa em São Paulo e Rio de Janeiro, as duas cidades brasileiras usadas como referência pelo Banco Mundial para o Brasil.
O aprimoramento das informações disponíveis para credores, por seu turno, tornou mais fácil o acesso ao crédito. Com os certificados de origem digitais, importar mercadorias tornou-se mais rápido. O relatório também capturou o aumento no nível de confiabilidade no fornecimento de eletricidade em São Paulo permitido pelos investimentos em redes inteligentes (“smart grids”).
A subida no ranking não foi maior porque muitos outros países já priorizaram há algum tempo a redução da ineficiência decorrente de ambientes de negócios desfavoráveis e vêm implementando reformas para melhorá-los. O ponto que gostaríamos de enfatizar é a importância de se aprimorar o ambiente de negócios por si só, em termos absolutos, diminuindo-se assim o ônus em termos de desperdício de recursos.
A posição em rankings é mera consequência da situação relativa de um país no que diz respeito aos indicadores monitorados pelo “Doing Business”, enquanto o nível absoluto de ineficiência é o que afeta a produtividade no país.
A distância absoluta do Brasil em relação à fronteira de eficiência nos diversos indicadores do relatório permanece grande e se impõe a necessidade de avaliar para onde envidar esforços de reforma no futuro próximo.
Um item óbvio é o sistema tributário, cuja complexidade onera em muito a simples tarefa de cumprir com suas obrigações e, não por acaso, o Brasil ocupa a 184ª posição entre os 190 países nesse item do “Doing Business”. Reduzir as elevadas barreiras ao comércio com o exterior também oferece elevado prêmio em termos de maior produtividade e crescimento.
Nesse contexto, cabe destacar também os ganhos a ser derivados de reformas no mercado de crédito, nas quais passos importantes têm sido dados recentemente e outros estão prontos para tal.
Além da duplicata eletrônica recém aprovada, há que se concluir a tramitação pelo Congresso do Cadastro Positivo, cujos reflexos sobre avaliação de riscos e spreads bancários serão favoráveis. Um novo projeto de lei para insolvências também está na ordem do dia, complementando a reforma truncada que ocorreu na primeira metade do decênio passado.
Abertura de espaço para maior concorrência na oferta de serviços creditícios no varejo, inclusive via fintechs, também contribuiria para melhorar os termos de acesso ao financiamento. A facilitação de tal acesso, em base sustentável e não dependente de favores do setor público, não apenas melhorará o ambiente de negócios, como poderá reforçar a base para maior crescimento econômico.
A propósito de reformas estruturais com efeito positivo sobre o crescimento econômico brasileiro, vale notar um trabalho recente de pesquisa realizada por dois técnicos do FMI, Nina Biljanovska e Damiano Sandri, divulgado no mês passado, em que os autores examinaram o impacto de diferentes reformas sobre a produtividade no país.
Seus resultados apontam as reformas no setor bancário como aquelas contendo máximo potencial de resultados, além de contarem com máxima probabilidade de apoio popular. Parte do que os autores incluem como reformas no setor têm sido implementadas no passado recente, tais como encolhimento da intervenção estatal na alocação de crédito e da presença de grandes bancos públicos.
Resta, porém, reduzir os custos e riscos nas operações de financiamento entre agentes privados.
Que prossiga a agenda de reformas para aprimorar o ambiente de negócios brasileiro. Independentemente dos rankings no “Doing Business”, a produtividade e o crescimento econômico brasileiro serão os maiores beneficiários.
https://www.poder360.com.br/opiniao/eco ... no-canuto/
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Re: MOMENTO ATUAL DA ECONOMIA BRASILEIRA
A reforma das reformas: abertura comercial.
É possível que vá em frente por dois motivos. Em primeiro lugar, a mesma equipe de tecnocratas e técnicos políticos ficou no governo Bolso-Mourão. Inclusive toda a parte comercial está com esses técnicos e não com Itamaraty. Assim, a política é atrair investimento estrangeiro, explorar novos mercados e elevar a participação do comércio exterior (importações mais exportações) no PIB. Por esse caminho que impulsiona produtividade, eficiência que estão por trás do crescimento e aumento do bem-estar.
A ideia é que o comércio exterior pule da participação de 10% para 20% do PIB em uma década. Ou seja, para ser viável o comércio exterior precisa crescer o dobro da taxa de crescimento do PIB. Então, se o PIB crescer em média 3-4%, o comércio exterior teria que crescer de 6-8%. É claro que dá e esta acontecendo pós-crise de 2015. Principalmente, se receber investimentos produtivos como dos chineses, abrir mercados nos países emergentes e desenvolvidos, estruturar uma integração produtiva.
Em segundo lugar, os industriais nacionalistas perceberam que sem importar tecnologia, insumos, ampliar mercados e se integrar passa pela abertura comercial. O mundo atual impõe esse plano e não há espaço para reeditar políticas protecionistas e defender grandes empresas como na Dilma. Assim, a tendência é voltar ao feijão com arroz dos tempos dos Lula I e parte II, FHC, década de 1980. As ideias de abertura comercial e maior participação do comércio exterior no PIB estavam na plataforma do Alckmin, Ciro Gomes, Marina Silva, Meirelles. Porque é o consenso e considerava necessária.
É possível que vá em frente por dois motivos. Em primeiro lugar, a mesma equipe de tecnocratas e técnicos políticos ficou no governo Bolso-Mourão. Inclusive toda a parte comercial está com esses técnicos e não com Itamaraty. Assim, a política é atrair investimento estrangeiro, explorar novos mercados e elevar a participação do comércio exterior (importações mais exportações) no PIB. Por esse caminho que impulsiona produtividade, eficiência que estão por trás do crescimento e aumento do bem-estar.
A ideia é que o comércio exterior pule da participação de 10% para 20% do PIB em uma década. Ou seja, para ser viável o comércio exterior precisa crescer o dobro da taxa de crescimento do PIB. Então, se o PIB crescer em média 3-4%, o comércio exterior teria que crescer de 6-8%. É claro que dá e esta acontecendo pós-crise de 2015. Principalmente, se receber investimentos produtivos como dos chineses, abrir mercados nos países emergentes e desenvolvidos, estruturar uma integração produtiva.
Em segundo lugar, os industriais nacionalistas perceberam que sem importar tecnologia, insumos, ampliar mercados e se integrar passa pela abertura comercial. O mundo atual impõe esse plano e não há espaço para reeditar políticas protecionistas e defender grandes empresas como na Dilma. Assim, a tendência é voltar ao feijão com arroz dos tempos dos Lula I e parte II, FHC, década de 1980. As ideias de abertura comercial e maior participação do comércio exterior no PIB estavam na plataforma do Alckmin, Ciro Gomes, Marina Silva, Meirelles. Porque é o consenso e considerava necessária.
Abertura comercial e produtividade: a economia política de uma reforma tarifária
17/04/2018
Lia Baker Valls Pereira
O Ministério da Fazenda encaminhou para a Camex (Câmara de Comércio Exterior) uma proposta de redução das tarifas de importações incidentes sobre bens de capital e de informática. No caso de bens de capital, o secretário de Assuntos Internacionais do Ministério chamou atenção que enquanto a média da tarifa de importação incidente sobre bens de capital no mundo é 4%, no Brasil é de 14%.
Em artigo publicado na Revista Conjuntura Econômica em março de 2017 analisamos o debate sobre a relação entre abertura comercial e produtividade[1]. Os pontos a seguir foram destacados.
Primeiro, o elo positivo entre abertura comercial e produtividade está longe ser uma conclusão inquestionável no debate econômico. A avaliação das experiências de liberalização nos anos de 1990 mostra que outros fatores, como ambiente macroeconômico e institucional, regras de competição, tipos de indústria e credibilidade das diretrizes das reformas influenciam o resultado.
Segundo, nenhum estudo, porém, concluiu que “fechar” a economia eleva a produtividade. Estudos recentes mostram que os efeitos positivos dependem do sequenciamento da abertura comercial em termos dos setores escolhidos. Redução de tarifas em bens intermediários e bens de capital têm um impacto direto na redução dos custos de produção e de incorporação de bens tecnologicamente mais modernos e, logo, aumentam a produtividade.
Terceiro, a comparação das tarifas de importação sobre bens intermediários e de bens de capital com alguns parceiros do Brasil mostra que o país pratica a tarifa mais elevada. Em adição, enquanto os países avançaram nos seus processos de liberalização após os anos de 1990, o Brasil estagnou.
Esses três pontos justificariam a proposta do Ministério da Fazenda. No entanto, a questão não se resume aos possíveis efeitos positivos sobre a produtividade advinda da reforma tarifária. É preciso considerar quais os fatores que propiciam um cenário favorável para uma redução tarifária, que muda os preços relativos e tem efeitos distributivos na renda da economia. Lembrar a reforma tarifária de 1990 ajuda a pensar o momento atual.
A partir de meados da década de 1980, as pressões para oferta de melhoria de acesso a mercados estavam presentes na Rodada Uruguai e na agenda dos Estados Unidos. O Brasil, ao lado da Índia e Japão, foi citado na Seção Super 301 como entre os países que mais prejudicavam os interesses dos EUA. No plano das ideias, a Cepal (Comissão Econômica para a América Latina), identificada no passado como a “idealizadora” do modelo de substituição de importações, questionava o excessivo protecionismo da região e propunha o “regionalismo aberto”. A inserção competitiva dos países latinos passaria por um maior grau de abertura de suas economias.
No Brasil, a nova tese cepalina reforçou os grupos que defendiam a “inserção competitiva” como o novo motor de crescimento da economia. Adicionalmente, a redução tarifária iria ajudar no combate à inflação, que era a questão prioritária no final dos anos de 1980. A redução das tarifas de importações era apresentada como preferível aos regimes especiais de importações, que representavam renúncias fiscais e aumentavam gastos com divisas, num cenário de restrição fiscal e cambial. O protecionismo prejudicava a competitividade da indústria e a estabilidade macroeconômica, sendo guiado por critérios onde o poder de pressão dos grupos da sociedade definia a lógica da sua estrutura.
E agora? O cenário externo não é favorável, com posições de cautela em relação à escalada do protecionismo de Trump. A Rodada de Doha não deslancha. O acordo Mercosul-União Europeia, que poderia contribuir para o processo de maior liberalização, parece cada vez mais distante.
A proposta da Fazenda não é de uma Reforma Tarifária, mas depende de uma decisão da Camex onde estão representados os interesses da presidência, além dos Ministérios da: Indústria, Comércio Exterior e Serviços; Relações Exteriores; Fazenda; Transportes, Portos e Aviação Civil; Agricultura, Pecuária e Abastecimento; e, Planejamento, Desenvolvimento e Gestão. Num momento de instabilidade política e ano de eleições, é pouco provável que as medidas sugeridas pela Fazenda sejam adotadas, mas elas levantam um tema relevante para a agenda de produtividade.
A reforma tarifária deverá ficar na agenda nos próximos anos. É preciso, portanto, incorporar no debate o tema dos custos de ajustamento, para que diminua a resistência de alguns setores e que se passe a mensagem que a reforma é parte de um programa amplo de elevação da produtividade e da renda. É preciso desenhar instrumentos que não sejam meros substitutos do protecionismo anterior, mas que auxiliem firmas e trabalhadores a reduzirem esses custos. Programas de “trampolim”, como sugere Obstfeld (2016), que permitam ao trabalhador mudanças de setores e posições no mercado de trabalho, têm que ser pensados, mas no contexto brasileiro. A reforma pode demorar, mas refletir sobre as principais diretrizes e propostas está na agenda dos que consideram que elevar o grau de abertura da economia sem acirrar o conflito distributivo melhora a produtividade. Não é condição suficiente, mas ajuda.
OBSTFELD, M. 2016. Get on track with trade: trade raises productivity but may hurt some unless policies redistribute the benefits. Finance & Development: a quarterly publication of the International Monetary Fund., Vol. 53, nº 4, p. 12-16, Dez
As opiniões expressas neste artigo são de responsabilidade exclusiva do autor, não refletindo necessariamente a opinião institucional da FGV.
[1] Uma versão ampliada e mais detalhada desse artigo foi publicada na Revista Brasileira de Comércio Exterior da FUNCEX, na edição de janeiro/março de 2018.
https://blogdoibre.fgv.br/posts/abertur ... -tarifaria