Geopolítica Brasileira
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Re: Geopolítica Brasileira
Voltou atrás alguns dias. Os interesses e pressões internas são muito fortes. O agronegócio, mineradores, industriais e investidores estrangeiros querem que o governo brasileiro aproveite a situação mundo para alargar os mercados. Especialmente no momento em que está todo mundo brigando, a guerra comercial aberta e um monte de país emergentes e ricos que quer diversificar parceiros.
A vantagens do Brasil desde muito é ser neutro, não se meter em problemas do estrangeiro, fechar negócios com todo mundo. Seja quando realmente alguma potência precisa do Brasil (Alemanha na década de 1930, EUA na segunda guerra e décadas de 1950 e 1960). Seja mostrar para outros que é um parceiro que está distante e não vai tomar partido (países do norte da áfrica, oriente médio e África desde a década de 1970, América Latina após a década de 1990, China/Ásia após 2000).
Por exemplo, no começo dos anos 1980, o Presidente Figueiredo estava cavalgando com o Reagan. Enquanto, de um lado, os americanos bombardeavam a Lídia, de outro, o Brasil exportava de tudo para os líbios. Atualmente, o Irã é um grande importador de alimentos e produtos industriais brasileiros e não conseguem exportar nada. Não é coincidência. Eles preferem dar prioridade para Brasil porque é menos sujeito a aceitar embargos. De forma similar a China, que importa US$ 50 ano passado de alimentos e commodities e consegue exporta uns US$ 25 bi para Brasil. É ruim ter um déficit de US$ 25 bi com Brasil, mas os chineses sabem que é aceitável na medida em que a alternativa comprar mais dos EUA/Canadá.
A vantagens do Brasil desde muito é ser neutro, não se meter em problemas do estrangeiro, fechar negócios com todo mundo. Seja quando realmente alguma potência precisa do Brasil (Alemanha na década de 1930, EUA na segunda guerra e décadas de 1950 e 1960). Seja mostrar para outros que é um parceiro que está distante e não vai tomar partido (países do norte da áfrica, oriente médio e África desde a década de 1970, América Latina após a década de 1990, China/Ásia após 2000).
Por exemplo, no começo dos anos 1980, o Presidente Figueiredo estava cavalgando com o Reagan. Enquanto, de um lado, os americanos bombardeavam a Lídia, de outro, o Brasil exportava de tudo para os líbios. Atualmente, o Irã é um grande importador de alimentos e produtos industriais brasileiros e não conseguem exportar nada. Não é coincidência. Eles preferem dar prioridade para Brasil porque é menos sujeito a aceitar embargos. De forma similar a China, que importa US$ 50 ano passado de alimentos e commodities e consegue exporta uns US$ 25 bi para Brasil. É ruim ter um déficit de US$ 25 bi com Brasil, mas os chineses sabem que é aceitável na medida em que a alternativa comprar mais dos EUA/Canadá.
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Re: Geopolítica Brasileira
temos um novo ministro das relações exteriores.
Na minha opinião um tão ou mais ideologizado do que alguns que infelizmente seguraram a pasta nos últimos 20 anos.
Na minha opinião um tão ou mais ideologizado do que alguns que infelizmente seguraram a pasta nos últimos 20 anos.
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Re: Geopolítica Brasileira
Não entendo essas ideias estranhas: quando foi que no Brasil se escolheu como ministro
DA ECONOMIA - um Economista
DA CIÊNCIA E TECNOLOGIA - um Engenheiro e Cientista
DAS RELAÇÕES EXTERIORES - um Diplomata de Carreira
DA DEFESA - um General 4 estrelas
DA JUSTIÇA - um Juiz
DA AGRICULTURA - um Engenheira Agrônoma.
Tá uma droga, né? Antes é que era bão, uns ministérios para o partido X botar alguns politiqueiros, outros para o Y fazer o mesmo, mais outros para o Z e aí é que estava más do que bueno...
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“Look at these people. Wandering around with absolutely no idea what's about to happen.”
P. Sullivan (Margin Call, 2011)
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Re: Geopolítica Brasileira
Bem, se não queres discutir mas ficar memetizando eu pelo visto vou voltar pro modo observador mesmo e deixar vc fazendo torcida ao vento. Já que pelo visto o presidente atual é imune a criticas e 100% de suas decisões são sempre certas já que ele é o representante de deus na terra.Túlio escreveu: ↑Qui Nov 15, 2018 12:26 amNão entendo essas ideias estranhas: quando foi que no Brasil se escolheu como ministro
DA ECONOMIA - um Economista
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Tá uma droga, né? Antes é que era bão, uns ministérios para o partido X botar alguns politiqueiros, outros para o Y fazer o mesmo, mais outros para o Z e aí é que estava más do que bueno...
Dpois não reclame quando patatadas vierem de alguns escolhidos e porque a oportunidade de faze-lo mudar de idéia, que é agora. Não foi usada pra evitar a besteira.
E apenas para constatação. Eu gostei da escolha do ministro da defesa, ciência, neutro quanto a justiça e economia. Agricultura não vi ou li sobre o mesmo ainda então me abstenho de opinar.
Neste forum a unica coisa que reclamei do Bolsonaro ferrenhamente foi a decisão da mudança de embaixada por motivos já dispostos. E a fusão do ministério da agricultura e Meio ambiente que não é consenso nem entre os bolsonaristas.
E agora esta. Novamente por não ser pragmatica mas de cunho ideológico. Um diplomata de 3º escalão com muitas certezas e pouca margem de manobra em sua maneira de pensar. O que não condiz pra quem vai liderar um país que se beneficia da neutralidade para lucrar e manter seu status global.
Haviam bastante diplomatas de 1º e 2º escalão alinhados com a direita, alguns até pró Bolsonaros (apenas menos vocais) que podiam ocupar o cargo. General Heleno e Mourão mesmo indicaram 2 deles. Mas valeu a ideologia. E toda vez que a ideologia cega superar o pragmatismo e a logica serei sim oposição.
Quando acabar a ressaca da vitoria me avisa Túlio que a gente volta a conversar como pessoas normais e não como garotos de 16-20 anos em uma partida de futebol.
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Re: Geopolítica Brasileira
O novo ministro das relações exteriores é anti-globalista, enfia Deus e a fé cristã nas questões internacionais, considera Trump a última salvação do ocidente, que existe uma conspiração marxista-cultura e a globalização faz parte dela. Por fim, que o Messias é o nosso Guia. Isso porque a promessa foi fazer comércio com todo mundo e expurgar a ideologia do Itamaraty.
Não foi a imprensa que me disse. Está no blog pessoal dele. Vai ser interessante quando arranjar briga com a China, UE, países árabes e mandar tropas para combater o comunismo chinês no caribe. Acho que a resistência dentro da casa branca não vai Trump nos salvar. Além de ir contra a tradição de neutralidade do Itamaraty, defesa do direito internacional e da política econômica do Paulo Guedes de abrir a economia, negociar com todo mundo e atrair investimento estrangeiro.
Não foi a imprensa que me disse. Está no blog pessoal dele. Vai ser interessante quando arranjar briga com a China, UE, países árabes e mandar tropas para combater o comunismo chinês no caribe. Acho que a resistência dentro da casa branca não vai Trump nos salvar. Além de ir contra a tradição de neutralidade do Itamaraty, defesa do direito internacional e da política econômica do Paulo Guedes de abrir a economia, negociar com todo mundo e atrair investimento estrangeiro.
Talvez, ser da carreira não seja critério necessária ou suficiente. Pequenos comentários sobre o Jovem Túlio.
Dada a situação atual, em alguns meses o Heleno e Mourão vão mandar no governo. Porque eles são os poucos que sabem o que estão fazendo. Gostemos ou não, eles são a resistência no Palácio do Planalto contra os malucos como esse ministro das relações exteriores. Imagina se eles se aliam as raposas da política e os lobbies em Brasília. Algo que pode estar acontecendo. Tanto que o Mourão quer chutar o Onyx.Túlio escreveu: ↑Qui Nov 15, 2018 12:26 amNão entendo essas ideias estranhas: quando foi que no Brasil se escolheu como ministro
DA ECONOMIA - um Economista
Paulo Guedes é PICARETA. Sempre foi. Está parado na década de 1970, não tem ideia do que é orçamento e como é votado. Ainda está com manual de chicago na década de 1970 que culpava a social democracia. Nunca foi assim e, se foi, mudou tudo. Tem uns 200 doutores em economia melhores que ele, sem exageros. Aliás, o Paulo Guedes está buscando manter a equipe do Temer e trazer o pessoal do Lula e Dilma.
E cuide do sua aposentadoria. Está vindo a reforma do estado, da carreiras do setor público, previdência. Seja no plano federal e estadual. Vai ter que mexer com os aposentados e pensionistas. Possivelmente não passa, mas vai criar o caos e futuramente muita coisa será aprovada. Reformas necessárias e urgentes. Principalmente, os concursos e questão de demissões. Por exemplo, o ministro das relações exteriores deveria ser demitido faz tempo, mas a lei não deixa.
DA CIÊNCIA E TECNOLOGIA - um Engenheiro e Cientista
Marcos Pontes é turista espacial, vendedor de bugigangas e coach motivacional. Existe centenas de cientistas e executivos melhores que ele. Inclusive nas diversas autarquias do governo federal. Gente que entende da burocracia nacional, problemas e as experiências internacionais. Ao mesmo tempo em que muitos possuem fama e respeito internacional, grandes contribuições para ciência e academia. Assim tem uma visão ampla, moderna e realista de como integrar setor público e privado, direcionar os esforços e obter resultados.
DAS RELAÇÕES EXTERIORES - um Diplomata de Carreira
versão dociolo do lado negro. Quase todos os quadros do Itamaraty são melhores que ele. Na pior das hipóteses não são malucos.
DA DEFESA - um General 4 estrelas (ok)
De longe o melhor ministro até agora. Apesar de ser do exército tem um perfil político e bom trânsito. Apesar de comprometer a ideia de que o Ministério da Defesa é civil e tem o papel de fazer a intermediação e evitar a politização das forças armadas. Além da possibilidade de ciúmes de outras forças e dentro do EB. Tinha um almirante convidado que preferiu declinar o convite. Podem ter vários motivos como não se meter nisso.
DA JUSTIÇA - um Juiz
Sergio Moro se vendeu ao sistema. O ego fez ele ir para o governo. Está aceitando tudo. Até aberrações que ele sabe que são aberrações. Por exemplo, perdoou o caixa 2 do Onyx, mudanças na legislação que até poucos meses dizia ser absurdo, inconstitucional e derrubados no STF. Quero ver agora que aparecerem novas denuncias do Onyx. Além de contaminar a justiça com política. O magistrado da ativa não é uma boa figura para ministro político.
Os figurões da magistratura vão curtir devido ao Moro ficar muito mais frágil na posição de ministro e político. As declarações recentes e relações com membros do governo são um prato cheio. Ao mesmo tempo, fortalece a narrativa do PT que é o Lula é um preso político, dos advogados de defesa dos acusados da lava-jato.
DA AGRICULTURA - um Engenheira Agrônoma.
A moça tem negócios com a JBS. E defende veneno na comida. Parece que não entende muito da área e das demandas nacionais e internacionais dos consumidores, possíveis restrições na comercialização e custos de saúde e ambientais. Não são frescuras.
Tá uma droga, né? Antes é que era bão, uns ministérios para o partido X botar alguns politiqueiros, outros para o Y fazer o mesmo, mais outros para o Z e aí é que estava más do que bueno...
onyx lorenzoni é o que? Magno Malta? Caiado? Doria, o não político que está 40 anos fazendo lobby com os governos? Sinto muito Jovem. As velhas raposas estão tomando conta do governo. Na câmara e Senado será uma festa. A negociação do segundo, terceiro escalão e outros estão a todo vapor. Os mega ministérios são muito úteis para esconder indicações politicas, comissionados e favores.
O Bolso vai aceitar Rodrigo Maia presidente da Câmara e Renan no Senado. É uma forma de evitar manobras e eventual derrota. A Dilma em 2014 se orgulhava de ter uma base de mais de 300 deputados. E deu no que deu.
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Re: Geopolítica Brasileira
Adendo bourne.
O Marcos pontes apesar do titulo de "turista espacial" e ter realmente pessoas melhores que ele não é uma escolha ruim. Ciência & Tecnologia é sim uma área que anda precisando de um pouco de imagem e a experiencia dele com burocracia não é nula. Ao meu ver ele tem boas chances de cuidar bem da pasta e a coisa poderia ter sido mto pior se a decisão fosse dada aos evangélicos ou bancada da bala.
O Marcos pontes apesar do titulo de "turista espacial" e ter realmente pessoas melhores que ele não é uma escolha ruim. Ciência & Tecnologia é sim uma área que anda precisando de um pouco de imagem e a experiencia dele com burocracia não é nula. Ao meu ver ele tem boas chances de cuidar bem da pasta e a coisa poderia ter sido mto pior se a decisão fosse dada aos evangélicos ou bancada da bala.
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Re: Geopolítica Brasileira
Não tenho essa confiança no Pontes. No entanto, o Ministério tem uma boa equipe técnica e instituições qualificadas que evitam os forasteiros de fazerem muita bobagem. Já sobreviveu ao Kassab, Mercadante entre outros indicados políticos por conveniência.
Porém, no passado recente, nomes relevantes passaram pelo Ministério da Ciência e Tecnologia gente da pesquisa e academia como Marco Antonio Raupp (doutorado em matemática na Universidade de Chicago, prof. USP e UnB), Sérgio Machado Rezende (doutorado em física no MIT, professor da UFPE). Ambos possuíam uma longa vivência na academia, universidades, institutos e órgãos de fomento nacionais e internacionais.
A reação do Itamaraty. Aguardemos a posição de Mourão e Heleno sobre o tema e repercussão. O nome que eles defendiam eram coerentes com a tradição do Itamaraty, estavam no topo da carreira e muito respeitados no meio diplomático.
Porém, no passado recente, nomes relevantes passaram pelo Ministério da Ciência e Tecnologia gente da pesquisa e academia como Marco Antonio Raupp (doutorado em matemática na Universidade de Chicago, prof. USP e UnB), Sérgio Machado Rezende (doutorado em física no MIT, professor da UFPE). Ambos possuíam uma longa vivência na academia, universidades, institutos e órgãos de fomento nacionais e internacionais.
A reação do Itamaraty. Aguardemos a posição de Mourão e Heleno sobre o tema e repercussão. O nome que eles defendiam eram coerentes com a tradição do Itamaraty, estavam no topo da carreira e muito respeitados no meio diplomático.
Diplomatas reagem mal à indicação de Araújo ao Itamaraty e apontam quebra de hierarquia
Por Lisandra Paraguassu
6 MIN, DE LEITURA
BRASÍLIA (Reuters) - A reação de diplomatas que atuam no Itamaraty foi a pior possível à indicação de Ernesto Araújo como novo ministro das Relações Exteriores, com alguns deles avaliando que houve uma quebra de hierarquia e um desrespeito à instituição, disseram fontes ouvidas pela Reuters.
Palácio do Itamaraty em Brasília 17/04/2010 REUTERS/Ricardo Moraes
Promovido a ministro de primeira classe —o nome técnico do topo da carreira, o chamado embaixador— apenas no primeiro semestre deste ano, Araújo é considerado um diplomata excessivamente júnior para o cargo, no que foi visto como uma quebra de hierarquia sem precedentes no Itamaraty.
“É como se o presidente eleito tivesse indicado um general três estrelas para comandar a Defesa ou o Estado-Maior das Forças Armadas”, comparou uma fonte com conhecimento interno do Itamaraty, lembrando que, como militar, Jair Bolsonaro jamais cometeria um erro desses.
“Nunca um chefe de departamento, um cargo de terceiro escalão, foi alçado a chanceler”, disse uma segunda fonte. “É uma pessoa de perfil bem baixo. É de se questionar que tipo de liderança ele poderá ter.”
O nome de Araújo, de 51 anos, chegou a surgir como possível chanceler ainda durante a campanha, depois de vir à tona que o diplomata —hoje chefe do Departamento de Estados Unidos e Canadá, um cargo de terceiro escalão no Itamaraty— criou um blog em que fazia campanha aberta para Bolsonaro. Antes disso, Araújo não tinha relação com o presidente eleito, mas por suas manifestações se aproximou dos filhos de Bolsonaro.
Parte da equipe do presidente eleito, especialmente o futuro ministro do Gabinete de Segurança Institucional, general da reserva do Exército Augusto Heleno, e o vice-presidente eleito, general da reserva Hamilton Mourão, defendiam outros nomes. O embaixador aposentado José Alfredo Graça Lima era o preferido de Heleno, enquanto Mourão apontou publicamente o secretário-geral do Itamaraty, Marcos Galvão, como uma alternativa.
Acabou vencendo, no entanto, a postura ideológica de Araújo, apesar de Bolsonaro bater constantemente na tecla que quer uma política externa sem “viés ideológico”.
Diplomatas ouvidos pela Reuters apontam as manifestações do futuro chanceler como um dos principais problemas no comando da instituição, para além do óbvio fato de que, recém-promovido, sem nunca ter chefiado uma embaixada no exterior ou ter tido um cargo de relevância na estrutura diplomática, Araújo não teria a necessária experiência para o cargo.
“Araújo fez a fama dele junto à equipe do Bolsonaro em cima de um artigo de política externa extremamente controverso, em que ele faz uma defesa apaixonada do presidente norte-americano, Donald Trump. Que capacidade de ação terá a diplomacia brasileira com ele à frente?”, disse uma das fontes. “Aos olhos do mundo, a política externa brasileira passará a ser comandada por um discípulo do trumpismo.”
Uma outra fonte, apesar de menos incisiva, vai na mesma linha.
“Ele deixa o Itamaraty refém de uma doutrina que acaba sendo um pouco apaixonada demais para os nosso padrão. Há um discurso de alinhamento automático (com os Estados Unidos) contrário à nossa tradição e aos nossos interesses”, explicou.
Em seus textos no blog, Araújo criticava a esquerda e chegou a fazer um “poema” em que chamava o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva de “poste” do presidente venezuelano, Nicolás Maduro. Também chamava o PT de Partido Terrorista e dizia que lutar contra um governo petista seria “lutar contra o mal”.
Em um artigo de 27 páginas publicado na revista Cadernos de Política Externa, da Fundação Alexandre Gusmão do Itamaraty, Araújo faz uma longa defesa de Trump. Para o futuro chanceler, o presidente dos EUA salva a civilização ocidental do “islamismo radical” e do “marxismo cultural globalista” e pode salvar o futuro do Ocidente.
O futuro chanceler serviu em Washington com o ex-chanceler Mauro Vieira, e voltou ao Brasil no início do segundo mandato de Dilma Rousseff, quando Vieira foi chamado para assumir o Itamaraty. Trabalhou no gabinete como auxiliar até a saída de Vieira com o impeachment de Dilma. Desde então, assumiu o cargo de chefe do Departamento de Estados Unidos e Canadá —que, apesar do nome, não lida com os temas centrais em relação aos países do Norte, como comércio—, um posto normalmente ocupado por um ministro.
Foi promovido a embaixador no primeiro semestre deste ano, mas continuou no mesmo posto por falta de vagas em cargos para embaixador.
Em breve declaração em Brasília, após ter sido anunciado por Bolsonaro como futuro chanceler, Araújo disse que o Brasil vive “um momento extraordinário” com a eleição do capitão da reserva do Exército ao Palácio do Planalto.
“Antes de tudo, (principal linha de trabalho é) garantir que esse momento extraordinário que o Brasil está vivendo com a eleição do presidente Bolsonaro se traduza dentro do Itamaraty. Uma política efetiva, uma política em função do interesse nacional, uma política de um Brasil atuante, de um Brasil feliz, de um Brasil próspero”, disse o futuro chanceler.
https://br.reuters.com/article/topNews/ ... J379-OBRTP
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Re: Geopolítica Brasileira
Quem conhece sabe, foi de longe a pior escolha que estava disponível sobre a mesa.
Att.
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Re: Geopolítica Brasileira
O grupo dos militares (Mourão e Heleno) e do Posto Ipiranga (Paulo Guedes) são complementares. Eles podem se unir para derrubar os bolso juniors.
Três grupos disputam política externa de Bolsonaro
A diplomacia do novo governo expressará conflitos desses núcleos
Matias Spektor
https://www1.folha.uol.com.br/colunas/m ... cFQhCA2Ws4
Versão marota em pdf
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Re: Geopolítica Brasileira
Sterrius escreveu: ↑Qui Nov 15, 2018 2:02 am
Bem, se não queres discutir mas ficar memetizando eu pelo visto vou voltar pro modo observador mesmo e deixar vc fazendo torcida ao vento. Já que pelo visto o presidente atual é imune a criticas e 100% de suas decisões são sempre certas já que ele é o representante de deus na terra.
Dpois não reclame quando patatadas vierem de alguns escolhidos e porque a oportunidade de faze-lo mudar de idéia, que é agora. Não foi usada pra evitar a besteira.
E apenas para constatação. Eu gostei da escolha do ministro da defesa, ciência, neutro quanto a justiça e economia. Agricultura não vi ou li sobre o mesmo ainda então me abstenho de opinar.
Neste forum a unica coisa que reclamei do Bolsonaro ferrenhamente foi a decisão da mudança de embaixada por motivos já dispostos. E a fusão do ministério da agricultura e Meio ambiente que não é consenso nem entre os bolsonaristas.
E agora esta. Novamente por não ser pragmatica mas de cunho ideológico. Um diplomata de 3º escalão com muitas certezas e pouca margem de manobra em sua maneira de pensar. O que não condiz pra quem vai liderar um país que se beneficia da neutralidade para lucrar e manter seu status global.
Haviam bastante diplomatas de 1º e 2º escalão alinhados com a direita, alguns até pró Bolsonaros (apenas menos vocais) que podiam ocupar o cargo. General Heleno e Mourão mesmo indicaram 2 deles. Mas valeu a ideologia. E toda vez que a ideologia cega superar o pragmatismo e a logica serei sim oposição.
Quando acabar a ressaca da vitoria me avisa Túlio que a gente volta a conversar como pessoas normais e não como garotos de 16-20 anos em uma partida de futebol.
Não sei qual o teu conceito de "meme" mas por certo é BEM diferente do meu. Isso, claro, não quer dizer nada, o Regulamento determina a pluralidade e isso será mantido. Assim, minha impressão é a de que deves ser um dos ISENTÕES, que estavam fartos dos PETRALHAS mas julgam até agora que fora do (insosso, Alckmin versão 2.0) Amoêdo não há salvação. Posso aceitar isso, mesmo discordando, e seguir com a vida sem guardar mágoa de ninguém.
E, assim como estou (admito) ainda com alguma "ressaca de vitória", constato - pelo amargor que vejo - que outros estão com "ressaca de derrota" (olha o @Bourne , não se salva ninguém, o Brasil vai implodir, run to the hills! ), e isso se traduz (agora) por apoio implícito à mimizenta plataforma dos "resistências" de iPhone. Vejas bem, VOSMEÇÊS fizeram o possível para ajudar a manter os PETRALHAS onde estão (e era elegerem, mesmo através da recusa do voto no ÚNICO opositor verdadeiro, e o Fuhrer de Garanhuns estaria livre, leve e solto e a LJ morta e enterrada) porque o resto era boi de piranha, foi tudo pro sacrifício só pra dar uma chance ao Andrade de ser derrotado apenas no segundo turno, como de fato foi.
Tudo o que fiz no tão criticado post foi mostrar que, desde a primeira vez em que votei para Presidente (89), nunca tinha sido informado sobre os progressos na composição do primeiro escalão do governo e hoje basta subir uma hashtag e promovê-la entre seguidores que têm bastante seguidores deles próprios e acaba que o Presidente Eleito, o Vice ou alguém do alto escalão usa sua própria conta para explicar. E o que SEMPRE vi foi outra coisa, o governo ser formado na encolha e, na prática, não passar de um loteamento do Brasil entre alguns partidos. A comparação que quis fazer foi apenas entre ANTES (ministério disso, um politiqueiro do partido tale; ministério daquilo, outro politiqueiro do partido quetale) e AGORA, com pessoas da área.
Sinto muito se não entendeste; sinto mais ainda se agora o Bourne pode criticar e deplorar as escolhas ministeriais à medida que são feitas, ao invés de antes, quando só podia fazer isso BEM DEPOIS e mesmo assim ninguém lhe iria responder ou dar a mínima, porque o que interessa ele já tinha dado, O VOTO, que era um cheque em branco com validade de quatro anos!
Se acham que antes era melhor, só lamento...
E, assim como estou (admito) ainda com alguma "ressaca de vitória", constato - pelo amargor que vejo - que outros estão com "ressaca de derrota" (olha o @Bourne , não se salva ninguém, o Brasil vai implodir, run to the hills! ), e isso se traduz (agora) por apoio implícito à mimizenta plataforma dos "resistências" de iPhone. Vejas bem, VOSMEÇÊS fizeram o possível para ajudar a manter os PETRALHAS onde estão (e era elegerem, mesmo através da recusa do voto no ÚNICO opositor verdadeiro, e o Fuhrer de Garanhuns estaria livre, leve e solto e a LJ morta e enterrada) porque o resto era boi de piranha, foi tudo pro sacrifício só pra dar uma chance ao Andrade de ser derrotado apenas no segundo turno, como de fato foi.
Tudo o que fiz no tão criticado post foi mostrar que, desde a primeira vez em que votei para Presidente (89), nunca tinha sido informado sobre os progressos na composição do primeiro escalão do governo e hoje basta subir uma hashtag e promovê-la entre seguidores que têm bastante seguidores deles próprios e acaba que o Presidente Eleito, o Vice ou alguém do alto escalão usa sua própria conta para explicar. E o que SEMPRE vi foi outra coisa, o governo ser formado na encolha e, na prática, não passar de um loteamento do Brasil entre alguns partidos. A comparação que quis fazer foi apenas entre ANTES (ministério disso, um politiqueiro do partido tale; ministério daquilo, outro politiqueiro do partido quetale) e AGORA, com pessoas da área.
Sinto muito se não entendeste; sinto mais ainda se agora o Bourne pode criticar e deplorar as escolhas ministeriais à medida que são feitas, ao invés de antes, quando só podia fazer isso BEM DEPOIS e mesmo assim ninguém lhe iria responder ou dar a mínima, porque o que interessa ele já tinha dado, O VOTO, que era um cheque em branco com validade de quatro anos!
Se acham que antes era melhor, só lamento...
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Re: Geopolítica Brasileira
Tipo o Aloysio Nunes?
link via Estadão (portal BR18):
https://br18.com.br/aloysio-elogia-suce ... itamaraty/
matéria completa:
https://g1.globo.com/politica/noticia/2 ... ruim.ghtml
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Re: Geopolítica Brasileira
Pessoal,
O Governo Bolsonaro quer uma aproximação com os EUA. O embaixador Ernesto Araújo chefia o departamento dos EUA e Canadá. Antes da escolha ele estava entre os cotados por essa razão, além de, obviamente, ser um diplomata com a mesma visão do futuro Governo.
Até o dia 14, o Ernesto Araújo era relativamente desconhecido, inclusive por nós do DB. E já o estão criticando aqui?
O Governo Bolsonaro quer uma aproximação com os EUA. O embaixador Ernesto Araújo chefia o departamento dos EUA e Canadá. Antes da escolha ele estava entre os cotados por essa razão, além de, obviamente, ser um diplomata com a mesma visão do futuro Governo.
Até o dia 14, o Ernesto Araújo era relativamente desconhecido, inclusive por nós do DB. E já o estão criticando aqui?
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Re: Geopolítica Brasileira
Eu achei em principio uma decisão coerente depois de me informar um pouco sobre o mesmo, essa pessoa tem o perfil que o Bolsonaro desejava.knigh7 escreveu: ↑Qui Nov 15, 2018 11:55 pm Pessoal,
O Governo Bolsonaro quer uma aproximação com os EUA. O embaixador Ernesto Araújo chefia o departamento dos EUA e Canadá. Antes da escolha ele estava entre os cotados por essa razão, além de, obviamente, ser um diplomata com a mesma visão do futuro Governo.
Até o dia 14, o Ernesto Araújo era relativamente desconhecido, inclusive por nós do DB. E já o estão criticando aqui?
Parece ser dinamico em temas de matiz economico, tem visão ideologica afinada com o presidente, é um anti globalista (amém) e disse grandes verdades.
Que o globalismo é comandado por marxistas culturais e define ademais bem a Maoista China, com a qual teremos e devemos que manter boas relações mais nem por isso temos que se abrir de pernas para eles.
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Re: Geopolítica Brasileira
Não me parece que um político de carreira seja a melhor referência para falar dos quadros do Itamaraty, aliás, muito pelo contrário.knigh7 escreveu: ↑Qui Nov 15, 2018 11:41 pm
Tipo o Aloysio Nunes?
link via Estadão (portal BR18):
https://br18.com.br/aloysio-elogia-suce ... itamaraty/
matéria completa:
https://g1.globo.com/politica/noticia/2 ... ruim.ghtml
Att.