Bolsonaro precisa de um Paulo Guedes na versão de chanceler e parar de falar sobre essa embaixada...
Para evitar polêmicas, grupo pressiona Bolsonaro a indicar logo novo chanceler
Aliados se movimentam após declarações do presidente eleito que podem prejudicar a economia brasileira; lista de candidatos é extensa e tem diplomatas
https://oglobo.globo.com/mundo/para-evi ... r-23210801
O aceno a Israel repercutiu logo no mundo árabe, importante mercado para exportadores de carne brasileiros, que prometeu retaliações comerciais ao Brasil. Um dos ministros do presidente Michel Temer, envolvido em negociações comerciais com o mundo árabe, revelou ao GLOBO ter recebido alertas de autoridades sobre possíveis riscos a embaixadas brasileiras, que não teriam condições de garantir a segurança necessária de seu corpo diplomático, caso o país decida, de fato, seguir o caminho dos EUA na política para Israel.
Na babel que se tornou o início da transição de governo, com diferentes aliados falando sobre assuntos variados, a ala que aposta no estilo estridente de negociar tem defendido que o presidente dobre a aposta frente às ameaças de retaliações do mundo árabe. Um dos representantes dessa ala chega a dizer que “vale a pena pagar para ver” se os países teriam coragem de retaliar o Brasil pois, na visão dele, “os árabes precisam de nós” mais do que o Brasil depende dos mercados árabes.
Apesar das declarações polêmicas, Bolsonaro não teria a intenção, na avaliação do grupo moderado da transição, de deixar de lado a neutralidade da política externa brasileira, que tem permitido ao Brasil falar com todos os países, sem restrições, na qualidade de “interlocutor confiável”.
Ele lembrou que Bolsonaro anunciou que faria sua primeira visita ao Chile, hoje governado pelo direitista Sebastián Piñera. Pegou mal, porque a Argentina é nossa maior aliada na região por causa do Mercosul. Além disso, durante a campanha, Bolsonaro fez críticas à China, que reagiu com um duro editorial do “China Daily”, porta-voz do governo chinês para assuntos internacionais.
Em reação a Bolsonaro, Egito adia sem data visita oficial do Brasil
Causa teria sido o anúncio, por Bolsonaro, da decisão de mudar a embaixada do Brasil em Israel de Tel-Aviv para Jerusalém
https://economia.estadao.com.br/noticia ... 0002587188
O Egito é um dos poucos países com os quais o Mercosul tem um acordo comercial já em operação.
E os egípcios queriam aumentar as importações de produtos brasileiros.
Isso ficou claro quando, em julho passado, durante a cúpula dos Brics na África do Sul, o ministro das Relações Exteriores, Aloysio Nunes, foi procurado pelo ex-primeiro ministro do Egito Sherif Ismail, que atualmente é conselheiro do presidente Sisi.
O egípcio convidou o brasileiro a fazer uma visita a seu país, de preferência com uma missão empresarial robusta, para ampliar o acordo comercial e intensificar a parceria entre os dois países. Seria explorada, por exemplo, uma cooperação na área de defesa.
Do ponto de vista político, a reação do Egito é um revés significativo porque o país adota uma linha moderada no conflito israelo-palestino e, historicamente, atua no sentido de tentar apaziguar os conflitos. Entre seus pares no mundo árabe, o Egito é um dos que têm boa relação com Israel. Os dois países têm, inclusive, uma cooperação na área de defesa.
Desafio
O Egito e os países árabes apoiam a Palestina em seu conflito com Israel. Há receio dos exportadores que, com um alinhamento do novo governo do Brasil a Israel, os árabes procurem outros fornecedores de produtos que hoje compram aqui, como carnes e açúcar.
Declaração de Bolsonaro faz Egito cancelar viagem de comitiva brasileira
Militar pretende reconhecer Jerusalém como capital de Israel, o que desagradou comunidade árabe
https://www1.folha.uol.com.br/mundo/201 ... eira.shtml
Segundo relatos de diplomatas, a Liga dos Países Árabes enviou inclusive uma nota à embaixada brasileira no Cairo condenando as declarações do presidente eleito. Para a visita de Aloysio, um grupo de empresários brasileiros já tinha chegado ao Egito.
Juntos, os países árabes são o segundo maior comprador de proteína animal brasileira. Em 2017, as exportações somaram US$ 13,5 bilhões e o superávit para o Brasil foi de US$ 7,17 bilhões.
A declaração de Bolsonaro irritou o governo federal. A avaliação de assessores presidenciais é de que a mudança da embaixada pode prejudicar a economia brasileira e acaba envolvendo o país em uma disputa regional.
Para o presidente da Câmara de Comércio Árabe Brasileira, Rubens Hannun, a mudança da embaixada pode abrir as portas para países concorrentes do Brasil no setor de proteína animal, como Turquia, Austrália e Argentina. Para Hannun, a questão da embaixada é algo forte e sensível.
Egito se nega a receber chanceler do Brasil por declaração de Bolsonaro
Cairo cancela visita de Aloysio Nunes Ferreira; presidente eleito anunciou transferência da embaixada em Israel para Jerusalém
https://veja.abril.com.br/mundo/egito-s ... bolsonaro/
Aloysio Nunes Ferreira recebeu a notícia hoje em Xangai, na China, onde visita a feira de comércio exterior China International Import Expo (CIIE). Sua chegada ao Egito estava prevista para a próxima quinta-feira (8), quando se encontraria com o presidente do país, Abdel Fattah Sisi, e com o ministro das Relações Exteriores, Sameh Shoukry. Seu retorno ao Brasil se daria apenas no dia 11.
Cerca de vinte empresários brasileiros já o esperavam na capital egípcia. Na delegação brasileira estavam também representantes do Ministério da Defesa, que está particularmente interessado nas exportações de armas e munições para o Egito, e da Agência de Promoção de Exportações (Apex).
O próprio governo egípcio havia tomado a iniciativa de convidar Nunes Ferreira para visitar o país levando consigo uma expressiva comitiva empresarial. O Egito é um dos principais parceiros comerciais do Brasil no Oriente Médio. Entre janeiro e setembro deste ano, o país exportou 1,5 bilhão de dólares para o Egito e importou desse país 157 milhões de dólares, o que rendeu um saldo comercial de 1,33 bilhão de dólares.
A assessoria de imprensa do Itamaraty afirmou que o Egito se comprometeu a reagendar a visita. Não foi mencionado se será ainda no governo de Michel Temer ou no de seu sucessor.