NOTÍCIAS POLÍTICAS
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- tgcastilho
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Re: NOTÍCIAS POLÍTICAS
Mitou!!!! #elesimBolsomito 2k18. O jogo em que o candidato do PSL mata opositores e minorias ao soco
Bolsomito 2k18 é o jogo desenvolvido pela start-up BS Studios que está a causar sucesso (líder de vendas na plataforma Steam) e polémica. Está a ser investigado pela Procuradoria-Geral Eleitoral do Brasil e é acusado de “ostentar conteúdo indiscutivelmente agressivo, inadequado, preconceituoso, podendo até configurar incitação ao crime”.
O jogo apresenta-se como sendo “inspirado no clima político brasileiro atual” e tem como protagonista “um bom cidadão” disposto a reverter a situação de crescente corrupção e inversão de valores (tradicionais) na sua sociedade. Este bom cidadão (que em tudo se parece com o candidato do PSL) tem como principal objetivo “livrar-se dos líderes do Exército Vermelho, que são responsáveis por alienar e doutrinar uma grande parte da nação”. Para chegar a estes vilões do sistema terá de enfrentar muitos grupos diferentes (mulheres feministas, homossexuais, negros e estudantes de esquerda), que são descritos como “fantoches controlados pelo Exército Vermelho”.
Bolsomito 2k18 conta, então, com figuras bem conhecidas: existem vilões como Fernando Haddad, Dilma Rousseff, Jean Wyllyse, Maria do Rosário e personagens que vão guiar e aconselhar a personagem principal como o professor Oráculo de Carvalho (ou seja, o filósofo de direita Olávo de Carvalho), Palmito Gentil (o apresentador do programa The Noite, Danilo Gentili) e Alexandre Frete (sim, esse mesmo…Alexandre Frota da TVI, que no domingo foi eleito deputado federal de São Paulo pelo PSL).Para além de personalidades, o jogo faz também referência ao movimento pró Bolsonaro – Terça Livre – e menciona o Partido dos Trabalhadores através de burros com vestes vermelhas com as iniciais deste.
O jogo está disponível apenas para PC e teve um enorme sucesso logo após o seu lançamento, estando até na lista dos mais populares na plataforma online Steam (mesmo com um custo aproximado de 10 reais). Bolsomito 2k18 tem, ainda, 86% de avaliações positivas (num total de 153 análises) na Steam e apresenta comentários como “Jogo hardcore old school + Justiça Social” ou “Jogo em que um herói luta contra bandidos que querem instalar uma ditadura comunista. Não tem nada de homofobia, incitação de ódio contra gays ou negros, o único problema é que o herói no caso, é Bolsonaro, e isso irrita muito os esquerdinhas brasileiros.”
Claro que existem, também, opiniões negativas sobre o assunto: “Não comprem este jogo! Estão a apoiar a raiva e o racismo de um dos políticos mais odiosos e de extrema-direita do mundo”. Estas culminaram numa ação contra o mesmo, que já foi encaminha para o Ministério Público Eleitoral nesta quinta-feira pelo ministro do Tribunal Superior Eleitoral Sérgio Banhos e a instituição deverá mesmo investigar este caso.
Para fechar toda esta polémica, a equipa de Bolsonaro afirmou publicamente que o jogo “utiliza a imagem e nome do candidato para vender um jogo em que há a difusão de ódio e incitação à violência, o que é totalmente contrário ao que este prega”, dissociando-se deste.
"Socialist governments traditionally do make a financial mess. They [socialists] always run out of other people's money. It's quite a characteristic of them."
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Re: NOTÍCIAS POLÍTICAS
Mando vc por inferno, mais tenho a minha porta aberta pra vc, porque meu escritorio tá pegado aos dominios do rabudo.
Nada de novo nessa esquerda bastarda (fazedora de meia), faz bem o Bolsonaro em dizer que ele deveria de ter sido fuzilado em 64, lastima que no Brasil, até os militares são light.
Nada de novo nessa esquerda bastarda (fazedora de meia), faz bem o Bolsonaro em dizer que ele deveria de ter sido fuzilado em 64, lastima que no Brasil, até os militares são light.
- Viktor Reznov
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Re: NOTÍCIAS POLÍTICAS
Alguém tem que falar pra essa senhora se decidir, não dá pra ficar anos e anos politicando ideias esquerdistas pra depois mandar o maior partido de esquerda do Brasil pra ponte que caiu.
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- Viktor Reznov
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Re: NOTÍCIAS POLÍTICAS
É um legítimo chute no saco receber um apoio desses, esses imbecis da KKK quase jogaram um torpedo na campanha do Donald Trump e agora fazem o mesmo com Bolsonaro nesse tesão deles por terem um candidato supremacista branco, ele vai perder votos por causa disso.P44 escreveu: ↑Qua Out 17, 2018 9:17 am #ORGULHO
Los polémicos elogios a Jair Bolsonaro del ex líder del Ku Klux Klan, David Duke
Ricardo Senra
BBC News Brasil
2 horas
David Duke defiende la supremacía blanca y niega el Holocausto.
David Duke es el rostro más conocido del grupo racista más famoso de Estados Unidos: el Ku Klux Klan (KKK). Y la semana pasada durante un programa de radio hizo un inusual comentario sobre política brasileña:
"Él suena como nosotros y también es un candidato muy fuerte", afirmó en relación con Jair Bolsonaro, el ultraderechista que ganó la primera vuelta de las elecciones presidenciales en Brasil.
"Él es completamente un descendiente de europeos, tiene la apariencia de cualquier hombre blanco en Estados Unidos, Portugal, España, Alemania o Francia; y está hablando sobre el desastre demográfico que hay en Brasil y la gran criminalidad que existe allá, en los barrios negros de Río de Janeiro", señaló Duke.
El KKK comenzó a actuar en Estados Unidos en 1865. Sus miembros con frecuencia usaban capuchas para proteger su identidad y hacer que sus acciones resultaran aún más atemorizantes para sus víctimas.
El grupo, que defiende la supremacía de los blancos sobre los negros y judíos, fue responsable de muchas de las torturas y linchamientos que ocurrieron con los negros en ese país.
https://www.bbc.com/mundo/noticias-amer ... a-45885876
Bolsonaro e KKK, a MESMA KAMPF!!!!
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Re: NOTÍCIAS POLÍTICAS
Meu pai, que retardado. Então quer dizer que as armas foram liberadas nos EUA nos anos 80?Rurst escreveu: ↑Qua Out 17, 2018 9:33 pm Especialista contesta alegações de Haddad sobre armas
Brasil 16.10.18 14:57
Fernando Haddad disse na Jovem Pan que “nenhum especialista recomenda” colocar armas nas mãos da população. “E onde você fez isso, piorou a situação.”
O Antagonista falou com o especialista Bene Barbosa, crítico do Estatuto do Desarmamento, que chamou de mentiras ambas as alegações.
Sobre a primeira, afirmou:
“Ele só leva em conta os especialistas ideológicos nos quais apoia as suas teses. Há uma série de juristas, especialistas em segurança, promotores e desembargadores que entendem, sim, que a população deve ter acesso – dentro de regras claras e objetivas, obviamente – a armas de fogo.”
Sobre a segunda alegação de Haddad, Bene Barbosa disse:
“Isso não se sustenta. Os Estados Unidos, por exemplo, tinham na década de 1980 uma taxa de homicídios parecida com a brasileira, em torno de 11 por 100 mil habitantes. Liberou o porte de armas na maioria de seus estados – lá, as legislações são estaduais neste sentido – e apresentou uma diminuição vertiginosa dos homicídios, chegando agora a uma taxa de aproximadamente 5 por 100 mil habitantes.
Enquanto isso, o Brasil, que adotou uma postura exatamente contrária – ou seja: a restrição às armas, e o desarmamento –, apresentou um crescimento gigantesco no número de homicídios, chegando a mais de 30 por 100 mil habitantes.
O Canadá também, na década de 1990, enveredou pelas restrições, criou o registro de armas longas, e em 2015 abandonou esses registros porque os canadenses perceberam que eles não trouxeram nenhum benefício para a segurança pública. Então hoje no Canadá, que é um dos países mais armados do mundo – pouca gente sabe disso –, para ter um fuzil ou qualquer arma longa, como uma espingarda calibre 12, você nem sequer precisa registrar essa arma de fogo. Nem por isso eles tiveram um aumento na criminalidade e na violência. E por aí vai.
Há vários outros exemplos, mesmo na América do Sul. O Uruguai, que é o país mais armado da América Latina e décimo do mundo, tem a segunda menor taxa de homicídios do América do Sul. O próprio Paraguai, onde já é mais do que notória a facilidade de se adquirir armas de fogo e portar essas armas, tem a terceira menor taxa de homicídios da América do Sul, uma taxa que vem caindo nos últimos 5 anos.”
É próprio de petista ver um consenso (inexistente) a favor de suas próprias narrativas.
Que idiota.
Esqueceu de falar de Honduras também. Onde cada cidadão tem o direito de possuir até 5 armas.
- Viktor Reznov
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Re: NOTÍCIAS POLÍTICAS
Liberou o porte.
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Re: NOTÍCIAS POLÍTICAS
Xiiiiiiiii, agora ferrô, a Foice de San Pablo pegou o Bolsonaro no CAIXA 2:
“Look at these people. Wandering around with absolutely no idea what's about to happen.”
P. Sullivan (Margin Call, 2011)
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Re: NOTÍCIAS POLÍTICAS
Não sei se o velho petista @Túlio percebeu, mas podemos estar vendo o cartão de visitas de um golpe militar, revoltas civil e dentro das forças armadas.
Vai dar ruim, amigos. Só digo isso. Não sei como, mas indicações de que vai.
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Re: NOTÍCIAS POLÍTICAS
Caro cupincha COMUNAZZZ, creias: se o pessoal do "górpi" (tipo CCC que hoje, mais sofisticados, chamaríamos C3) te pegar eu largo a aposentadoria e volto à ativa só para impedir que os bandid...errrr...."vítimas sociais" que serão teus cumpanhêros de cárcere te façam mal, tri? Escusado dizer que não vou deixar os malvados FAXIXTAX te torturarem ou mesmo te encher de chumbo...
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Re: NOTÍCIAS POLÍTICAS
Essa é a cartada, o Dirceu já deu a dica: "tomar o poder é diferente de ganhar eleições", vamos ver aonde chega.
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Re: NOTÍCIAS POLÍTICAS
Essa vida, sempre irônica...tgcastilho escreveu: ↑Qui Out 18, 2018 9:31 amMitou!!!! #elesimBolsomito 2k18. O jogo em que o candidato do PSL mata opositores e minorias ao soco
Bolsomito 2k18 é o jogo desenvolvido pela start-up BS Studios que está a causar sucesso (líder de vendas na plataforma Steam) e polémica. Está a ser investigado pela Procuradoria-Geral Eleitoral do Brasil e é acusado de “ostentar conteúdo indiscutivelmente agressivo, inadequado, preconceituoso, podendo até configurar incitação ao crime”.
O jogo apresenta-se como sendo “inspirado no clima político brasileiro atual” e tem como protagonista “um bom cidadão” disposto a reverter a situação de crescente corrupção e inversão de valores (tradicionais) na sua sociedade. Este bom cidadão (que em tudo se parece com o candidato do PSL) tem como principal objetivo “livrar-se dos líderes do Exército Vermelho, que são responsáveis por alienar e doutrinar uma grande parte da nação”. Para chegar a estes vilões do sistema terá de enfrentar muitos grupos diferentes (mulheres feministas, homossexuais, negros e estudantes de esquerda), que são descritos como “fantoches controlados pelo Exército Vermelho”.
Bolsomito 2k18 conta, então, com figuras bem conhecidas: existem vilões como Fernando Haddad, Dilma Rousseff, Jean Wyllyse, Maria do Rosário e personagens que vão guiar e aconselhar a personagem principal como o professor Oráculo de Carvalho (ou seja, o filósofo de direita Olávo de Carvalho), Palmito Gentil (o apresentador do programa The Noite, Danilo Gentili) e Alexandre Frete (sim, esse mesmo…Alexandre Frota da TVI, que no domingo foi eleito deputado federal de São Paulo pelo PSL).Para além de personalidades, o jogo faz também referência ao movimento pró Bolsonaro – Terça Livre – e menciona o Partido dos Trabalhadores através de burros com vestes vermelhas com as iniciais deste.
O jogo está disponível apenas para PC e teve um enorme sucesso logo após o seu lançamento, estando até na lista dos mais populares na plataforma online Steam (mesmo com um custo aproximado de 10 reais). Bolsomito 2k18 tem, ainda, 86% de avaliações positivas (num total de 153 análises) na Steam e apresenta comentários como “Jogo hardcore old school + Justiça Social” ou “Jogo em que um herói luta contra bandidos que querem instalar uma ditadura comunista. Não tem nada de homofobia, incitação de ódio contra gays ou negros, o único problema é que o herói no caso, é Bolsonaro, e isso irrita muito os esquerdinhas brasileiros.”
Claro que existem, também, opiniões negativas sobre o assunto: “Não comprem este jogo! Estão a apoiar a raiva e o racismo de um dos políticos mais odiosos e de extrema-direita do mundo”. Estas culminaram numa ação contra o mesmo, que já foi encaminha para o Ministério Público Eleitoral nesta quinta-feira pelo ministro do Tribunal Superior Eleitoral Sérgio Banhos e a instituição deverá mesmo investigar este caso.
Para fechar toda esta polémica, a equipa de Bolsonaro afirmou publicamente que o jogo “utiliza a imagem e nome do candidato para vender um jogo em que há a difusão de ódio e incitação à violência, o que é totalmente contrário ao que este prega”, dissociando-se deste.
"Quando um rico rouba, vira ministro" (Lula, 1988)
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Re: NOTÍCIAS POLÍTICAS
Ele ganha. Ele governa?
Carlos Alberto Sardenberg - O GLOBO, 18.10.18.
Ok, tem uma onda conservadora que carrega Bolsonaro, mas as pessoas que ali se juntam são bem diferentes e chegaram lá por motivos diferentes.
Há eleitores que estão assustados com a falta de segurança. E não gostam das lideranças e movimentos que criticam a ação da polícia quando esta se mete em confrontos e mata bandidos. Acham que é preciso mais, e não menos polícia. Mas não são justiceiros. São pessoas que têm medo de sair de casa, ficam preocupadas com os parentes que demoram a voltar. Assim, compram o discurso de que a polícia precisa endurecer, mesmo que Bolsonaro não diga como será a política de segurança. Também aprovam a redução da maioridade penal e uma maior liberação da posse de armas.
Mas, atenção, não são pessoas que estão prontas para comprar armas e sair matando bandido. Lembram-se do referendo do desarmamento? Uma imensa maioria manifestou-se contra a proibição da venda de armas. E não houve aumento na venda de armas.
Há uma classe média que está farta do peso do Estado e do governo em suas vidas. Gente que não consegue abrir um negócio legalmente sem pagar propinas ou mesmo sem pagar taxas abusivas antes de começar a trabalhar. Gente que paga imposto demais e ainda percebe que precisa colocar seus filhos em escola particular e comprar plano de saúde.
Há também na onda Bolsonaro os eleitores liberais no sentido amplo da palavra: liberais na política, na economia e nos costumes. Na economia, pedem um Estado menor e mais espaço para a iniciativa privada. Na política, apoiam as posições e grupos independentes de partidos. Nos costumes, não é que sejam contra a “agenda progressista” (raça, gênero etc.), mas acham que o Estado não tem que se meter nisso e deixar que cada um resolva como quiser o seu modo de vida. Ou seja, são contra a imposição daquela agenda, ou por lei (cotas, por exemplo, que consideram injustas) ou por pressão das elites e formadores de opinião. Mas, frequentemente, são favoráveis a agendas como a liberação da maconha.
Mas há também eleitores que simplesmente estão cansados da agenda progressista.
Acham que não tem nada a ver com o dia a dia. Querem saber de emprego e bons serviços públicos.
Há ainda uma maioria difusamente conservadora, pela família, religião, Brasil. E que se assusta com a “libertinagem” da sociedade moderna e do que considera coisa das elites que não trabalham.
E, claro, os antipetistas, antipolíticos, anticorrupção - vertente na qual cabem todas as anteriores. Aqui encontram-se eleitores que dizem: não precisa de reforma da Previdência, nem aumentar impostos, nem cortar gastos, nada; basta eliminar a roubalheira e os privilégios dos políticos.
Tudo considerado, essa grande maioria não é formada por fascistas, homofóbicos, autoritários ou violentos. Há os radicais, perigosos, certamente, mas no geral são pessoas de bem, que pouco a pouco foram ficando fartas de um país que não deslancha, que não cria bons empregos. Estão cansadas de viver em cidades em que passar perto de um tiroteio, ter o carro roubado ou ser assaltado na rua é tão normal que nem vale a pena chamar a polícia. Deve-se incluir aí uma a classe média mais rica, assustada com a escassez de oportunidades para seus filhos.
Como esse povo todo foi parar em Bolsonaro? Por pura falta de opção.
Mais ainda: as pessoas, cada uma de seu lado, reconhecem as carências de seu candidato. “Sim, ele é fraco, mas se a gente aguentou tanto tempo o PT ...”, já me disseram.
Outras ainda têm certeza de que sua agressividade é da boca para fora, que não haverá ameaça à democracia e à liberdade das pessoas.
Resulta daí um enorme problema. Com essa massa, Bolsonaro ganha a eleição, mas terá dificuldades para governar. Ele certamente está sendo eleito para fazer e para não fazer a reforma da Previdência. Para privatizar e para estatizar - só para citar dois pontos cruciais. Ou seja, o governo vai incluir e excluir eleitores. E ainda não se sabe como.
Carlos Alberto Sardenberg - O GLOBO, 18.10.18.
Ok, tem uma onda conservadora que carrega Bolsonaro, mas as pessoas que ali se juntam são bem diferentes e chegaram lá por motivos diferentes.
Há eleitores que estão assustados com a falta de segurança. E não gostam das lideranças e movimentos que criticam a ação da polícia quando esta se mete em confrontos e mata bandidos. Acham que é preciso mais, e não menos polícia. Mas não são justiceiros. São pessoas que têm medo de sair de casa, ficam preocupadas com os parentes que demoram a voltar. Assim, compram o discurso de que a polícia precisa endurecer, mesmo que Bolsonaro não diga como será a política de segurança. Também aprovam a redução da maioridade penal e uma maior liberação da posse de armas.
Mas, atenção, não são pessoas que estão prontas para comprar armas e sair matando bandido. Lembram-se do referendo do desarmamento? Uma imensa maioria manifestou-se contra a proibição da venda de armas. E não houve aumento na venda de armas.
Há uma classe média que está farta do peso do Estado e do governo em suas vidas. Gente que não consegue abrir um negócio legalmente sem pagar propinas ou mesmo sem pagar taxas abusivas antes de começar a trabalhar. Gente que paga imposto demais e ainda percebe que precisa colocar seus filhos em escola particular e comprar plano de saúde.
Há também na onda Bolsonaro os eleitores liberais no sentido amplo da palavra: liberais na política, na economia e nos costumes. Na economia, pedem um Estado menor e mais espaço para a iniciativa privada. Na política, apoiam as posições e grupos independentes de partidos. Nos costumes, não é que sejam contra a “agenda progressista” (raça, gênero etc.), mas acham que o Estado não tem que se meter nisso e deixar que cada um resolva como quiser o seu modo de vida. Ou seja, são contra a imposição daquela agenda, ou por lei (cotas, por exemplo, que consideram injustas) ou por pressão das elites e formadores de opinião. Mas, frequentemente, são favoráveis a agendas como a liberação da maconha.
Mas há também eleitores que simplesmente estão cansados da agenda progressista.
Acham que não tem nada a ver com o dia a dia. Querem saber de emprego e bons serviços públicos.
Há ainda uma maioria difusamente conservadora, pela família, religião, Brasil. E que se assusta com a “libertinagem” da sociedade moderna e do que considera coisa das elites que não trabalham.
E, claro, os antipetistas, antipolíticos, anticorrupção - vertente na qual cabem todas as anteriores. Aqui encontram-se eleitores que dizem: não precisa de reforma da Previdência, nem aumentar impostos, nem cortar gastos, nada; basta eliminar a roubalheira e os privilégios dos políticos.
Tudo considerado, essa grande maioria não é formada por fascistas, homofóbicos, autoritários ou violentos. Há os radicais, perigosos, certamente, mas no geral são pessoas de bem, que pouco a pouco foram ficando fartas de um país que não deslancha, que não cria bons empregos. Estão cansadas de viver em cidades em que passar perto de um tiroteio, ter o carro roubado ou ser assaltado na rua é tão normal que nem vale a pena chamar a polícia. Deve-se incluir aí uma a classe média mais rica, assustada com a escassez de oportunidades para seus filhos.
Como esse povo todo foi parar em Bolsonaro? Por pura falta de opção.
Mais ainda: as pessoas, cada uma de seu lado, reconhecem as carências de seu candidato. “Sim, ele é fraco, mas se a gente aguentou tanto tempo o PT ...”, já me disseram.
Outras ainda têm certeza de que sua agressividade é da boca para fora, que não haverá ameaça à democracia e à liberdade das pessoas.
Resulta daí um enorme problema. Com essa massa, Bolsonaro ganha a eleição, mas terá dificuldades para governar. Ele certamente está sendo eleito para fazer e para não fazer a reforma da Previdência. Para privatizar e para estatizar - só para citar dois pontos cruciais. Ou seja, o governo vai incluir e excluir eleitores. E ainda não se sabe como.