FCarvalho escreveu: ↑Qui Out 11, 2018 12:02 pm
Até onde sei, a artilharia de costa do EB foi extinta junto com os grupos que lhes eram afim.
Não entendo, e dificilmente vou conseguir entender, quais as razões que fizeram com que um país como o nosso com quase 8 mil kms de litoral – pouco mais de nove mil se considerados os entrecortes geográficos do Oiapoque ao Chuí – abre mão de um tipo de sistema de defesa como este, dos quais outros países com as mesmas necessidades e características não pensam sequer em tal hipótese, pelo contrário, até reforçam e incentivam novas soluções sobre o tema permanentemente.
Neste aspecto, lendo uma matéria sobre a Ridex 2018 e uma foto do Astros do CFN, me veio a mente uma possibilidade.
A marinha possui ao menos 6 bases ao longo do litoral com a presença de grupamentos do CFN, e que podem eventualmente se tornar 8 se a cita base naval de São Luis um dia vir a se tornar real, assim como se a MB dispor de um novo grupamento do CFN em Florianópolis.
Considerando que a Avibrás esteja trabalhando, e com razão, com a possibilidade de desenvolver novas versões do AV-MT, inclusive anti-navio, fico pensando se a própria MB teria interesse, e vontade, em formar seus próprios grupos de artilharia de consta, na função essencial anti-navio. Isso não só permitiria um adendo importante a capacidade de defesa de costa como de cobertura da própria esquadra na ZEE, principalmente.
Se cada grupo puder ser organizado com ao menos uma bateria do Astros, equipado com uma versão anti-navio do AV-MT, poderíamos cobrir praticamente todo o litoral com estas 6 ou 8 baterias. Claro, a depender também do nível dos sistemas de C4ISR a serem utilizados. Acredito que a integração destas baterias ao SIGAAZ seria não só factível com exigência normal da MB.
Uma bateria do Astros, pelo que li, pode ser formada por 3 até 8 unidades de lançamento, dependendo do gosto e necessidade dos clientes. Para se obter uma cobertura realmente efetiva, entendo que esta suposta bateria anti-navio deva possuir pelo menos 6 unidades, sendo 8 o ideal, a fim de se aproveitar o máximo das capacidades do sistema. Assim teríamos uma demanda, em tese, para 36 a 48 lançadores. Um número com certeza mais que superlativo para a nossa pueril realidade. Mas alcançável.
Não conheço detalhadamente as características do AV-MT mas sei que apenas 2 podem ser lançados por cada veículo. No caso de uma versão anti-navio, há de se supor que ela seja algo menor que o míssil de cruzeiro, estando mais para um Exocet BR. Isso talvez possibilitasse o lançamento de até 4 unidades por veículo. É uma suposição, levando em conta, comparativamente, as dimensões do SS-80 o maior foguete lançado pelo Astros.
Se adotarmos não uma, mas várias versões com alcances diferentes deste suposto míssil anti-navio, acredito que isso ampliaria nas perspectivas de uso e também de comercialização do produto. Um míssil com capacidade para atuar dentro da ZEE e até os limites da extensão da nossa plataforma continental seria uma solução a ser perseguida. O que nos oferece a chance de obter um produto com alcances de até 350milhas da costa, via de regra geral.
Posso intuir, também, que uma versão AAe do próprio Astros seria vista como algo natural e complementar a estas baterias anti-navio, operando dentro da mesma organização e fazendo ao mesmo tempo a defesa AAe do grupo e da área naval e litorânea de atuação da bateria.
Opiniões.
Abs.