Brasil. Incêndio destruiu Museu Nacional do Rio de Janeiro
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Brasil. Incêndio destruiu Museu Nacional do Rio de Janeiro
Brasil. Incêndio destruiu Museu Nacional do Rio de Janeiro
3 set 2018 07:19
MadreMedia / Lusa
Atualidade
Brasil Rio de Janeiro Museu Nacional
Um incêndio de grandes proporções que deflagrou no domingo destruiu o Museu Nacional no Rio de Janeiro, Brasil, que corre agora o risco de desabamento. As razões do incêndio são ainda desconhecidas.
“O arquivo histórico do museu, de 200 anos de história do país, foi totalmente destruído”, disse o vice-diretor do museu, Luiz Fernando Dias Duarte, pouco depois de os bombeiros terem lançado um alerta para o risco de desabamento do Museu Nacional, em consequência do incêndio que não causou vítimas, avançou a GloboNews.
O Presidente do Brasil, Michel Temer, já reagiu, em comunicado: “Incalculável para o Brasil a perda do acervo do Museu Nacional. Hoje é um dia trágico para a museologia do nosso país. Foram perdidos duzentos anos de trabalho, pesquisa e conhecimento. O valor para a nossa história não se pode mensurar, pelos danos ao prédio que abrigou a família real durante o Império. É um dia triste para todos brasileiros”.
Antes, o Ministério da Educação já havia lamentado as consequências do incêndio no Museu Nacional “criado por D. João VI e que completa 200 anos este ano”.
O mesmo ministério sublinhou que serão feitos todos os esforços para auxiliar a Universidade Federal do Rio de Janeiro, que geria o museu, no que for necessário para a recuperação do património histórico.
A reitoria da universidade indicou que o incêndio começou por volta das 19:30 (23:30 em Lisboa) e que não há registo de vítimas. As razões do incêndio são ainda desconhecidas, segundo a agência France-Presse.
O Ministro da Cultura, Sérgio Sá Leitão, afirmou que um contrato de revitalização do Museu Nacional foi assinado em junho, mas não houve tempo para que o projeto pudesse acontecer e para que a “tragédia” fosse evitada.
Segundo o governante, citado pela GloboNews, houve “negligência” em períodos anteriores.
Já a presidente do Instituto do Património Histórico e Artístico Nacional, Kátia Bogéa, falou numa “tragédia anunciada”.
O Museu Nacional é a mais antiga instituição científica do Brasil voltada para a pesquisa e memória da produção do conhecimento, hoje vinculada à Universidade Federal do Rio de Janeiro, pode ler-se no site dedicado ao museu.
A sua história remonta aos tempos da fundação do Museu Real por D. João VI, em 1818, cujo principal objetivo era propagar o conhecimento e o estudo das ciências naturais em terras brasileiras. Hoje, é reconhecido como um centro de pesquisa em história natural e antropológica na América Latina.
O museu detinha um acervo composto por mais de 20 milhões de itens distribuídos por coleções que servem de base para a pesquisa desenvolvida pelos Departamentos de Antropologia, Botânica, Entomologia, Geologia e Paleontologia, Vertebrados e Invertebrados.
Do acervo do museu fazia parte uma coleção egípcia e outra de arte e artefatos greco-romanos, bem como coleções de Paleontologia, incluindo um esqueleto de um dinossauro encontrado em Minas Gerais e o mais antigo fóssil humano descoberto no atual território brasileiro, batizado "Luzia".
Grande parte das coleções do Museu Nacional foi reunida durante a Regência e o Império, entre elas as oriundas do “Museu do Imperador”, localizado numa das salas do Paço da Boa Vista. D. Pedro II, tal qual a Imperatriz Leopoldina, sua mãe, nutria grande interesse pelo colecionismo e pelo estudo das ciências naturais.
https://24.sapo.pt/atualidade/artigos/b ... de-janeiro
3 set 2018 07:19
MadreMedia / Lusa
Atualidade
Brasil Rio de Janeiro Museu Nacional
Um incêndio de grandes proporções que deflagrou no domingo destruiu o Museu Nacional no Rio de Janeiro, Brasil, que corre agora o risco de desabamento. As razões do incêndio são ainda desconhecidas.
“O arquivo histórico do museu, de 200 anos de história do país, foi totalmente destruído”, disse o vice-diretor do museu, Luiz Fernando Dias Duarte, pouco depois de os bombeiros terem lançado um alerta para o risco de desabamento do Museu Nacional, em consequência do incêndio que não causou vítimas, avançou a GloboNews.
O Presidente do Brasil, Michel Temer, já reagiu, em comunicado: “Incalculável para o Brasil a perda do acervo do Museu Nacional. Hoje é um dia trágico para a museologia do nosso país. Foram perdidos duzentos anos de trabalho, pesquisa e conhecimento. O valor para a nossa história não se pode mensurar, pelos danos ao prédio que abrigou a família real durante o Império. É um dia triste para todos brasileiros”.
Antes, o Ministério da Educação já havia lamentado as consequências do incêndio no Museu Nacional “criado por D. João VI e que completa 200 anos este ano”.
O mesmo ministério sublinhou que serão feitos todos os esforços para auxiliar a Universidade Federal do Rio de Janeiro, que geria o museu, no que for necessário para a recuperação do património histórico.
A reitoria da universidade indicou que o incêndio começou por volta das 19:30 (23:30 em Lisboa) e que não há registo de vítimas. As razões do incêndio são ainda desconhecidas, segundo a agência France-Presse.
O Ministro da Cultura, Sérgio Sá Leitão, afirmou que um contrato de revitalização do Museu Nacional foi assinado em junho, mas não houve tempo para que o projeto pudesse acontecer e para que a “tragédia” fosse evitada.
Segundo o governante, citado pela GloboNews, houve “negligência” em períodos anteriores.
Já a presidente do Instituto do Património Histórico e Artístico Nacional, Kátia Bogéa, falou numa “tragédia anunciada”.
O Museu Nacional é a mais antiga instituição científica do Brasil voltada para a pesquisa e memória da produção do conhecimento, hoje vinculada à Universidade Federal do Rio de Janeiro, pode ler-se no site dedicado ao museu.
A sua história remonta aos tempos da fundação do Museu Real por D. João VI, em 1818, cujo principal objetivo era propagar o conhecimento e o estudo das ciências naturais em terras brasileiras. Hoje, é reconhecido como um centro de pesquisa em história natural e antropológica na América Latina.
O museu detinha um acervo composto por mais de 20 milhões de itens distribuídos por coleções que servem de base para a pesquisa desenvolvida pelos Departamentos de Antropologia, Botânica, Entomologia, Geologia e Paleontologia, Vertebrados e Invertebrados.
Do acervo do museu fazia parte uma coleção egípcia e outra de arte e artefatos greco-romanos, bem como coleções de Paleontologia, incluindo um esqueleto de um dinossauro encontrado em Minas Gerais e o mais antigo fóssil humano descoberto no atual território brasileiro, batizado "Luzia".
Grande parte das coleções do Museu Nacional foi reunida durante a Regência e o Império, entre elas as oriundas do “Museu do Imperador”, localizado numa das salas do Paço da Boa Vista. D. Pedro II, tal qual a Imperatriz Leopoldina, sua mãe, nutria grande interesse pelo colecionismo e pelo estudo das ciências naturais.
https://24.sapo.pt/atualidade/artigos/b ... de-janeiro
Triste sina ter nascido português
- zela
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Re: Brasil. Incêndio destruiu Museu Nacional do Rio de Janeiro
Tragédia anunciada. Agora resta saber o que restou do acervo.
- Clermont
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Re: Brasil. Incêndio destruiu Museu Nacional do Rio de Janeiro
Há cinismo sobre as cinzas do Museu Nacional.
Blog do Josias, UOL - 3.09.18.
O retrato de uma sociedade é o resultado da análise de tudo o que sobra para ser desenterrado muitos anos depois. No futuro, quando a arqueologia fizer suas escavações à procura de sinais que ajudem a entender a decadência do Brasil, encontrará em meio aos escombros deste domingo, dia 2 de setembro de 2018, evidências de que o cinismo é o máximo de sofisticação filosófica que a civilização foi capaz de alcançar nesta terra de palmeiras. Só o cinismo aproximará o Brasil da verdade.
Numa velocidade de truque cinematográfico, as chamas consumiram a história armazenada durante 200 anos no Museu Nacional, na Quinta da Boa Vista, no Rio. Os arqueólogos encontrarão uma camada de oportunismo político sobre as cinzas. Eles se espantarão com os resíduos de uma nota oficial de Michel Temer.
Lerão no documento: ''Incalculável para o Brasil a perda do acervo do Museu Nacional. Hoje é um dia trágico para a museologia de nosso país. Foram perdidos duzentos anos de trabalho, pesquisa e conhecimento. O valor para nossa história não se pode mensurar, pelos danos ao prédio que abrigou a família real durante o Império. É um dia triste para todos brasileiros''.
Os pesquisadores descobrirão que o mesmo Temer dera de ombros para a tentativa do diretor do Museu Nacional, Alexander Kellner, de ser recebido no Planalto. Queria conversar sobre as ruínas da instituição e a necessidade de reformas. Pleiteava a ocupação de um terreno da União. Nele, instalaria a administração do museu, para que o prédio histórico pudesse ser restaurado. Mas Alexander não conseguiu passar “do cara do cafezinho”.
Os arqueólogos gargalharão quando derem de cara com uma manifestação da senadora Gleisi Hoffmann, presidente do PT: “O museu é mais uma vítima do golpe, da turma do austericídio.” Constatarão que o torniquete financeiro que asfixiou o museu foi agravado sob Dilma Rousseff, a quem Gleisi servira como ministra-chefe da poderosa Casa Civil da Presidência.
Desde o ocaso do primeiro mandato de Dilma que o Museu Nacional, subordinado à Universidade Federal dio Rio, não recebia nem mesmo a totalidade dos R$ 520 mil anuais que deveriam custear sua manutenção. A rubrica murchou para R$ 427 mil em 2014. Gleisi não chiou.
A cifra caiu para R$ 257 mil em 2015. Nem um pio de Gleisi. Em 2016, ano do impeachment, liberaram-se R$ 415 mil. Nada de Gleisi. No ano passado, R$ 346 mil. E Gleisi: “zzzzzzzzzzzz”. Até abril de 2018, foram repassados irrisórios R$ 54 mil. Súbito, o incêndio ateou em Gleisi uma indignação cenográfica.
A arqueologia concluirá que a decadência transformou o Brasil numa cleptocracia pós-ideológica. O problema não era de esquerda nem de direita. O problema era a meia dúzia que se revezava por cima, zelando para que as verbas do Tesouro Nacional, extraídas do bolso dos que estavam por baixo, continuassem saindo pelo ladrão.
Quando for estudada no futuro, a realidade brasileira parecerá ainda mais inacreditável. Além do cinismo, os estudiosos ficarão intrigados com o excesso de ironia. Descobrirão que, por uma trapaça do destino, a história guardada no Museu Nacional virou cinzas num instante em que o BNDES liberava R$ 21,7 milhões para reformar o prédio. O fogo chegou antes.
Coube aos bombeiros realizar a descoberta mais constrangedora: a inépcia e a corrupção cresceram tanto que fizeram desaparecer no Brasil até a água dos hidrantes. Uma declaração do ministro da Cultura de Temer revelará que, no dia 2 de setembro de 2018, desapareceu também o senso de ridículo das autoridades:
''Já falei com o presidente Michel Temer e com o ministro da Educação. Vamos começar a fazer o projeto de reconstrução do Museu Nacional, para ver quanto é e como viabilizar.'' Os arqueólogos atestarão que, do ponto de vista político, o homem público brasileiro era apenas um cadáver mal informado. Não sabia que havia morrido.
Blog do Josias, UOL - 3.09.18.
O retrato de uma sociedade é o resultado da análise de tudo o que sobra para ser desenterrado muitos anos depois. No futuro, quando a arqueologia fizer suas escavações à procura de sinais que ajudem a entender a decadência do Brasil, encontrará em meio aos escombros deste domingo, dia 2 de setembro de 2018, evidências de que o cinismo é o máximo de sofisticação filosófica que a civilização foi capaz de alcançar nesta terra de palmeiras. Só o cinismo aproximará o Brasil da verdade.
Numa velocidade de truque cinematográfico, as chamas consumiram a história armazenada durante 200 anos no Museu Nacional, na Quinta da Boa Vista, no Rio. Os arqueólogos encontrarão uma camada de oportunismo político sobre as cinzas. Eles se espantarão com os resíduos de uma nota oficial de Michel Temer.
Lerão no documento: ''Incalculável para o Brasil a perda do acervo do Museu Nacional. Hoje é um dia trágico para a museologia de nosso país. Foram perdidos duzentos anos de trabalho, pesquisa e conhecimento. O valor para nossa história não se pode mensurar, pelos danos ao prédio que abrigou a família real durante o Império. É um dia triste para todos brasileiros''.
Os pesquisadores descobrirão que o mesmo Temer dera de ombros para a tentativa do diretor do Museu Nacional, Alexander Kellner, de ser recebido no Planalto. Queria conversar sobre as ruínas da instituição e a necessidade de reformas. Pleiteava a ocupação de um terreno da União. Nele, instalaria a administração do museu, para que o prédio histórico pudesse ser restaurado. Mas Alexander não conseguiu passar “do cara do cafezinho”.
Os arqueólogos gargalharão quando derem de cara com uma manifestação da senadora Gleisi Hoffmann, presidente do PT: “O museu é mais uma vítima do golpe, da turma do austericídio.” Constatarão que o torniquete financeiro que asfixiou o museu foi agravado sob Dilma Rousseff, a quem Gleisi servira como ministra-chefe da poderosa Casa Civil da Presidência.
Desde o ocaso do primeiro mandato de Dilma que o Museu Nacional, subordinado à Universidade Federal dio Rio, não recebia nem mesmo a totalidade dos R$ 520 mil anuais que deveriam custear sua manutenção. A rubrica murchou para R$ 427 mil em 2014. Gleisi não chiou.
A cifra caiu para R$ 257 mil em 2015. Nem um pio de Gleisi. Em 2016, ano do impeachment, liberaram-se R$ 415 mil. Nada de Gleisi. No ano passado, R$ 346 mil. E Gleisi: “zzzzzzzzzzzz”. Até abril de 2018, foram repassados irrisórios R$ 54 mil. Súbito, o incêndio ateou em Gleisi uma indignação cenográfica.
A arqueologia concluirá que a decadência transformou o Brasil numa cleptocracia pós-ideológica. O problema não era de esquerda nem de direita. O problema era a meia dúzia que se revezava por cima, zelando para que as verbas do Tesouro Nacional, extraídas do bolso dos que estavam por baixo, continuassem saindo pelo ladrão.
Quando for estudada no futuro, a realidade brasileira parecerá ainda mais inacreditável. Além do cinismo, os estudiosos ficarão intrigados com o excesso de ironia. Descobrirão que, por uma trapaça do destino, a história guardada no Museu Nacional virou cinzas num instante em que o BNDES liberava R$ 21,7 milhões para reformar o prédio. O fogo chegou antes.
Coube aos bombeiros realizar a descoberta mais constrangedora: a inépcia e a corrupção cresceram tanto que fizeram desaparecer no Brasil até a água dos hidrantes. Uma declaração do ministro da Cultura de Temer revelará que, no dia 2 de setembro de 2018, desapareceu também o senso de ridículo das autoridades:
''Já falei com o presidente Michel Temer e com o ministro da Educação. Vamos começar a fazer o projeto de reconstrução do Museu Nacional, para ver quanto é e como viabilizar.'' Os arqueólogos atestarão que, do ponto de vista político, o homem público brasileiro era apenas um cadáver mal informado. Não sabia que havia morrido.
- Marcelo Ponciano
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Re: Brasil. Incêndio destruiu Museu Nacional do Rio de Janeiro
Foi um suicídio da história brasileira. No mês de setembro, quando nasceu nossa identidade nacional. É como se o passado se envergonhasse tanto do que nos tornamos que não queria se identificar conosco.
Suicidou-se o Brasil. E o que sobrou foi um feto mal formado, um aborto de futuro.
Curioso que uma das poucas peças que resisitiu foi o meteorito Bandego. Provavelmente um dos poucos que lá estava que não chegou aqui por intervenção humana, mas por vontade divina.
Para mim morreu a Nação chamada Brasil. Rebatizem o que sobrou com um nome qualquer.
Digo para vocês, sem exagero algum, que chorei ao ver a notícia.
Suicidou-se o Brasil. E o que sobrou foi um feto mal formado, um aborto de futuro.
Curioso que uma das poucas peças que resisitiu foi o meteorito Bandego. Provavelmente um dos poucos que lá estava que não chegou aqui por intervenção humana, mas por vontade divina.
Para mim morreu a Nação chamada Brasil. Rebatizem o que sobrou com um nome qualquer.
Digo para vocês, sem exagero algum, que chorei ao ver a notícia.
Tudo estaria perdido se o mesmo homem, ou o mesmo corpo dos principais, ou dos nobres, ou do povo exercesse os três poderes: o de fazer as leis, o de executar as resoluções públicas e o de julgar. (MONTESQUIEU. O Espírito das Leis. Livro XI, Cap. VI)
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Re: Brasil. Incêndio destruiu Museu Nacional do Rio de Janeiro
Não sabemos a causa ainda. Mas uma coisa é certa. Enquanto tinha dinheiro pra financiar um monte de retardado enfiando o dedo no cu do outro, faltava dinheiro pro museu. Maldita seja a esquerda.
Não é nada meu. Não é nada meu. Excelência eu não tenho nada, isso é tudo de amigos meus.
- J.Ricardo
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Re: Brasil. Incêndio destruiu Museu Nacional do Rio de Janeiro
Foi mais um grande exemplo de como essa república cuida de sua história e seu passado.
As prisões, se fossemos um país sério haveriam prisões, deveria começar pelo comandante do corpo de bombeiros que nunca conferiu nas vistorias que os hidrantes ali eram "fake", que esse prédio não tinha um sistema de combate a incêndio instalado e por isso não deveria nunca ter laudo de vistoria aprovado... como sempre o que imperado no RJ é a corrupção e o descaso!
As prisões, se fossemos um país sério haveriam prisões, deveria começar pelo comandante do corpo de bombeiros que nunca conferiu nas vistorias que os hidrantes ali eram "fake", que esse prédio não tinha um sistema de combate a incêndio instalado e por isso não deveria nunca ter laudo de vistoria aprovado... como sempre o que imperado no RJ é a corrupção e o descaso!
Não temais ímpias falanges,
Que apresentam face hostil,
Vossos peitos, vossos braços,
São muralhas do Brasil!
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- Marcelo Ponciano
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Re: Brasil. Incêndio destruiu Museu Nacional do Rio de Janeiro
Esse tipo de reducionismo explicativo é parte do responsável pelas coisas como estão. A culpa sempre é do Outro. Do Inimigo, nunca é NOSSA como sociedade.
Pois saiba que dentre os 20 milhões de itens perdidos estava uma carta do Diretor do Museu Nacional pedindo verbas e reclamando com o descaso do prédio...isso no século XIX (dezenove)!!!!!
O problema não é a esquerda do PT ou a direita do Temer...o problema é o brasileiro que aceita que nossos tributos sejam usados para socar auxílio moradia no rabo de gente que recebe 20, 30 mil por mês. O problema é ter uma classe de servidores públicos marajas aposentados com 50, 60 mil reais por mês. Isso nem esquerda e nem direita fizeram nada.
Não são 200 anos de história que foram perdidos, se fosse só 200 anos estava tudo bem. São 10 milhões de anos de história que se perderam. Perdeu-se o esqueletos de dinossauros, o fóssil da Luzia, múmias do Egito doadas ao D. Pedro II (únicos exemplares no mundo de uma técnica de mumificação que nunca foi encontrada semelhante em toda a história do Egito), a taça recebida pelo imperador romano Constantino em virtude de sua vitória em batalha (Presente da princesa Leopoldina ao Brasil quando casou com Dom Pedro I), animais extintos taxidermizados, os selos reais de D. Pedro II, o livro de visitas assinado por Albert Einstein e Marie Curie..........e a carta pedindo verbas para o museu no Século XIX.
Foi o maior crime já cometido contra a ciência desde a biblioteca de Alexandria. E olha que eles tinham apenas 500 mil documentos.
Ontem se perdeu 20 MILHÕES UNIDADES DE ITENS!!!!! Não são 20 milhões de reais, são 20 milhões de itens!!!
Para quem ama a história é simplesmente um holocausto.
Tudo estaria perdido se o mesmo homem, ou o mesmo corpo dos principais, ou dos nobres, ou do povo exercesse os três poderes: o de fazer as leis, o de executar as resoluções públicas e o de julgar. (MONTESQUIEU. O Espírito das Leis. Livro XI, Cap. VI)
- Bourne
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Re: Brasil. Incêndio destruiu Museu Nacional do Rio de Janeiro
É triste. Mas não foi acidente. E reflete o descaso com que as estruturas públicas, especialmente as universidades. Parece que é algo marginal no Brasil e que não precisa se preocupar enquanto tiver de pé. Não vai acontecer nada. Nem achar culpados ou mudar a política de manutenção.
Várias universidades federais como a UFRJ que é instituição em que o Museo nacional era vinculado e mantido. Assim os prédios caindo as pedaços, paredes descascando e mofadas, portas que não abrem, cheiro de coisa velha, instalações elétricas e hidráulicas precárias, problemas estruturais por falta de manutenção. É uma questão de tempo para ocorrerem acidentes localizados, incêndios, desmoronamentos e outros. Mesmo nos prédios novos que visitei era possível ver várias gambiarras que vão virar grandes problemas no futuro próximo.
Várias universidades federais como a UFRJ que é instituição em que o Museo nacional era vinculado e mantido. Assim os prédios caindo as pedaços, paredes descascando e mofadas, portas que não abrem, cheiro de coisa velha, instalações elétricas e hidráulicas precárias, problemas estruturais por falta de manutenção. É uma questão de tempo para ocorrerem acidentes localizados, incêndios, desmoronamentos e outros. Mesmo nos prédios novos que visitei era possível ver várias gambiarras que vão virar grandes problemas no futuro próximo.
- Clermont
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Re: Brasil. Incêndio destruiu Museu Nacional do Rio de Janeiro
Gasto da UFRJ chega a R$ 2,5 bi por ano.
José Fucs, O Estado de São Paulo, 3.09.18.
O reitor da UFRJ, Roberto Leher, filiado ao PSOL, diz que a redução das verbas para o Museu Nacional pelo governo federal estaria na raiz do incêndio ocorrido no domingo, 2, como se ele não fosse vinculado à instituição, que tem total autonomia administrativa e financeira para administrá-lo.
Leher reclama também que os R$ 21,7 milhões destinados pelo BNDES ao museu só foram liberados neste ano. Além disso, “esquece” de dizer que a verba da UFRJ no orçamento federal equivale apenas a uma fração de seu gasto total.
Na verdade, a verba do BNDES para o Museu Nacional representa apenas 0,8% do gasto anual da UFRJ, de cerca de R$ 2,5 bilhões – R$ 1,2 bilhão para pagamento de professores e funcionários administrativos da ativa, R$ 900 milhões por ano para inativos e pensionistas e R$ 388 milhões de custeio em 2018, segundo dados da própria universidade e da Agência Brasil.
Com tantos gastos “mais importantes” da UFRJ, não é de estranhar que esteja faltando dinheiro para o museu.
José Fucs, O Estado de São Paulo, 3.09.18.
O reitor da UFRJ, Roberto Leher, filiado ao PSOL, diz que a redução das verbas para o Museu Nacional pelo governo federal estaria na raiz do incêndio ocorrido no domingo, 2, como se ele não fosse vinculado à instituição, que tem total autonomia administrativa e financeira para administrá-lo.
Leher reclama também que os R$ 21,7 milhões destinados pelo BNDES ao museu só foram liberados neste ano. Além disso, “esquece” de dizer que a verba da UFRJ no orçamento federal equivale apenas a uma fração de seu gasto total.
Na verdade, a verba do BNDES para o Museu Nacional representa apenas 0,8% do gasto anual da UFRJ, de cerca de R$ 2,5 bilhões – R$ 1,2 bilhão para pagamento de professores e funcionários administrativos da ativa, R$ 900 milhões por ano para inativos e pensionistas e R$ 388 milhões de custeio em 2018, segundo dados da própria universidade e da Agência Brasil.
Com tantos gastos “mais importantes” da UFRJ, não é de estranhar que esteja faltando dinheiro para o museu.
- EduClau
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Re: Brasil. Incêndio destruiu Museu Nacional do Rio de Janeiro
Esse é um dos pontos mais baixos que chegou o brazil, e temo que ainda temos (in)capacidade para chegar mais baixo ainda.
Mas fato é só mais um episódio nesse país em que o Estado enquanto conjunto de instituições públicas que administra um território, se descolou de sua função que seria atender os interesses de sua população mas sim virou um fim em si mesmo, com interesses próprios e alheios aos do país.
Shame.
Mas fato é só mais um episódio nesse país em que o Estado enquanto conjunto de instituições públicas que administra um território, se descolou de sua função que seria atender os interesses de sua população mas sim virou um fim em si mesmo, com interesses próprios e alheios aos do país.
Shame.
- Rurst
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Re: Brasil. Incêndio destruiu Museu Nacional do Rio de Janeiro
Vídeos interessantes sobre o museu nacional
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Re: Brasil. Incêndio destruiu Museu Nacional do Rio de Janeiro
Oras, mas a resposta está no próprio artigo... Do orçamento total da UFRJ, segundo estes números, cerca de 85% de todo o orçamento da UFRJ é para cobrir folha de pagamento, e tem que se virar com os 15% restantes. E esta é a realidade de TODAS as universidades públicas do país!Clermont escreveu: ↑Seg Set 03, 2018 5:54 pm Gasto da UFRJ chega a R$ 2,5 bi por ano.
José Fucs, O Estado de São Paulo, 3.09.18.
O reitor da UFRJ, Roberto Leher, filiado ao PSOL, diz que a redução das verbas para o Museu Nacional pelo governo federal estaria na raiz do incêndio ocorrido no domingo, 2, como se ele não fosse vinculado à instituição, que tem total autonomia administrativa e financeira para administrá-lo.
Leher reclama também que os R$ 21,7 milhões destinados pelo BNDES ao museu só foram liberados neste ano. Além disso, “esquece” de dizer que a verba da UFRJ no orçamento federal equivale apenas a uma fração de seu gasto total.
Na verdade, a verba do BNDES para o Museu Nacional representa apenas 0,8% do gasto anual da UFRJ, de cerca de R$ 2,5 bilhões – R$ 1,2 bilhão para pagamento de professores e funcionários administrativos da ativa, R$ 900 milhões por ano para inativos e pensionistas e R$ 388 milhões de custeio em 2018, segundo dados da própria universidade e da Agência Brasil.
Com tantos gastos “mais importantes” da UFRJ, não é de estranhar que esteja faltando dinheiro para o museu.
Provavelmente, com este quadro orçamentário, a administração da universidade esteve entre investir no museu X ter folhas de papel para os professores, ou qualquer coisa assim.
Jornalistinha muito picareta esse José Fucs, que não sabe fazer uma continha de padaria. Deviam por ele para administrar uma universidade do porte da UFRJ e um museu com 388 milhões.
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Re: Brasil. Incêndio destruiu Museu Nacional do Rio de Janeiro
Causa mortis
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Re: Brasil. Incêndio destruiu Museu Nacional do Rio de Janeiro
O festival de populismo é muito engraçada. O incêndio virou base de argumento para atacar o austerístico e o teto de gastos ou falta de reforma da previdência e a necessidade de estruturar o teto. Duas mentiras descaras. A administração público é uma zona e fica parecendo que é conjuntural justificando posições difusas. Na crise, manutenção é a primeira coisa que cortam por ser gasto discricionário. E no crescimento esquecem porque não aparece.
Outra coisa, universidades federal prestam contam para Brasilia. Eles tem pouquíssima liberdade para fazer qualquer coisa. O Mec que manda, direciona autoriza e corta a verba. Além disso, a estrutura das universidades federais não cabe no orçamento federal. Simples assim. O governo não tem condições de infraestrutura sozinho.
Diferente das universidades paulistas que tem uma margem de manobra muito maior. Eles tem autonomia na administração e alocação de dinheiro. Inclusive os departamentos vão atrás de dinheiro de fontes diversas (fundações próprias, parcerias com setor privado e doações de ex-alunos, entre outros). Por exemplo, a FEA-USp ganhou de presente dos ex-alunos a biblioteca, reforma nas salas da pós-graduação e de eventos. Apesar de resistências internas que diziam ser bobagem. Ainda que estão longe de ser exemplo. Tanto que lembro que tinha um museu, prédio da arquitetura quase caindo. Literalmente.
Propõem e faz isso nas federais que vai responder a processo administrativo de quem doou e quem recebeu. Sem brincadeira e ouvi relatos. E gente que desistiu do projeto tinha muita burocracia e problemas legais.
Outra coisa, universidades federal prestam contam para Brasilia. Eles tem pouquíssima liberdade para fazer qualquer coisa. O Mec que manda, direciona autoriza e corta a verba. Além disso, a estrutura das universidades federais não cabe no orçamento federal. Simples assim. O governo não tem condições de infraestrutura sozinho.
Diferente das universidades paulistas que tem uma margem de manobra muito maior. Eles tem autonomia na administração e alocação de dinheiro. Inclusive os departamentos vão atrás de dinheiro de fontes diversas (fundações próprias, parcerias com setor privado e doações de ex-alunos, entre outros). Por exemplo, a FEA-USp ganhou de presente dos ex-alunos a biblioteca, reforma nas salas da pós-graduação e de eventos. Apesar de resistências internas que diziam ser bobagem. Ainda que estão longe de ser exemplo. Tanto que lembro que tinha um museu, prédio da arquitetura quase caindo. Literalmente.
Propõem e faz isso nas federais que vai responder a processo administrativo de quem doou e quem recebeu. Sem brincadeira e ouvi relatos. E gente que desistiu do projeto tinha muita burocracia e problemas legais.