PT vai atacar a Marina
Como Marina virou a verdadeira anti-Lula
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A primeira resposta que vem à mente sobre quem seria o “anti-Lula” na atual campanha é o candidato Jair Bolsonaro (PSL). Pelo menos essa é a imagem que ele construiu nos últimos dois anos e que lhe permitiu crescer nas pesquisas eleitorais. É ele hoje quem tem mais chances de ir ao segundo turno em um cenário de impugnação da candidatura de Lula, o mais provável.
Bolsonaro, no entanto, não é o problema do PT neste momento. É Marina Silva (Rede) quem incomoda mais o universo lulista porque é ela quem recebe mais votos dos eleitores frustrados com a condenação em segunda instância do ex-presidente. O último Datafolha mostou que 21% dos votos de Lula vão para Marina, enquanto seu vice Fernando Haddad fica com 9% desses votos. É Marina quem está na frente na busca de uma segunda vaga para o segundo turno*.
Podemos estar diante de uma repetição de um naco da eleição de 2014, quando a campanha de Dilma Rousseff gastou muita energia em minar o crescimento de Marina – a ponto de negligenciar Aécio Neves (PSDB). Marina e o PT brigam por perfis semelhantes de eleitores, de escolaridade e renda mais baixos e mais concentrados no Norte e Nordeste.
A história de vida de Marina guarda semelhanças com a de Lula. Não por acaso, os dois já estiveram do mesmo lado na política. Seus caminhos se separaram na esteira do mensalão e os dois se tornaram antagonistas. Hoje Marina usa o ataque que recebeu do PT em 2014 como seu exemplo preferido sobre “fake news” e sua influência nas eleições.
Os programas de governo da Rede e do PT também divergem. O estatismo na condução da política econômica é a marca central do que Lula e Haddad oferecem ao eleitor. Estão na lista do PT temas como intervenção para a redução dos juros, uso dos bancos públicos e as obras públicas como caminho para o crescimento. A Rede se compromete com o tripé de sustentação macroeconômico e reformas, em especial a da Previdência (embora sem detalhamento).
Não surpreenderia se a estratégia do PT em 2014 voltasse agora. A preocupação petista não é o tamanho de Bolsonaro, mas sim fazer com que o “poste” Haddad receba votos suficientes para ir ao segundo turno. Depois disso, o jogo será outro. Com o cenário embolado na disputa pela segunda posição nas pesquisas, Marina aparece como o primeiro alvo. A candidata da Rede, por sua vez, parece ter escolhido se opor a Bolsonaro. Pode ser uma forma de se parecer mais com Lula diante dos eleitores, sem precisar voltar atrás no tempo.
*A pesquisa Datafolha ouviu 8.433 eleitores em 313 municípios entre os dias 20 e 21 de agosto de 2018. Tem margem de erro de dois pontos percentuais, para mais ou para menos. O nível de confiança é de 95%. Registro na Justiça Eleitoral: BR 04023/2018.
Sterrius escreveu: Qui Ago 23, 2018 10:14 pm
Jogando ou não pra galera mostra pra mim uma personalidade que não sabe lidar muito bem com o que não gosta.
“Se eu for presidente eu saio da ONU. Não serve pra nada essa instituição”,
“Sim, saio fora, não serve pra nada a ONU. É um local de reunião de comunistas e gente que não tem qualquer compromisso com a América do Sul pelo menos”,
Palavras dele hoje +cedo que me fizeram postar acima. Ele pode ter mudado hoje igual mudou a ideia sobre participar de debates.
Mas meu ponto continua valido, estrago ta feito. Não estou dizendo que é o fim do mundo pra ele mas com certeza levantou olhares. Pegou ótimo pro eleitorado dele, mtos que são pró Bolsonaro tb são Anti-ONU.
mas não são esses os eleitores que ele tem que conquistar se quiser votos.
E sou cético que ele ta jogando pra galera porque não é a primeira vez que ele critica a ONU abertamente.
Como eu disse, não vai sair
Presidente não possui poder com a constituição atual
Tudo isso precisa passar pelo congresso e ser aprovado, e etc.
Enfim
A única coisa que concordamos é uma só, em campanha presidencial não pode dá mole com frases que podem gerar efeito negativos
No entanto, para a Folha, o candidato recuou, dizendo que se referia ao comitê de direitos humanos. 'Eu vomitei aquilo sem falar de conselho de direitos humanos. Aé é onde houve uma falha minha', declarou ele ao jornal.
Comitê =/= Conselho
Em nota o Escritório do Alto Comissariado de Direitos Humanos das Nações Unidas explica que o comitê que assina o pedido sobre Lula é formado por peritos independentes. É composto por 18 especialistas de diferentes países e, atualmente, nenhum deles é brasileiro. Sem carreira na diplomacia, os integrantes do comitê são eleitos para mandatos de quatro anos, pelas nações signatárias do Pacto Internacional sobre Direitos Civis e Políticos (o Brasil é uma delas), levando em consideração suas competências na área. Esses peritos não são considerados representantes de seus países.
Mas esse comitê tem autoridade para emitir recomendações aos países que assinaram o pacto, segundo estabelece o artigo 40 do próprio acordo. Além disso, segundo o primeiro protocolo opcional do texto, também assinado pelo Brasil, o comitê “tem competência para receber e examinar comunicações provenientes de indivíduos sujeitos à sua jurisdição que julguem ser vítimas de uma violação (…) de qualquer dos direitos enunciados no Pacto”.
O Brasil ratificou o pacto em 1991 e o protocolo opcional em 2009. Portanto, reconhece formalmente as atribuições do comitê. Procurado, Eduardo Bolsonaro não retornou.
Já o Comitê de Direitos Humanos da ONU não é formado por representações de países membros, mas por 18 juristas eleitos, com mandatos de quatro anos. Atualmente, nenhum deles é brasileiro. Os integrantes do grupo monitoram a aplicação do Pacto Internacional dos Direitos Civis e Políticos, acordo assinado pelo Brasil e por outros 170 países, incluindo os Estados Unidos. China, Cuba, Arábia Saudita, Malásia, Myanmar, Emirados Árabes Unidos, Cingapura e outros 19 países não ratificaram o pacto e, portanto, não são cobertos pelo comitê.
A principal atividade desse grupo de juristas é analisar relatórios periódicos sobre a aplicação do acordo nos países signatários e promover recomendações quando necessário. Também é possível que uma dessas nações leve à entidade uma reclamação contra outra.
Há, ainda, o primeiro e o segundo protocolos facultativos do pacto. O primeiro diz que os países signatários reconhecem a competência do comitê para analisar comunicações de indivíduos que clamam ter seus direitos civis e políticos violados. O segundo trata exclusivamente de pena de morte.
O Brasil ratificou os dois protocolos na mesma ocasião, pelo Decreto Legislativo 311/2009. Um ano antes, no dia 5 de junho de 2008, a ratificação dos protocolos foi votada no plenário da Câmara. Jair Bolsonaro estava presente na sessão. Não houve qualquer manifestação contrária ou favorável, e o decreto foi aprovado em votação simbólica.
Como o nome diz, a adesão aos protocolos é opcional. O Reino Unido, por exemplo, não ratificou o primeiro, enquanto a Rússia não aceitou o segundo. Os Estados Unidos recusaram ambos. Procurado, Jair Bolsonaro não retornou.