EDUCAÇÃO

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Re: EDUCAÇÃO

#811 Mensagem por Bourne » Sáb Jun 30, 2018 2:05 am

Não estou pensando com olhos de hoje. É a realidade da época.

Vamos ver a inteligência da época
Os Malês

A Revolta dos Malês Ocorreu no início do século XIX. Neste período um senso realizado na época pelo Governador da Bahia, O Conde da Ponte, informava que existiam: 25.502 negros, 14.200 brancos, 11.350 pardos e que a Bahia recebia em torno de 8.000 escravizados por ano. Malê é uma corruptela da palavra árabe Malek, uma das escolas de pensamento islâmico e, não como pensam alguns historiadores, esteja ela ligada ao país africano Mali. Inclusive, os dados históricos e os sensos realizados apontam para um número muito pequeno de escravizados trazidos deste país.

1807
No dia 22 de maio o governador da Bahia descobriu um plano de insurreição que ocorreria em 27 de maio de 1807, este plano tinha o objetivo de tomada da cidade. Foram presos os principais líderes e apreendidas cerca de 400 flechas, facas, espingardas, pistolas. Foram encontradas também composições em árabe, trechos do Alcorão. O governador ordenou um toque de recolher e todo o escravizado que fosse encontrado após as nove da noite na rua seria açoitado até a morte.

1809
Sobre esta insurreição não existe quase nenhum documento. Temos apenas a carta do governador Conde da Ponte para seu amigo D. Fernando José de Portugal, datada de 16 de janeiro de 1809.Na carta ele cita um verdadeiro extermínio com a utilização das forças coloniais contra os que ele chama de “perturbadores do sossego publico e malfeitores”. Segundo historiadores os haussas já figuravam associados aos nagôs.

1826, 1827, 1828,1830. Já na época do império tiveram lugar grandes insurreições. As idéias abolicionistas influenciaram os negros dos engenhos do recôncavo baiano, da capital e vizinhanças.

A revolta de 1826 aconteceu em Cabula, onde os negros resistiram até a morte. As forças oficiais avançaram até um lugar conhecido como “Baixa do Urubu”, lá havia um quilombo e uma mesquita. Um grupamento especial chamado “Segundo Batalhão de Linha” massacrou os negros na região do recôncavo em 1828. O Grande Levante de 1835

Na madrugada de 25 de janeiro de 1835, os negros muçulmanos planejavam aquela que seria a maior batalha campal de todas já idealizadas por eles. Porém, o Presidente da Província, Francisco de Souza Martins, foi avisado dos planos e pediu ao Chefe de Polícia, Francisco Gonçalves Martins, para que tomasse as medidas necessárias para coibir a revolta. À uma hora da manhã, do dia 25 de janeiro, o Juiz de Paz do 1º distrito, acompanhado de paisanos e do Alferes Lázaro Vieira do Amaral, desconfiaram de certos sons que saiam de uma casa onde na janela havia uma negra. Intimada a que abrisse a porta, negou-se e tentou disfarçar, completando assim, as suspeitas que tinham nascido no ânimo dos rondantes. Obrigada a abrir a porta em nome da lei, irromperam então muitos tiros em descarga cerrada, e uma multidão de negros encapuzados e com roupas brancas, armados de pistolas, espadas e espingardas atacaram a ronda e mataram o Alferes Lázaro Vieira do Amaral, fazendo com que os outros membros da ronda fugissem em desabalada carreira.

Porém, transcorreu-se batalhas e enfretamentos em as forças do estado e os revoltos resultando num massacre de milhares de muçulmanos. Notas:

O termo “Malê” não está ligado a Mali – o país, tanto que pesquisando estes arquivos (O arquivo público do Estado da Bahia) se descobre que apenas um pequeno número de escravizados foi trazido deste país. No ioruba Imalê – designa muçulmano. Desta forma, Malê mais parece ser uma corruptela da palavra árabe Malek, como informado acima.

Ocorreu ainda um levante em 1816, mas não existem muitas informações sobre ele.

Conceitos Negros de Ganho: Escravizados que exerciam tarefas diárias fora das casas senhorais, mediante pagamento de uma diária ao seu senhor.

Sendo a maioria deles composta por "negros de ganho", tinham mais liberdade que os negros das fazendas, podendo circular por toda a cidade com certa facilidade, embora tratados com desprezo e violência. Alguns, economizando a pequena parte dos ganhos que seus donos lhes deixavam, conseguiam comprar a alforria.

Em janeiro de 1835 um grupo de cerca de 1500 negros, liderados pelos muçulmanos Manuel Calafate, Aprígio, Pai Inácio, dentre outros, armou uma conspiração com o objetivo de libertar seus companheiros islâmicos e matar brancos e mulatos considerados traidores, marcada para estourar no dia 25 daquele mesmo mês. Arrecadaram dinheiro para comprar armas e redigiram planos em árabe, mas foram denunciados por uma negra ao juiz de paz. Conseguem, ainda, atacar o quartel que controlava a cidade mas, devido à inferioridade numérica e de armamentos, acabaram massacrados pelas tropas da Guarda Nacional, pela polícia e por civis armados que estavam apavorados ante a possibilidade do sucesso da rebelião negra.

http://possehausa.blogspot.com/2006/01/ ... volta.html
A motivação para escravidão era trazer mão de obra para serviço pesado e também qualificado. Assim trazê-los da África era um negócio interessante. Os mais qualificados já tinham contados de séculos com os árabes e muçulmanos. E muitos eram soldados que perderam guerras locais. Não eram tratados como escravos comuns, mas prisioneiros de guerra. E quem ia para guerra eram os mais intelectualizados dos grupos. E uma parcela que tinha privilégios por serem mais qualificados e importantes para sociedade e economia. Assim como buscavam converter outros escravos ou atacar outras religiões.

Os brasileiros eram forçados a aceitar e incorporar os negros muçulmanos. Porque precisavam deles. Os europeus com qualificação similar só começaram a chegar em volume depois da Guerra do Paraguai, quando a Europa entrou em crise social no meio do século XIX, começaram a receber financiamento para viagem e terras. A convivência entre cristão e árabes era comum em outras regiões. É assim até hoje em boa parte dos países do Oriente Médio e Europa central.

O aceitar e incorporar implicava em dar alguns mimos e tentar a conversão ao catolicismo. Em parte, os muçulmanos se revoltaram contra os infiéis com as revoltas. Porém, outra parte expressiva, foi incorporada a sociedade brasileira. Os tais "macumbeiros" com rezas, amuletos, palavras, símbolos possuem forte influência muçulmana que é muito particular do Brasil.




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Re: EDUCAÇÃO

#812 Mensagem por Bourne » Sáb Jul 14, 2018 4:38 am





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Re: EDUCAÇÃO

#813 Mensagem por Bourne » Qua Ago 01, 2018 7:33 pm

Um engenheiro é mais mais útil que contador, administrador ou bacharel de direito. Porque é polivalente e pode se adequar as diversas funções do setor produtivo. O quadros abaixo mostra como não tem planejamento de médio e longo prazo em como formar mão de obra. Depois, quando a economia voltar a crescer e recuperar em idos da década de 2020, vai faltar engenheiro. Assim como outras funções que exigem maior qualificação.
Cursos De Engenharia No Brasil: Bolha Prestes A Explodir?

Roberto Leal Lobo e Silva Filho 29 de julho de 2018

A procura pela formação superior, geradora da oferta de novas vagas, principalmente no setor privado, tem se mostrado extremamente volátil nos cursos de Engenharia, tanto quanto a demanda nacional por engenheiros.

Uma pequena variação do PIB Industrial é capaz de ser replicada e multiplicada na demanda por engenheiros. Esse fato foi demonstrado muito claramente em pesquisa realizada há alguns anos pela Confederação Nacional da Indústria – CNI. Não é difícil entender o fenômeno. O investimento empresarial depende das perspectivas econômicas no futuro próximo e alguns estudos revelam que para cada milhão de dólares investidos há necessidade de mais um engenheiro no mercado.

Em um cálculo muito aproximado, podemos estimar esses números: o PIB brasileiro é de cerca de 2 trilhões de dólares, dos quais cerca de 15% são investimentos, isto é, 300 bilhões de dólares. Para dar conta deste investimento seriam necessários, na hipótese levantada, cerca de 300 mil engenheiros. O Brasil tem aproximadamente 14 engenheiros por 10 mil habitantes, ou seja, cerca de 300 mil, o que reforça a hipótese acima.

O reconhecimento da necessidade de aumentar ou diminuir a demanda por engenheiros no Brasil em função das variações do PIB tem incentivado reações rápidas e, às vezes, desproporcionais do setor educacional, gerando respostas que amplificam muito a realidade e se concretizam pela criação de novos cursos e oferta explosiva de novas vagas. Há, porém, uma clara defasagem entre expectativas de crescimento e demanda pelos correspondentes cursos superiores, uma vez que a resposta dos estudantes e das instituições não são imediatas às variações do PIB, mas ocorrem em anos posteriores.

Assim, por exemplo, o explosivo crescimento brasileiro da primeira década do século XXI, mais de 7% de crescimento do PIB em 2010, atingiu seu pico para este século em 2011, passando a cair nos anos posteriores, mas o pico na demanda pelos cursos de Engenharia ocorreu em 2014. O número de candidatos a esses cursos aumentou em 6 vezes em 10 anos (de 2004 a 2014), enquanto a demanda pelos demais cursos cresceu 2,4 vezes no mesmo período.

O número de cursos de Engenharia entre 2010 e 2016 aumentou 80%, tendo mais do que dobrado no setor privado. Isso demonstra, ao mesmo tempo, uma rápida reação à demanda, típica deste segmento, mas ao mesmo tempo sugere que esse crescimento foi açodado, podendo em muitos casos não ter sido acompanhado da necessária preparação para a implantação de cursos complexos como são os de Engenharia, que exigem professores qualificados (e titulados em grande número), laboratórios e vinculações com as empresas, ao menos no nível regional.

Essa demanda explosiva de candidatos suscitou uma resposta das instituições de ensino superior na criação de novas vagas, cuja oferta aumentou nos mesmos dez anos 400%, contra um crescimento nacional de outros cursos de apenas 40% somente.

Além disso, grande parte desses estudantes que ingressaram nas Engenharias não tinham, como já acontecia no passado e isso só vem piorando nos últimos anos, a formação adequada para as exigências tradicionais desses cursos, principalmente nas chamadas disciplinas básicas dos primeiros anos: matemática, física e química, etc.

De repente a situação deu uma grande guinada. O PIB começou a cair, o Brasil entrou em crise econômica (e política) e os futuros estudantes de Engenharia que tinham prioridade no FIES, juntamente com as áreas de saúde e educação, viram as bolsas minguarem. As 600 mil novas bolsas do FIES em 2014 (o ano típico da bolha), não passaram de 170 mil em 2017. Os pretendentes a engenheiros tiveram que travar séria luta com estudantes de outras áreas para conseguirem novos financiamentos.

Não é difícil entender o que está acontecendo como consequência desse quadro sob o aspecto acadêmico: evasão crescente, queda imensa de demanda pelos cursos em 2018, cursos não conseguindo sequer formar turmas iniciais e demissão de docentes. A sede pela Engenharia começa a refluir, tendo o número de candidatos a esses cursos caído 30% entre 2014 e 2016, e certamente mais ainda depois disso, embora ainda não haja dados disponíveis para comprovar essa expectativa, somente informações das instituições.

E agora? Que cuidados derivam do quadro atual dos cursos de Engenharia?

Em primeiro lugar é fundamental que os órgãos de política pública da Educação Superior entendam que o apoio aos estudantes não pode cortes sofrer drásticos, até porque é preciso ter uma certa reserva garantida de alunos de prontidão se quisermos fazer frente a uma retomada da economia, sem ter um apagão de mão de obra.

Além disso, é bem sabido que cerca de metade dos engenheiros formados não exercem a Engenharia diretamente, mas se dedicam a outras profissões onde a formação do engenheiro pode fazer a diferença na qualificação da mão de obra em geral.

Também é chegada a hora dos gestores estudarem com atenção as diretrizes Curriculares da Engenharia e acompanharem as propostas que estão sendo feitas pelo grupo composto por várias entidades como MEC, CNI e AGENGE, se possível conhecendo, inclusive, algumas experiências inovadoras no ensino de Engenharia no Brasil e nos países mais desenvolvidos.

Sairá na frente quem souber aproveitar as orientações e aberturas desse novo projeto, mais amplo que o atual, introduzindo desde cedo currículos flexíveis, com novas metodologias pedagógicas, incentivos à criatividade, à inovação e ao empreendedorismo, além do desenvolvimento de competências transversais como liderança, trabalho em equipe ou colaborativo, conhecimento de negócios e responsabilidade social, entre outras necessidades detectadas pelo mercado e pelos alunos.

É preciso absorver na formação de engenheiros a nova realidade, como as indústrias 4.0, unido o controle e a tecnologia de informação capaz de analisar enormes quantidades de dados, a robótica e a inteligência artificial, propiciando, por exemplo, o aparecimento da internet das coisas e dos serviços.

Da mesma forma, é preciso entender a nova geração que chega ao ensino superior que, se não tem a mesma formação tradicional, domina a comunicação pelas redes sociais, compreende os jogos virtuais sem precisar de manuais e é capaz de obter informações quase instantaneamente. Não é possível mais continuar sonhando com o aluno do passado…é preciso trabalhar com o aluno real, não o ideal.

A atenção aos novos estudantes, muitos deles sem os conhecimentos fundamentais necessários e novas estratégias para fornecer esses conhecimentos, recuperá-los também fará a diferença.

Terá muito mais possibilidades de sobreviver com sucesso nessa crise que já se instalou quem tiver coragem de mudar seu curso e não apenas para pequenas reformas que sejam apenas cosméticas. Isso exigirá mexer também com o corpo docente.

Como é de se perceber, não é trabalho para amadores ou afobados na busca do resultado fácil.

https://educacao-estadao-com-br.cdn.amp ... lodir/?amp




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Re: EDUCAÇÃO

#814 Mensagem por Bourne » Qui Ago 02, 2018 6:49 pm

No post anterior foi o boom da engenharia. Agora outro monstrinho: boom das pós-graduações.

O boom das pós-graduações é que no governo Dilma as universidades públicas e particulares foram fortemente incentivadas em em aumentar a quantidade de alunos de graduação. Ao mesmo tempo em que elevaram a forma de doutores e mestres. Por exemplo, existiam pós-graduações surgindo no interiorzão com 3 ou 4 doutores no quadro docente. Não tinha nem como formar as bancas de qualificação com docentes da casa. Outras universidades periférica com departamento com três pós-graduação sem corpo docente condizente. Uma loucura para conseguir dinheiro. A meta no começo da década era 20 mil doutores e 40 mil mestres para 2016. Foi atingida. O problema é que se criou uma estrutura com baixa qualidade, necessita de dinheiro para funcionar, os doutores e mestres não tem colocação nas universidades, governo e iniciativa privada.

Esse tipo de formação é dolorosa, complicada e difícil terminar. Se fica fácil demais algo está errado. Por exemplo, as pós-graduações acadêmicas ligadas ao departamento de economia na USp, FGV-SP, Puc-rio que são considerados os melhores do Brasil e equivalentes as boas universidades no exterior não formam 10 doutores e uns 15 mestres por ano cada. No meu ano foi menos acho que 9 ou 10. Aliás, o histórico da usp diz que teve anos que só um defendeu o doutorado em economia. Porque os demais não tiveram aprovação no processo seletivo, nas matérias ou qualificação. Aí vem as universidades do interior querer formar 20-25 doutores e uns 50 mestres por ano. Alguma coisa tá muito errada.

As implicações é que esse número tem que cair. O Brasil não tem condições de colocar no mercado e formar com qualidade 20 mil doutores por ano. Seja pelo corte de bolsas e não ter mais concursos para contratar doutores ruins. Seja pelo descredenciamento pela baixa qualidade do corpo docente. Isso está acontecendo e vai aprofundar no próximo governo. Não tem como sustentar essa estrutura e nem propósito. A reorientação dos programas vai priorizar a formação de professores do ensino básico. Que é corretíssima.
Capes diz ao MEC que orçamento atual fará pós-graduação parar em um ano...


Uma nota pública elaborada pelo conselho superior da Capes (Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior) e divulgada nesta quinta-feira (2)
alertou o governo federal sobre uma série de prejuízos à pesquisa brasileira caso a proposta orçamentária sugerida ao órgão para 2019 seja mantida. A Capes é uma
fundação ligada ao MEC (Ministério da Educação).

Entre as consequências listadas na nota, assinada pelo presidente da Capes, Abilio Baeta Neves, e endereçada ao ministro da Educação, Rossieli Soares da Silva, está
a suspensão do pagamento de todos os bolsistas de mestrado, doutorado e pós-doutorado a partir de agosto de 2019 –o que, calcula o órgão, deve atingir mais
de 93 mil discentes e pesquisadores de todo o país e interromper os programas de fomento à pós-graduação.

Procurada pelo UOL, a Capes preferiu não divulgar o valor estabelecido como teto para seu orçamento para 2019.

De acordo com a nota, tanto os programas institucionais (de ação continuada) quanto os estratégicos (editais de indução e acordos de parceria com os estados e
outros órgãos governamentais) serão afetados caso a proposta orçamentária seja mantida. A nota foi resultado de uma reunião realizada nessa quarta-feira (1º) pelo conselho
superior da Capes para discutir seu orçamento para o próximo ano. Procurado pela reportagem, o MEC eximiu-se de responsabilidade sobre os cortes
e definiu que a Capes "trabalha junto" com o ministério. A Andifes (Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino
Superior) informou que apoia a manifestação da Capes. O presidente da associação, Reinaldo Centoducatte, participou da reunião realizada ontem para
debater o orçamento.

Ainda sobre os danos ao ensino superior, o documento pontua que o corte de verbas implicará na interrupção do funcionamento do Sistema UAB (Universidade
Aberta do Brasil) e dos mestrados profissionais do ProEB (Programa de Mestrado Profissional para Qualificação de Professores da Rede Pública de Educação
Básica). De acordo com a Capes, isso implicará na suspensão dos pagamentos a partir de agosto de 2019 aos mais de 245 mil beneficiados –entre alunos e bolsistas
(professores, tutores, assistentes e coordenadores) --que se encontram inseridos em aproximadamente 110 instituições de ensino superior.

O contingente, nos cálculos da Capes, oferta hoje em torno de 750 cursos (mestrados profissionais, licenciaturas, bacharelados e especializações) em mais de
600 cidades que abrigam polos de apoio presencial. Para o órgão, ainda que tenha havido "empenho do sr. ministro no sentido de viabilizar a integridade orçamentária
do MEC consagrado no artigo 22 da Lei de Diretrizes Orçamentárias 2019 (LDO)" -- com consequente manutenção dos valores de 2018 ajustados pela inflação como
piso orçamentário para o próximo ano --, o teto de gastos repassado à Capes para 2019 "representa um corte significativo em relação ao próprio orçamento de 2018,
fixando um patamar muito inferior ao estabelecido pela LDO". "Caso seja mantido esse teto, os impactos serão graves para os Programas de Fomento da Agência", definiu o presidente da Capes, na nota.

Formação de professores da educação básica e acordos internacionais

Entre as "principais consequências" nas linhas de atuação do órgão, além da suspensão do pagamento das bolsas de pós-graduação, a Capes listou
ainda danos à formação dos profissionais da educação básica por meio da interrupção do Programa Institucional de Bolsas de Iniciação à Docência (Pibid), do
Programa de Residência Pedagógica e do Programa Nacional de Formação de Professores da Educação Básica (Parfor).
Acordos de cooperação internacional firmados pelo governo brasileiro com instituições de ensino estrangeiras também serão prejudicados, na avaliação do
conselho superior da Capes.

"Um corte orçamentário de tamanha magnitude certamente será uma grande perda para as relações diplomáticas brasileiras no campo da educação superior e poderá
prejudicar a imagem do Brasil no exterior", diz trecho da nota, que conclui solicitando do ministro da educação "uma ação urgente" (...) em defesa do
orçamento do MEC que preserve, integralmente", no projeto de lei orçamentária do próximo ano, a LDO aprovada no Congresso Nacional.
A redução das verbas às instituições de pesquisa –além da Capes, também o CnPQ é afetado --tem sido vista pelo governo como alternativa para diminuir o
engessamento no orçamento, conforme estudo divulgado dias atrás pelo Tesouro Nacional.

A LOA (Lei Orçamentária Anual) de 2017 previa recursos de aproximadamente R$ 5 bilhões para o Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações, valor
que já representava uma queda de 40% do valor praticado nos dois anos anteriores. Em março do ano passado, o governo contingenciou cerca de 44% do orçamento
ligado à ciência, o que reduziu os R$ 5 bilhões para R$ 2,8 bilhões.

https://educacao.uol.com.br/noticias/20 ... e-2019.htm




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Re: EDUCAÇÃO

#815 Mensagem por Bourne » Qui Ago 09, 2018 8:08 pm

A estrutura não cabe no orçamento. Simples assim.

A solução desse e possivelmente do próximo governo é continuar cortando. E para isso a CAPES e CNPQ vão manter o valor das bolsas e reduzir o número. Ao mesmo tempo em que descredencia ou rebaixa a nota dos programas de pós-graduação. Assim, por baixo dos panos, reduz o tamanho das pós-graduações, a quantidade de alunos de mestrado, doutorado e pós-doutorado. Já que sem bolsa se tornam inviáveis na medida em que são pesquisadores com dedicação exclusiva. A prévia veio na última avaliação muito dura. Em parte não está errado. Já que o boom das pós-graduações incentivou quantidade e não qualidade. Porém muita gente boa, esforçada e programas bem fundamentados vão ser sacrificados.

Outro elemento é que as universidades não estão contratando para substituir os aposentados. Nem para consolidar os cursos de graduação ou programas de pós-graduação. A estratégia de redução de quadros e despesas com pessoal. A USP não repôs quase ninguém nos últimos 3 anos. Nas federais e outras estaduais a dinâmica está muito similar. Esse pessoal que hoje briga por vaga como professor dificilmente terá tal vaga. E a busca por manter as bolsas só adiou o sofrimento. Além da falta de estrutura e verbas de pesquisa já que também foram cortadas.
Bolsistas de ciência no Brasil: quem são e como sobrevivem?
“Bolsista não é nada no Brasil, hoje. Não tem férias, não tem 13º salário e não pode contar o período de pós-graduação no momento de se aposentar.”

*Fernanda faz mestrado em biologia animal na UFRGS e colaborou com a SUPER na apuração da reportagem.

Era o fim da tarde da última quinta (2) e eu entrei no perfil de Facebook de Franciela Soares para adicioná-la. Antes de enviar o convite de amizade, passei os olhos nos posts compartilhados recentemente. Encontrei uma notícia da BBC que bombou em julho: “Depois de pós-doutorado na Inglaterra, biólogo vira figurante e tenta bico de modelo nu para se sustentar no Brasil”.

Na chamada, Rodrigo Rios, o protagonista da matéria, comenta: “Uma subutilização de tanto investimento, dinheiro público, tempo e dedicação para formar um cientista que vai para outra atividade porque não tem inserção no mercado. É horrível pensar que todo esse investimento não serviu para nada.”

Soares entende melhor do que ninguém a situação do rapaz: a gaúcha também é cientista, e está no terceiro ano do doutorado em química na Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). “As pessoas acham que nós só estudamos, não entendem que é o nosso trabalho”, disse. “Bolsista não é nada no Brasil, hoje. Não tem férias, não tem 13º salário, não recebe adicional de insalubridade (no caso de químicos, como eu) e não pode contar o período de pós-graduação no momento de se aposentar.”

Eu estava conversando com Soares por causa de uma notícia do dia anterior que, naquele horário, já estava começando a aparecer em todos os jornais do Brasil: “Bolsas de estudos podem ser interrompidas em 2019, diz Capes. Entre alunos de mestrado, doutorado e pós-doutorado, 93 mil podem ser atingidos”

O resumo da ópera é o seguinte: Temer tem até 14 de agosto para sancionar o Projeto de Lei Orçamentária Anual (PLOA) de 2019. Em bom português, ele vai bater o carimbo em um papel que define quanto dinheiro será dedicado a cada uma das despesas do governo em 2019. Uma dessas despesas é a Capes – cuja sigla, caso você já tenha se perguntado, significa Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior. A Capes é uma de vários órgãos públicos que pagam bolsas mensais a estudantes de pós-graduação brasileiros.

Falando desse jeito, não fica muito claro o que está em jogo. Dá a impressão de que essas pessoas são só alunos comuns, que trabalham meio período. Então eu vou tomar a liberdade de ajustar o título da notícia: 93 mil cientistas brasileiros, com o currículo do tamanho de uma nota fiscal de compra do mês, correm o risco de ficar sem salário [atualização: após repercussão na imprensa, o presidente Michel Temer e o MEC já prometeram que os cortes não ocorrerão].

Um salário que já não era dos maiores: R$ 1,5 mil durante o mestrado, R$ 2,2 durante o doutorado. Os dois valores estão há 5 anos sem nenhum reajuste (nenhum mesmo, nem inflação). Em janeiro de 1995, a bolsa de mestrado era de exatamente R$ 724,52. De acordo com os cálculos do economista André Coutinho Augustin, disponíveis na Galileu, se ela tivesse sido reajustada de acordo com a inflação, estaria em R$ 3.276,74 em 2016.

O que essas pessoas fazem por tão pouco? Bem, eu vou deixar Soares explicar por mim: “eu trabalho com a síntese de compostos bioativos e candidatos a fármacos para o tratamento da doença de Alzheimer.” Sim, tem gente no Brasil do século 21 correndo atrás de remédios para Alzheimer por pouco mais de dois salários mínimos, sem direito a nenhum dos benefícios de um trabalhador com carteira assinada. E não é pouca gente: em 2014, o Brasil formou 50,2 mil mestres e 16,7 mil doutores, um aumento de 400% em relação a 1996. De lá até aqui, o grosso desses diplomas vem cada vez menos do tradicional eixo Rio-São Paulo: o investimento em instituições federais descentralizou e democratizou a pesquisa nacional.

A ciência é ciumenta
A remuneração é tão baixa que, a partir de 2010, estudantes de pós-graduação da Capes e do CNPq foram autorizados a ter uma fonte de renda paralela à bolsa. Mas ela precisa se enquadrar em critérios muito específicos: o emprego tem que ser na área de pesquisa do aluno, o salário não pode ser mais alto que a bolsa, e o orientador da pesquisa precisa autorizar a carteira assinada (veja a nota sobre acúmulo de bolsa e vínculo empregatício – Portaria Conjunta CAPES-CNPq n° 01/2010).

Pouquíssimos pesquisadores conseguem empregos que se enquadram nessas exigências. E os que conseguem dificilmente teriam tempo de exercer a atividade paralela: a vida no laboratório é em período integral. Na prática, o regime é de dedicação exclusiva. “Eu acho que, se as instituições de fomento não dão conta, a solução imediata seria adotar um regime de não-exclusividade”, explica a geóloga Renata Schaan, “Mas a carga horária é pesada, é difícil conciliar. E aí as pessoas acabariam passando mais tempo na pós-graduação por não conseguirem dedicar a atenção necessária à pesquisa.”

Em março de 2016, Schaan passou em segundo lugar no mestrado do Museu Nacional, operado pelo Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Ela foi trabalhar com a preservação do patrimônio geopaleontológico – uma palavra comprida para dizer que ela cuidou de meteoritos como este aqui, que pesa mais que um elefante africano e você pode ver de pertinho se visitar a instituição.

A pesquisadora se mudou para a capital fluminense com um bebê de 2 anos e desde o começo contou com a ajuda dos pais para se sustentar – a bolsa paga pela agência de fomento estadual, a Faperj, não era muito maior que a bolsa federal de R$ 1,5 mil. Tentou inscrever o filho na creche da faculdade, mas havia apenas uma vaga e centenas de crianças concorriam ao sorteio. Como o período de inscrição em creches públicas já havia passado, o jeito foi matriculá-lo em uma particular – que, por si só, já consumia uma fatia considerável da bolsa.

Se houvesse bolsa, é claro: ela não caiu em abril. Nem em maio. Nem em junho. A Faperj não conseguiu arcar com o compromisso. Só em novembro, após quase um ano de trabalho sem remuneração, a Capes interviu e passou a pagar Schaan com dinheiro federal. Mas ela nunca foi ressarcida pelos meses anteriores. “Hoje já ocorrem muitos atrasos por falta de verba”, diz a geóloga. E não é só a vida pessoal dos pesquisadores que é afetada: “equipamentos estragam e levam meses para serem consertados. Falta material e falta verba para atividades de campo, que são muito frequentes na minha área”.

Depressão pós-paper
Se você abre o site da SUPER todos os dias – obrigado pela audiência –, você já percebeu que nossas notícias mais curtinhas tem uma estrutura simples: nós pegamos um artigo científico que relata uma descoberta e traduzimos ele em bom português, sem linguagem técnica: “fulano, da universidade tal, publicou um artigo na revista Nature que diz tal coisa”.

Para quem vê de fora, fica fácil ignorar a importância da palavra “publicar”. Se você é um cientista e fez uma descoberta, o único jeito de divulgá-la é emplacar um texto sobre ela em uma revista especializada. Essa tradição se tornou uma lei tácita: as universidades usam o número de artigos publicados e número de citações que esses artigos recebem como principal critério para avaliar o desempenho de seus alunos e funcionários.

Por exemplo: hoje, para um cientista brasileiro da área de Farmácia receber a classificação máxima (1A) do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico, o CNPq, ele precisa ter publicado 70 artigos científicos nos últimos dez anos. Em outras palavras, fazer um avanço científico a cada dois meses.

Nem precisa dizer que a meta é utópica. Trata-se de algo que não acontece. A solução é “picar” as descobertas, para cada experimento render o maior número possível de papers. Só que esses papers diluídos perdem relevância, é claro. Quantidade não é igual a qualidade. Um estudo feito por Sidney Redner, da Universidade de Boston, revelou que, dos 353 ?mil estudos publicados entre 1893 e 2003 no periódico Physical Review, apenas 2 mil (0,56%) tiveram mais de cem citações. Oitenta e quatro mil (24%) foram citados só uma vez. Você pode entender melhor essa história nesta reportagem da SUPER, publicada em dezembro do ano passado.

“No programa do qual eu faço parte são exigidos dois artigos científicos”, explica Franciele Soares. “Eles são o mínimo para poder defender a tese e receber o diploma de doutorado. Sem artigo, não há de defesa.” Na prática, porém, quem se contentar só com os dois artigos obrigatórios fica para a titia. Em um concurso recente, um candidato a bolsa de pós-doutorado que emplacou seis artigos ficou apenas com o sexto lugar. O primeiro tinha dez.

“Se você não publica, acaba sendo passado para trás”, resume a química. “No ritmo que a coisa anda, a quantidade de alunos de pós com depressão e com ansiedade, tomando remédios fortíssimos para conseguir sair de casa, só tende a aumentar. Sei de grupos aqui na UFRGS em que todos os alunos tiveram ou tem algum problema de depressão ou ansiedade.”

Futuro?
Depois que um pesquisador termina o doutorado (e, de preferência, faz alguns pós-doutorados, inclusive no exterior), ele pode tentar prestar concurso para um dos únicos cargos públicos que garante estabilidade e um salário razoável para um cientista: o de professor universitário – que, vale lembrar, também é pesquisador.

Mas não é tão simples assim. Por exemplo: segundo a própria USP, a maior universidade do país, o número de professores efetivos trabalhando lá caiu de 6137 em 2014 para 5796 no começo deste ano – uma redução de 341 professores, ou 5,9% do total. Mas mesmo as universidades e outros órgãos públicos que contratam mais professores do que perdem não são, nem de longe, suficientes para absorver toda a mão de obra qualificada. E o setor privado normalmente não está disposto a contratar alguém com doutorado, mas sem experiência CLT.

“Como você vai ter experiência profissional se nem um estágio você pode fazer?”, questiona o biólogo Marcos Dums. Ele deixou um emprego efetivo no Paraná para fazer mestrado em taxonomia – a ciência que identifica, descreve e classifica os seres vivos. Hoje vive em Porto Alegre, e a bolsa não é suficiente para as despesas. “Os créditos que precisamos cumprir poderiam ser distribuídos em horários flexíveis, e as empresas também poderiam ser mais flexíveis.”

Resumo da ópera? Após 10 ou 15 anos vivendo de bolsa e se dedicando à ciência, quem termina o doutorado não está em uma posição melhor do que um recém-graduado no mercado de trabalho. Pelo contrário: o tempo passado na universidade pode ser um tiro no pé, visto com maus olhos nos processos seletivos. Desse jeito, fica difícil convencer alguém a abraçar a carreira acadêmica – e pessoas inteligentes e cheias de potencial, que poderiam mudar a ciência do país, acabam trocando o laboratório pelo escritório.

“Tanto a sociedade quanto o governo têm que parar de nos tratar como estudantes, como se essa bolsa fosse um benefício”, afirma a bióloga Fernanda Almerón. Ela faz mestrado em biologia animal na UFRGS, e ajudou a SUPER a coletar os depoimentos incluídos nesta reportagem – além de incontáveis outras histórias que não couberam aqui. “Na verdade, nós fazemos um trabalho árduo para o país e sim, devemos ser tratados como trabalhadores”.

Almerón ainda está no começo da carreira, mas já foi autora de uma descoberta importantíssima: a carne vendida sob a alcunha de “cação” nos supermercados brasileiros na verdade provém de mais de 20 espécies diferentes de raias, tubarões e outros peixes – das quais 40% estão em extinção (veja a matéria completa). No futuro, a descoberta pode contribuir com uma regulação mais eficiente da pesca no País, que beneficie tanto os consumidores quanto a fauna marinha. De fato, praticamente toda medida anunciada pelo governo se baseia ou pelo menos é justificada por pesquisas feitas por economistas, sociólogos, pedagogos, psicólogos etc. – muitos dos quais, por ironia, dependem de bolsas. O Brasil precisa da ciência. Se não, será para sempre o país do presente.

https://super.abril.com.br/ciencia/bols ... obrevivem/
Enquanto isso
CNPq diz que não terá verba para pesquisa em 2019
Orçamento para agência de fomento à pesquisa em 2019 é 33% menor e ministério alega que verbas só cobrirão bolsas

Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) poderá perder mais um terço dos recursos em 2019, segundo a proposta orçamentária em discussão. Nesse caso, para não cortar bolsas, o órgão terá de praticamente zerar investimentos em pesquisa.

Pela proposta inicial, o orçamento do CNPq - principal agência de fomento à pesquisa científica no País - cairia de R$ 1,2 bilhão para R$ 800 milhões; uma redução de 33%. "É um valor inaceitável", disse ao Estado, com exclusividade, o presidente do conselho, Mario Neto Borges. Só as bolsas atuais já custam mais do que isso: cerca de R$ 900 milhões. O CNPq paga atualmente cerca 80 mil bolsistas, em sua maioria jovens pesquisadores que formam a base da pirâmide de ciência e tecnologia no Brasil.

Diferentemente da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) - agência do Ministério da Educação que financia a pós-graduação de forma geral e também alega não ter verba para suprir financiamentos em 2019 - o CNPq tem todas as bolsas atreladas a projetos de pesquisa.

A missão principal do conselho, vinculado ao Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC), é fomentar o desenvolvimento científico do País, ressalta Borges. Mas os cortes orçamentários dos últimos anos desidrataram o órgão de tal forma que só resta dinheiro para bolsas, e quase nada para auxílio à pesquisa.

No orçamento deste ano, R$ 900 milhões são para bolsas e R$ 300 milhões, para o financiamento de projetos. O órgão também recebe recursos do Fundo Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (FNDCT), mas são recursos sujeitos a contingenciamento.

Dois programas de importância estratégica para a ciência do País - já prejudicados fortemente pelos cortes orçamentários dos últimos anos - seriam diretamente afetados pela falta de recursos: o Edital Universal - voltado para jovens pesquisadores - e os Institutos Nacionais de Ciência e Tecnologia. "Confesso que estou perplexo", disse o físico Luiz Davidovich, presidente da Academia Brasileira de Ciências (ABC). "É a política de terra arrasada. O orçamento deste ano já é terrível, e agora pode ficar ainda pior."

Borges disse que continuará dando prioridade ao pagamento das bolsas, já que, além de dar suporte à pesquisa, elas são um fonte de sustento de milhares de estudantes.

Justificativa
O Ministério do Planejamento, Desenvolvimento e Gestão disse que os valores do orçamento ainda não estão fechados, e definiu apenas o montante total para cada pasta. "A partir disso, cada ministério tem autonomia para decidir como vai aplicar seus recursos."

Nesse caso, quem responde pelo orçamento do CNPq é o MCTIC. A pasta de Ciência e Tecnologia, comandada pelo ministro Gilberto Kassab, disse que os valores previstos são "suficientes para o custeio de atividades", mas não para a realização de investimentos.

https://www.terra.com.br/noticias/cienc ... tw6nk.html




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Re: EDUCAÇÃO

#816 Mensagem por cabeça de martelo » Sex Ago 10, 2018 7:51 am

O mundo muçulmano sempre fez parte da realidade do Império Português até ao fim do dito cujo. Dizerem-me que as autoridades não conseguiam identificar algo escrito em árabe é no mínimo piada de Português.




"Lá nos confins da Península Ibérica, existe um povo que não governa nem se deixa governar ”, Caio Júlio César, líder Militar Romano".

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Re: EDUCAÇÃO

#817 Mensagem por Bourne » Sáb Ago 11, 2018 12:08 pm

Dois pontos.

Primeiro que falar, escrever e ler em inglês é básico em qualquer área. Porque é a lingua padrão de todo mundo. Além de termos técnicos que são em inglês e fundamentais pra entender a linguagem da área. Não de fazer traduções bizarras que muita gente não entende. Inclusive em textos em português são usados termos em inglês.

Segundo, se o doutorando e professores não conseguem algo está errado na capes e universidades. Não deram o suporte adequado para tirar a nota e produzir em inglês. Isso contribui para ninguém ligar para o que se faz no Brasil. Já que o pessoal do outro lado do mundo, Chile/Argentina ou Portugal não encontram o artigo na medida em que procuram tudo em inglês.

Por fim, mais uma estratégia da Capes para reduzir custos. A Capes coloca a pontuação do teste em inglês lá em cima para inviabilizar que muitos participem e reduza o número de bolsas. É uma das estratégias para reduzir custos.
Pós-graduandos questionam exigência de inglês para estudar em Portugal
Capes passou a exigir idioma após identificar deficiência para a produção científica

FLORIANÓPOLIS
A geóloga Lana Nunes, 38, doutoranda da UFPA, está prestes a embarcar para uma temporada de pesquisa científica na Universidade do Minho, Portugal. Ao menos teoricamente.

A pesquisadora deve viajar ainda em agosto, com bolsa do PDSE (Programa de Doutorado Sanduíche no Exterior), da Capes (Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior, ligada ao Ministério da Educação), mas ainda não pôde pedir visto ou adquirir passagens porque a análise de sua proficiência na língua inglesa está pendente na agência de fomento.

O intercâmbio da pedagoga Paula Silva, 32, doutoranda da UFMG, também está indefinido. Professora da UFVJM (Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri), ela deve viajar em setembro para Coimbra, mas espera confirmação da Capes. “Tenho três cartas de aceite da universidade portuguesa, que frisam que a língua de trabalho é o português”, diz.

Na regra do edital de dezembro, para o intercâmbio em países lusófonos, agora é necessária a pontuação mínima de 550 no Toefl (sigla para Teste de Inglês como Língua Estrangeira).

Pós-graduandos encaminharam carta e abaixo-assinado à Capes, questionando o edital. Segundo eles, a nova regra dificulta o desenvolvimento de pesquisa, já agravado num contexto de sucessivos cortes orçamentários —na semana passada, uma nota da Capes alertou para o risco de interrupção do pagamento de todas as bolsas de estudos a partir de agosto de 2019.

Alunos alegam que o nível de cobrança é muito alto se comparado ao de outras instituições, citando como exemplo a Comissão Fulbright, programa de intercâmbio do governo dos EUA, que exige a pontuação 527 no Toefl.

Antes, bastava declaração do orientador no exterior atestando nível comunicativo do aluno adequado para as atividades previstas.

À Folha a Capes afirma que a mudança se deu a partir de consultas a instituições internacionais que identificaram “deficiência dos estudantes brasileiros em relação ao conhecimento da língua inglesa para produção de conhecimento científico em padrões exigidos mundialmente”.

Portugal foi o principal destino de alunos de graduação do Ciências Sem Fronteiras. Em 2013, o país foi excluído do programa —uma medida, segundo o MEC à época, para que os estudantes aperfeiçoassem uma segunda língua

Em maio, o presidente da Capes, Abilio Baeta Neves, participou de audiência pública na Comissão de Educação, na Câmara, com a presença de estudantes e representantes da ANPG. Na audiência, Aline Silva, 34, doutoranda da UnB, fez um relato pessoal. Ela trabalha no Ministério da Saúde e deve estudar no Canadá a partir de agosto.

Aline contou que estudou inglês desde a infância, deu aulas do idioma num projeto voluntário e, desde 2008, apresenta trabalhos e participa de workshops ministrados na língua inglesa. Entretanto, ela conseguiu notas 530 e 537 no Toefl. “Domino a língua e ainda assim não consegui as pontuações pedidas”, diz.

Informado sobre a diferença entre os índices pedidos pela Capes e pela Fulbright durante a audiência de 29 de maio, Neves se comprometeu a aceitar a nota da Fulbright (527).

Mas, no dia 11 de junho, a Capes encaminhou comunicado reiterando a obrigatoriedade de proficiência. O informe esclarece que, no prazo de três meses, os pós-graduandos ainda devem entregar resultado de novo exame com os 550 pontos pedidos inicialmente. Bolsistas que não cumprirem a regra devem retornar ao Brasil e devolver os valores recebidos à agência.

Alunos afirmam que a nova exigência não considera o perfil socioeconômico de parcela dos pós-graduandos.

“É uma orientação elitista, pois desconsidera o processo de recente expansão da universidade pública e acesso à pós-graduação”, diz a historiadora Flávia Calé, 34, presidente da ANPG (Associação Nacional dos Pós-Graduandos).

“Manter o nível exigido, além de limitar possibilidades de acesso às universidades estrangeiras, implicaria um recorte que marginaliza estudantes mais pobres que alcançaram o êxito de hoje estarem na pós-graduação”, diz a carta dos alunos. Eles consideram os exames excludentes, pois são caros e demandam preparação específica.

O Toefl ITP custa hoje cerca de R$ 380. A modalidade IBT, R$ 980. A bolsa de doutorado da Capes é de R$ 2.200.

Desde fevereiro, a historiadora Giane Souza, 43, doutoranda da UFSC, desembolsou mais de R$ 3.200 em aulas particulares e R$ 1.700 em inscrições. Ela, que já fez cinco provas, conseguiu pontuar 507 na última tentativa.

Ela desenvolverá pesquisa no Instituto Universitário de Lisboa, a partir de setembro, mas sob “concessão condicionada”, isto é, depois dos três primeiros meses deve apresentar a nota 550.

Os acadêmicos reconhecem que a proficiência é importante, mas argumentam que o nível de cobrança da Capes deveria ser “gradual”.

Eles pedem o fim da obrigatoriedade de proficiência de língua inglesa para países lusófonos e propõem como alternativa, para os demais países, a exigência do nível B1 do Quadro Europeu Comum de Referência para Línguas, um patamar intermediário.

Em nota, a Capes afirma ter adotado parâmetros internacionais que pedem o nível B2 (equivalentes a 543 a 620 pontos no Toefl ITP).

“O inglês é a língua mundial da ciência. A participação do estudante exige redigir trabalhos científicos, apresentar-se em eventos internacionais e discutir temas complexos em sala de aula. Esse entendimento é reconhecido pela academia brasileira”, conclui a nota.

https://www1.folha.uol.com.br/ciencia/2 ... ugal.shtml




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Re: EDUCAÇÃO

#818 Mensagem por cabeça de martelo » Ter Ago 14, 2018 10:20 am

Ensino profissional perde um terço dos seus alunos mais frágeis

Os que chumbaram mais antes, continuam a chumbar mais depois. E 30% abandonam a escola. Segundo o investigador Joaquim Azevedo os dados confirmam que as escolas "não sabem lidar com as crianças que tiveram percursos muito conturbados durante o ensino básico”.

CLARA VIANA

Os alunos que no ensino básico foram desviados para outras ofertas educativas, devido ao acumular de chumbos, são também os que menos sucesso alcançam nos cursos profissionais do ensino secundário. Esta é uma das principais constatações de um novo estudo sobre o ensino profissional, divulgado pela Direcção-Geral de Estatísticas da Educação e Ciência (DGEEC).

E o que a DGEEC descobriu foi o seguinte: 70% dos cerca de 30 mil alunos que chegaram ao profissional vindos do ensino básico geral concluíram o curso em três anos, enquanto só 35,6% dos 7869 estudantes que vieram de outras vias o conseguiram fazer. Mais: a percentagem dos que abandonaram o secundário sem terminar este nível de ensino sobe de 6% entre os primeiros para 30% no segundo grupo.

Imagem

Para o investigador da Universidade Católica, Joaquim Azevedo, que tem acompanhado de perto a realidade do ensino profissional, os dados agora divulgados vêm confirmar, por um lado, que “as escolas não sabem lidar com as crianças que tiveram percursos muito conturbados durante o ensino básico” e, por outro, que se continua a encarar o ensino profissional como se este servisse “para tudo e para todos”.

Entre os estudantes que se inscreveram no ensino profissional em 2014/2015, estão incluídos 5652 alunos que concluíram o 9.º ano nos Cursos de Educação e Formação (CEF) do ensino básico, 1769 que terminaram o 3.º ciclo do ensino básico nos cursos vocacionais, criados por Nuno Crato, e 448 que frequentaram turmas do básico com Percursos Curriculares Alternativos (PCA). Todas estas ofertas têm em comum o facto de se destinarem a alunos com um historial de retenções, como comprovam aliás as suas idades médias de chegada ao secundário: oscilam entre 16,9 e 17,3 anos, enquanto os que vêm do ensino regular têm em média menos de 16 anos. O que mostra que os primeiros tiveram mais chumbos no seu percurso anterior do que os segundos.

Imagem

São cursos que, “já em si, constituem soluções de ‘segunda’ e de terceira’”, critica Joaquim Azevedo, para defender que quando os adolescentes, que foram para ali encaminhados, os terminam “deveriam continuar a usufruir de alternativas curriculares adequadas e não ser ‘remetidos’ para o ensino profissional, como se, por não ser ‘ensino geral’, servisse para tudo e para todos!”. O que não é verdade, insiste: “O ensino profissional não é um percurso mais fácil que o do ensino geral. Exige, por exemplo, uma clara orientação e ‘vocação’”.

Ora, acrescenta, “uma boa parte dos alunos que são oriundos daqueles outros cursos do ensino básico não reúnem condições básicas para prosseguirem estudos em ambas estas modalidades [geral e profissional], que são pouco flexíveis e muito rígidas”.

Por exemplo, em 2016/2017 a taxa de conclusão no tempo normal para um curso profissional na Área Metropolitana de Lisboa (46%) ficou 21 pontos abaixo da atingida no Norte (67%). É uma tendência que se repete. Como é também a do maior sucesso das raparigas, mesmo nos cursos profissionais: 68% concluíram em três anos, quando entre os rapazes este valor foi de 55%. Ou ainda a que aponta para um melhor desempenho das escolas profissionais privadas, onde 67% dos alunos conseguiram concluir no tempo normal. Nas secundárias públicas este feito foi alcançado por 56%.

Só para os mais fracos

As classes mais favorecidas só optam pelo ensino secundário profissional quando os seus filhos mostram grandes dificuldades nos estudos. Esta é uma das conclusões da DGEEC, que analisou as idades de ingresso no ensino profissional e as taxas de conclusão em tempo normal entre os alunos dos escalões A e B da Acção Social Escolar (ASE) e comparou-as com as registadas entre os estudantes que não necessitam destes apoios.

Primeiro resultado que a DGEEC apresenta como sui generis: ao contrário do que sucede no ensino regular, “os indicadores de sucesso no ensino profissional não atingem os seus valores mais elevados entre os alunos que não beneficiam da Acção Social Escolar (ASE), mas sim entre os que estão no escalão B”. Nos primeiros a taxa de conclusão em três anos é de 56%, enquanto nos segundos sobe para 63%. Entre os alunos oriundos dos agregados mais desfavorecidos, que estão no escalão A da ASE, este valor é de 52%, o mais baixo, portanto.

Segundo resultado: “A idade média de ingresso no profissional é mais elevada para os alunos sem ASE (16,1) do que para os estudantes no escalão B (16)." E isso quer dizer, frisa a DGEEC, que os primeiros “têm mais retenções anteriores” do que os segundos, quando em geral os estudantes do básico sem apoios da ASE “têm, em média, indicadores de sucesso escolar francamente superiores” aos dos alunos que beneficiam de apoios.

Somando estas duas realidades, a DGEEC afirma então o seguinte: “Os alunos de estratos socioeconómicos elevados têm que evidenciar dificuldades escolares muito marcadas durante o ensino básico para que os respectivos agregados familiares optem pela sua matrícula no ensino profissional."

E aqui chegados aplica-se a eles o que se passa também com todos os outros alunos com um histórico de chumbos: como o “sucesso no básico é um dos preditores do sucesso no profissional” e eles não o tiveram, acabam também por soçobrar nos cursos profissionais.

https://www.publico.pt/2018/08/14/socie ... is-1840976




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Re: EDUCAÇÃO

#819 Mensagem por Bourne » Ter Ago 21, 2018 2:25 pm

Tá acontecendo, bicho.

Todos esses programas novos e departamentos que abriram programas de pós-graduação sem ter capacidade vão tudo morrer. E está correto. Não tem motivo para sustentar esse tipo de pós-graduação de baixa qualidade.
Avaliação de cursos de pós-graduação fica mais rígida; entenda mudanças
De acordo com portaria, cursos que ofereçam doutorado e obtenham nota 3 na avaliação da Capes serão desativados

A Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) tornou mais rígida a avaliação dos cursos de pós-graduação no país. De acordo com portaria publicada no Diário Oficial da União, cursos que ofereçam doutorado e obtenham nota 3, na avaliação da autarquia, serão desativados.

A portaria refere-se aos cursos stricto sensu, ou seja, aqueles que oferecem mestrado e doutorado, ficando de fora as especializações e os cursos MBA. Esses cursos são avaliados periodicamente pela Capes, de quatro em quatro anos, e recebem notas que vão de 1 a 7.

Até então cursos com nota igual ou superior a 3 eram considerados regulares e os diplomas por eles emitidos considerados válidos. Agora, segundo a portaria, os programas que obtiverem notas inferiores a 3 serão desativados. Aqueles que receberem a nota 3 serão regulares se forem compostos apenas por um curso de mestrado e serão desativados se forem compostos por mestrado e doutorado ou apenas por doutorado.

Os cursos ditos em desativação deverão suspender o edital de seleção e a matrícula de novos alunos. Os alunos que já estão matriculados, no entanto, desde que previamente cadastrados nos sistemas da Capes, terão os diplomas reconhecidos.

Os programas de doutorado que, na avaliação quadrienal de 2017, receberam a nota 3, permanecerão no Sistema Nacional de Pós-Graduação, seguindo a regra antiga até a próxima avaliação, quando deverão obter a nota mínima 4 para renovar o reconhecimento.

Segundo a Capes, na prática, a nova regra de exigência de nota 4 para programas de doutorado já vinha sendo aplicada. Para que programas com doutorado fossem criados ou seguissem funcionando já era necessário ter a nota 4, mínimo de qualidade considerado necessário pela autarquia. Sem a formalização da regra, no entanto, a Capes não fechava os cursos com nota 3. Atualmente 30 programas com doutorado têm essa nota.

A portaria trata também da aprovação de novos cursos que deixarão de receber uma nota e serão classificados apenas como aprovados ou não aprovados. Os cursos que integrarem programas já existentes receberão a mesma nota do programa. Já os novos programas receberão uma nota quando fizerem parte da avaliação periódica da Capes.

A Capes esclareceu que as novas normas não têm impacto para a questão de fomento dos programas de pós-graduação, ou seja, compra de materiais de pesquisa, como reagentes, "uma vez que os requisitos específicos para a concessão de recursos financeiros da Capes são definidos nas normativas próprias dos Programas de Fomento".


Pós-graduação
A pós-graduação stricto sensu no Brasil é composta por programas constituídos por um ou dois cursos, da mesma modalidade e de níveis diferentes. Ou seja, considerando as modalidades acadêmica e profissional e os níveis de mestrado e doutorado, programas de pós-graduação podem ser compostos por um mestrado, um doutorado ou por ambos os cursos, nunca com modalidades diferentes.

De acordo com a Capes, o Brasil tem hoje 3.398 cursos de mestrado e 2.202 cursos de doutorado. Mais da metade (51%) dos programas avaliados têm mestrado e doutorado, totalizando 2.128. No total, 11% dos programas têm desempenho equivalente a padrões internacionais de excelência, com notas 6 e 7, totalizando 465 programas de pós-graduação. Outros 18% têm nota 5, alcançando nível de excelência nacional; 35,33% têm nota 4; e 32,86%, nota 3.

A última avaliação quadrienal ocorreu em 2017, e analisou o desempenho e resultados obtidos pelos cursos no período de 2013 a 2016. Confira os resultados no site da Capes.


https://gauchazh.clicrbs.com.br/educaca ... h6c9m.html




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Re: EDUCAÇÃO

#820 Mensagem por Bourne » Qua Ago 22, 2018 3:16 pm

Exemplo de como as pós-graduações acadêmicas se descolaram da realidade. A CAPES/CNPQ pagam o valor de 2,2 mil mês para o doutorando trabalhar 60, 80, 100 horas por semana e se virar. A FGV-SP (e outras particulares) a bolsa é R$ 5 mil reais, mais benefícios e trabalhos extras. O mínimo para se manter bem em uma cidade grande como São Paulo. Aliás, a FGV-SP dizem dá extras para os alunos de mestrado e doutorado que recebem as bolsas CAPES/CNPQ para sobreviverem na capital e terem dedicação exclusiva.

As fundações e particulares estão fazendo isso porque boa parte do dinheiro e verbas vem dos programas de pós-graduação acadêmica. E os programas precisam de alunos para os projetos funcionarem. O problema que é restritos a uma meia dúzia de grandes e renomadas universidades como FGV-SP, FGV-Rio, Insper e algumas PUCs. Infelizmente não são área aplicadas como saúde, engenharia, ciências duras e outros.

O modelo de expansão do Lula/Dilma literalmente congelou os valores das bolsas para ampliar o número. O resultado reduziu a qualidade em geral e gerou um monte de doutores desempregados. E que não tem e dificilmente terão colocação no futuro.
Modalidade:
Processo Seletivo-Pós
INSCRIÇÕES: ABERTAS
DATA DA INSCRIÇÃO: 15/08/2018 - 19/10/2018
TAXA DE INSCRIÇÃO:
R$ 155,00 (Cento e cinquenta e cinco reais) pagamentos realizados entre 15/08/2018 e 31/08/2018 até as 18h (horário de Brasília); ou
R$ 180,00 (Cento e oitenta reais) pagamentos realizados após as 18h de 31/08/2018 até 19/10/2018.

FORMA DE PAGAMENTO: Boleto Bancário ou Cartão de Crédito

Local: SÃO PAULO
Processo Seletivo 1º semestre de 2019

Passo a Passo da Inscrição
Acompanhe sua Inscrição
Teste:

Candidatos aos cursos do CMCD AE e APG terão a possibilidade de realizar um teste especial da ANPAD. O teste é exclusivo para este processo seletivo (ingresso em 2019) e para estes cursos (mestrados acadêmicos e doutorados em Administração de Empresas e em Administração Pública e Governo). As informações estarão disponíveis em breve no site www.anpad.org.br / teste ANPAD.

T.A.:

Os alunos do Doutorado Acadêmico em Administração de Empresas e em Administração Pública e Governo têm a possibilidade de obtenção de bolsa T.A. no valor de R$ 5.000,00 (cinco mil reais) mensais com início em fevereiro de 2019 e duração de 3,5 anos. Candidatos que desejem se candidatar a bolsa T.A. devem necessariamente apresentar o resultado do teste GMAT. Consulte as regras e procedimentos estabelecidos no Edital do processo seletivo.

https://www.huffpostbrasil.com/2018/08/ ... mg00000004




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Re: EDUCAÇÃO

#821 Mensagem por Bolovo » Dom Set 02, 2018 10:07 pm

Nem sei onde postar...
Um incêndio destruiu completamente o Museu Nacional que fica no Rio.
20 milhões de artigos! 20 milhões!
O Brasil perde parte de sua história.
Como brasileiro e parte das ciências humanas, estou com o coração partido.




"Eu detestaria estar no lugar de quem me venceu."
Darcy Ribeiro (1922 - 1997)
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Re: EDUCAÇÃO

#822 Mensagem por Matheus » Dom Set 02, 2018 10:11 pm

Triste!




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Re: EDUCAÇÃO

#823 Mensagem por Sterrius » Dom Set 02, 2018 10:54 pm

https://entretenimento.uol.com.br/notic ... -pecas.htm

Apenas um relance do que foi pertido na matéria.
Eu to realmente triste como não fico a muito tempo :/. Eu sonhava poder visitar esse museu um dia :cry:




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Re: EDUCAÇÃO

#824 Mensagem por GIL » Seg Set 03, 2018 4:14 pm

Visitei o Museu Nacional em mais de uma ocasião, porém a realidade e que pese o sucedido, permaneço bastante indiferente à noticia.

Porque a mesma era como uma cronica de uma morte anunciada, no seu momento eu pensava que esse edificio terminaria por ruir, desabar por algum lado, dada a sua má manutençao, nunca pensei ver ele consumido pelas chamas purificadoras do fogo.
Ainda que outros vislumbraram esse quadro dantesco.
https://www.infomoney.com.br/minhas-fin ... ner-victer

Porque indiferente? Porque numa terra com uns governantes que investem milhões de reais no museu do Tomorrow que tem valor proximo a zero como museu e que tem a grandeza de um espeto de merda, e deixa praticamente no abandono o Museu do Yesterday (leia-se Museu Nacional), não merece outro desfecho que esse.

Em qualquer pais minimamente decente esse museu seria preservado como o tesouro que ele representava.

Não sinto nada, o mediocre povo brasileiro, o mesmo que maiormente desconheçe a sua historia, que acha que temos uma divida historica como os Afro brasileiros negros pelo tema da escravidão, o mesmo que acha que é o Brasil o culpado da guerra do Paraguai quando a culpa é do egolatra, ambicioso e expansionista Solano Lopez, o mesmo que pensa que a guerra civil brasilera foi ganha pelo Brasil imperio encima dos maldosos separatistas (sic) gauchos, esse mesmo povo que não valoriza o seu passado, nem merece ter um futuro.

Esperando agora que arda como Troia a Biblioteca Nacional, porque sou daquelas que acredita na justiça divina.

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Quando eu era jovem, imaginava que toda essa área da Quinta da Boa Vista, seria remodelada e ampliada tendo o seu entorno modernizado.

Que uma grande obra iria unir toda a Area verde existente (Quinta, museu, zoo, etc...), com a area do Maracana e onde atualmente passam os trilhos de trem da central, tudo isso seria soterrado ate pelo menos a estação de trem Ana Neri criando uma area verde no centro da Zona Norte e levando a modernidade, a boa qualidade de vida para essa região, fazendo numa mesmo medida grandes mudanças como foram feitas na area portuaria de cara as olimpiadas.

Poderiam ter criado uma tremenda Area verde que fosse da praça de onde tem a feira de São Cristovão, passando pela area onde esta o Colegio do Pedro II, entrando pela Quinta, passando pela nova area verde que seria construida que uniria tudo isso ao complexo do Maracanã.

Porem isso era muito desejar, a zona norte do Rio (já nem falo das areas do suburbio) estão condenadas a seguir sendo o lixo que são, atravessar o tunel Rebouças passando da zona sul a zona norte, é como viajar no tunel do tempo e voltar ao passado.




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FCarvalho
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Re: EDUCAÇÃO

#825 Mensagem por FCarvalho » Ter Set 04, 2018 11:04 pm

A quem interessar possa, o site Todos pela Educação está disponibilizado o documento Educação Já para debate público sobre medidas a serem tomadas nas próximas gestões públicas nos três níveis de poder.

Recomendo. Visitem, baixem o documento e compartilhem com o máximo de pessoas que puderem.

Abs




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