b.verde escreveu: Qua Ago 08, 2018 11:43 am
Bom dia a todos. Olha no meu entendimento, a MB deveria comprar um ou dois navios multipropósitos semelhantes aos que da Marinha Australiana comprou na Espanha. Mas Sei que a MB não abre mão de NAE convencional.
É esperar pra ver... Quem viver verá.
E tem mais, tem gente falando que o Sampa pode voltar...
Sera?
Deus abençoe a todos.
Prezado colega,
Em relação a afirmação que:
''a MB não abre mão de NAe convencional'' tenho algumas consideração:
Em relação a construção de um navio aeródromo no futuro para a MB acredito que este projeto devera ficar em ''hibernação'' por um longo período de tempo, sendo bem provável que jamais venha acontecer em função de mudanças e aperfeiçoamentos na estratégia naval brasileira.
Para quem se baseava na divulgação, quando da baixa do A12, de que um novo NAe seria a terceira prioridade da MB e importante constatar que as prioridades no momento são as seguintes:
''O Planejamento Estratégico da Marinha do Brasil visa orientar os esforços, otimizar o orçamento e atingir os objetivos estratégicos, chamados
de Objetivos Navais. Nesse momento, em que existem diversos programas e projetos em andamento, a chave é estabelecer critérios de prioridade, considerando as possibilidades de atuação do Poder Naval para as Marinhas
do Presente, do Amanhã e do Futuro.
Decorrente de decisão do Almirantado e ratificada pelo Comandante da Marinha, os seguintes programas/projetos são prioritários:
- Programa Nuclear da Marinha (PNM);
- Programa de Desenvolvimento de Submarinos (PROSUB); e
- Construção dos Navios da Classe Tamandaré (NCT).
''O PNM e o PROSUB promovem um imenso arrasto tecnológico para o Brasil. A autorização para a construção das Classe Tamandaré abre uma importante oportunidade para que se incluam no projeto modernas tecnologias críticas. Isso demonstra o grande desafio que é o desenvolvimento desses programas.''
Fonte:
AULA INAUGURAL DOS CURSOS DE ALTOS ESTUDOS MILITARES DA ESCOLA DE GUERRA NAVAL DO ANO DE 2018
Almirante de Esquadra - Chefe do Estado-Maior da Armada Ilques Barbosa Junior
Eu como os prezados colegas de fórum também teria grande satisfação patriótica em ver a MB entre as 10 mais importantes Marinhas do mundo nucleada em NAe's, SNA's, Escoltas de grande porte....etc, não uma US Navy como possui os nossos irmãos do norte que como nação estão com a mesma idade do Brasil, só que porem infinitamente melhor sucedidos.
O nosso país e um arremedo de nação em função da mediocridade de nossas ''elites'' que não permitem o desenvolvimento pleno do potencial de sua população e das possibilidades de nossas riquezas, uma vez que se limitam a atender seus projetos pessoais de poder e enriquecimento constante.
Esta cultura e o grande obstáculo que as pessoas de bem enfrentam para construir um país melhor e mais digno. Como consequência da falta de compromissos com a nação por parte da maioria esmagadora de seus governantes e que temos problemas que vão que considero ser o mais grave que e a área de educação ao setor de defesa.
Este quadro, apresentado de forma simplificada, e que torna difícil olhar prospectivamente para a possibilidade de nos próximos anos a MB desenvolver o PRONAE em paralelo ao PROSUB, que já demanda a superação de obstáculos quase intransponíveis.
Eu pergunto ao senhores como uma nação conduzida por pessoas tão medíocres e habitada por uma parcela considerável de excluídos conseguiria no horizonte visível investir cerca de USD 13,157 bilhões em um único navio de guerra.
Este valor e uma estimativa para o ciclo de vida de um NAe que teria como custo básico de obtenção cerca de USD 5 bilhões.
Realizei este exercício para demonstrar os prezados colegas a inviabilidade de um projeto desta envergadura para a nação que temos hoje e que não mostra pespectivas de melhorias nos próximos anos. Considerei que o NAe teria uma vida operativa de 40 anos e os custos com base na media de custos de ciclo de vida de navios de guerra seriam assim distribuídos:
- Obtenção do meio (38 % do custo do ciclo de vida): USD 5,00 bilhões;
- Operação/manutenção ( 60% do custo do ciclo de vida) USD 7,894 bilhões; e
- Desincorporação/desmantelamento (25 do custo do ciclo de vida) USD 263 milhões.
Total: USD 13,157 bilhões ou R$ 49,470 bilhões, pelo cambio de hoje dia 8/8/18, para obter e operar um único navio. O investimento em valores de hoje sem contar a inflação futura seria de R$ 1,236 bilhões/ano durante 40 anos, para apenas um navio.
Neste exercício falta ainda os custos de obtenção, manutenção e operação das aeronaves do GAE e os relacionados ao grupo de escoltas/apoio do NAe,
O BRASIL TEM ESTA CAPACIDADE E A POPULAÇÃO COMPREENDERIA ESTE INVESTIMENTO?
As vezes vejo os colegas sonhando com dezenas de navios de classes diversas que acabam esquecendo que não e só comprar/construir o meio nas que e preciso operar, manter e modernizar o mesmo durante seu ciclo de vida e para isto e necessário ter a garantia e os recursos necessários.
Espero ter esclarecido porque não acredito que enquanto tiver vida ( tenho 60 anos) verei de novo um NAe com o pavilhão nacional. Posso estar engando mas a realidade dos fatos me torna extremamente pessimista quanto a realização do PRONAE. Oxalá possamos substituir em alguns anos o Atlântico por novos LPH e que ocorram os desdobramentos planejados para o PROSUB.
Sds
Lord Nuta