EDIT - Caso Boeing-EMBRAER: sua posição?
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Re: Venda da Embraer para a Boeing: sua posição?
Já que ninguém ainda citou, a Boeing está muito interessada é na carteira de clientes da Embraer...
"Quando um rico rouba, vira ministro" (Lula, 1988)
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Re: Venda da Embraer para a Boeing: sua posição?
A Embraer domina o mercado americano de aviação regional há décadas. Mesmo que a Boeing resolvesse fazer um avião seu, como tentou com o 717, que nada mais era que um MD-90, não deu certo.
Não se projeta uma avião do dia para a noite. E muito menos se consegue inserir-se no mercado em posição de competição apenas com um nome, mesmo que ele seja Boeing.
Os americanos são muito patriotas, e amam o seu país como poucos povos, mas se alguém perguntar para um americano se ele tivesse que escolher entre voar na mesma rota entre avião brasileiro, canadense, americano ou europeu, ele vai optar pelo que lhe oferecer a melhore relação custo x benefício.
Porque se tem uma coisa que americanos amam mais do que qualquer coisa na vida é dinheiro. E isso, para eles, não tem qualquer problema de origem, desde que os faça gastar menos e ganhar mais.
Por isso que eles são ricos pra caramba, e nós os primos pobres que pensam como neo-ricos.
abs.
Não se projeta uma avião do dia para a noite. E muito menos se consegue inserir-se no mercado em posição de competição apenas com um nome, mesmo que ele seja Boeing.
Os americanos são muito patriotas, e amam o seu país como poucos povos, mas se alguém perguntar para um americano se ele tivesse que escolher entre voar na mesma rota entre avião brasileiro, canadense, americano ou europeu, ele vai optar pelo que lhe oferecer a melhore relação custo x benefício.
Porque se tem uma coisa que americanos amam mais do que qualquer coisa na vida é dinheiro. E isso, para eles, não tem qualquer problema de origem, desde que os faça gastar menos e ganhar mais.
Por isso que eles são ricos pra caramba, e nós os primos pobres que pensam como neo-ricos.
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Re: Venda da Embraer para a Boeing: sua posição?
Notícias do futuro: "Departamento de Defesa dos EUA veta a venda de KC-390 para o Brasil"
EDIT MOD - Túlio
É direito de todo Forista exprimir suas opiniões mas não o é lançar ofensas aos demais. Ler post abaixo.
Proposta da Boeing inclui divisão militar da Embraer
IGOR GIELOW
DE SÃO PAULO
02/01/2018 02h00
A proposta da Boeing para associar-se à Embraer não é restrita à área de aviação comercial. Inclui também a divisão de defesa da fabricante brasileira, segundo a Folha apurou junto a pessoas próximas da negociação.
Isso tornará a conversa ainda mais sensível politicamente, já que o governo brasileiro diz que vetará a perda de controle nacional da empresa devido à sua importância estratégica na área militar.
A gigante americana não tem um formato fechado de oferta. Trará à mesa exemplos de parceria na área militar que dão salvaguardas de soberania aos países.
No Reino Unido, a Boeing abriu uma unidade de defesa em 2008 e emprega mil pessoas. É listada com uma "contratada X", por obedecer a uma série de requisitos de controle por parte do governo. Entre eles, ter sete altos funcionários se reportando à pasta da Defesa, inclusive dois diretores britânicos.
Na mão inversa, a empresa de defesa britânica BAE Systems abriu uma unidade nos EUA que obedece a critérios rígidos, para manter sigilo de informações militares.
Na Austrália, a Boeing tem sua maior operação externa, com 2.000 funcionários. Lá ela também está sujeita a controle governamental de dados sensíveis.
A especulação inicial de que a Boeing só estava interessada em adquirir a nova linha de jatos regionais da Embraer, a exemplo do que sua rival europeia Airbus havia feito em outubro com a canadense Bombardier.
A aviação executiva, ponto forte em modelos pequenos e médios da Embraer, também está na mira porque não é nicho da Boeing.
Ao acenar com uma parceria maior, mesmo sem controle acionário da Embraer, terá de convencer o governo de que decisões estratégicas brasileiras serão preservadas.
A posição da Embraer é única justamente devido à sua área de defesa responsável por quase 20% do faturamento da empresa (outros 20% na aviação executiva, o resto em jatos regionais).
Desde quando foi criada pelos militares em 1969, a Embraer tem relação umbilical com a Força Aérea, sua principal cliente de defesa mesmo após a privatização de 1994. A empresa participa de projetos estratégicos para o país: programas aeronáuticos militares sob demanda e, por meio de subsidiárias, desenha o controle de fronteiras do Exército, parte do reator do futuro submarino nuclear brasileiro e atua no mercado de satélites.
Assim, a reação do presidente Michel Temer após o anúncio das negociações, em 21 de dezembro, foi a de aprovar as conversas mas rejeitar qualquer perda de controle.
Detentora de uma "golden share", ação especial herdada na privatização, a União pode vetar negócios. Quem quiser mais de 35% das ações, precisa de aval federal. O que realmente preocupa o governo são as questões estratégicas e o poder que o Congresso dos EUA terá sobre elas. É preciso, contudo, relativizar.
Primeiro, a estrutura acionária da empresa é pulverizada, e seus maiores investidores são estrangeiros.
Segundo, na prática o contribuinte brasileiro paga pela exportação aos EUA de um produto que gera renda a americanos. Cerca de 60% do valor de um avião regional da Embraer vem de componentes americanos. O BNDES financiou, de 2001 a 2016, US$ 14 bilhões em exportações de aviões montados no Brasil para os EUA. Se a preocupação dos militares sobre eventuais vetos de exportações pelo Congresso americano é legítima, não é inédita: a própria Embraer já teve venda à Venezuela do Super Tucano, avião cheio de partes importadas, vedada pelos EUA.
A inquietação se dá porque a área de defesa é celeiro de inovação na Embraer, com especialização compartilhada com os militares e transbordo para tecnologias civis.
ONDE ATUA A EMBRAER
AERONÁUTICA
Desenvolve o KC-390, vende e dá suporte ao Super Tucano, moderniza AMX e F-5
DEFESA DE FRONTEIRAS
Pela subsidiária Savis, desenvolve o sistema de controle de fronteiras do Exército, projeto de R$ 12 bi
ESPAÇO
Associada à Telebras na subsidiária Visiona, investe em satélites de comunicação
SUBMARINO NUCLEAR
Pela subsidiária Atech, desenvolve o sistema de controle do reator nuclear para submarino da Marinha
EDIT MOD - Túlio
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Proposta da Boeing inclui divisão militar da Embraer
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02/01/2018 02h00
A proposta da Boeing para associar-se à Embraer não é restrita à área de aviação comercial. Inclui também a divisão de defesa da fabricante brasileira, segundo a Folha apurou junto a pessoas próximas da negociação.
Isso tornará a conversa ainda mais sensível politicamente, já que o governo brasileiro diz que vetará a perda de controle nacional da empresa devido à sua importância estratégica na área militar.
A gigante americana não tem um formato fechado de oferta. Trará à mesa exemplos de parceria na área militar que dão salvaguardas de soberania aos países.
No Reino Unido, a Boeing abriu uma unidade de defesa em 2008 e emprega mil pessoas. É listada com uma "contratada X", por obedecer a uma série de requisitos de controle por parte do governo. Entre eles, ter sete altos funcionários se reportando à pasta da Defesa, inclusive dois diretores britânicos.
Na mão inversa, a empresa de defesa britânica BAE Systems abriu uma unidade nos EUA que obedece a critérios rígidos, para manter sigilo de informações militares.
Na Austrália, a Boeing tem sua maior operação externa, com 2.000 funcionários. Lá ela também está sujeita a controle governamental de dados sensíveis.
A especulação inicial de que a Boeing só estava interessada em adquirir a nova linha de jatos regionais da Embraer, a exemplo do que sua rival europeia Airbus havia feito em outubro com a canadense Bombardier.
A aviação executiva, ponto forte em modelos pequenos e médios da Embraer, também está na mira porque não é nicho da Boeing.
Ao acenar com uma parceria maior, mesmo sem controle acionário da Embraer, terá de convencer o governo de que decisões estratégicas brasileiras serão preservadas.
A posição da Embraer é única justamente devido à sua área de defesa responsável por quase 20% do faturamento da empresa (outros 20% na aviação executiva, o resto em jatos regionais).
Desde quando foi criada pelos militares em 1969, a Embraer tem relação umbilical com a Força Aérea, sua principal cliente de defesa mesmo após a privatização de 1994. A empresa participa de projetos estratégicos para o país: programas aeronáuticos militares sob demanda e, por meio de subsidiárias, desenha o controle de fronteiras do Exército, parte do reator do futuro submarino nuclear brasileiro e atua no mercado de satélites.
Assim, a reação do presidente Michel Temer após o anúncio das negociações, em 21 de dezembro, foi a de aprovar as conversas mas rejeitar qualquer perda de controle.
Detentora de uma "golden share", ação especial herdada na privatização, a União pode vetar negócios. Quem quiser mais de 35% das ações, precisa de aval federal. O que realmente preocupa o governo são as questões estratégicas e o poder que o Congresso dos EUA terá sobre elas. É preciso, contudo, relativizar.
Primeiro, a estrutura acionária da empresa é pulverizada, e seus maiores investidores são estrangeiros.
Segundo, na prática o contribuinte brasileiro paga pela exportação aos EUA de um produto que gera renda a americanos. Cerca de 60% do valor de um avião regional da Embraer vem de componentes americanos. O BNDES financiou, de 2001 a 2016, US$ 14 bilhões em exportações de aviões montados no Brasil para os EUA. Se a preocupação dos militares sobre eventuais vetos de exportações pelo Congresso americano é legítima, não é inédita: a própria Embraer já teve venda à Venezuela do Super Tucano, avião cheio de partes importadas, vedada pelos EUA.
A inquietação se dá porque a área de defesa é celeiro de inovação na Embraer, com especialização compartilhada com os militares e transbordo para tecnologias civis.
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Darcy Ribeiro (1922 - 1997)
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Re: Venda da Embraer para a Boeing: sua posição?
Quem acha que isso tudo é apenas busness, bem...
Sabe de nada inocente.
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Re: Venda da Embraer para a Boeing: sua posição?
Vou repetir o post que fiz em um outro tópico por entender que esse aqui é muito mais adequado.
É bem provável que a a sobrevivência da Embraer no mercado dependa dessa operação.
Além disso, é interessante lembrar alguns pontos, especialmente no que diz respeito à "soberania" levantada por muitos. Atualmente o maior acionista da Embraer é um fundo chamando Brandes Investment, que até dias atrás detinha 15,05% (hoje tem algo em torno de 14%) das ações ordinárias da empresa. Em segundo lugar vem outro fundo, o Mondrian Investments, com 10,12% das ações ordinárias. O primeiro brasileiro que aparece é o BNDESPar com 5,37% das ações, pouco mais que os 5,03% do Blackrock, outro fundo estrangeiro. Na tesouraria da Embraer estão 1,03% das ações e o resto está pulverizado entre diversos investidores do Brasil e do exterior. Reparem que dos quatro acionistas com mais de 5% três são fundos estrangeiros que somados possuem cerca de 30% da empresa.
Destaco aqui também a entrevista do Ozires Silva, ex-presidente e um dos fundadores da Embraer:
http://www.valor.com.br/empresas/523732 ... ires-silva
Não tenham dúvidas de uma coisa: se a Boeing não fechar essa parceria com a Embraer, vai fechar com qualquer outra. Aí, efetivamente, estaremos fodidos. Nós contra Airbus, Bombardier, Boeing e outra afiliada.
É bem provável que a a sobrevivência da Embraer no mercado dependa dessa operação.
Além disso, é interessante lembrar alguns pontos, especialmente no que diz respeito à "soberania" levantada por muitos. Atualmente o maior acionista da Embraer é um fundo chamando Brandes Investment, que até dias atrás detinha 15,05% (hoje tem algo em torno de 14%) das ações ordinárias da empresa. Em segundo lugar vem outro fundo, o Mondrian Investments, com 10,12% das ações ordinárias. O primeiro brasileiro que aparece é o BNDESPar com 5,37% das ações, pouco mais que os 5,03% do Blackrock, outro fundo estrangeiro. Na tesouraria da Embraer estão 1,03% das ações e o resto está pulverizado entre diversos investidores do Brasil e do exterior. Reparem que dos quatro acionistas com mais de 5% três são fundos estrangeiros que somados possuem cerca de 30% da empresa.
Destaco aqui também a entrevista do Ozires Silva, ex-presidente e um dos fundadores da Embraer:
http://www.valor.com.br/empresas/523732 ... ires-silva
Não tenham dúvidas de uma coisa: se a Boeing não fechar essa parceria com a Embraer, vai fechar com qualquer outra. Aí, efetivamente, estaremos fodidos. Nós contra Airbus, Bombardier, Boeing e outra afiliada.
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Re: Venda da Embraer para a Boeing: sua posição?
O Forista BOLOVO recebe apenas uma Advertência por infringir os arts 7.1.2 e 7.1.3 do Regulamento. É membro de ótimo conceito perante a Moderação, assim, ao menos por enquanto deixo de denunciá-lo ao Conselho. Isso poderá mudar se insistir na linha que seguiu.
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Re: Venda da Embraer para a Boeing: sua posição?
É interessante ver alguém falar em "venda" usando como fuente um artigo (notar que nem notícia é) que fala apenas em parceria e associação. Usá-lo para criar cenários apocalípticos me soa como um enorme exagero. Mas tudo tri, cada um tem sua opinião e respeito a de todos na justa medida em que respeitam a minha. E esta é: precisamos de mais informações, não dá para sair julgando com base em devires. Lembrar que já foi feita uma tentativa, pelos "bondosos" Franceses, de tomar o controle da EMBRAER. O resultado todo mundo sabe, se quebraram!Bolovo escreveu:Notícias do futuro: "Departamento de Defesa dos EUA veta a venda de KC-390 para o Brasil"
EDIT MOD - Túlio
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Proposta da Boeing inclui divisão militar da Embraer
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DE SÃO PAULO
02/01/2018 02h00
A proposta da Boeing para associar-se à Embraer não é restrita à área de aviação comercial. Inclui também a divisão de defesa da fabricante brasileira, segundo a Folha apurou junto a pessoas próximas da negociação.
Isso tornará a conversa ainda mais sensível politicamente, já que o governo brasileiro diz que vetará a perda de controle nacional da empresa devido à sua importância estratégica na área militar.
A gigante americana não tem um formato fechado de oferta. Trará à mesa exemplos de parceria na área militar que dão salvaguardas de soberania aos países.
(...)
Tá certo, a Golden Share não é nenhuma Silver Bullet mas segura muita coisa; mesmo os piores (des)governos que tivemos não abriram mão, e cito a Vale, privatizada mas até hoje a citada GS aí está, impedindo que qualquer um faça o que bem entender com ela. É de se pensar mais e aguardar informações mais sólidas antes de sair dizendo "é isso" ou "é aquilo" ou "quem pensa diferente de mim é inocente"...
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Re: Venda da Embraer para a Boeing: sua posição?
ramme escreveu:Vou repetir o post que fiz em um outro tópico por entender que esse aqui é muito mais adequado.
É bem provável que a a sobrevivência da Embraer no mercado dependa dessa operação.
Além disso, é interessante lembrar alguns pontos, especialmente no que diz respeito à "soberania" levantada por muitos. Atualmente o maior acionista da Embraer é um fundo chamando Brandes Investment, que até dias atrás detinha 15,05% (hoje tem algo em torno de 14%) das ações ordinárias da empresa. Em segundo lugar vem outro fundo, o Mondrian Investments, com 10,12% das ações ordinárias. O primeiro brasileiro que aparece é o BNDESPar com 5,37% das ações, pouco mais que os 5,03% do Blackrock, outro fundo estrangeiro. Na tesouraria da Embraer estão 1,03% das ações e o resto está pulverizado entre diversos investidores do Brasil e do exterior. Reparem que dos quatro acionistas com mais de 5% três são fundos estrangeiros que somados possuem cerca de 30% da empresa.
Destaco aqui também a entrevista do Ozires Silva, ex-presidente e um dos fundadores da Embraer:
http://www.valor.com.br/empresas/523732 ... ires-silva
Não tenham dúvidas de uma coisa: se a Boeing não fechar essa parceria com a Embraer, vai fechar com qualquer outra. Aí, efetivamente, estaremos fodidos. Nós contra Airbus, Bombardier, Boeing e outra afiliada.
Concordo parcialmente. Na verdade, se a Boeing não fechar com a EMBRAER, qual seria a "qualquer outra"? Há alguma "qualquer outra" que detenha 46% do mercado de Aviação Regional por aí, além de outra fatia grossa (que não sei quanto é) do mercado de Aviação Executiva, e não fiquei sabendo? Assim, sigo sustentando que é um negócio mais interessante para a Boeing do que para a EMBRAER (não que seja desinteressante para ela, e é aí a parte em que mais concordo contigo), e que, ao menos a meu ver, assegura-lhe uma posição bem mais confortável do que a da empresa dos EUA na mesa de negociações. Caso o negócio não saia, volta a valer a velha frase do Cel Ozires Silva: "melhor ser a cabeça do rato do que o rabo do leão". Esta frase foi proferida em uma entrevista a uma revista de Defesa no anos 90, em resposta a um questionamento sobre se a EMBRAER iria ficar para sempre na Aviação Regional ou se iria migrar para a Comercial. Foi uma resposta conservadora mas, ao menos para a época, extremamente sensata: de fato, melhor ser líder de um segmento menor do que lanterninha no maior. E isso ela pode continuar sendo, com ou sem Boeing, além de poder seguir crescendo em áreas como Defesa, Espaço & quetales. Já esta teria que começar do zero, com todos os riscos e custos associados a isso, para tentar acompanhar a Airbus que, com sua fatia da Bombardier, assume a primeira posição (ou, mais corretamente, tem grande chance de assumir). Complicado para a Boeing...
Outra: interessante esta composição acionária, o maior grupo estrangeiro (uns 14%) é um fundo de investimentos dos EUA, o segundo um fundo de pensões do UK (uns 10%) e o terceiro outro fundo de investimentos dos EUA (uns 5%). Se lembrarmos da Grande Crise da década passada veremos que, com as desregulamentações massivas do mercado financeiro dos EUA promovidas por Clinton e aprofundadas por Bush Jr e que foram a causa-máter (ou ao menos uma das mais importantes) da citada crise, uma porção de altos executivos de fundos de investimentos e pensões perderam seu patrimônio e até pegaram cadeia (fora os que estão até hoje gastando os tubos com Advogados para tentar se salvar). O recado está claro: não se deve brincar com o dinheiro das pessoas.
Daí extraio que o simples fato de haver grandes quantidades de ações em mãos estrangeiras não equivale a dizer que podem fazer o que quiserem com a EMBRAER: quem bota dinheiro quer ganhar mais dinheiro (lembremos, quando estourou a "bomba" do interesse da Boeing, as ações da EMBRAER foram à estratosfera e o maior acionista tratou de se desfazer de cerca de 1% aproveitando a alta, e isso, tratando-se de uma empresa cujo valor de mercado chega a quase USD 100B, significa faturar cash quase um bi de um dia para o outro, é dinheiro pra burro, POWS!!! ), não sair fazendo patriotadas & molecagens. Se fosse isso o Brandes não teria vendido nada, teria é comprado!
É o que penso.
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Re: Venda da Embraer para a Boeing: sua posição?
Penso de maneira semelhante, mas tenho receio quanto ao futuro da Embraer com essa parceria Airbus-Bombardier. Não dá pra ignorar e pensar que as coisas vão se manter tão boas pra Embraer.Túlio escreveu:ramme escreveu:Vou repetir o post que fiz em um outro tópico por entender que esse aqui é muito mais adequado.
É bem provável que a a sobrevivência da Embraer no mercado dependa dessa operação.
Além disso, é interessante lembrar alguns pontos, especialmente no que diz respeito à "soberania" levantada por muitos. Atualmente o maior acionista da Embraer é um fundo chamando Brandes Investment, que até dias atrás detinha 15,05% (hoje tem algo em torno de 14%) das ações ordinárias da empresa. Em segundo lugar vem outro fundo, o Mondrian Investments, com 10,12% das ações ordinárias. O primeiro brasileiro que aparece é o BNDESPar com 5,37% das ações, pouco mais que os 5,03% do Blackrock, outro fundo estrangeiro. Na tesouraria da Embraer estão 1,03% das ações e o resto está pulverizado entre diversos investidores do Brasil e do exterior. Reparem que dos quatro acionistas com mais de 5% três são fundos estrangeiros que somados possuem cerca de 30% da empresa.
Destaco aqui também a entrevista do Ozires Silva, ex-presidente e um dos fundadores da Embraer:
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Concordo parcialmente. Na verdade, se a Boeing não fechar com a EMBRAER, qual seria a "qualquer outra"? Há alguma "qualquer outra" que detenha 46% do mercado de Aviação Regional por aí, além de outra fatia grossa (que não sei quanto é) do mercado de Aviação Executiva, e não fiquei sabendo? Assim, sigo sustentando que é um negócio mais interessante para a Boeing do que para a EMBRAER (não que seja desinteressante para ela, e é aí a parte em que mais concordo contigo), e que, ao menos a meu ver, assegura-lhe uma posição bem mais confortável do que a da empresa dos EUA na mesa de negociações. Caso o negócio não saia, volta a valer a velha frase do Cel Ozires Silva: "melhor ser a cabeça do rato do que o rabo do leão". Esta frase foi proferida em uma entrevista a uma revista de Defesa no anos 90, em resposta a um questionamento sobre se a EMBRAER iria ficar para sempre na Aviação Regional ou se iria migrar para a Comercial. Foi uma resposta conservadora mas, ao menos para a época, extremamente sensata: de fato, melhor ser líder de um segmento menor do que lanterninha no maior. E isso ela pode continuar sendo, com ou sem Boeing. Já esta teria que começar do zero, com todos os riscos e custos associados a isso, para tentar acompanhar a Airbus que, com sua fatia da Bombardier, assume a primeira posição (ou, mais corretamente, tem grande chance de assumir). Complicado para a Boeing...
Outra: interessante esta composição acionária, o maior grupo estrangeiro (uns 14%) é um fundo de investimentos dos EUA, o segundo um fundo de pensões do UK (uns 10%) e o terceiro outro fundo de investimentos dos EUA (uns 5%). Se lembrarmos da Grande Crise da década passada veremos que, com as desregulamentações massivas do mercado financeiro dos EUA promovidas por Clinton e aprofundadas por Bush Jr e que foram a causa-máter (ou ao menos uma das mais importantes) da citada crise, uma porção de altos executivos de fundos de investimentos e pensões perderam seu patrimônio e até pegaram cadeia. O recado está claro: não se deve brincar com o dinheiro das pessoas.
Daí extraio que o simples fato de haver grandes quantidades de ações em mãos estrangeiras não equivale a dizer que podem fazer o que quiserem com a EMBRAER: quem bota dinheiro quer ganhar mais dinheiro (lembremos, quando estourou a "bomba" do interesse da Boeing, as ações da EMBRAER foram à estratosfera e o maior acionista tratou de se desfazer de cerca de 1% aproveitando a alta, e isso, tratando-se de uma empresa cujo valor de mercado chega a quase USD 100B, significa faturar cash quase um bi de um dia para o outro, é dinheiro pra burro, POWS!!! ), não sair fazendo patriotadas & molecagens.
É o que penso.
Quando falei qualquer outra, embora não tenha dito, tinha em mente que não há no mercado, com exceção da Bombardier, empresa que faça frente à Embraer no seu segmento. Aliás, Bombardier que agora conta, com o perdão da repetição, com a gigante Airbus por trás.
De fato, estamos em uma ótima posição de negociação, justamente porque a Embraer é a única que dá à Boeing a capacidade de superar a concorrência em todas as frentes. Vejo a relação não somente necessária, por nos colocarmos em pé de igualdade novamente com a canadense, mas também como essencial, por possibilitar à Embraer maior possibilidade de crescimento, inclusive com expansão para outros segmentos de mercado.
Ao meu ver, é win-win.
- Bourne
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Re: Venda da Embraer para a Boeing: sua posição?
O problema não é participação da EMBRAER agora. Mas o que vai acontecer no médio e longo prazo com a reorganização dos concorrentes. Especialmente com a relação AirBus e Bombardier para o mercado ocidental e outros concorrentes para o resto do mundo. A Boeing e Embraer estão para esse nó. A Embraer tem noção que precisa de novos produtos e estrutura de competição. A Boeing precisa aprender rápido como competir nesse mercado. Não quer dizer que será comprada e acabou. A coisa e muito mais complicada. Vamos ver o que acontece. Existe uma enorme area cinza nessa negociação.
Nada é eterno. Por exemplo, a VW mandava no mercado de carros no Brasil. Isso ate idos da década de 2000. No entanto, começou a perder mercado com produtos defasados, caros, rede de assistência relapsa, não prestou atenção nos concorrentes coreanos/japoneses e entrou em parafuso. Só começou a voltar agora devido ao investimento pesado em novos produtos, trazer a tecnologia que tem lá fora, aprimorar a rede de assistência técnica e concessionária, pensar carros para Brasil. A FIAT aconteceu algo similar mais recentemente e começa a se recuperar. Hoje quem está em crise é a Ford.
Isso em mercado para consumidor final. Agora imagina isso para empresa área que faz análise de custo/beneficio, custo de manutenção, rede de assistência, financiamento, adequação técnica e outros fatores.
Nada é eterno. Por exemplo, a VW mandava no mercado de carros no Brasil. Isso ate idos da década de 2000. No entanto, começou a perder mercado com produtos defasados, caros, rede de assistência relapsa, não prestou atenção nos concorrentes coreanos/japoneses e entrou em parafuso. Só começou a voltar agora devido ao investimento pesado em novos produtos, trazer a tecnologia que tem lá fora, aprimorar a rede de assistência técnica e concessionária, pensar carros para Brasil. A FIAT aconteceu algo similar mais recentemente e começa a se recuperar. Hoje quem está em crise é a Ford.
Isso em mercado para consumidor final. Agora imagina isso para empresa área que faz análise de custo/beneficio, custo de manutenção, rede de assistência, financiamento, adequação técnica e outros fatores.
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Re: Venda da Embraer para a Boeing: sua posição?
Talvez isso ajude a entenderem a questão do controle da Embraer: http://ri.embraer.com.br/show.aspx?idCa ... 5Mr8VT9g==
Em especial:
Em especial:
1. Nenhum acionista ou grupo de acionistas, brasileiro ou estrangeiro, poderá exercer votos em cada Assembleia Geral em número superior a 5% do número de ações em que se dividir o capital social. Tal limitação tem como objetivo desestimular a concentração excessiva de ações ou American Depositary Shares (ADS) em mãos de um único acionista ou grupo de acionistas vinculados;
2. O total de votos em qualquer Assembleia Geral permitido a acionistas estrangeiros, seja isoladamente ou em grupo, estará limitado a 40% do total de votos presentes à assembleia;
3. Vedação à aquisição, por qualquer acionista ou grupo de acionistas, de participação igual ou superior a 35% do capital da Embraer, salvo com expressa autorização da União, na qualidade de detentora da Golden Share, e sujeita à realização de uma Oferta Pública de Aquisição (OPA);
4. Obrigatoriedade de divulgação de posição acionária sempre que: (i) a participação de um acionista atinja ou supere 5% do capital da sociedade; e (ii) a participação de qualquer acionista se eleve em múltiplos de 5% do capital da Empresa.
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Re: Venda da Embraer para a Boeing: sua posição?
Marechal-do-ar escreveu:Talvez isso ajude a entenderem a questão do controle da Embraer: http://ri.embraer.com.br/show.aspx?idCa ... 5Mr8VT9g==
Em especial:1. Nenhum acionista ou grupo de acionistas, brasileiro ou estrangeiro, poderá exercer votos em cada Assembleia Geral em número superior a 5% do número de ações em que se dividir o capital social. Tal limitação tem como objetivo desestimular a concentração excessiva de ações ou American Depositary Shares (ADS) em mãos de um único acionista ou grupo de acionistas vinculados;
2. O total de votos em qualquer Assembleia Geral permitido a acionistas estrangeiros, seja isoladamente ou em grupo, estará limitado a 40% do total de votos presentes à assembleia;
3. Vedação à aquisição, por qualquer acionista ou grupo de acionistas, de participação igual ou superior a 35% do capital da Embraer, salvo com expressa autorização da União, na qualidade de detentora da Golden Share, e sujeita à realização de uma Oferta Pública de Aquisição (OPA);
4. Obrigatoriedade de divulgação de posição acionária sempre que: (i) a participação de um acionista atinja ou supere 5% do capital da sociedade; e (ii) a participação de qualquer acionista se eleve em múltiplos de 5% do capital da Empresa.
Simplesmente perfeito, Marechal véio.
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Re: Venda da Embraer para a Boeing: sua posição?
Link BR, o sistema de gerenciamento do reator do SNB, nossa fabricante de radares... vai ficar tudo no controle dos nossos pais do norte. Realmente maravilhoso.
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Re: Venda da Embraer para a Boeing: sua posição?
O martelo ainda não foi batido. Segue o trem até sabermos realmente do que se trata.
E como este ano o congresso só funciona até o primeiro semestre do ano...
Abs
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Re: Venda da Embraer para a Boeing: sua posição?
Se a Boeing ou a Airbus quisessem teriam entrado no mercado de jatos menores no passado. Não fizeram e não farão isso pois é um mercado mais competitivo e menos rentável. O que elas precisam é manter o cartel que tem para aeronaves maiores. As aquisições de Bombardier e Embraer só fazem sentido para matar um futuro concorrente na faixa em que essas empresas dominam.Túlio escreveu:Sei lá, aí tenho que concordar com o FCarvalho, quantos trocentos USD bilhões vão ter que gastar para isso? Até talvez desse nos tempos do OBRAHMA, já hoje acho brabo. Vão ter que partir de tecnologias que não têm para chegar não sabem onde. Sério que te parece viável em uma economia focada no mercado?Duka escreveu:Acredito que se a Embraer não se associar com a Boeing, inevitavelmente a Boeing irá desenvolver sua própria linha de aviões regionais. Nesse caso, aquilo que a Embraer sabiamente evitou durante anos, concorrer com as gigantes, se materializará contra a sua vontade (não será a Embraer que irá subir, e sim as outras que irão descer).
Então, nesse caso, uma parceria no setor de vendas e pós-venda pode ser algo desejável (ou até mesmo necessário), para sobreviver nesse novo cenário.