Caças na América do Sul - Atual e Futuro

Assuntos em discussão: Força Aérea Brasileira, forças aéreas estrangeiras e aviação militar.

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FCarvalho
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Re: Caças na América do Sul - Atual e Futuro

#46 Mensagem por FCarvalho » Dom Nov 05, 2017 9:44 pm

Túlio escreveu:Cupincha, cada vez me parece mais que postas com base em casuística pessoal (e isso não posso debater, é a tua verdade) e menos com base naquela irrelevância que chamamos de Realidade. À luz desta, posso te dizer que:

:arrow: Sério que acreditas que o Peru pegaria sua enorme e temível frota de OITO caças MiG-29 modernizados e os mandaria nos atacar? Iam querer pegar um pedaço de mato e pântanos para eles ou seria só para dizer que podem? Arriscariam dar as costas ao Chile e especialmente ao Equador (de quem tomaram um pedação de terra nos anos 40 e que por certo adoraria pegar de volta) só para fazer molecagem conosco? Pior, de que serviriam os MiGs quando viesse o troco, na forma de F-5EM e AMX, tudo vetorado por -99? Era decolar um MiG e tava armado o "barata voa", com quem está perto de sua área de alcance dando no pé e quem está na cobertura já lhe apontando seus narizes e mísseis. Xem xanxe!

Túlio, meu caro amigo gaudério, se tem uma coisa que eu aprendi na vida sobre os peruanos, convivendo de perto com eles por vários anos, é que jamais se pode subestimá-los. E ao contrário do que muito se crê, determinar a capacidade, e a efetividade, das ffaa's peruanas é algo bem complexo , tal é o sigilo quase soviético com o qual eles guardam informações sobre as mesma. No mais, como já disse, eles não tem porque sair Brasil afora, ou mesmo ao longo de toda a nossa fronteira com eles, para suas ffaa's atuarem. No conflito do Cenepa foi igualzinho. Ademais, Chile e Equador não se meteriam em alguma querela envolvendo seus vizinhos sul-americanos, dado o histórico que se tem na região pela resolução pacífica dos conflitos. Não iam nos ajudar, mas também não iriam atrapalhar a nós ou aos peruanos. Como tenho dito aqui, guerras costuma ter objetivos específicos e grande violência no menor tempo possível. Isso interessa a qualquer dos lados. Ademais, a partir de onde achas que a FAB vai operar se os aeroportos de PV e RB forem postos fora de operação? Sobra Manaus, Belém e Cuiabá com pistas capazes de operar F-5/A-1, E/R-99 e coisas afins sem restrições. Todas elas a mais de 1 mil kms da fronteira peruana. Ou achas mesmo que eles iriam ficar em um ataque só? Só para esclarecer, os peruanos possuem pistas próximas da nossa fronteira que operam seus caças numa boa. Para não falar que em matéria de AAe eles estão bem melhor do que nós. Não temos esse luxo. Há sim, no médio/longo mais Mig-29 devem vir, novos ou recauchutados. Talvez até Su-35. Aí a porca torce o rabo.

:arrow: Pior, Colômbia tem menos motivos para nos atacar do que nós à Guiana Francesa (e precisaria abrir o flanco de vez à Vuvuzela e seus bovinos). Xem xanxe!

Sim, concordo que esta hipótese é praticamente nula, mas como o tópico trata-se de comparações entre caças sul-americanos, dei o exemplo do que há do outro lado por estas bandas aqui e sua capacidade. Não estou dizendo que nossos vizinhos vão atravessar a fronteira amanhã, mas apenas relacionando o que não temos com o que eles tem. No caso da Colombia, os Kfir C-10 estão em pé de igualdade em termos de eletrônica com os F-5EM/A-1M, e tem também AEW com menor capacidade que o nosso, mas tem. Em termos de GE eles também possuem uma capacidade melhor que a nossa. Neste caso, se quisessem arrumar confusão por aqui, iriam precisar de bem mais que os atuais 10/12 caças que tem. De qualquer forma, a partir de bases perto da fronteira ou com Revo, eles tem condições, por exemplo, ressalte-se, de atingir todas as pistas da FAB da amazõnia ocidental, antes que a FAB possa dar um peido. Só para saberes, bem ao lado do aeroporto de Tabatinga existe o de Letícia, com uma senhora pista e toda uma infraestrutura melhor do que a nossa. De lá os Kfir podem atingir com Revo até mesmo Rio Branco, Cruzeiro do Sul e Porto Velho. Para não falar de Tefé e Humaitá. Todas estas cidades contam com OM's do EB em nível Btl. A FAB tem apenas 6 F-5EM em Manaus para dar conta, segundo a doutrina de defesa aérea deles, dos 5,2 milhões de km2 da amazônia legal. :roll:

:arrow: Chile? Ia passar por onde? De lá para cá só Países hostis a eles. E em busca do quê? Curiosidade: o caminho oposto (nós atacando :twisted: ) seria moleza, Bolívia e Peru ficariam mais do que faceiros em nos abrir os céus e ainda brigar junto, para poderem recuperar o que perderam na Guerra do Deserto. Bobear e até os argies iam querer tirar uma casquinha. Xem xanxe MESMO!

Com relação ao Chile, seria algo impensável. Não temos ou tivemos qualquer rusgas com eles ao longo dos séculos. Ademais, seria meio que suicídio enviar F-5 tunado contra F-16C block 50. Com ou sem AEW e/ou Revo.

:arrow: Por fim, Vuvuzela. Creio que basta, se me permitires, te refrescar um pouquinho a memória: na década passada (se não me engano ali por 2008) a Colômbia executou a mais espetacular ação envolvendo o Super Tucano até hoje, tendo atacado um acampamento de narco-terroristas e matando um dos Padrones, um vago chamado Raul Reyes. Foi uma ação fantástica mas com um "pobreminha": tiveram que fazer a lambança no lado do Equador, então bovino até a medula. O resultado foi o Chávez - :twisted: TINHA que ser o Chávez :twisted: - concentrando forças poderosas na fronteira com a Colômbia, que não dispunha nem remotamente de meios equivalentes para contrapor à ameaça. O que fez o governo da Colômbia? Apenas anunciou que meia dúzia de bases aéreas passava a estar à disposição da USAF e ANG. Resultado? Vuvuzela foi recuando e ficando só na base da bravata, tipo "te metiste comigo, pajarito", porque o cheiro de josta estava forte demais. Ficou nisso:

Bem, a Venezuela é um caso a parte pois sabemos que do ponto de vista apenas técnico os Su-30 e F-16 deles são bem superiores aos nossos F-5/A-1. Mas como nem só de caças se vive na guerra aérea. O Chaves, como sempre, sempre viveu a custa de bravatas mais destinadas ao público interno do que realmente servir de ameaça para os vizinhos - a não ser a Guiana, que nem ffaa's tem - e só. Ele sabia muito bem que era uma asa da FAV atravessar a fronteira e a USAF caia de pau em cima com direito a chuva de Tomahawks e os cambau. Os colombianos sabem muito bem onde lhes aperta os calos. E também sabem com quem podem contar sempre que as coisas complicarem. Já no nosso caso, se sobrasse alguma coisa inteira por aqui em termos de pistas de pouso, posso dizer que talvez no médio prazo a FAB conseguisse se impor. Talvez. Esse é o tipo de coisa na qual eu evito determinismos contundentes. Estamos mais e melhor organizados do que eles, mas isso não significa necessariamente uma vitória inconteste. Os militares venezuelanos não são trouxas e muito profissionais. Ao menos a maior parte que não se corrompeu com o ideologismo de Estado reinante por lá. Seria uma novela em que só saberíamos o fim tipo "só termina quando acaba" :wink:

Notes, nem vou me estender sobre quantos exemplos há na História de o quão temerário é espalhar as Forças de Defesa por áreas vulneráveis ao invés de concentrá-las onde é mais difícil de assestar-lhes de surpresa um golpe decisivo, ao mesmo tempo em que lhes sobra tempo para se prepararem e baterem à vontade no In, já na defensiva (logo, sem Iniciativa, que é o Santo Graal de qualquer combate).

Aqui discordamos. O Brasil é um país onde não tem como concentrar forças para depois achar que pode sair do esconderijo e ir bater no inimigo à vontade. Somos grandes demais para fazer esse tipo de coisa. Ademais isso vai contra a própria constituição no que compete a missão da FAB. Ponto. O que quero dizer é: podemos concentrar forças? Sim, mas de forma a fazê-lo a partir das regiões e não como vemos hoje, em que, na minha opinião, a FAB ainda dispõe de uma visão estratégica que nunca conseguiu sair da década de 40's. O que proponho? Que a FAB consiga fazer o que ela quer em seu plano atual, que seja, implantar esquadrões de caça em 6 localidades diferentes por todas as regiões do pais, a fim de proporcionar uma verdadeira cobertura aérea, e não essa peça de ficção de mal gosto que aí está. Estas bases não seriam nenhuma novidade, apenas o desdobramento dos atuais esquadrões que hoje ela possui. Naquele documento existirão, ou existiriam, apenas 6 bases aéreas com caças quais sejam, RJ, AN, CO, MN, CG e NT. Veja, Belém ficou de fora. Ou seja, vamos continuar com um único esquadrão para dar conta dos 5,2 millhões de km2 da amazônia. Esse é o plano da FAB. Me parece algo pertinente e alcançável. Lamento somente por Belém ter ficado de fora. Até ordem em contrário, claro. Esse é o tipo de concentração que eu gostaria de ver. Sorte para nós.
ps: não dá para controlar, vigiar e defender 22 milhões de km2 com apenas 108 caças, e muito menos com 36. mas como esta questão não é apenas uma decisão particular da FAB, vamos continuar torcendo para que o pessoal lá fora siga achando que somos uma republica de bananas ao sul do equador. até que um dia, quem sabe, as coisas mudem.

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Re: Caças na América do Sul - Atual e Futuro

#47 Mensagem por Túlio » Seg Nov 06, 2017 12:56 pm

FCarvalho escreveu: Túlio, meu caro amigo gaudério, se tem uma coisa que eu aprendi na vida sobre os peruanos, convivendo de perto com eles por vários anos, é que jamais se pode subestimá-los. E ao contrário do que muito se crê, determinar a capacidade, e a efetividade, das ffaa's peruanas é algo bem complexo , tal é o sigilo quase soviético com o qual eles guardam informações sobre as mesma. No mais, como já disse, eles não tem porque sair Brasil afora, ou mesmo ao longo de toda a nossa fronteira com eles, para suas ffaa's atuarem. No conflito do Cenepa foi igualzinho. Ademais, Chile e Equador não se meteriam em alguma querela envolvendo seus vizinhos sul-americanos, dado o histórico que se tem na região pela resolução pacífica dos conflitos. Não iam nos ajudar, mas também não iriam atrapalhar a nós ou aos peruanos. Como tenho dito aqui, guerras costuma ter objetivos específicos e grande violência no menor tempo possível. Isso interessa a qualquer dos lados. Ademais, a partir de onde achas que a FAB vai operar se os aeroportos de PV e RB forem postos fora de operação? Sobra Manaus, Belém e Cuiabá com pistas capazes de operar F-5/A-1, E/R-99 e coisas afins sem restrições. Todas elas a mais de 1 mil kms da fronteira peruana. Ou achas mesmo que eles iriam ficar em um ataque só? Só para esclarecer, os peruanos possuem pistas próximas da nossa fronteira que operam seus caças numa boa. Para não falar que em matéria de AAe eles estão bem melhor do que nós. Não temos esse luxo. Há sim, no médio/longo mais Mig-29 devem vir, novos ou recauchutados. Talvez até Su-35. Aí a porca torce o rabo.
Continuas sem dizer o que o Peru ia querer tanto aqui, a ponto de começar uma guerra que não poderia vencer; que eu saiba na fronteira com eles não tem sequer um puteiro decente que valha a pena conquistar a ferro e fogo só pra milicada poder trepar de graça (vai sonhando, puta num tem bandeira :lol: ). Também não disseste como o Peru vai conseguir comprar tanta arma com um orçamento de Defesa que é menos de 1/11 do nosso (cerca de USD 2,3 bi no ano passado). A verdade é que a grana é tão curta que apenas menos de metade da frota de MiG-29 é razoavelmente moderna - põe razoavelmente aí - enquanto patinam tentando achar um jeito de modernizar o resto. Comprar mais? Tá brabo! Pior, até hoje estão quebrando a cabeça para achar um jeito de modernizar sua dúzia de M2000 dos anos 80 (esqueci, os próprios MiGs não são tão mais novos que os Matusas assim não, é tudo caco véio recauchutado, que nem os F-5M) e até agora necas.

Mas o mais interessante que achei no post foi a tua criatividade, usando termos como "resolução pacífica de conflitos" em relação logo a Peru, Chile e Equador, e isso pouco após tu mesmo teres mencionado o Conflito do Cenepa, menos de duas décadas atrás. Aliás, só não estão se pegando na porrada até hoje (e já estaria coisa toda na base do tacape) porque EUA e Brasil deram a palavra final (uma só!) que, filmada para a posteridade, mostro abaixo (o Brasil aparece sentado e os EUA de pé):



FCarvalho escreveu:Sim, concordo que esta hipótese é praticamente nula, mas como o tópico trata-se de comparações entre caças sul-americanos, dei o exemplo do que há do outro lado por estas bandas aqui e sua capacidade. Não estou dizendo que nossos vizinhos vão atravessar a fronteira amanhã, mas apenas relacionando o que não temos com o que eles tem. No caso da Colombia, os Kfir C-10 estão em pé de igualdade em termos de eletrônica com os F-5EM/A-1M, e tem também AEW com menor capacidade que o nosso, mas tem. Em termos de GE eles também possuem uma capacidade melhor que a nossa. Neste caso, se quisessem arrumar confusão por aqui, iriam precisar de bem mais que os atuais 10/12 caças que tem. De qualquer forma, a partir de bases perto da fronteira ou com Revo, eles tem condições, por exemplo, ressalte-se, de atingir todas as pistas da FAB da amazõnia ocidental, antes que a FAB possa dar um peido. Só para saberes, bem ao lado do aeroporto de Tabatinga existe o de Letícia, com uma senhora pista e toda uma infraestrutura melhor do que a nossa. De lá os Kfir podem atingir com Revo até mesmo Rio Branco, Cruzeiro do Sul e Porto Velho. Para não falar de Tefé e Humaitá. Todas estas cidades contam com OM's do EB em nível Btl. A FAB tem apenas 6 F-5EM em Manaus para dar conta, segundo a doutrina de defesa aérea deles, dos 5,2 milhões de km2 da amazônia legal. :roll:
CREDO, os Kfir estão caindo de tão véios, suas turbinas J-79 estão entre as piores de todos os tempos (gastam mais QAV para fazer fumaça do que para voar). Sobre este "poderoso" caça, lembro-te que lá pelo fim da década passada os C-2/C-7 foram mandados para Israel com a finalidade de serem modernizados; no traslado em voo de volta para casa nada menos de QUATRO caíram pelo caminho. Isso foi debatido aqui mesmo, no DB (vai saber aonde, o que não falta é tópico). A coisa mais perigosa que eles realmente têm em linha de voo é...o Super Tucano!
FCarvalho escreveu:Com relação ao Chile, seria algo impensável. Não temos ou tivemos qualquer rusgas com eles ao longo dos séculos. Ademais, seria meio que suicídio enviar F-5 tunado contra F-16C block 50. Com ou sem AEW e/ou Revo.
Sei não, que suicídio é este de uns 5 F-5M contra cada F-16 block 50 M52 (o "M" é a customização da aeronave para um cliente específico, tipo AMRAAM pode, Link 16 não); ah tá, mas tem também os MLU, véios F-16A/B modernizados e que geraram um dos debates mais DOIDOS que vi no DB, com o Degancito indo à loucura quando um Forista postou uma entrevista com o Comandante da FACh, na qual este deixava claro que a diferença entre os MLU (para pior) e os comprados novos era alarmante, em termos de disponibilidade, capacidades, custo horário, MTBF e até no próprio envelope. Não é de graça que a citada FACh está quebrando a cabeça para tentar adquirir mais unidades do mesmíssimo modelo que compraram na primeira metade da década passada: os MLU não estão ficando mais novos nem mais confiáveis, e não há ENAER que resolva isso. O mais provável é que tentem adquirir mais block 50, novos ou pelo menos construídos neste século para, quando o lote inicial de 36 Gripen E/F já tiver sido entregue e estiver plenamente operacional, tentar juntar $$$ para converter a frota toda (mas não os MLU) em Viper na citada ENAER. É o mais alto que podem sonhar.
FCarvalho escreveu:Bem, a Venezuela é um caso a parte pois sabemos que do ponto de vista apenas técnico os Su-30 e F-16 deles são bem superiores aos nossos F-5/A-1. Mas como nem só de caças se vive na guerra aérea. O Chaves, como sempre, sempre viveu a custa de bravatas mais destinadas ao público interno do que realmente servir de ameaça para os vizinhos - a não ser a Guiana, que nem ffaa's tem - e só. Ele sabia muito bem que era uma asa da FAV atravessar a fronteira e a USAF caia de pau em cima com direito a chuva de Tomahawks e os cambau. Os colombianos sabem muito bem onde lhes aperta os calos. E também sabem com quem podem contar sempre que as coisas complicarem. Já no nosso caso, se sobrasse alguma coisa inteira por aqui em termos de pistas de pouso, posso dizer que talvez no médio prazo a FAB conseguisse se impor. Talvez. Esse é o tipo de coisa na qual eu evito determinismos contundentes. Estamos mais e melhor organizados do que eles, mas isso não significa necessariamente uma vitória inconteste. Os militares venezuelanos não são trouxas e muito profissionais. Ao menos a maior parte que não se corrompeu com o ideologismo de Estado reinante por lá. Seria uma novela em que só saberíamos o fim tipo "só termina quando acaba" :wink:
Os Su-30 até concordo, desde que se retire capacidade AEW&C da equação, o que dificilmente seria feito; já o F-16A, "pelado" e pra lá de obsoleto, só para missões mais simples de ataque (diurno) ao solo e olhe lá, pois não adianta ser mais manobrável que o F-5 e ter FBW se nem vai conseguir chegar perto, pois não tem meios de combater em BVR, logo, -99 detecta em modo LPI e vetora F-5 que, fora do visual, lhes manda Derby no lombo.

Notes que tu mesmo reconheces que a Vuvuzela tem pretensões territoriais sobre a Guiana e que esta, mesmo sem FFAA, jamais foi atacada, por razões óbvias: tu acreditas mesmo que essa gente pode atacar quem quer que seja sem tomar um baita pau dos EUA? Tudo o que os caras precisam é exatamente de um belo PRETEXTO para fazer aqui, no véio quintal dos fundos, o que vivem fazendo pelo resto do mundo, e ainda podendo aparecer bem na foto, POWS!!!
FCarvalho escreveu:Aqui discordamos. O Brasil é um país onde não tem como concentrar forças para depois achar que pode sair do esconderijo e ir bater no inimigo à vontade. Somos grandes demais para fazer esse tipo de coisa. Ademais isso vai contra a própria constituição no que compete a missão da FAB. Ponto. O que quero dizer é: podemos concentrar forças? Sim, mas de forma a fazê-lo a partir das regiões e não como vemos hoje, em que, na minha opinião, a FAB ainda dispõe de uma visão estratégica que nunca conseguiu sair da década de 40's. O que proponho? Que a FAB consiga fazer o que ela quer em seu plano atual, que seja, implantar esquadrões de caça em 6 localidades diferentes por todas as regiões do pais, a fim de proporcionar uma verdadeira cobertura aérea, e não essa peça de ficção de mal gosto que aí está. Estas bases não seriam nenhuma novidade, apenas o desdobramento dos atuais esquadrões que hoje ela possui. Naquele documento existirão, ou existiriam, apenas 6 bases aéreas com caças quais sejam, RJ, AN, CO, MN, CG e NT. Veja, Belém ficou de fora. Ou seja, vamos continuar com um único esquadrão para dar conta dos 5,2 millhões de km2 da amazônia. Esse é o plano da FAB. Me parece algo pertinente e alcançável. Lamento somente por Belém ter ficado de fora. Até ordem em contrário, claro. Esse é o tipo de concentração que eu gostaria de ver. Sorte para nós.
E eu gostaria de ver um bilhete da Megasena acumulada com seis acertos na minha carteira. Sonhar tá liberado, já a ordem na qual as bolinhas caem é decidida de outra forma. :lol: :lol: :lol: :lol:
FCarvalho escreveu:ps: não dá para controlar, vigiar e defender 22 milhões de km2 com apenas 108 caças, e muito menos com 36. mas como esta questão não é apenas uma decisão particular da FAB, vamos continuar torcendo para que o pessoal lá fora siga achando que somos uma republica de bananas ao sul do equador. até que um dia, quem sabe, as coisas mudem.

abs
Sei lá, os EUA (que investem em Defesa em um só ano o que nós levamos mais de 1/4 de século para investir e estão cheios de inimigos) têm milhares de caças e não conseguem defender TODO o seu território mais ZEE 24/7, nós então...




“Look at these people. Wandering around with absolutely no idea what's about to happen.”

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Re: Caças na América do Sul - Atual e Futuro

#48 Mensagem por FCarvalho » Seg Nov 06, 2017 9:11 pm

FCarvalho escreveu:Túlio, meu caro amigo gaudério, se tem uma coisa que eu aprendi na vida sobre os peruanos, convivendo de perto com eles por vários anos, é que jamais se pode subestimá-los.
Continuas sem dizer o que o Peru ia querer tanto aqui, a ponto de começar uma guerra que não poderia vencer; que eu saiba na fronteira com eles não tem sequer um puteiro decente que valha a pena conquistar a ferro e fogo só pra milicada poder trepar de graça (vai sonhando, puta num tem bandeira :lol: ). Também não disseste como o Peru vai conseguir comprar tanta arma com um orçamento de Defesa que é menos de 1/11 do nosso (cerca de USD 2,3 bi no ano passado). A verdade é que a grana é tão curta que apenas menos de metade da frota de MiG-29 é razoavelmente moderna - põe razoavelmente aí - enquanto patinam tentando achar um jeito de modernizar o resto. Comprar mais? Tá brabo! Pior, até hoje estão quebrando a cabeça para achar um jeito de modernizar sua dúzia de M2000 dos anos 80 (esqueci, os próprios MiGs não são tão mais novos que os Matusas assim não, é tudo caco véio recauchutado, que nem os F-5M) e até agora necas.
Mas o mais interessante que achei no post foi a tua criatividade, usando termos como "resolução pacífica de conflitos" em relação logo a Peru, Chile e Equador, e isso pouco após tu mesmo teres mencionado o Conflito do Cenepa, menos de duas décadas atrás. Aliás, só não estão se pegando na porrada até hoje (e já estaria coisa toda na base do tacape) porque EUA e Brasil deram a palavra final (uma só!) que, filmada para a posteridade, mostro abaixo (o Brasil aparece sentado e os EUA de pé):

Vamos lá meu caro amigo. Vamos ver se nos entendemos. :D

O Peru, e todos os nossos vizinhos não tem motivos, ou desculpas, para nos atacar tendo como pano de fundo as nossas fronteiras com eles. Elas estão bem definidas e ratificadas dos dois lados a mais de um século, graças a gente como o Barão do Rio Branco e outros de estirpe quase extinta nesse país.
Mas então qual o problema? Nenhum. Apenas peguei carona na proposição do tópico no sentido de comparar as atuais capacidades dos caças sul-americanos. Todo mundo sabe que arrumar confusão com o Brasil é perda de tempo, dinheiro e vidas. Então o que nos sobra é os "e se". Esta é a parte divertida deste tópico. Tirando o fato que a realidade da FAP hoje é tão ou mais paupérrima que a nossa, podemos dizer que haveria algumas complicações em um enfrentamento direto entre Mig's e F-5 tunados, restritos, claro a um 1x1. Se adicionarmos ao contexto os demais sistemas de cada país, aí sim, concordo que poderíamos levar o primeiro golpe, e depois descer o sarrafo neles. Mas isso é puramente especulativo. Não me consta que a FAB tenha a disposição em seus estoques equipamentos, suprimentos e armamentos suficientes para ir a qualquer guerra que dure mais de uma semana. Porque depois disso, até prova em contrário, nós vamos ter que pedir penico pra alguém lá fora. Igualzinho os peruanos.
:mrgreen:
FCarvalho escreveu:Sim, concordo que esta hipótese é praticamente nula, mas como o tópico trata-se de comparações entre caças sul-americanos, dei o exemplo do que há do outro lado por estas bandas aqui e sua capacidade.


CREDO, os Kfir estão caindo de tão véios, suas turbinas J-79 estão entre as piores de todos os tempos (gastam mais QAV para fazer fumaça do que para voar). Sobre este "poderoso" caça, lembro-te que lá pelo fim da década passada os C-2/C-7 foram mandados para Israel com a finalidade de serem modernizados; no traslado em voo de volta para casa nada menos de QUATRO caíram pelo caminho. Isso foi debatido aqui mesmo, no DB (vai saber aonde, o que não falta é tópico). A coisa mais perigosa que eles realmente têm em linha de voo é...o Super Tucano!

Pelo pouco que sei dos Kfir C10 colombianos, eles estão com os seus problemas sanados. Isso em teoria. No mais, como disse, foram e/ou estão sendo atualizados de acordo com os objetivos da FAC. A última é que serão equipados com o EL/M-2052. Bom, não temos nada disso por aqui tão cedo.
Mesmo sendo poucos, no geral, o desempenho do caça colombiano é superior individualmente em relação aos nossos F-5M. Em um combate 1x1 a vantagem está com eles. Não posso afirmar com certeza absoluta mas estes caças estão sendo bem cuidados pelo pessoal da logística da FAC até que uma solução possa ser dada efetivamente. E como os colombianos tem a USAF sempre por perto - um luxo que nós não temos e nem queremos - bem, a substituição deles pode esperar mais um pouco. Quem sabe até o nosso primeiro Gripen E chegar por aqui. Faltam apenas 4 anos.
:wink:

FCarvalho escreveu:Com relação ao Chile, seria algo impensável. Não temos ou tivemos qualquer rusgas com eles ao longo dos séculos. Ademais, seria meio que suicídio enviar F-5 tunado contra F-16C block 50. Com ou sem AEW e/ou Revo.


Sei não, que suicídio é este de uns 5 F-5M contra cada F-16 block 50 M52 (o "M" é a customização da aeronave para um cliente específico, tipo AMRAAM pode, Link 16 não); ah tá, mas tem também os MLU, véios F-16A/B modernizados e que geraram um dos debates mais DOIDOS que vi no DB, com o Degancito indo à loucura quando um Forista postou uma entrevista com o Comandante da FACh, na qual este deixava claro que a diferença entre os MLU (para pior) e os comprados novos era alarmante, em termos de disponibilidade, capacidades, custo horário, MTBF e até no próprio envelope. Não é de graça que a citada FACh está quebrando a cabeça para tentar adquirir mais unidades do mesmíssimo modelo que compraram na primeira metade da década passada: os MLU não estão ficando mais novos nem mais confiáveis, e não há ENAER que resolva isso. O mais provável é que tentem adquirir mais block 50, novos ou pelo menos construídos neste século para, quando o lote inicial de 36 Gripen E/F já tiver sido entregue e estiver plenamente operacional, tentar juntar $$$ para converter a frota toda (mas não os MLU) em Viper na citada ENAER. É o mais alto que podem sonhar.

A FACh ainda tem os F-5 para substituir, e não sabe muito bem o que pode fazer, pois a fonte dos recursos foi cortada (os 10% do Cobre). É provável que eles tentem mesmo um novo lote de F-16 de fábrica, mas eu acho isso um pouco complicado, dada as circunstâncias econômicas e as novas diretrizes da defesa que estão sendo orientadas pelo atual governo Bachellet. Nada garante que eles mantenham o atual patamar organizacional hoje mantido. Talvez a FACh passe por mudanças restritivas em termos de capacidade. É melhor ter poucos e bons caças do que muitos que não valem grandes coisas. De qualquer forma, os F-16 são caças superiores aos F-5 pelo simples fato de serem de gerações, e concepções diferentes. Se colocarmos eles em um 1x1 em condições iguais, o F-16C/52 tem vantagem. No contexto geral, ficaria um embate interessante, pois entraríamos no campo da NCW. Como os suecos dizem, atira primeiro quem vê(sabe) primeiro. As duas forças aéreas estão relativamente bem formadas nisso. Agora aplicar em campo já bem outra coisa. Penso que deveríamos ser pragmáticos em tentar amarrar Chile e Colombia ao Gripen E/F já que eles são nossos parceiro no KC-390. Eles teriam a ganhar muito mais que nós, econômica e financeiramente.

FCarvalho escreveu:Bem, a Venezuela é um caso a parte pois sabemos que do ponto de vista apenas técnico os Su-30 e F-16 deles são bem superiores aos nossos F-5/A-1.


Os Su-30 até concordo, desde que se retire capacidade AEW&C da equação, o que dificilmente seria feito; já o F-16A, "pelado" e pra lá de obsoleto, só para missões mais simples de ataque (diurno) ao solo e olhe lá, pois não adianta ser mais manobrável que o F-5 e ter FBW se nem vai conseguir chegar perto, pois não tem meios de combater em BVR, logo, -99 detecta em modo LPI e vetora F-5 que, fora do visual, lhes manda Derby no lombo.
Notes que tu mesmo reconheces que a Vuvuzela tem pretensões territoriais sobre a Guiana e que esta, mesmo sem FFAA, jamais foi atacada, por razões óbvias: tu acreditas mesmo que essa gente pode atacar quem quer que seja sem tomar um baita pau dos EUA? Tudo o que os caras precisam é exatamente de um belo PRETEXTO para fazer aqui, no véio quintal dos fundos, o que vivem fazendo pelo resto do mundo, e ainda podendo aparecer bem na foto, POWS!!!

Tenho certeza que não Túlio, mas, há também uma limitante para as ações americanas na AS. Uma coisa são os USA entrarem no país dos outros com o pé na porta, como fizeram no caribe e América Central, outra coisa é fazer isso com um vizinho nosso, bem na nossa cara, ou mais propriamente, bem nas nossas fronteiras. Não seria parte dos interesses deles criar um clima de embate/ameaça ao Brasil, já que qualquer movimento militar norte-americano em nossas fronteiras sempre foi mal visto pela comunidade militar, e partes da sociedade civil e governo, desde há muito. E com certeza, qualquer ação neste sentido, no mínimo, provocaria uma conversa de pé de ouvido entre as duas chancelarias, não para nos pedir permissão ou qualquer coisa do gênero, mas quiçá investigar qual seria o tamanho da reação aqui dentro do governo, dos políticos e principalmente dos militares, a fim de verificar quais as reais possibilidades de uma eventual intervenção e/ou divergência do país sobre as ações deles. Não que tenhamos qualquer chance de impedi-los, mas na guerra ou na paz, busness is busness. É a mola mestra do mundo e de todas as guerras.

FCarvalho escreveu:Aqui discordamos. O Brasil é um país onde não tem como concentrar forças para depois achar que pode sair do esconderijo e ir bater no inimigo à vontade.


E eu gostaria de ver um bilhete da Megasena acumulada com seis acertos na minha carteira. Sonhar tá liberado, já a ordem na qual as bolinhas caem é decidida de outra forma. :lol: :lol: :lol: :lol:

Bom, o plano da FAB é esse. Se vai dar certo, bem, sorte para ele... e para nós também. :mrgreen:

FCarvalho escreveu:ps: não dá para controlar, vigiar e defender 22 milhões de km2 com apenas 108 caças, e muito menos com 36. mas como esta questão não é apenas uma decisão particular da FAB, vamos continuar torcendo para que o pessoal lá fora siga achando que somos uma republica de bananas ao sul do equador. até que um dia, quem sabe, as coisas mudem.
abs
[/quote]

Sei lá, os EUA (que investem em Defesa em um só ano o que nós levamos mais de 1/4 de século para investir e estão cheios de inimigos) têm milhares de caças e não conseguem defender TODO o seu território mais ZEE 24/7, nós então...

A ideia não é defender o território na íntegra, mas dispor de uma capacidade mínima de fazer isso por regiões. Já disse aqui mais de uma vez que com apenas 7 esquadrões que a FAB tem, se alçados a condição de grupo de caça cada um, poderíamos contar de 168 a 252 caças. É muito para um país como o Brasil? Eu digo que não. Até porque, cada base aérea estaria separada uma da outra por pelo menos uns mil kms de distância. É como se cada esquadrão/grupo tivesse a responsabilidade de defender um país inteiro, com o menor quase do tamanho de metade toda a Europa ocidental. Você acredita mesmo que isso é possível? Como será então tentar defender, vigiar e controlar 22 milhões de km2 com apenas 108 caças?
O Brasil poderia ter 252 caças em apenas 7 bases aéreas. E mesmo assim cada caça da FAB ainda teria uma média de espaço aéreo para dar conta maior do que a imensa maioria dos países do mundo.
Não é mais fácil ficar brincando de cavalaria aérea quando se tem que percorrer menos distâncias e se está mais próximo do seu objetivo: as fronteiras e os limites do nosso espaço aéreo? Ou acreditas que um ou dois esquadrões, ou grupos de caça iriam fazer qualquer diferença por aqui em termos de defesa aérea dos nossos 5,2 milhões de km2 de amazônia? Me apresso em responder: fariam sim. Afinal, até outro dia não tínhamos sequer um único caça da FAB baseado aqui. Todos estavam a mais de 3 mil kms das fronteiras norte esperando não sei o quê... :roll:
Aliás, lembras daquela história do avião cubano que ia para Buenos Aires e passou por cima de metade do Brasil sem autorização e sem plano de voo, e que só foi interceptado quando estava apenas a 100 kms de Brasília? Pois é, se tivéssemos um simples esquadrão de F-5 baseados em Belém ele muito provavelmente teria sido interceptado ainda na nossa ZEE, sendo identificado e forçado a pousar ou desviar a rota. Nem chegaria a entrar em nosso espaço aéreo terrestre. Fosse nos USA com certeza já teria sido interceptado, ou mesmo derrubado. Se um Tupolev comercial fez isso, o que impediria um B-52, B-1 ou B-2 - ou qualquer outro avião do tipo militar - fazer a mesma coisa, deixando caças somente em Brasília e além?


abs.




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Re: Caças na América do Sul - Atual e Futuro

#49 Mensagem por Marechal-do-ar » Ter Nov 07, 2017 1:22 pm

Túlio escreveu:Também não disseste como o Peru vai conseguir comprar tanta arma com um orçamento de Defesa que é menos de 1/11 do nosso (cerca de USD 2,3 bi no ano passado). A verdade é que a grana é tão curta que apenas menos de metade da frota de MiG-29 é razoavelmente moderna - põe razoavelmente aí - enquanto patinam tentando achar um jeito de modernizar o resto.
Ah, agora não resisti, tive que comentar esse tópico, o que da para fazer com um orçamento 1/11 do nosso?

Bem, a Finlândia, com um pouco mais (US$ 3 bi) mantém 61 F/A-18C/D e 160 Leopard 2A4, um tanto mais de capacidade que nós.

Ah, mas, nada a ve compara um país maravilhoso como a Finlândia com o Peru... Pois é, mais uma vez a nossa defesa é a incompetência dos nossos vizinhos que serve, inclusive, para justificar a nossa própria incompetência.

A questão para mim é que, as nossas verbas de defesa são terrivelmente mal gastas, um inimigo gastando uma fração do que gastamos conseguiria montar uma ofensiva que nos deixasse de joelhos e nossa única defesa é contar com a suposta incompetência desse suposto inimigo.

Ah, mas depois vem o troco do nordeste... Pfff... Há poucos dias discutíamos guerra blindada, não estamos mais em 1850 onde exércitos se deslocavam a pé e levavem vários meses ou até anos para tomar um país como o Brasil dando tempo de sobra para armar uma resistência, com a velocidade de um ataque bem planejado hoje em semanas todos os principais focos do Brasil seriam tomados impossibilitando qualquer resistência organizada, e mais uma vez, a nossa única defesa é a premissa de que nosso suposto inimigo não seja competente o bastante para planejar um ataque assim.

Ah, mas se alguém começar a se armar a gente pensa nisso... Pfff... Quando alguém começar a se armar só vão pensar é em outra desculpa, quando o Chavez anunciou a compra dos Su 30 e T-72 não houve qualquer resposta, e isso em uma época onde havia papel higiênico para limpar as bundas e explosivos para as bombas, se ao invés dele procurar pelo maior idiota da Venezuela para sucede-lo o Chavez planejasse um ataque ao Brasil nos pegaria de calças curtas, e frustraria nossa expectativa de reação antes que o tópico a respeito chegasse na pagina 3.




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Re: Caças na América do Sul - Atual e Futuro

#50 Mensagem por Túlio » Ter Nov 07, 2017 2:16 pm

Marechal-do-ar escreveu: Pois é, mais uma vez a nossa defesa é a incompetência dos nossos vizinhos que serve, inclusive, para justificar a nossa própria incompetência.
Frase sublime para definir o contexto Militar em todo o nosso subcontinente. Nem vou tentar argumentar, estaria na prática te TROLANDO até, porque é impossível definir melhor a coisa toda, apenas acrescentaria que nada mudou nesta "visão" (ao menos para nós) desde 1822, pois contamos sempre com a incompetência da vizinhança (além de estimular-lhes os antagonismos, ontem meio que na porrada, hoje "por debaixo dos panos") para justificar a nossa própria...




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Re: Caças na América do Sul - Atual e Futuro

#51 Mensagem por FCarvalho » Ter Nov 07, 2017 2:28 pm

Marechal-do-ar escreveu: Pois é, mais uma vez a nossa defesa é a (crença na) incompetência dos nossos vizinhos que serve, inclusive, para justificar a nossa própria incompetência.
Cacete, o Marechal acabou com o tópico com este post. :twisted: :lol:

abs.




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Re: Caças na América do Sul - Atual e Futuro

#52 Mensagem por Luís Henrique » Ter Nov 07, 2017 3:28 pm

Marechal-do-ar escreveu:
Túlio escreveu:Também não disseste como o Peru vai conseguir comprar tanta arma com um orçamento de Defesa que é menos de 1/11 do nosso (cerca de USD 2,3 bi no ano passado). A verdade é que a grana é tão curta que apenas menos de metade da frota de MiG-29 é razoavelmente moderna - põe razoavelmente aí - enquanto patinam tentando achar um jeito de modernizar o resto.
Ah, agora não resisti, tive que comentar esse tópico, o que da para fazer com um orçamento 1/11 do nosso?

Bem, a Finlândia, com um pouco mais (US$ 3 bi) mantém 61 F/A-18C/D e 160 Leopard 2A4, um tanto mais de capacidade que nós.

Ah, mas, nada a ve compara um país maravilhoso como a Finlândia com o Peru... Pois é, mais uma vez a nossa defesa é a incompetência dos nossos vizinhos que serve, inclusive, para justificar a nossa própria incompetência.

A questão para mim é que, as nossas verbas de defesa são terrivelmente mal gastas, um inimigo gastando uma fração do que gastamos conseguiria montar uma ofensiva que nos deixasse de joelhos e nossa única defesa é contar com a suposta incompetência desse suposto inimigo.

Ah, mas depois vem o troco do nordeste... Pfff... Há poucos dias discutíamos guerra blindada, não estamos mais em 1850 onde exércitos se deslocavam a pé e levavem vários meses ou até anos para tomar um país como o Brasil dando tempo de sobra para armar uma resistência, com a velocidade de um ataque bem planejado hoje em semanas todos os principais focos do Brasil seriam tomados impossibilitando qualquer resistência organizada, e mais uma vez, a nossa única defesa é a premissa de que nosso suposto inimigo não seja competente o bastante para planejar um ataque assim.

Ah, mas se alguém começar a se armar a gente pensa nisso... Pfff... Quando alguém começar a se armar só vão pensar é em outra desculpa, quando o Chavez anunciou a compra dos Su 30 e T-72 não houve qualquer resposta, e isso em uma época onde havia papel higiênico para limpar as bundas e explosivos para as bombas, se ao invés dele procurar pelo maior idiota da Venezuela para sucede-lo o Chavez planejasse um ataque ao Brasil nos pegaria de calças curtas, e frustraria nossa expectativa de reação antes que o tópico a respeito chegasse na pagina 3.
concordo 100%. [009] [009] [009]

O que me entristece é que existem foristas com muito conhecimento que continuam tentando DEFENDER a incompetência das nossas forças armadas e dos governos.

Se tivéssemos excelentes administradores no alto comando de nossas forças armadas e pessoas com MUITA coragem para RADICALIZAR e mudar completamente as estruturas, mesmo com a porcaria de orçamento que temos, daria para ter um PODER MILITAR MUITO SUPERIOR ao que temos hoje. Que é quase ZERO.




Su-35BM - 4ª++ Geração.
Simplesmente um GRANDE caça.
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Re: Caças na América do Sul - Atual e Futuro

#53 Mensagem por Túlio » Ter Nov 07, 2017 3:32 pm

Luís Henrique escreveu:
concordo 100%. [009] [009] [009]

O que me entristece é que existem foristas com muito conhecimento que continuam tentando DEFENDER a incompetência das nossas forças armadas e dos governos.

Se tivéssemos excelentes administradores no alto comando de nossas forças armadas e pessoas com MUITA coragem para RADICALIZAR e mudar completamente as estruturas, mesmo com a porcaria de orçamento que temos, daria para ter um PODER MILITAR MUITO SUPERIOR ao que temos hoje. Que é quase ZERO.
PUTZ, cupincha véio e Irmão Flankeiro, caí duro agora: tinha acabado de ler um post teu onde dizias praticamente O OPOSTO do que estás dizendo aqui...
Luís Henrique escreveu: Isso é lorota.

Quem tem que se preocupar com isso é a área econômica do governo.
O presidente e em última instância o ministro da defesa.

O alto comando das forças armadas faz o que o presidente manda.

Se o ministro da defesa chega para o comandante do EB, da MB e da FAB e diz assim:

Olha, o patrão quer transformar o Brasil em uma phutencia militar.
Ele quer um plano do que as forças armadas precisam.
Ele e sua equipe econômica vai PAGAR A CONTA.
o Brasil está indo muito bem, está crescendo, estamos em alta.
pode fazer o tal plano.

O alto escalão se reúne, estuda e faz o plano.

Depois os foristas querem colocar a culpa nas forças armadas ou no comandante X ou Y.
Eu não concordo com isso.




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Re: Caças na América do Sul - Atual e Futuro

#54 Mensagem por Fábio Machado » Ter Nov 07, 2017 4:38 pm

Se o wikipedia estiver correto a RAF tem um efetivo de 33 mil pessoas enquanto a FAB tem incríveis 75 mil. Basicamente nós temos mais que o dobro de pessoal em menos da metade das aeronaves da RAF, isso sem falar em aspectos qualitativos. Não dá para negar que a coisa esta fora de controle. É necessário desinchar a força e transferir os recursos para manutenção e reequipamento.




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Re: Caças na América do Sul - Atual e Futuro

#55 Mensagem por J.Ricardo » Ter Nov 07, 2017 5:27 pm

Fábio, tem muita gente da FAB executando trabalho de civil, vide os controladores de voos que em grande parte são militares.




Não temais ímpias falanges,
Que apresentam face hostil,
Vossos peitos, vossos braços,
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Re: Caças na América do Sul - Atual e Futuro

#56 Mensagem por Fábio Machado » Ter Nov 07, 2017 6:22 pm

Mas isso é uma aberração J. Ricardo, militar tem que restringir a executar as funções típicas de militares. Esse acúmulo de funções compromete eficiência administrativa, além de desviar recursos essenciais para a operação da força. Militar não tem e nem deve cuidar de tudo.




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Re: Caças na América do Sul - Atual e Futuro

#57 Mensagem por FCarvalho » Ter Nov 07, 2017 10:39 pm

Então tem que dizer para a FAB separar o DECEA do controle aéreo civil. já tentaram isso várias vezes, e a FAB sempre deu um jeito de empenar todas as iniciativas neste sentido.

aliás, porque será que, olhando a nossa história lá atrás, os militares não raras vezes fizeram, e ainda fazem, muito, o trabalho de diversas áreas civis do poder público, sem que ninguém se aborreça concretamente com isso?

abs.




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Re: Caças na América do Sul - Atual e Futuro

#58 Mensagem por Ilya Ehrenburg » Ter Nov 07, 2017 11:05 pm

Em termo de América do Sul eu penso que coreanos e chineses possuem produtos que se encaixam nos orçamentos: JF-17 e AT-50... Sem falar nos treinadores, como o Li-15...




Não se tem razão quando se diz que o tempo cura tudo: de repente, as velhas dores tornam-se lancinantes e só morrem com o homem.
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Re: Caças na América do Sul - Atual e Futuro

#59 Mensagem por knigh7 » Qua Nov 08, 2017 3:09 am

Fábio Machado escreveu:Se o wikipedia estiver correto a RAF tem um efetivo de 33 mil pessoas enquanto a FAB tem incríveis 75 mil. Basicamente nós temos mais que o dobro de pessoal em menos da metade das aeronaves da RAF, isso sem falar em aspectos qualitativos. Não dá para negar que a coisa esta fora de controle. É necessário desinchar a força e transferir os recursos para manutenção e reequipamento.
Fábio Machado,

A revista T&D, edição que chegou as bancas em setembro, num. 149, realizou uma matéria sobre o processo de racionalização na FAB apresentando resultados dele.

Atualmente a FAB já tem o efetivo de 67.300 (Conseguiu reduzir de 73.100). Pretende reduzir mais 21% ao longo dos anos. O objetivo é ficar com um efetivo de 53.400, ou seja, reduzir o efetivo em mais de 1/3 com o planejamento!!!!

A matéria demonstrou a economia em casos reais que já houve com fusões de unidades, remanejamento, concentração administrativa e custeio com pessoal.

Vale ressaltar que tendo em vista cargos com estabilidade, agora a redução de efetivo será mais devagar (em 1 ano ela cortou quase 10% de pessoal devido aos não estabilizados principalmente.)

A FAB está no caminho certo. É raro a gente ver uma instituição pública que faz um corte tão rápido e tenha um plano tão ambicioso em "cortar na carne" como a FAB tem.

Espero que as outras FFAA façam algo semelhante.




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Re: Caças na América do Sul - Atual e Futuro

#60 Mensagem por knigh7 » Qua Nov 08, 2017 3:23 am

Aproveitando que alguns comentar sobre a utilização do F-5M com o E99: na edição atual da Revista Força Aérea, o presidente da COPAC disse que o investimento no link BR2 está sendo prioridade na FAB (ainda bem).

Aliás, na outra entrevista que ele deu para a revista Segurança & Defesa (cuja edição também está nas bancas), ele disse que contrato de modernização dos E99 com o cronograma físico-financeiro já foi renegociado e já reiniciou-se os trabalhos de modernização. A primeira aeronave modernizada será entregue a FAB em 2.019, e a última em 2.022.

(importante: em 2.014 havia sido apresentado um E-99 modernizado. Aquela modernização era meia-boca, não tinha todas as mudanças que são previstas para o E99).




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