ps: não dá para controlar, vigiar e defender 22 milhões de km2 com apenas 108 caças, e muito menos com 36. mas como esta questão não é apenas uma decisão particular da FAB, vamos continuar torcendo para que o pessoal lá fora siga achando que somos uma republica de bananas ao sul do equador. até que um dia, quem sabe, as coisas mudem.Túlio escreveu:Cupincha, cada vez me parece mais que postas com base em casuística pessoal (e isso não posso debater, é a tua verdade) e menos com base naquela irrelevância que chamamos de Realidade. À luz desta, posso te dizer que:
Sério que acreditas que o Peru pegaria sua enorme e temível frota de OITO caças MiG-29 modernizados e os mandaria nos atacar? Iam querer pegar um pedaço de mato e pântanos para eles ou seria só para dizer que podem? Arriscariam dar as costas ao Chile e especialmente ao Equador (de quem tomaram um pedação de terra nos anos 40 e que por certo adoraria pegar de volta) só para fazer molecagem conosco? Pior, de que serviriam os MiGs quando viesse o troco, na forma de F-5EM e AMX, tudo vetorado por -99? Era decolar um MiG e tava armado o "barata voa", com quem está perto de sua área de alcance dando no pé e quem está na cobertura já lhe apontando seus narizes e mísseis. Xem xanxe!
Túlio, meu caro amigo gaudério, se tem uma coisa que eu aprendi na vida sobre os peruanos, convivendo de perto com eles por vários anos, é que jamais se pode subestimá-los. E ao contrário do que muito se crê, determinar a capacidade, e a efetividade, das ffaa's peruanas é algo bem complexo , tal é o sigilo quase soviético com o qual eles guardam informações sobre as mesma. No mais, como já disse, eles não tem porque sair Brasil afora, ou mesmo ao longo de toda a nossa fronteira com eles, para suas ffaa's atuarem. No conflito do Cenepa foi igualzinho. Ademais, Chile e Equador não se meteriam em alguma querela envolvendo seus vizinhos sul-americanos, dado o histórico que se tem na região pela resolução pacífica dos conflitos. Não iam nos ajudar, mas também não iriam atrapalhar a nós ou aos peruanos. Como tenho dito aqui, guerras costuma ter objetivos específicos e grande violência no menor tempo possível. Isso interessa a qualquer dos lados. Ademais, a partir de onde achas que a FAB vai operar se os aeroportos de PV e RB forem postos fora de operação? Sobra Manaus, Belém e Cuiabá com pistas capazes de operar F-5/A-1, E/R-99 e coisas afins sem restrições. Todas elas a mais de 1 mil kms da fronteira peruana. Ou achas mesmo que eles iriam ficar em um ataque só? Só para esclarecer, os peruanos possuem pistas próximas da nossa fronteira que operam seus caças numa boa. Para não falar que em matéria de AAe eles estão bem melhor do que nós. Não temos esse luxo. Há sim, no médio/longo mais Mig-29 devem vir, novos ou recauchutados. Talvez até Su-35. Aí a porca torce o rabo.
Pior, Colômbia tem menos motivos para nos atacar do que nós à Guiana Francesa (e precisaria abrir o flanco de vez à Vuvuzela e seus bovinos). Xem xanxe!
Sim, concordo que esta hipótese é praticamente nula, mas como o tópico trata-se de comparações entre caças sul-americanos, dei o exemplo do que há do outro lado por estas bandas aqui e sua capacidade. Não estou dizendo que nossos vizinhos vão atravessar a fronteira amanhã, mas apenas relacionando o que não temos com o que eles tem. No caso da Colombia, os Kfir C-10 estão em pé de igualdade em termos de eletrônica com os F-5EM/A-1M, e tem também AEW com menor capacidade que o nosso, mas tem. Em termos de GE eles também possuem uma capacidade melhor que a nossa. Neste caso, se quisessem arrumar confusão por aqui, iriam precisar de bem mais que os atuais 10/12 caças que tem. De qualquer forma, a partir de bases perto da fronteira ou com Revo, eles tem condições, por exemplo, ressalte-se, de atingir todas as pistas da FAB da amazõnia ocidental, antes que a FAB possa dar um peido. Só para saberes, bem ao lado do aeroporto de Tabatinga existe o de Letícia, com uma senhora pista e toda uma infraestrutura melhor do que a nossa. De lá os Kfir podem atingir com Revo até mesmo Rio Branco, Cruzeiro do Sul e Porto Velho. Para não falar de Tefé e Humaitá. Todas estas cidades contam com OM's do EB em nível Btl. A FAB tem apenas 6 F-5EM em Manaus para dar conta, segundo a doutrina de defesa aérea deles, dos 5,2 milhões de km2 da amazônia legal.![]()
Chile? Ia passar por onde? De lá para cá só Países hostis a eles. E em busca do quê? Curiosidade: o caminho oposto (nós atacando
) seria moleza, Bolívia e Peru ficariam mais do que faceiros em nos abrir os céus e ainda brigar junto, para poderem recuperar o que perderam na Guerra do Deserto. Bobear e até os argies iam querer tirar uma casquinha. Xem xanxe MESMO!
Com relação ao Chile, seria algo impensável. Não temos ou tivemos qualquer rusgas com eles ao longo dos séculos. Ademais, seria meio que suicídio enviar F-5 tunado contra F-16C block 50. Com ou sem AEW e/ou Revo.
Por fim, Vuvuzela. Creio que basta, se me permitires, te refrescar um pouquinho a memória: na década passada (se não me engano ali por 2008) a Colômbia executou a mais espetacular ação envolvendo o Super Tucano até hoje, tendo atacado um acampamento de narco-terroristas e matando um dos Padrones, um vago chamado Raul Reyes. Foi uma ação fantástica mas com um "pobreminha": tiveram que fazer a lambança no lado do Equador, então bovino até a medula. O resultado foi o Chávez -
TINHA que ser o Chávez
- concentrando forças poderosas na fronteira com a Colômbia, que não dispunha nem remotamente de meios equivalentes para contrapor à ameaça. O que fez o governo da Colômbia? Apenas anunciou que meia dúzia de bases aéreas passava a estar à disposição da USAF e ANG. Resultado? Vuvuzela foi recuando e ficando só na base da bravata, tipo "te metiste comigo, pajarito", porque o cheiro de josta estava forte demais. Ficou nisso:
Bem, a Venezuela é um caso a parte pois sabemos que do ponto de vista apenas técnico os Su-30 e F-16 deles são bem superiores aos nossos F-5/A-1. Mas como nem só de caças se vive na guerra aérea. O Chaves, como sempre, sempre viveu a custa de bravatas mais destinadas ao público interno do que realmente servir de ameaça para os vizinhos - a não ser a Guiana, que nem ffaa's tem - e só. Ele sabia muito bem que era uma asa da FAV atravessar a fronteira e a USAF caia de pau em cima com direito a chuva de Tomahawks e os cambau. Os colombianos sabem muito bem onde lhes aperta os calos. E também sabem com quem podem contar sempre que as coisas complicarem. Já no nosso caso, se sobrasse alguma coisa inteira por aqui em termos de pistas de pouso, posso dizer que talvez no médio prazo a FAB conseguisse se impor. Talvez. Esse é o tipo de coisa na qual eu evito determinismos contundentes. Estamos mais e melhor organizados do que eles, mas isso não significa necessariamente uma vitória inconteste. Os militares venezuelanos não são trouxas e muito profissionais. Ao menos a maior parte que não se corrompeu com o ideologismo de Estado reinante por lá. Seria uma novela em que só saberíamos o fim tipo "só termina quando acaba"![]()
Notes, nem vou me estender sobre quantos exemplos há na História de o quão temerário é espalhar as Forças de Defesa por áreas vulneráveis ao invés de concentrá-las onde é mais difícil de assestar-lhes de surpresa um golpe decisivo, ao mesmo tempo em que lhes sobra tempo para se prepararem e baterem à vontade no In, já na defensiva (logo, sem Iniciativa, que é o Santo Graal de qualquer combate).
Aqui discordamos. O Brasil é um país onde não tem como concentrar forças para depois achar que pode sair do esconderijo e ir bater no inimigo à vontade. Somos grandes demais para fazer esse tipo de coisa. Ademais isso vai contra a própria constituição no que compete a missão da FAB. Ponto. O que quero dizer é: podemos concentrar forças? Sim, mas de forma a fazê-lo a partir das regiões e não como vemos hoje, em que, na minha opinião, a FAB ainda dispõe de uma visão estratégica que nunca conseguiu sair da década de 40's. O que proponho? Que a FAB consiga fazer o que ela quer em seu plano atual, que seja, implantar esquadrões de caça em 6 localidades diferentes por todas as regiões do pais, a fim de proporcionar uma verdadeira cobertura aérea, e não essa peça de ficção de mal gosto que aí está. Estas bases não seriam nenhuma novidade, apenas o desdobramento dos atuais esquadrões que hoje ela possui. Naquele documento existirão, ou existiriam, apenas 6 bases aéreas com caças quais sejam, RJ, AN, CO, MN, CG e NT. Veja, Belém ficou de fora. Ou seja, vamos continuar com um único esquadrão para dar conta dos 5,2 millhões de km2 da amazônia. Esse é o plano da FAB. Me parece algo pertinente e alcançável. Lamento somente por Belém ter ficado de fora. Até ordem em contrário, claro. Esse é o tipo de concentração que eu gostaria de ver. Sorte para nós.
abs