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Mensagem
por Túlio » Ter Out 03, 2017 9:19 am
Creio que, à exceção do Luís Henrique e Marechal véio, quase ninguém mais leu ou ao menos entendeu meu post anterior: infelizmente Leo1 é o que há, enquanto não tivermos uma justificativa (Ameaça 5) concreta, as quatro anteriores são a própria justificativa para se considerar que Leo1A5 dá e sobra para as necessidades atuais e futuras; além disso, todo mundo parece esquecer que em pleno século XXI o grosso de nossas formações de Cavalaria era ainda constituído por M-41 (vários modificados para utilizar motor diesel e canhão de Cascavel, ou seja, inferiores ao original tanto em mobilidade quanto em poder de fogo), alterando-se este panorama apenas pelo final da primeira década, com os Leo1A5 passando a predominar em números. Ou seja, o citado MBT não tem sequer uma década como nosso principal carro de combate!
Assim, trocar apenas por trocar, trocar apenas porque no chamado "Primeiro Mundo" se usa coisa muito melhor é algo que não se faz, é uma despesa pesada e que precisa ser justificada, porque o dinheiro que for necessário - verba governamental - para isso terá que ser tirado de outros Programas, e não necessariamente militares (notar o atraso do Guarani). Como aqui não há guerrilhas nem vizinhos pesadamente armados e/ou ameaças sérias por parte de potências dotados de grande poderio bélico e que não possam ser contidas pelos EUA (Ameaças 1 a 4), seguirá o Leo1 até estar aos cacos, como estavam os M-41. E em seu lugar muito provavelmente virão outros blindados igualmente usados e com capacidades novamente bem aquém do que nós, entusiastas, gostaríamos de ter.
A única esperança que vejo seria a Ameaça 5, onde por alguma razão tivéssemos de desdobrar MBTs no exterior e em TOs "quentíssimos", repletos de RPGs, IEDs e Msls AT. Aí sim, o risco político de trazer de volta aviões cheios de Brasileiros em sacos pretos seria inaceitável; estaria então justificada de pleno a necessidade de equipar ao menos UM RCC com carros de última geração (e mesmo isso eu vejo com algumas reservas, afinal, até hoje não temos nem nunca tivemos um único IFV digno do nome, levaria anos para sermos capazes de operá-los a pleno, e vamos notar que Doutrina não se improvisa nem copia, cada um desenvolve a sua, mesmo que com ajuda de quem já opera; lembremos ainda que na guerra moderna IFV e MBT são praticamente inseparáveis).
O resto - infelizmente - é wishful thinking, QED.
“Look at these people. Wandering around with absolutely no idea what's about to happen.”
P. Sullivan (Margin Call, 2011)