Saudações amigos, estou um pouco ausente daqui por uma série de motivos, mas resolvi dar uma passadinha e achei esse tópico bem interessante, por isso gostaria de dar meus "pitacos".
A Mac Jee nasceu como uma importadora/distribuidora de componentes para nossas FA's, mas como toda empresa que vê oportunidades de negócio ela pode migrar ou aumentar seu mix de produtos e serviços, assim sendo, ela rapidamente viu possibilidades de negócios em algumas áreas ligados a área de serviços e industria e resolveu arriscar.
Sim, o Tulio esta certo ao afirmar que não existe um ROB sobre a possibilidade de se utilizar blindados 4x4 com foguetes ou mísseis, mas existem estudos, exatamente em uma área embrionária para o EB: A Infantaria Mecanizada. Tanto que o EB adquiriu um pequeno lote de IVECO LMV exatamente para atender essa demanda, com alguns exemplares serão equipados com uma RCWS (
Remote Controlled Weapon Station), no caso a ARES REMAX.
Ainda dentro do conceito da Brigada InfMec, o EB esta fazendo vários estudos, seminários e mesmo enviando delegações ao exterior para ver as possibilidades de sistema said de artilharia, sendo que estão sendo sondados diversos Obuseiros Autopropulsados, rebocados e mesmo lançadores de foguetes, levando em conta também a questão de custo, ou seja, a opção desejada tem que ser compatível com o que o EB tem de disponível para investir. Aí, a Mac Jee, vendo uma possibilidade de negócio aqui e com boas chances no exterior, se antecipou e criou um novo produto.
Sobre o veículo que transportará o sistema, Simon Jannot deixou claro que o importante para eles é o sistema em si, sendo que o cliente poderá optar pela plataforma que ele escolher ou achar mais adequada. O fato do primeiro desenho ser com o Gaz Tigr não quer dizer que ele será empregado (aliás ele apareceu no folder, sem a anuência do fabricante do veículo que também se surpreenderam ao vê-lo no projeto) apenas porque eles precisavam de um desenho 3D rápido e esses foi o que eles conseguiram primeiro

) , apenas que se algum cliente quiser, esse veículo é compatível, sendo que, por questões estratégicas, a empresa vai INICIAR a oferta de seus produtos com o HUMVEE e o LMV (para exportação e EB, respectivamente), mas nada impede que seja outra, inclusive o Marruá.
Sobre o Marruá, só a título e curiosidade, sua versão blindada não é nacional, mas sulafricana. Ele foi desenvolvido pela empresa OTT e, por questões estratégicas, esta no portfólio da Agrale, mas, novamente, se houver interesse de utilizar essa versão, ou outra desenvolvida aqui, bem como o Guará ou Gladiador, tecnicamente bastaria apenas converte-los ao sistema, se houver interesse de algum cliente (e que esteja disposto a pagar) e do fabricante do veículo.
Sobre a utilização de armas de ombro em um veículo:
Primeiro isso não é uma novidade e vários países ja o utilizam, inclusive a Russia com seu idolatrado Tigr, como o FCarvalho mostrou.
A doutrina que esta sendo criada para a Brigada(s) InfMec é de mobilidade, portanto é interessante possuir veículos com capacidade de utilizar as armas pessoais sem a necessidade de desembarcar a tripulação. É a mesma lógica aplicado nos veículos porta-morteiros. Todavia, em outras situações as tropas não Mecanizadas, principalmente aquelas de Selva e Montanha, tem a demanda desse tipo de arma continuar a ser operada pelo combatente a pé.
Porem, o mais legal nesse projeto é a flexibilidade que eles estão imaginando, que seria um sistema lançador universal que, com algumas modificações, poderia disparar diversas armas diferentes de diversos vetores. Ou seja, desde o sistema ASTROS II, que também foi criado sem um ROB, eu não vejo uma empresa nacional inovar dessa forma.
Agora tudo isso ainda esta embrionário, se vai sair ou não, depende de uma unica coisa, o Mercado (aquele que paga), mas o que eu e o Caiafa quisemos mostrar é que, apesar de tudo, ainda existe projetos tocados pela iniciativa privada e destinados ao mercado militar.
E que venham mais projetos inovadores como esse, por que assim eu posso vê-los, pesquisas-los, escrever sobre eles e a gente pode discutir aqui
Abraços,
Paulo Bastos