alex escreveu:SNA e porta-aviões são projetos de países maduros que estabeleceram uma meta para se defenderem ou tornarem uma potência regional (ou mundial). Sabem que tem que gastar uma fortuna em pesquisa, aquisição de equipamentos e treinamento caro, esperar anos por resultados (que nem sempre serão os desejados). No Brasil o projeto de um porta-avião foi tocado na base de pouco dinheiro, improvisação, amadorismo e delírio. Amarra com barbante, cola com araldite e superbond e vai levando. Resultado: duas mortes e um navio que fazia a rota Rio-Santos de vez em quando.
Esses projetos não são para este país (não somos um país sério).
PS. Esperando a notificação oficial da morte do SNA também.
Na realidade, cupincha, SNA e NAe não são de modo algum belonaves vocacionadas para a Defesa (exceto pela deterrência, já que, à beira de um conflito, qualquer In terá que basear sua estratégia em, logo de saída, neutralizar o máximo possível destes vetores ou, na impossibilidade disso, optar por abortar ou suportar as inevitáveis perdas), sendo ambos, devido à sua capacidade de
PROJEÇÃO DE PODER (o SSN mais "comum", puramente de ataque, permite a negação do uso do mar a distâncias bem longas, complicando a progressão de uma frota agressora ou mesmo lhe causando baixas muito antes de se aproximar do objetivo; a versão mais poderosa, o SSGN, permite ainda projeção de poder sobre terra, com seus mísseis de cruzeiro. Já o CV pode desfechar ataques a longas distâncias contra belonaves ou mesmo alvos no próprio território do In), belonaves intrinsecamente OFENSIVAS.
Até o fim da década passada ainda estávamos na nóia de que os EUA estavam contando os minutos para montarem uma coalizão para nos tomar as Amazônias (verde e azul) e que a MB teria duas poderosas Esquadras - uma no SE e outra no NE - para, no que acontecesse isto, encenar uma épica reedição da Batalha de Midway (só que dessa vez no Atlântico e não no Pacífico, e dessa vez os ianques & cupinchas PERDERIAM, claro).
Primeiro a premissa inicial começou a se mostrar cada vez mais delirante (o que tem aqui que eles precisam nos tomar na porrada, ao invés de comprar bem baratinho?) e depois vieram os cortes orçamentários, cada vez mais profundos, chegando a por em risco a própria existência das FFAA dentro de suas funções constitucionais, passando - ao menos EB e MB - a funções de (respectivamente) Polícia de Choque Auxiliar e Guarda Costeira. É este o panorama atual e dificilmente algo de importante irá mudar, mesmo ao longo da próxima década.
Nesta visão, SNA faz tanto sentido quanto NAe; um já foi, o outro me parece questão de tempo. Uma pena, porque particularmente o desenvolvimento completo do SNA transcenderia de muito o seu valor puramente militar (nulo, na prática), dada sua imensa importância no desenvolvimento científico e tecnológico.
Mas, como falei antes, o mais importante agora é estrangular a Lava Jato, nem que isso acabe com cada estrutura estatal que interesse à população (e lembremos, Defesa sequer é assunto de debate em eleição presidencial).