Penguin escreveu:Sterrius escreveu:errr... ainda estamos falando do mundo de man in a high castle? O.o
Na distopia, a Alemanha e Itália exterminaram literalmente as populações africanas.
Viajei, voltei e continua
Voltando a história do "bem vs mal"
O mal é representado pelos outros, super fortes, irracionais que querem destruir tudo e não medem limites. Na versão moderna só o líder que é satânico e o povo é oprimido
O bem é representado por nós, frágeis e perseverantes, bons por definição. Assim quando eliminam o mau podem ser glorificados pelo heroísmo. Na versão moderna estão libertando um povo oprimido.
Algo que não faz sentido na ciência política, sociologia, relações internacionais, história social e econômica, entre outras. O primeiro passo é aprender a limpar a propaganda e deixar o amor ou preferências ideológicas de lado. O segundo passo desenvolver hipóteses e modelos que expliquem a relação entre os agentes e os resultados em contexto específico. O terceiro passo que receber e dar críticas aos pares.
A dicotomia do "bem vs mal" ganhou força no século XIX com o fortalecimento do estado nacional e nacionalismo. Eram necessários justificativas para ter colônias, expulsar populações e ter inimigos. O mundo passava a ter influência do poder de voto, movimentos políticos organizados na sociedade civil e transformações no sistema político pela presença do voto cada vez mais disseminada na sociedade. O auge foi na segunda guerra mundial. Depois, durante a guerra fria, o mal passou a ser representado pelos soviéticos. A imagem do soviético (e agora russo) foi disseminada que ficou em filmes, livros, jogos e na cultura popular em geral. Esses esteriótipos nada tem a ver com a vida real. Aliás, ficou tão passado e pouco efetivo que foi abandonado como propaganda oficial, ainda que persista.
O "Man in a high castle" não consigo assistir porque não tem sentido. Por que pressupõe que nada muda e a lógica da guerra antiga de conquistar território. No futuro, se conseguir contextualizar e entender a mensagem, talvez tente novamente. Um dos pontos é trazer o questionamento de que os "EUA não são a terra da liberdade e que poderíamos ser tão malvados quanto o outro lado". Hoje quem sabe comece a fazer sentido dentro do contexto norte-americano e ascensão de vertentes radicais de extrema direita.
Na ficção, o filme "Fatherland" faz mais sentido em especial sobre dois aspectos. O primeiro da busca da Alemanha em ser aliada dos EUA para frear a URSS. É uma implicação lógica de um mundo que a Alemanha vence a Guerra na Europa. O segundo de que a sociedade alemã e europeia considera que não existe holocausto, a europa tem uma vida normal e com gente normal após a guerra. Ao mesmo tempo que existe um esforço para evitar que descubram que ocorreu. O terceiro da continuação de uma guerra de atrito com a URSS que seria esperado e um cenário provável.