cabeça de martelo escreveu:F-16 DA FAP NO PRIMEIRO REABASTECIMENTO AÉREO AUTOMÁTICO MUNDIAL
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O primeiro contacto automático mundial, realizado pelo A310 MRTT da Airbus e um F-16AM da Força Aérea Portuguesa
A Airbus Defence and Space demonstrou com sucesso os primeiros contactos para reabastecimento aéreo automático com o sistema "boom" (lança), tendo sido a primeira vez que tal se realizou a nível mundial.
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Pois é, e o F-16 da FAP cedo ou tarde
terá que ser modernizado. Fala-se em um
upgrade para o modelo "Viper" (que acho muito legal mas sempre estranho ver caça moderno sem IRST), o que já os colocará ao menos bem perto do nível dos 4G mais atuais. Vamos considerar dois
FATOS:
1 - Portugal, em que pese ter um pequeno território continental a defender, tem também enormes compromissos para com a OTAN (em África e Oriente Médio, na maioria dos casos, não estando descartada a Ásia) e uma das maiores ZEEs (11ª maior para algumas
fuentes, 20ª para
algoutras ![Mr. Green :mrgreen:](./images/smilies/icon_mrgreen.gif)
) do mundo. Desta, mais de metade corresponde aos Açores, a uns 2 mil km de Portugal Continental (além disso, Portugal postula a expansão de sua ZEE para uns 4 milhões de km²). Se quiser estar à altura de seus citados compromissos que que tange ao Poder Aéreo, ou a FAP se restringe aos usuais tanques extras (que "roubam" pilones que poderiam estar portando armamentos) ou aproveita a modernização para introduzir os CFTs (Conformal Fuel Tanks), que já se tornaram comuns à silhueta do citado caça mas que nunca vi num de Portugal;
2 - Está em vias de assinatura o contrato para aquisição dos Cargos/Tankers (MRTTs) KC-390 para a FAP.
O PROBLEMA:
O F-16
não pode ser reabastecido em voo (REVO) pelo KC-390, já que usa um sistema exclusivo, desenvolvido apenas para a USAF (aeronaves da Navy ou USMC poderiam sem problemas), comumente chamado "Flying Boom". O resto do mundo (Ocidente e Oriente) prefere o usado pelo 390, conhecido como "Hose (ou Probe) and Drogue". Uma rápida explanação de cada um:
FLYING BOOM - Sistema desenvolvido nos EUA com vistas a privilegiar a enorme frota de aviões de grande porte (
Bombers como o B-52,
Cargos como o C-141B,
AWACS como o E-3, etc) em detrimento dos caças. O caso é que este sistema abastece apenas
UMA aeronave de cada vez e tem como vantagem uma capacidade de transferência de combustível muito mais rápida que a do outro sistema; só que isso de nada vale para caças, que têm tanques bem menores e menos resistentes que os dos grandes aviões citados, o que força a redução da pressão e, por conseguinte, razão de transferência de combustível. É um "preço" que os EUA "pagam" sem problemas, eis que continuam a ter montes de aviões enormes e que precisam do REVO mais rápido que se puder executar. No caso do reabastecimento de
UM caça da FAP (é só o que se pode fazer usando apenas este sistema, e caças como o F-16 dependem exclusivamente dele) há pelo menos três Profissionais (caros) diretamente envolvidos na Operação: o Piloto do Tanker, o Piloto do caça e, entre ambos, outro PRO altamente treinado, o Operador do Sistema que, com um joystick e auxiliado por sensores e câmeras, além de se manter em contato-voz com ambos Pilotos, regula a pressão (no caso, a reduz) e maneja, através de duas aletas, a "lança", para maximizar a segurança. Não é absolutamente recomendável para reabastecer helicópteros, sendo necessário adaptar
pods às asas com o sistema a seguir descrito e mesmo assim com riscos agregados, já que os grandes Tankers têm dificuldades em manter as características de voo compatíveis com as lentas aeronaves de asa rotativa.
PROBE AND DROGUE - Sistema originalmente desenvolvido no UK e mundialmente preferido. É o usado no KC-390. Privilegia aeronaves menores, como caças e aviões de ataque, além de helicópteros, sem necessidade de adaptações. Pode abastecer no mínimo DUAS aeronaves de cada vez, tendo um pod (no 390 se usa o Cobham 912E) próximo à extremidade de cada asa, maximizando a distância (e com isso a segurança operacional) de separação entre as aeronaves, alem de, graças ao fato de a "mangueira" ser bem mais longa que a "lança", a distância delas para o Tanker também pode ser bastante aumentada. No caso também há três Profissionais diretamente envolvidos, que são os Pilotos das aeronaves. Não há necessidade de "Boom Operator" e sua cara e complexa estação de controle.
SOLUÇÕES?
Bueno, conheço duas, uma das quais poderia ser usada nos F-16 atuais (MLU) da FAP e outra que seria melhor - a meu ver, claro, quem sabe melhor disso são os nossos irmãos tugas - com a modernização "Viper". Começo pela mais simples, semelhante ao Buddy-Buddy:
ART/S (Aerial Refueling Tanker/System) - versão com probe retrátil - É um pod instalado no caça (F-16, para o caso), "roubando" apenas um pilone "molhado". Não teria maiores problemas em operar com o KC-390 ou qualquer outro Tanker com o sistema "Drogue and Probe". Claro, sempre seria um pilone a menos...
CART/S (Conformal Aerial Refueling Tanker/System) com probe retrátil - É o aproveitamento do espaço ocupado por um dos CFTs do F-16 para instalar um sistema REVO compatível com "Probe and Drogue", permitindo que qualquer Tanker com os pods possa reabastecer no mínimo DOIS caças de cada vez, agilizando o REVO de um grupo e sem "roubar" nenhum pilone, podendo as aeronaves voar completamente armadas.
Que achaste, HAMMERHEAD véio? Factível à FAP? A mim parece que seria uma maneira relativamente acessível de se utilizar a pleno as capacidades dos vossos 390 sem abrir mão dos F-16 e sua modernização.
A alternativa - sempre
a meu ver - seria a FAP depender de Tankers de outros Países da OTAN sempre que necessitasse de REVO, mesmo tendo aeronaves com esta capacidade em seu inventário. Em um cenário extremo, acho complicado esperar que uma determinada Nação que tenha Tankers com "Flying Boom" priorize o abastecimento dos F-16 tugas em detrimento de seus próprios...