Lord Nauta escreveu:
Prezado Tulio,
Parabéns pelo texto extremamente lucido e realista. No passado comentei que o Brasil não tinha estatura politica para ter e operar NAe's. Fui criticado. Entretanto a realidade foi inexorável. Eu acredito fielmente que pelos menos nos próximos trinta anos continuaremos como estamos. A construção de um Poder Naval compatível com a maritimidade brasileira nunca foi e não será uma prioridade para os pusilânimes que têm governado o nosso país através dos tempos.
Sds
Lord Nauta
Nem é só isso, Nauta véio: o Brasil sequer consegue demonstrar a
necessidade de ter algum NAe na MB. Pretendemos projetar poder sobre qual continente? Se é no nosso, podemos fazer isso a um custo muito menor, apenas com a FAB e EB, e mesmo aí o custo político seria muito além do INACEITÁVEL. Se é em outro, gostaria de saber qual, por que e com permissão de quem (é, precisa isso também).
Tenho dito e repetido, assim como não se começa a construir casa pelo telhado, não se constrói Indústria Naval Militar fazendo de saída Fragata, Destróier ou Cruzador; a gente começa
pelos alicerces. Olhemos a EMBRAER, acaso começou pelo KC-390? PUTZ, era aquela merreca de Bandeco mas olha só no que virou: é o que tende a acontecer quando se age com a cabeça!
Assim, deveríamos dar uma bela olhada no que de melhor se faz em PATRULHA (dos menores aos maiores) pelo resto do mundo e tratar de desenvolver aqui, com o máximo de valor agregado (mas se atendo às necessidades do mercado, ou seja, COTS sempre que for possível) e muita P&D+I. Seriam os Bandecos da EMGEPRON, que seguiria evoluindo para navios maiores e melhores até ser nome consagrado no mercado mundial, quando então - novamente me refiro à EMBRAER - deveria ser privatizada e acelerar a trajetória rumo a um dos grandes conglomerados navais do planeta.
Esses "atalhos" tipo PROSUB (que eu saiba, a passo de tartaruga, se ainda não parou de vez), PROSUPER (morto e enterrado), PRONAE (nem chegou a nascer) são típicos de quem tem Síndrome de Peter Pan, o menino que se recusa a crescer e se tornar adulto. Já pagamos uma vez para aprender a fazer (montar, na verdade) Fragata e SSK, hoje (aos trancos e barrancos) estamos pagando de novo pela mesma coisa que já deveríamos ter aprendido direito nos 70/80. É no que dá começar a casa pelo telhado...
Mas vai explicar isso ao Peter Pan de branco, com suas estrelas e galões.