Programa de Reaparelhamento da Marinha

Assuntos em discussão: Marinha do Brasil e marinhas estrangeiras, forças de superfície e submarinas, aviação naval e tecnologia naval.

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pmicchi
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Re: Programa de Reaparelhamento da Marinha

#15061 Mensagem por pmicchi » Sex Jun 23, 2017 5:09 pm

espero que inspire alguém na MB. Notem que fragatas e corvetas, no conceito dos russos, não são escoltas, mas pequenos navios de combate capazes de atacar alvos militares em terra e no mar.

a melhor parte é sobre os porta-aviões, algo que poderia ser resumido como: "é, nós até sabemos construir, mas não sei se teriam utilidade para nós"




Lord Nauta
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Re: Programa de Reaparelhamento da Marinha

#15062 Mensagem por Lord Nauta » Sáb Jun 24, 2017 6:16 pm

pmicchi escreveu:espero que inspire alguém na MB. Notem que fragatas e corvetas, no conceito dos russos, não são escoltas, mas pequenos navios de combate capazes de atacar alvos militares em terra e no mar.

a melhor parte é sobre os porta-aviões, algo que poderia ser resumido como: "é, nós até sabemos construir, mas não sei se teriam utilidade para nós"


Grato por ter considerado e analisado o texto postado. :mrgreen:




Lord Nauta
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Re: Programa de Reaparelhamento da Marinha

#15063 Mensagem por Lord Nauta » Sáb Jun 24, 2017 6:20 pm

Para reflexão: :D


LEITURA DE SÁBADO: ‘Patrulha e Dissuasão’. No espaço INSIDER/Parceria, o colaborador Luiz Monteiro defende a opção da MB por submarinos e navios-patrulha


Entre os analistas da Marinha do Brasil (MB) que se apresentam nos blogs brasileiros de assuntos militares (conduzidos por civis voluntariosos mas não especialistas), Luiz Monteiro Júnior é um dos que merece mais crédito. E obtém, por isso, maior repercussão às suas ideias.
A coluna INSIDER se sente honrada em receber os seus textos.
Neste, Monteiro defende a opção da Força Naval Brasileira por submarinos e navios-patrulha, como forma de exercer (e exercitar) o controle do que acontece nas águas jurisdicionais do país.
Eis o que Monteiro nos ensina neste fim de semana:

“PATRULHA E DISSUASÃO

Vou falar sobre o contexto em que os planos são traçados, e como se decide o que a Marinha precisa possuir para cumprir sua missão constitucional.
Basicamente, a MB precisa cumprir duas missões: a primeira é patrulhar nossas águas. Quando se fala em patrulha, estamos falando de policiamento o que, via de regra, é o engajamento contra embarcações civis.
Dessa forma, não se faz necessário navios armados com canhões de calibre acima dos 40 mm ou mísseis e torpedos. Para cumprirem o patrulhamento, canhões de 40 mm e metralhadoras resolverão a maioria dos casos.
Se o navio patrulha possuir helicóptero orgânico, armado com metralhadora e mísseis, todas as hipóteses de engajamento contra embarcações civis marítimas ou fluviais, desde pequenas lanchas de alta velocidade, até grandes navios, passando por pesqueiros, poderão ser realizadas.
Teatro – A outra missão é garantir a soberania do Brasil em nossas águas, contra agressões militares vindas de outra nação.Neste ponto, se fala muito que o Teatro de Operações (TO) da MB é o Atlântico Sul.
Segundo alguns, os países dessa parte do globo estão em situação pior do que a nossa, e, por isso, os meios de que dispomos são suficientes.

Esse pensamento está equivocado.

Quando a MB diz que o seu TO é o Atlântico Sul, está querendo passar a ideia do local a ser protegido e do ambiente onde o eventual confronto, com um hipotético agressor, irá ocorrer.A contenda não seria contra uma nação localizada no Atlântico Sul. Certamente seria contra uma ou mais nações de fora da região, com poder bélico suficiente para se aventurar por aqui.
Nesse contexto, sejam os Estados Unidos, a China, ou a Russia individualmente, ou uma colisão Rússia-China, ou mesmo a OTAN, não faz diferença se o Brasil tenha um, dois, dez ou dezoito escoltas.
Seríamos vencidos com qualquer desses números de combatentes de superfície.
Então, como deter uma possível agressão por parte dessas nações?
O que elas temeriam? O que as fariam pensar várias vezes antes de se aventurarem em nossas águas?
A resposta para todas essas perguntas é a relação custo-benefício da deflagração de conflito. Nenhuma nação vai à guerra com outra sem analisar eventuais baixas que irá sofrer. Assim, resta a MB mostrar para essas marinhas que, se vierem, podem até vencer no final, mas, para isso, sofrerão enormes perdas em equipamentos e vidas. É a isso que se chama capacidade de dissuasão.
Furtividade – Surge então outra pergunta: como infringir pesadas baixas nesses inimigos muito mais poderosos do que nós?
O meio naval para isso é o submarino, esse sim, o verdadeiro navio stealth. Só quem já caçou submarino sabe a dificuldade que é localizá-lo.O primeiro disparo é sempre dele. Esse agressor certamente irá afundar seu alvo e precisará receber um contra-ataque para se evitar que volte e faça outra vítima. Estudos da US Navy mostram: para se mostrarem eficientes na caça a um único submarino, ao menos oito ou dez navios de escolta precisarão ser mobilizados.
Vale ressaltar (ou revisar) o conceito de que navio principal é navio escolta.
A maior parte das pessoas tende a achar que o objetivo principal do submarino seria um escolta (contratorpedeiros/destróieres, fragatas ou corvetas).Mas a verdade é que, pelo contrário, esses, como o nome diz, são escoltas. Assim, a pergunta que cabe ser feita é: mas escoltas de quem? E, nesse caso, a resposta é: dos verdadeiros navios principais (navio-aeródromo, navio anfíbio, navio de apoio logístico e navios de transporte).

Malvinas – Para ilustrar.

Caso a Força Aérea Argentina e a Aviação Naval Argentina tivessem concentrado seus ataques sobre os navios principais da Royal Navy (RN), ao invés de atacarem os contratorpedeiros e fragatas, teriam feito a Inglaterra recuar durante a Guerra das Malvinas.Outra lição que podemos tirar do conflito no Atlântico Sul: um único submarino convencional argentino fez a RN gastar quase toda sua munição de cargas de profundidades em baleias, confundidas, no contato sonar, com um submarino. O pânico inglês era enorme.
Por outro lado, um único submarino nuclear inglês, levou de volta à base, toda a força de superfície da Armada Argentina.
Outro equívoco é concluir que então bastam alguns submarinos de propulsão diesel-elétrica para isso. Não é bem assim.
Emprego – Os submarinos com propulsão diesel-elétrica, tenham eles, ou não, AIP, são meios utilizados em estratégia de posição.Ou seja, ficam em um quadrante pré determinado que, se imagina, a Força Tarefa (FT) inimiga irá cruzar. Quando os navios da FT entram no quadrante patrulhado pelo submarino, ele realiza o ataque.
E isso decorre, basicamente, da velocidade máxima que um submarino de propulsão convencional pode atingir, e também de sua autonomia. A velocidade máxima desse tipo de submarino é de 20 nós em submersão; utilizando AIP ela se reduz para apenas 5 nós.
E vale destacar: quanto maior a velocidade em submersão, maior será o desgaste das fontes de energia do navio – ou seja, mais rápido ele precisará recarregar suas baterias.Assim, estes submarinos patrulham em velocidades reduzidas e, ao detectarem seus alvos, podem ter de acelerar para se colocar em posição de disparo.
Os meios de superfície estarão navegando a uma velocidade de 16-18 nós, podendo acelerar para até 28-30 nós.
Podemos verificar que, apesar de sua grande eficácia, o submarino de propulsão diesel-elétrica tem sua área de atuação restrita à posição onde ele está aguardando a eventual passagem do inimigo, normalmente situada próximo à costa.
Sub Nuc – Já os submarinos de propulsão nuclear, por sua autonomia virtualmente infinita e sua capacidade de navegar em velocidades constantes de 28-32 nós, podem, literalmente, ir atrás dos navios inimigos, seguí-los por qualquer parte do Atlântico Sul. E, dessa forma, levar o combate para longe do nosso litoral.
Conclui-se que, uma força constituída por submarinos convencionais e nucleares é o desejável.
Ela fará com que o eventual inimigo perceba claramente: uma aventura contra o Brasil acarretará elevadas perdas.
Por estas razões, a MB deu prioridade aos submarinos em detrimento dos navios escoltas.
Ficou clara a prioridade dada aos navios-patrulha, na encomenda de sete unidades da classe Macaé, de 500 toneladas (de um total previsto de 27 barcos), e na compra de oportunidade de navios patrulha oceânicos da classe Amazonas (um deles visto na foto abaixo). Como também está clara a prioridade que a cúpula da MB conferiu aos submarinos ao estabelecer o PROSUB (Programa de Desenvolvimento de Submarinos), com a finalidade de cumprir as missões de que falei no início desse texto.

Patrulha contra meios civis e dissuasão contra meios militares.

Em um próximo texto explicarei o porquê da insistência de se possuir aviões de asa fixa para a patrulha marítima (abaixo um Orion da Força Aérea Brasileira), e ainda aeronaves de grande desempenho (caças), para a defesa aérea e missões de ataque à FT inimiga.Em resumo: contra um inimigo muito mais bem armado do que nós, somente submarinos e aeronaves de asa fixa terão eficácia. O resto não terá utilidade.Navios de superfície somente terão eficácia contra inimigos menos poderosos que nós. Do contrário, constituirão apenas alvos dos submarinos e da Aviação Naval do adversário”.




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Re: Programa de Reaparelhamento da Marinha

#15064 Mensagem por FCarvalho » Dom Jun 25, 2017 12:34 am

Um texto simples mas muito objetivo e esclarecedor do básico sobre estratégia naval e o pensamento militar brasileiro nesta área.

O que falta é: onde está a prioridade no planejamento da MB para a construção dos meios de patrulha necessários?

abs.




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Re: Programa de Reaparelhamento da Marinha

#15065 Mensagem por pmicchi » Dom Jun 25, 2017 10:20 am

"Em resumo: contra um inimigo muito mais bem armado do que nós, somente submarinos e aeronaves de asa fixa terão eficácia.O resto não terá utilidade.Navios de superfície somente terão eficácia contra inimigos menos poderosos que nós"

pura verdade, o que torna prioritário tanto o programa de submarinos quanto a transferencia dos meios de patrulha para MB. Só acho que seria um pouco demais termos caças baseados em terra se a FAB os tem. Os Gripen são suficientemente capazes de executar missoes ar-mar.

Isso já garante a maior parte do poder dissuasório que precisamos. Quanto aos meios de superfície, escoltas só as necessárias para escoltar as forças anfíbias, complementadas por navios patrulha. Ficar construindo navios ASW pra caças sub russos e chineses pro Trump não faz sentido - essa guerra não é nossa.

Porém pensando nos "inimigos menos poderosos que nós", ainda acho que uma pequena melhoria no armamento dos NaPaOc permitiria um poder dissuassório adicional.




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Re: Programa de Reaparelhamento da Marinha

#15066 Mensagem por Luís Henrique » Dom Jun 25, 2017 10:24 am

Lord Nauta escreveu:Para reflexão: :D


LEITURA DE SÁBADO: ‘Patrulha e Dissuasão’. No espaço INSIDER/Parceria, o colaborador Luiz Monteiro defende a opção da MB por submarinos e navios-patrulha


Entre os analistas da Marinha do Brasil (MB) que se apresentam nos blogs brasileiros de assuntos militares (conduzidos por civis voluntariosos mas não especialistas), Luiz Monteiro Júnior é um dos que merece mais crédito. E obtém, por isso, maior repercussão às suas ideias.
A coluna INSIDER se sente honrada em receber os seus textos.
Neste, Monteiro defende a opção da Força Naval Brasileira por submarinos e navios-patrulha, como forma de exercer (e exercitar) o controle do que acontece nas águas jurisdicionais do país.
Eis o que Monteiro nos ensina neste fim de semana:

“PATRULHA E DISSUASÃO

Vou falar sobre o contexto em que os planos são traçados, e como se decide o que a Marinha precisa possuir para cumprir sua missão constitucional.
Basicamente, a MB precisa cumprir duas missões: a primeira é patrulhar nossas águas. Quando se fala em patrulha, estamos falando de policiamento o que, via de regra, é o engajamento contra embarcações civis.
Dessa forma, não se faz necessário navios armados com canhões de calibre acima dos 40 mm ou mísseis e torpedos. Para cumprirem o patrulhamento, canhões de 40 mm e metralhadoras resolverão a maioria dos casos.
Se o navio patrulha possuir helicóptero orgânico, armado com metralhadora e mísseis, todas as hipóteses de engajamento contra embarcações civis marítimas ou fluviais, desde pequenas lanchas de alta velocidade, até grandes navios, passando por pesqueiros, poderão ser realizadas.
Teatro – A outra missão é garantir a soberania do Brasil em nossas águas, contra agressões militares vindas de outra nação.Neste ponto, se fala muito que o Teatro de Operações (TO) da MB é o Atlântico Sul.
Segundo alguns, os países dessa parte do globo estão em situação pior do que a nossa, e, por isso, os meios de que dispomos são suficientes.

Esse pensamento está equivocado.

Quando a MB diz que o seu TO é o Atlântico Sul, está querendo passar a ideia do local a ser protegido e do ambiente onde o eventual confronto, com um hipotético agressor, irá ocorrer.A contenda não seria contra uma nação localizada no Atlântico Sul. Certamente seria contra uma ou mais nações de fora da região, com poder bélico suficiente para se aventurar por aqui.
Nesse contexto, sejam os Estados Unidos, a China, ou a Russia individualmente, ou uma colisão Rússia-China, ou mesmo a OTAN, não faz diferença se o Brasil tenha um, dois, dez ou dezoito escoltas.
Seríamos vencidos com qualquer desses números de combatentes de superfície.
Então, como deter uma possível agressão por parte dessas nações?
O que elas temeriam? O que as fariam pensar várias vezes antes de se aventurarem em nossas águas?
A resposta para todas essas perguntas é a relação custo-benefício da deflagração de conflito. Nenhuma nação vai à guerra com outra sem analisar eventuais baixas que irá sofrer. Assim, resta a MB mostrar para essas marinhas que, se vierem, podem até vencer no final, mas, para isso, sofrerão enormes perdas em equipamentos e vidas. É a isso que se chama capacidade de dissuasão.
Furtividade – Surge então outra pergunta: como infringir pesadas baixas nesses inimigos muito mais poderosos do que nós?
O meio naval para isso é o submarino, esse sim, o verdadeiro navio stealth. Só quem já caçou submarino sabe a dificuldade que é localizá-lo.O primeiro disparo é sempre dele. Esse agressor certamente irá afundar seu alvo e precisará receber um contra-ataque para se evitar que volte e faça outra vítima. Estudos da US Navy mostram: para se mostrarem eficientes na caça a um único submarino, ao menos oito ou dez navios de escolta precisarão ser mobilizados.
Vale ressaltar (ou revisar) o conceito de que navio principal é navio escolta.
A maior parte das pessoas tende a achar que o objetivo principal do submarino seria um escolta (contratorpedeiros/destróieres, fragatas ou corvetas).Mas a verdade é que, pelo contrário, esses, como o nome diz, são escoltas. Assim, a pergunta que cabe ser feita é: mas escoltas de quem? E, nesse caso, a resposta é: dos verdadeiros navios principais (navio-aeródromo, navio anfíbio, navio de apoio logístico e navios de transporte).

Malvinas – Para ilustrar.

Caso a Força Aérea Argentina e a Aviação Naval Argentina tivessem concentrado seus ataques sobre os navios principais da Royal Navy (RN), ao invés de atacarem os contratorpedeiros e fragatas, teriam feito a Inglaterra recuar durante a Guerra das Malvinas.Outra lição que podemos tirar do conflito no Atlântico Sul: um único submarino convencional argentino fez a RN gastar quase toda sua munição de cargas de profundidades em baleias, confundidas, no contato sonar, com um submarino. O pânico inglês era enorme.
Por outro lado, um único submarino nuclear inglês, levou de volta à base, toda a força de superfície da Armada Argentina.
Outro equívoco é concluir que então bastam alguns submarinos de propulsão diesel-elétrica para isso. Não é bem assim.
Emprego – Os submarinos com propulsão diesel-elétrica, tenham eles, ou não, AIP, são meios utilizados em estratégia de posição.Ou seja, ficam em um quadrante pré determinado que, se imagina, a Força Tarefa (FT) inimiga irá cruzar. Quando os navios da FT entram no quadrante patrulhado pelo submarino, ele realiza o ataque.
E isso decorre, basicamente, da velocidade máxima que um submarino de propulsão convencional pode atingir, e também de sua autonomia. A velocidade máxima desse tipo de submarino é de 20 nós em submersão; utilizando AIP ela se reduz para apenas 5 nós.
E vale destacar: quanto maior a velocidade em submersão, maior será o desgaste das fontes de energia do navio – ou seja, mais rápido ele precisará recarregar suas baterias.Assim, estes submarinos patrulham em velocidades reduzidas e, ao detectarem seus alvos, podem ter de acelerar para se colocar em posição de disparo.
Os meios de superfície estarão navegando a uma velocidade de 16-18 nós, podendo acelerar para até 28-30 nós.
Podemos verificar que, apesar de sua grande eficácia, o submarino de propulsão diesel-elétrica tem sua área de atuação restrita à posição onde ele está aguardando a eventual passagem do inimigo, normalmente situada próximo à costa.
Sub Nuc – Já os submarinos de propulsão nuclear, por sua autonomia virtualmente infinita e sua capacidade de navegar em velocidades constantes de 28-32 nós, podem, literalmente, ir atrás dos navios inimigos, seguí-los por qualquer parte do Atlântico Sul. E, dessa forma, levar o combate para longe do nosso litoral.
Conclui-se que, uma força constituída por submarinos convencionais e nucleares é o desejável.
Ela fará com que o eventual inimigo perceba claramente: uma aventura contra o Brasil acarretará elevadas perdas.
Por estas razões, a MB deu prioridade aos submarinos em detrimento dos navios escoltas.
Ficou clara a prioridade dada aos navios-patrulha, na encomenda de sete unidades da classe Macaé, de 500 toneladas (de um total previsto de 27 barcos), e na compra de oportunidade de navios patrulha oceânicos da classe Amazonas (um deles visto na foto abaixo). Como também está clara a prioridade que a cúpula da MB conferiu aos submarinos ao estabelecer o PROSUB (Programa de Desenvolvimento de Submarinos), com a finalidade de cumprir as missões de que falei no início desse texto.

Patrulha contra meios civis e dissuasão contra meios militares.

Em um próximo texto explicarei o porquê da insistência de se possuir aviões de asa fixa para a patrulha marítima (abaixo um Orion da Força Aérea Brasileira), e ainda aeronaves de grande desempenho (caças), para a defesa aérea e missões de ataque à FT inimiga.Em resumo: contra um inimigo muito mais bem armado do que nós, somente submarinos e aeronaves de asa fixa terão eficácia. O resto não terá utilidade.Navios de superfície somente terão eficácia contra inimigos menos poderosos que nós. Do contrário, constituirão apenas alvos dos submarinos e da Aviação Naval do adversário”.

Eu sempre tive essa visão e sempre fui 'vencido' por vários foristas com experiência na área que diziam: precisamos de uma Marinha Equilibrada/Balanceada para poder realizar todas as tarefas.

Entendi. Compreendi. Aceitei. Mas sempre fiquei com um pé atrás.




Su-35BM - 4ª++ Geração.
Simplesmente um GRANDE caça.
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Re: Programa de Reaparelhamento da Marinha

#15067 Mensagem por FCarvalho » Dom Jun 25, 2017 2:03 pm

pmicchi escreveu:"Em resumo: contra um inimigo muito mais bem armado do que nós, somente submarinos e aeronaves de asa fixa terão eficácia.O resto não terá utilidade.Navios de superfície somente terão eficácia contra inimigos menos poderosos que nós"

Correto, mas parece que o cmdo da MB claramente não tende a acatar tal realidade, vide as prioridades elencadas pelo atual almirantado.

pura verdade, o que torna prioritário tanto o programa de submarinos quanto a transferencia dos meios de patrulha para MB. Só acho que seria um pouco demais termos caças baseados em terra se a FAB os tem. Os Gripen são suficientemente capazes de executar missoes ar-mar.

Com a FAB diminuindo cada vez mais a previsão de seus meios de combate - antes eram 108, agora se chegarmos a 72 já podemos nos considerar com sorte - a MB dipor de seus próprios caças para a defesa aérea de suas bases e apoio a esquadra, não seria de todo má idéia. Muitas marinhas mundo afora fazem isso. Nós não seríamos necessariamente uma exceção.

Isso já garante a maior parte do poder dissuasório que precisamos. Quanto aos meios de superfície, escoltas só as necessárias para escoltar as forças anfíbias, complementadas por navios patrulha. Ficar construindo navios ASW pra caças sub russos e chineses pro Trump não faz sentido - essa guerra não é nossa.

Minha opinião: Prioridade 1: Prosub; Prioridade 2: Patrulha; Prioridade 3: corvetas; Prioridade 4: Aviação Naval. Mas isso sou eu pensando alto.

Porém pensando nos "inimigos menos poderosos que nós", ainda acho que uma pequena melhoria no armamento dos NaPaOc permitiria um poder dissuassório adicional.

Os Navios de patrulha podem, se assim forem projetados, serem construídos e operados como patrulhas, mas estar preparados para receber armamento adequado as suas características. Mas esse tipo de concepção por aqui parece não fazer muito sucesso.
abs.




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Re: Programa de Reaparelhamento da Marinha

#15068 Mensagem por FABIO » Dom Jun 25, 2017 10:03 pm

Alguma informação sobre a delegaão da MB que foi ver o HMS Ocean?




juarez castro
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Re: Programa de Reaparelhamento da Marinha

#15069 Mensagem por juarez castro » Dom Jun 25, 2017 10:34 pm

Luís Henrique escreveu:
Lord Nauta escreveu:Para reflexão: :D


LEITURA DE SÁBADO: ‘Patrulha e Dissuasão’. No espaço INSIDER/Parceria, o colaborador Luiz Monteiro defende a opção da MB por submarinos e navios-patrulha


Entre os analistas da Marinha do Brasil (MB) que se apresentam nos blogs brasileiros de assuntos militares (conduzidos por civis voluntariosos mas não especialistas), Luiz Monteiro Júnior é um dos que merece mais crédito. E obtém, por isso, maior repercussão às suas ideias.
A coluna INSIDER se sente honrada em receber os seus textos.
Neste, Monteiro defende a opção da Força Naval Brasileira por submarinos e navios-patrulha, como forma de exercer (e exercitar) o controle do que acontece nas águas jurisdicionais do país.
Eis o que Monteiro nos ensina neste fim de semana:

“PATRULHA E DISSUASÃO

Vou falar sobre o contexto em que os planos são traçados, e como se decide o que a Marinha precisa possuir para cumprir sua missão constitucional.
Basicamente, a MB precisa cumprir duas missões: a primeira é patrulhar nossas águas. Quando se fala em patrulha, estamos falando de policiamento o que, via de regra, é o engajamento contra embarcações civis.
Dessa forma, não se faz necessário navios armados com canhões de calibre acima dos 40 mm ou mísseis e torpedos. Para cumprirem o patrulhamento, canhões de 40 mm e metralhadoras resolverão a maioria dos casos.
Se o navio patrulha possuir helicóptero orgânico, armado com metralhadora e mísseis, todas as hipóteses de engajamento contra embarcações civis marítimas ou fluviais, desde pequenas lanchas de alta velocidade, até grandes navios, passando por pesqueiros, poderão ser realizadas.
Teatro – A outra missão é garantir a soberania do Brasil em nossas águas, contra agressões militares vindas de outra nação.Neste ponto, se fala muito que o Teatro de Operações (TO) da MB é o Atlântico Sul.
Segundo alguns, os países dessa parte do globo estão em situação pior do que a nossa, e, por isso, os meios de que dispomos são suficientes.

Esse pensamento está equivocado.

Quando a MB diz que o seu TO é o Atlântico Sul, está querendo passar a ideia do local a ser protegido e do ambiente onde o eventual confronto, com um hipotético agressor, irá ocorrer.A contenda não seria contra uma nação localizada no Atlântico Sul. Certamente seria contra uma ou mais nações de fora da região, com poder bélico suficiente para se aventurar por aqui.
Nesse contexto, sejam os Estados Unidos, a China, ou a Russia individualmente, ou uma colisão Rússia-China, ou mesmo a OTAN, não faz diferença se o Brasil tenha um, dois, dez ou dezoito escoltas.
Seríamos vencidos com qualquer desses números de combatentes de superfície.
Então, como deter uma possível agressão por parte dessas nações?
O que elas temeriam? O que as fariam pensar várias vezes antes de se aventurarem em nossas águas?
A resposta para todas essas perguntas é a relação custo-benefício da deflagração de conflito. Nenhuma nação vai à guerra com outra sem analisar eventuais baixas que irá sofrer. Assim, resta a MB mostrar para essas marinhas que, se vierem, podem até vencer no final, mas, para isso, sofrerão enormes perdas em equipamentos e vidas. É a isso que se chama capacidade de dissuasão.
Furtividade – Surge então outra pergunta: como infringir pesadas baixas nesses inimigos muito mais poderosos do que nós?
O meio naval para isso é o submarino, esse sim, o verdadeiro navio stealth. Só quem já caçou submarino sabe a dificuldade que é localizá-lo.O primeiro disparo é sempre dele. Esse agressor certamente irá afundar seu alvo e precisará receber um contra-ataque para se evitar que volte e faça outra vítima. Estudos da US Navy mostram: para se mostrarem eficientes na caça a um único submarino, ao menos oito ou dez navios de escolta precisarão ser mobilizados.
Vale ressaltar (ou revisar) o conceito de que navio principal é navio escolta.
A maior parte das pessoas tende a achar que o objetivo principal do submarino seria um escolta (contratorpedeiros/destróieres, fragatas ou corvetas).Mas a verdade é que, pelo contrário, esses, como o nome diz, são escoltas. Assim, a pergunta que cabe ser feita é: mas escoltas de quem? E, nesse caso, a resposta é: dos verdadeiros navios principais (navio-aeródromo, navio anfíbio, navio de apoio logístico e navios de transporte).

Malvinas – Para ilustrar.

Caso a Força Aérea Argentina e a Aviação Naval Argentina tivessem concentrado seus ataques sobre os navios principais da Royal Navy (RN), ao invés de atacarem os contratorpedeiros e fragatas, teriam feito a Inglaterra recuar durante a Guerra das Malvinas.Outra lição que podemos tirar do conflito no Atlântico Sul: um único submarino convencional argentino fez a RN gastar quase toda sua munição de cargas de profundidades em baleias, confundidas, no contato sonar, com um submarino. O pânico inglês era enorme.
Por outro lado, um único submarino nuclear inglês, levou de volta à base, toda a força de superfície da Armada Argentina.
Outro equívoco é concluir que então bastam alguns submarinos de propulsão diesel-elétrica para isso. Não é bem assim.
Emprego – Os submarinos com propulsão diesel-elétrica, tenham eles, ou não, AIP, são meios utilizados em estratégia de posição.Ou seja, ficam em um quadrante pré determinado que, se imagina, a Força Tarefa (FT) inimiga irá cruzar. Quando os navios da FT entram no quadrante patrulhado pelo submarino, ele realiza o ataque.
E isso decorre, basicamente, da velocidade máxima que um submarino de propulsão convencional pode atingir, e também de sua autonomia. A velocidade máxima desse tipo de submarino é de 20 nós em submersão; utilizando AIP ela se reduz para apenas 5 nós.
E vale destacar: quanto maior a velocidade em submersão, maior será o desgaste das fontes de energia do navio – ou seja, mais rápido ele precisará recarregar suas baterias.Assim, estes submarinos patrulham em velocidades reduzidas e, ao detectarem seus alvos, podem ter de acelerar para se colocar em posição de disparo.
Os meios de superfície estarão navegando a uma velocidade de 16-18 nós, podendo acelerar para até 28-30 nós.
Podemos verificar que, apesar de sua grande eficácia, o submarino de propulsão diesel-elétrica tem sua área de atuação restrita à posição onde ele está aguardando a eventual passagem do inimigo, normalmente situada próximo à costa.
Sub Nuc – Já os submarinos de propulsão nuclear, por sua autonomia virtualmente infinita e sua capacidade de navegar em velocidades constantes de 28-32 nós, podem, literalmente, ir atrás dos navios inimigos, seguí-los por qualquer parte do Atlântico Sul. E, dessa forma, levar o combate para longe do nosso litoral.
Conclui-se que, uma força constituída por submarinos convencionais e nucleares é o desejável.
Ela fará com que o eventual inimigo perceba claramente: uma aventura contra o Brasil acarretará elevadas perdas.
Por estas razões, a MB deu prioridade aos submarinos em detrimento dos navios escoltas.
Ficou clara a prioridade dada aos navios-patrulha, na encomenda de sete unidades da classe Macaé, de 500 toneladas (de um total previsto de 27 barcos), e na compra de oportunidade de navios patrulha oceânicos da classe Amazonas (um deles visto na foto abaixo). Como também está clara a prioridade que a cúpula da MB conferiu aos submarinos ao estabelecer o PROSUB (Programa de Desenvolvimento de Submarinos), com a finalidade de cumprir as missões de que falei no início desse texto.

Patrulha contra meios civis e dissuasão contra meios militares.

Em um próximo texto explicarei o porquê da insistência de se possuir aviões de asa fixa para a patrulha marítima (abaixo um Orion da Força Aérea Brasileira), e ainda aeronaves de grande desempenho (caças), para a defesa aérea e missões de ataque à FT inimiga.Em resumo: contra um inimigo muito mais bem armado do que nós, somente submarinos e aeronaves de asa fixa terão eficácia. O resto não terá utilidade.Navios de superfície somente terão eficácia contra inimigos menos poderosos que nós. Do contrário, constituirão apenas alvos dos submarinos e da Aviação Naval do adversário”.

Eu sempre tive essa visão e sempre fui 'vencido' por vários foristas com experiência na área que diziam: precisamos de uma Marinha Equilibrada/Balanceada para poder realizar todas as tarefas.

Entendi. Compreendi. Aceitei. Mas sempre fiquei com um pé atrás.
Não LH, tu não foi vencido pelo "iluminados, pelos estudiosos navais e pelos megalomaníacos", quem venceu eles foi a verdade, a realidade operacional e doutrinária.

G abraço




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Re: Programa de Reaparelhamento da Marinha

#15070 Mensagem por FCarvalho » Seg Jun 26, 2017 8:47 am

Luís Henrique escreveu:
Lord Nauta escreveu:Para reflexão: :D
LEITURA DE SÁBADO: ‘Patrulha e Dissuasão’. No espaço INSIDER/Parceria, o colaborador Luiz Monteiro defende a opção da MB por submarinos e navios-patrulha
Entre os analistas da Marinha do Brasil (MB) que se apresentam nos blogs brasileiros de assuntos militares (conduzidos por civis voluntariosos mas não especialistas), Luiz Monteiro Júnior é um dos que merece mais crédito. E obtém, por isso, maior repercussão às suas ideias.
A coluna INSIDER se sente honrada em receber os seus textos.
Neste, Monteiro defende a opção da Força Naval Brasileira por submarinos e navios-patrulha, como forma de exercer (e exercitar) o controle do que acontece nas águas jurisdicionais do país.

Eu sempre tive essa visão e sempre fui 'vencido' por vários foristas com experiência na área que diziam: precisamos de uma Marinha Equilibrada/Balanceada para poder realizar todas as tarefas.
Entendi. Compreendi. Aceitei. Mas sempre fiquei com um pé atrás.
Luís, a meu ver, a pergunta mais importante que é necessária fazer-se agora, e que a MB não pode e não deve responder sozinha é: o que é, e o que significa, hoje para nós ter uma marinha equilibrada/balanceada e capaz de realizar todas as tarefas do poder naval?

Se deixar só na mão do almirantado vamos continuar vendo o que está aí.
Se deixarmos os políticos resolverem por conta junto aos militares, vai ficar pior do que está.
Se a sociedade, pelo menos a parte mais interessada no assunto, não se mobilizar e fazer com que a sua opinião/pensamento cheguem a quem de direto determina a gestão dos nossos interesses na defesa, nada muda. Existem mecanismos para isso, mas eles são raramente usados, ou simplesmente não o são.

As vezes é muito fácil ficarmos aqui criticando ou fazendo ilações sobre este e aquele assunto e/ou realidade das ffaa's/defesa mas fato é que não temos as condições necessárias para realizar as mudanças necessárias.

Um dia quem sabe quando defesa for um assunto realmente levado a sério, quem sabe as nossas muitas discussões aqui terão um fundo de contato maior com a realidade. Pode até ser que o Fórum perca um pouco a graça, mas de certo que ao menos teremos coisas reais e palpáveis para debater, e não este círculo vicioso de altos e baixos que nunca terminam, como uma história de mal gosto contada e recontada a exaustão e do qual todos nós já sabemos o final.

Quem sabe um dia.

abs.




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Re: Programa de Reaparelhamento da Marinha

#15071 Mensagem por pmicchi » Seg Jun 26, 2017 9:25 am

Não tenho pretensões de influenciar ninguém nas Forças Armadas, mas me parece que muito comentários são muito embasados e de bom nível. Realmente fico curioso em saber se as discussões entre eles são tão abertas como as daqui ou se são apenas presas a velhas verdades.

Isso é só um fórum de discussões e como as ideias fluem mais rápido que as ações é natural que fique a sensação de que nada acontece. O momento é dificil e nem sempre as decisoes nos agradem, pois existem outras prioridades, mas tempos melhores virão e muito do que a gente comenta aqui poderá ser colocado em prática.




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Re: Programa de Reaparelhamento da Marinha

#15072 Mensagem por Túlio » Ter Jun 27, 2017 6:23 pm

Lord Nauta escreveu:Para reflexão: :D


LEITURA DE SÁBADO: ‘Patrulha e Dissuasão’. No espaço INSIDER/Parceria, o colaborador Luiz Monteiro defende a opção da MB por submarinos e navios-patrulha


Entre os analistas da Marinha do Brasil (MB) que se apresentam nos blogs brasileiros de assuntos militares (conduzidos por civis voluntariosos mas não especialistas), Luiz Monteiro Júnior é um dos que merece mais crédito. E obtém, por isso, maior repercussão às suas ideias.
A coluna INSIDER se sente honrada em receber os seus textos.
Neste, Monteiro defende a opção da Força Naval Brasileira por submarinos e navios-patrulha, como forma de exercer (e exercitar) o controle do que acontece nas águas jurisdicionais do país.
Eis o que Monteiro nos ensina neste fim de semana:

“PATRULHA E DISSUASÃO

Vou falar sobre o contexto em que os planos são traçados, e como se decide o que a Marinha precisa possuir para cumprir sua missão constitucional.
Basicamente, a MB precisa cumprir duas missões: a primeira é patrulhar nossas águas. Quando se fala em patrulha, estamos falando de policiamento o que, via de regra, é o engajamento contra embarcações civis.
Dessa forma, não se faz necessário navios armados com canhões de calibre acima dos 40 mm ou mísseis e torpedos. Para cumprirem o patrulhamento, canhões de 40 mm e metralhadoras resolverão a maioria dos casos.
Se o navio patrulha possuir helicóptero orgânico, armado com metralhadora e mísseis, todas as hipóteses de engajamento contra embarcações civis marítimas ou fluviais, desde pequenas lanchas de alta velocidade, até grandes navios, passando por pesqueiros, poderão ser realizadas.
Teatro – A outra missão é garantir a soberania do Brasil em nossas águas, contra agressões militares vindas de outra nação.Neste ponto, se fala muito que o Teatro de Operações (TO) da MB é o Atlântico Sul.
Segundo alguns, os países dessa parte do globo estão em situação pior do que a nossa, e, por isso, os meios de que dispomos são suficientes.

Esse pensamento está equivocado.

Quando a MB diz que o seu TO é o Atlântico Sul, está querendo passar a ideia do local a ser protegido e do ambiente onde o eventual confronto, com um hipotético agressor, irá ocorrer.A contenda não seria contra uma nação localizada no Atlântico Sul. Certamente seria contra uma ou mais nações de fora da região, com poder bélico suficiente para se aventurar por aqui.
Nesse contexto, sejam os Estados Unidos, a China, ou a Russia individualmente, ou uma colisão Rússia-China, ou mesmo a OTAN, não faz diferença se o Brasil tenha um, dois, dez ou dezoito escoltas.
Seríamos vencidos com qualquer desses números de combatentes de superfície.
Então, como deter uma possível agressão por parte dessas nações?
O que elas temeriam? O que as fariam pensar várias vezes antes de se aventurarem em nossas águas?
A resposta para todas essas perguntas é a relação custo-benefício da deflagração de conflito. Nenhuma nação vai à guerra com outra sem analisar eventuais baixas que irá sofrer. Assim, resta a MB mostrar para essas marinhas que, se vierem, podem até vencer no final, mas, para isso, sofrerão enormes perdas em equipamentos e vidas. É a isso que se chama capacidade de dissuasão.
Furtividade – Surge então outra pergunta: como infringir pesadas baixas nesses inimigos muito mais poderosos do que nós?
O meio naval para isso é o submarino, esse sim, o verdadeiro navio stealth. Só quem já caçou submarino sabe a dificuldade que é localizá-lo.O primeiro disparo é sempre dele. Esse agressor certamente irá afundar seu alvo e precisará receber um contra-ataque para se evitar que volte e faça outra vítima. Estudos da US Navy mostram: para se mostrarem eficientes na caça a um único submarino, ao menos oito ou dez navios de escolta precisarão ser mobilizados.
Vale ressaltar (ou revisar) o conceito de que navio principal é navio escolta.
A maior parte das pessoas tende a achar que o objetivo principal do submarino seria um escolta (contratorpedeiros/destróieres, fragatas ou corvetas).Mas a verdade é que, pelo contrário, esses, como o nome diz, são escoltas. Assim, a pergunta que cabe ser feita é: mas escoltas de quem? E, nesse caso, a resposta é: dos verdadeiros navios principais (navio-aeródromo, navio anfíbio, navio de apoio logístico e navios de transporte).

Malvinas – Para ilustrar.

Caso a Força Aérea Argentina e a Aviação Naval Argentina tivessem concentrado seus ataques sobre os navios principais da Royal Navy (RN), ao invés de atacarem os contratorpedeiros e fragatas, teriam feito a Inglaterra recuar durante a Guerra das Malvinas.Outra lição que podemos tirar do conflito no Atlântico Sul: um único submarino convencional argentino fez a RN gastar quase toda sua munição de cargas de profundidades em baleias, confundidas, no contato sonar, com um submarino. O pânico inglês era enorme.
Por outro lado, um único submarino nuclear inglês, levou de volta à base, toda a força de superfície da Armada Argentina.
Outro equívoco é concluir que então bastam alguns submarinos de propulsão diesel-elétrica para isso. Não é bem assim.
Emprego – Os submarinos com propulsão diesel-elétrica, tenham eles, ou não, AIP, são meios utilizados em estratégia de posição.Ou seja, ficam em um quadrante pré determinado que, se imagina, a Força Tarefa (FT) inimiga irá cruzar. Quando os navios da FT entram no quadrante patrulhado pelo submarino, ele realiza o ataque.
E isso decorre, basicamente, da velocidade máxima que um submarino de propulsão convencional pode atingir, e também de sua autonomia. A velocidade máxima desse tipo de submarino é de 20 nós em submersão; utilizando AIP ela se reduz para apenas 5 nós.
E vale destacar: quanto maior a velocidade em submersão, maior será o desgaste das fontes de energia do navio – ou seja, mais rápido ele precisará recarregar suas baterias.Assim, estes submarinos patrulham em velocidades reduzidas e, ao detectarem seus alvos, podem ter de acelerar para se colocar em posição de disparo.
Os meios de superfície estarão navegando a uma velocidade de 16-18 nós, podendo acelerar para até 28-30 nós.
Podemos verificar que, apesar de sua grande eficácia, o submarino de propulsão diesel-elétrica tem sua área de atuação restrita à posição onde ele está aguardando a eventual passagem do inimigo, normalmente situada próximo à costa.
Sub Nuc – Já os submarinos de propulsão nuclear, por sua autonomia virtualmente infinita e sua capacidade de navegar em velocidades constantes de 28-32 nós, podem, literalmente, ir atrás dos navios inimigos, seguí-los por qualquer parte do Atlântico Sul. E, dessa forma, levar o combate para longe do nosso litoral.
Conclui-se que, uma força constituída por submarinos convencionais e nucleares é o desejável.
Ela fará com que o eventual inimigo perceba claramente: uma aventura contra o Brasil acarretará elevadas perdas.
Por estas razões, a MB deu prioridade aos submarinos em detrimento dos navios escoltas.
Ficou clara a prioridade dada aos navios-patrulha, na encomenda de sete unidades da classe Macaé, de 500 toneladas (de um total previsto de 27 barcos), e na compra de oportunidade de navios patrulha oceânicos da classe Amazonas (um deles visto na foto abaixo). Como também está clara a prioridade que a cúpula da MB conferiu aos submarinos ao estabelecer o PROSUB (Programa de Desenvolvimento de Submarinos), com a finalidade de cumprir as missões de que falei no início desse texto.

Patrulha contra meios civis e dissuasão contra meios militares.

Em um próximo texto explicarei o porquê da insistência de se possuir aviões de asa fixa para a patrulha marítima (abaixo um Orion da Força Aérea Brasileira), e ainda aeronaves de grande desempenho (caças), para a defesa aérea e missões de ataque à FT inimiga.Em resumo: contra um inimigo muito mais bem armado do que nós, somente submarinos e aeronaves de asa fixa terão eficácia. O resto não terá utilidade.Navios de superfície somente terão eficácia contra inimigos menos poderosos que nós. Do contrário, constituirão apenas alvos dos submarinos e da Aviação Naval do adversário”.
O Autor desenvolve muito bem sua ideia mas peca por não explicar as razões: o que (pergunta que tenho repetido insistentemente e sempre sem resposta) há no Brasil que não pode ser COMPRADO - e barato, muitos anos atrás o lendário ENÉIAS já denunciava que Nióbio e outros materiais raros eram vendidos "de brinde" junto com o minério de ferro, tudo ao mesmo preço (o do ferro), para gáudio dos empresários estrangeiros - e sim tem que ser TOMADO, pela força das armas?

Ou o que precisa ser SUPRIMIDO, e só o pode ser à força de mísseis e bombas? Acaso exportamos ideologias consideradas perniciosas ou terrorismo? Sério???

Em suma, o que os citados que sublinhei teriam A GANHAR com uma dura imposição de força ao Brasil, dócil e fraco como um cachorrinho domesticado, sem ter um única divergência séria para com nenhum deles em questões internacionais? Acaso não vendemos o que eles querem e a baixo preço? Acaso não compramos o que nos oferecem (e até destruímos nossa própria indústria para melhorar isso) pelo preço que nos cobram? Acaso não pagamos o que lhes devemos em dia? Acaso não brindamos seus próprios especuladores com os maiores juros do mundo?

Por quê? O que precisa tão urgentemente ser defendido contra inimigos impossíveis de vencer ou sequer empatar?

Assim, em que pese ter achado bacana o texto, discordo da maior parte. E mantenho o meu conceito, já enunciado faz tempo: os inimigos identificados pelo Brasil - e desde os tempos do Império - continuam os mesmos, ou seja, externo (vizinhos) e interno (Povo). Para aqueles agora mesmo já temos mais do que o suficiente, para estes falta melhorar, com o crescimento do Crime Organizado Transnacional (ÚNICO caso em que TALVEZ pudéssemos vir a ter problemas e precisar lutar sem aliados contra Nações poderosas).

E quem aí vai se alistar para defender o PCC?




“Look at these people. Wandering around with absolutely no idea what's about to happen.”

P. Sullivan (Margin Call, 2011)
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Re: Programa de Reaparelhamento da Marinha

#15073 Mensagem por Luís Henrique » Ter Jun 27, 2017 11:36 pm

A MB analisou a Corveta Russa
http://www.defesaaereanaval.com.br/mari ... ssa-tiger/

A hora que a MB perceber que 8 mísseis anti-navio Yakhont SUPERSÔNICOS com 300 km de alcance é muito melhor que 4 mísseis anti-navio subsônicos com alcance bem menor;

que as 12 células do sistema antiaéreo Redut permitem o uso de mísseis antiaéreos de maior alcance (defesa de área limitada) e um total de 48 mísseis para defesa de ponto (quad-packed), contra apenas 8 Sea ceptor da CV-03.

e para fechar com chave de ouro, que pelo valor de U$ 1,8 bi (planejado para APENAS 4 CV-03), dará para adquirir 12 Corvetas Tiger, eu acho que mesmo com todo o preconceito, vai surgir pessoas dentro da força querendo esta opção...

Mais informações sobre a Corveta: http://www.almaz-kb.ru/eng/catalogue/20382.php#panel-3




Su-35BM - 4ª++ Geração.
Simplesmente um GRANDE caça.
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Re: Programa de Reaparelhamento da Marinha

#15074 Mensagem por FCarvalho » Qua Jun 28, 2017 9:49 am

Só acredito em navios russos na MB no dia que eles deixarem a gente colocar tudo que é material ocidental neles. De outra forma não tem jeito.
A MB se negará a operar qualquer coisa que venha da China ou Russia que não possa colocar neles material ocidental.
Temos muitos sistemas nacionais que também podem/poderiam ser adicionados ao projeto deste navio. O problema é : qual o custo de uma "nacionalização" destes navios, ou de qualquer outro, para serem adotados por aqui?
O edital da MB para o projeto da CV-3 exige participação da industria nacional e construção aqui.
Será que russos e chineses tem expertise e capacidade para fazer isso? Eles aceitariam trocar os seus sistemas de armas e/ou de C4IRS pelos nossos, como quer a MB?
A ver.

abs.




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Re: Programa de Reaparelhamento da Marinha

#15075 Mensagem por BrunoCP » Qui Jun 29, 2017 3:06 pm

FCarvalho escreveu:Só acredito em navios russos na MB no dia que eles deixarem a gente colocar tudo que é material ocidental neles. De outra forma não tem jeito.
A MB se negará a operar qualquer coisa que venha da China ou Russia que não possa colocar neles material ocidental.
Temos muitos sistemas nacionais que também podem/poderiam ser adicionados ao projeto deste navio. O problema é : qual o custo de uma "nacionalização" destes navios, ou de qualquer outro, para serem adotados por aqui?
O edital da MB para o projeto da CV-3 exige participação da industria nacional e construção aqui.
Será que russos e chineses tem expertise e capacidade para fazer isso? Eles aceitariam trocar os seus sistemas de armas e/ou de C4IRS pelos nossos, como quer a MB?
A ver.

abs.
Depender deles ''China e Russia'' nos venderiam ate e somente cascos se a MB quisesse .. n existe essa de material ou vendas de uma pacote totalmente fechado .... vc pode oferecer um ''nacional'' com integração ja ''provada'' ou pagar um extra .. e assumir custos para com um fornecedor externo ...em ultimo caso algumas modificações pontuais no projeto .. como exemplo .. a Type 052 Chinesa ( avaliada em 600 mi ? ) e a Tiger russa (160 mi ) n e nada de outro mundo ... problema nossa e mera ideologia ...ou puro e simples preconceito mesmo ...




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