pmicchi escreveu:A comparação não faz muito sentido pois cada um tem um propósito diferente, mas um Gripen faz muito mais estrago que uma corveta - inclusive no mar! - exceto se vc estiver lutando contra um submarino, além de que um caça é necessário em praticamente qualquer cenário de conflito possível enquanto uma corveta tem uso mais limitado (ou específico). Mas mesmo assim não dá pra investir tudo numa coisa só, precisamos de ambos.
E caças poderiam ser comprados de prateleira, e com entrega mais rápida ainda por cima, mas parece que ninguém se importou com o apagou de caças da forma que se importam com o apagão de escoltas.
pmicchi escreveu:A analise tem que ser se 150mi por um Gripen é caro ou nao
150mi por aeronave com certeza é caro, via FMS, na época do FX, o Super Hornet estava 55 mi, por exemplo, a justificativa para pagar tanto a mais no Gripen (e no SH, que estava sendo oferecido por um preço muito maior no pacote) é que o pacote incluia, entre outras coisas, transferência de tecnologia...
pmicchi escreveu:e se 450mi por uma corveta é caro ou não.
... Da mesma forma que nesses 450mi das corvetas estão incluídos os custos do aprendizado, desde o desenvolvimento do casco até integração de armas (que não existiria em patrulhas), como que os 450 mi da CV-03 são caros demais e os 4,5 bi do Gripen não?
pmicchi escreveu:Também tem que se avaliar a validade do investimento: a Embraer tem uma parceria real com a Saab e tem perspectivas reais de vendas adicionais do Gripen.
Perspectivas de vender milhares de Gripens e depois desenvolver uma aeronave de 5ª geração
Falando sério, da boca pode sair qualquer coisa, mas a realidade é um pouco diferente, não há perspectivas de vendas do Gripen E, muito menos perspectivas de que essas vendas cubram nossos custos, por hora o Brasil é o único operador com umas duas concorrências em andamento.
Então, se olhar só do ponto de vista comercial o Gripen é uma furada, provavelmente ele nunca vai pagar seus custos adicionais, mas, existe um outro lado do pacote, a tecnologia que poderia ser usada em produtos futuros, como o caça de 5ª geração, mas isso é tão improvável que chega a ser cômico, o país com dificuldades de concluir projetos muito mais simples e alguém quer vir falar de empregar as ToTs do Gripen? Teremos que esperar mais uns 20 anos pelos resultados, mas, o provável balanço final, é que as ToTs também não pagarão todos os custos.
pmicchi escreveu:No caso da CV-03, é questionável achar que vamos, por exemplo, exportar ou mesmo produzir uma grande quantidade de corvetas e ganhar algo com isso. Para mim, a CV-03 produzida localmente é um mau investimento.
Olhando do ponto de vista comercial e possibilidades de ganhar com a CV-03, é um péssimo negócio, mas se olhar do ponto de vista tecnológico que a CV-03 é mais um passo rumo a uma indústria naval então pode ser um bom investimento, e por ser muito mais simples do que uma aeronave de 5ª geração as chances da CV-03 ter uma sucessora ao invés do programa morrer nela também são bem maiores.
Claro que para a tal indústria naval ser rentável precisa mais do que só a tecnologia, mas a tecnologia é um pré-requisito importante e muito dificil de conseguir.