Carlos Lima escreveu:toncat escreveu:
Um coronel da FAB empregado na AEL ? Porque não estou surpreso?
É o caso de se perguntar para ele porque que a Ael não aproveita essa capacidade toda e vai buscar clientes internacionais??
Clientes internacionais zero. Confirmando aquilo que eu falo. A função da AEL é comercializar os produtos da ELbit no Brasil.
Daqui apouco descobrem uma rolha de garrafão que a Ael exportou.
Antes alienado do que iludido.
Realmente a entrevista com o Ex-Coronel nao ajudou muito.
E de fato tudo aquilo que vai dentro do ST com o selo "AEL", tem por baixo o símbolo da Elbit.
[]s
CB
A história da entrada da Elbit na AEL está bem descrita nessa entrevista...
Quanto ao código fonte, que já foi algo desconhecido no Brasil, é uma das variáveis mais importantes na equação. Para lidar com ele é preciso ter uma estrutura complexa e certificada para dominar o software embarcado: gente preparada para compreender e modificar, processos rigorosos e uma infraestrutura computacional sofisticada. É necessário dispor de grande capacidade de engenharia para saber manipulá-lo.
Mas isso tudo somente foi possível porque a FAB estabeleceu como requisito para que essa competência estivesse disponível no país. O Brasil iniciou o processo para dominar esse ciclo no programa AMX e o ampliou nos A-29, F-5M e A-1M. Na empresa onde trabalho, o grande salto se deu com o programa de modernização da aviônica do C-95M, cujas atividades permitiram consolidar a capacidade de dominar todo o ciclo de desenvolvimento do software embarcado. A AEL Sistemas é oriunda da Aeroeletrônica, uma empresa gaúcha de 31 anos, que nasceu com o Grupo Aeromot e que junto com a Embraer foi uma das únicas sobreviventes do PIC (Programa de Industrialização Complementar) lançado em meados da década de 1980. Isso é muito importante mencionar porque essa sobrevivência aparece muito na sua cultura organizacional. São pessoas corajosas que conseguiram sobreviver a uma época em que não havia uma demanda de produtos de defesa. E a sua origem se deve muito às exigências estratégicas da FAB. A Força Aérea é muito pragmática e olha muito à frente quando o assunto é a exigência de conteúdo nacional nos seus grandes programas. É algo que a diferencia. Assim, a FAB exigiu que a empresa que ganhasse o contrato da modernização do F-5 tivesse manutenção e produção local para aumentar a eficiência logística. A Elbit, vencedora do certame, comprou a antiga Aeroeletrônica e, a partir dali, começou a investir na nova empresa.
A companhia original já possuía conhecimento na área de equipamentos eletrônicos embarcados. No entanto, num dado momento, a liderança da nova empresa realizou um projeto de offset chamado ASH (Avionics Software House), e enviou um grupo inicial de engenheiros para Israel para que pudessem se aculturar na nova atividade e aprender a desenvolver software aviônico. Só que aqueles jovens surpreenderam tanto a Elbit quanto a AEL gerando novas capacidades e multiplicando o conhecimento adquirido no Brasil.
Foi um exercício no qual se buscou a criação de um ambiente de conhecimento autossustentado, e não apenas o de trazer para o Brasil uma linha de produção pronta. Daquele núcleo inicial, a AEL cresceu sua capacidade de gerenciar programas de aviônica, como fez, por exemplo, na modernização dos aviônicos da frota de aeronaves de transportes Embraer EMB-110 Bandeirante, C-95 na FAB, na qual a empresa realizou todo o ciclo de modernização de um sistema, do projeto até sua certificação. O programa C-95M capacitou a empresa a projetar e desenvolver o sistema glass cockpit para o helicóptero Esquilo do Exército, que consiste de um sistema aviônico integrado por três displays e um computador central no qual 95% do software foi desenvolvido no Brasil pela AEL. Após o desenvolvimento e disponibilização do sistema para o fabricante Helibras, provemos o suporte técnico necessário para os ensaios em voo, como parte da certificação junto ao IFI. No KC-390, estamos participando com atividades de desenvolvimento de software e/ou hardware para os sistemas Computador de Missão, EVS (Enhanced Vision System) e HUD. Esperamos produzir parte de sistemas de guerra eletrônica (SPS e DIRCM – Directional Infrared Countermeasures) e, em breve, deveremos ter outras novidades para programa do avião de transporte tático da FAB. Neste momento, estamos em plena transição para um novo e entusiasmante desafio.
Hoje, brasileiros estão capacitados para especificar, desenvolver e certificar hardware e software aeronáutico, experiência conquistada em vários programas. Para alguns, muito tempo, para outros, pouco, mas que representou um grande salto para o país.
Essa competência não foi alcançada somente com projetos nacionais, pois, hoje, temos vários engenheiros da AEL morando em Israel, trabalhando em projetos para outros países. Somos, por exemplo, os principais responsáveis pelo desenvolvimento de um sistema de acompanhamento do terreno (Terrain Following) para uma aeronave de transporte de uma força aérea asiática. Nossos engenheiros estão desenvolvendo e implementando o algoritmo, integrando dados do radar, da performance da aeronave e relevo digital para que o software embarcado seja capaz de prover simbologias de guiagem para manter uma trajetória vertical segura de uma aeronave sobre qualquer tipo de terreno.