França
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Re: França “em choque” com extrema-direita “às portas do poder”
Se o Brasil se meter a derrubar governos, destruir paises causar morte de milhares de civis sem motivo concreto e isso resultar em ataques ao territorio Brasileiro vai ser bem feito.
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Re: França “em choque” com extrema-direita “às portas do poder”
E eu nunca defenderia EI e afins, queeo que sejam esmagados, se fosse me alistar pra alguma coisa seria para lutar contra eles.
Mas tambem nao vou ter pena de paises que com suas ações propiciaram o surgimento do proprio EI e afins.
Ate fico com pena vendo a foto da menina de 8 anos que morreu no ataque, mas logo me lembro das milhares de criancas anônimas que morreram na Siria e na Libia.
Mas tambem nao vou ter pena de paises que com suas ações propiciaram o surgimento do proprio EI e afins.
Ate fico com pena vendo a foto da menina de 8 anos que morreu no ataque, mas logo me lembro das milhares de criancas anônimas que morreram na Siria e na Libia.
- Túlio
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Re: França “em choque” com extrema-direita “às portas do poder”
P44 escreveu:Grep escreveu:O suicida era Libio pelo jeito.
Quantas pessoas morreram la mesmo pela acao de Inglaterra e associados?
Querem sofrer pelos civis Europeus sofram, eu acho é pouco.
Tens bom remédio, Heroi de teclado, faz as malinhas e embarca para a Siria ou para o Iraque, para ires ter com os teus ídolos!!!!!
Não deves ter filhos nem familia pelos vistos, pode ser que um dia te bata á porta.
Juro que não entendo esse transformismo: o Prepe era "esquerda" dos buenos; o Grep é "esquerda" dos buenos, por que brigam agora?
POSSÍVEL RESPOSTA: agora que ardeu no dele, o Prepe véio não é mais "esquerda".
Bobear e até PUORTISTA já se tornou, ó pá!
“Look at these people. Wandering around with absolutely no idea what's about to happen.”
P. Sullivan (Margin Call, 2011)
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Re: França “em choque” com extrema-direita “às portas do poder”
Acho que o P44 descobriu um amor tardio pelos bifes.
- cabeça de martelo
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Re: França “em choque” com extrema-direita “às portas do poder”
Mais valia chamar-lhe paneleiro, acho que ele ficava menos chateado!Túlio escreveu:P44 escreveu:
Tens bom remédio, Heroi de teclado, faz as malinhas e embarca para a Siria ou para o Iraque, para ires ter com os teus ídolos!!!!!
Não deves ter filhos nem familia pelos vistos, pode ser que um dia te bata á porta.
Juro que não entendo esse transformismo: o Prepe era "esquerda" dos buenos; o Grep é "esquerda" dos buenos, por que brigam agora?
POSSÍVEL RESPOSTA: agora que ardeu no dele, o Prepe véio não é mais "esquerda".
Bobear e até PUORTISTA já se tornou, ó pá!
O Pzito é de Esquerda, mas é Português, logo tem outras prioridades que um Brasileiro não tem.
- cabeça de martelo
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Re: França “em choque” com extrema-direita “às portas do poder”
Nem ele nem eu amamos os bifes, muito pelo contrário. Mas entre preocupar-me com um Europeu (mesmo que seja um bife) e um Árabe... acho que nem se coloca essa questão. É uma questão de proximidade civilizacional e cultural.Grep escreveu:Acho que o P44 descobriu um amor tardio pelos bifes.
Até porque Portugal foi fundado sobre o sangue dos Árabes!
- Túlio
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Re: França “em choque” com extrema-direita “às portas do poder”
E dos Espanhóis, dos Franceses e até dos Ingleses (vejamos Aljubarrota, uma das mais fascinantes batalhas da História, pois foi a confirmação do que ocorrera em Crécy e tornaria a ocorrer em Agincourt e mesmo Waterloo, ou seja, a Cavalaria Francesa, sempre a melhor do mundo, pecaria sempre por orgulho e levaria o Exército todo a uma derrota onde a vitória garantida era).cabeça de martelo escreveu: Até porque Portugal foi fundado sobre o sangue dos Árabes!
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- P44
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Re: França “em choque” com extrema-direita “às portas do poder”
Grep escreveu:Acho que o P44 descobriu um amor tardio pelos bifes.
É como o vosso amor eterno pelos argentinos...
Tenho é duas filhas, que por sinal faz hoje uma semana até foram a um concerto, e por isso tento imaginar-me no lugar desses pais que perderam os filhos ás mãos desse FILHO DA PUTA....e nem consigo imaginar como reagiria... talvez o meu desejo fosse gaseá-los a todos, á boa maneira do tio adolfo?????
E como o Cabeça disse, em termos civilizacionais e culturais sinto-me muito mais próximo dos ingleses do que dos sirios, desculpem lá qualquer coisinha, oh multiculturalistas!!!!!
Triste sina ter nascido português
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Re: França “em choque” com extrema-direita “às portas do poder”
P44 escreveu:Grep escreveu:Acho que o P44 descobriu um amor tardio pelos bifes.
É como o vosso amor eterno pelos argentinos...
Tenho é duas filhas, que por sinal faz hoje uma semana até foram a um concerto, e por isso tento imaginar-me no lugar desses pais que perderam os filhos ás mãos desse FILHO DA PUTA....e nem consigo imaginar como reagiria... talvez o meu desejo fosse gaseá-los a todos, á boa maneira do tio adolfo?????
E como o Cabeça disse, em termos civilizacionais e culturais sinto-me muito mais próximo dos ingleses do que dos sirios, desculpem lá qualquer coisinha, oh multiculturalistas!!!!!
Quem mandou derrubar e assassinar Khadaffi? Ele dava conta de todos esses malucos.
Não se tem razão quando se diz que o tempo cura tudo: de repente, as velhas dores tornam-se lancinantes e só morrem com o homem.
Ilya Ehrenburg
Uma pena incansável e combatente, contra as hordas imperialistas, sanguinárias e assassinas!
Ilya Ehrenburg
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Re: França “em choque” com extrema-direita “às portas do poder”
Ilya Ehrenburg escreveu:P44 escreveu:
É como o vosso amor eterno pelos argentinos...
Tenho é duas filhas, que por sinal faz hoje uma semana até foram a um concerto, e por isso tento imaginar-me no lugar desses pais que perderam os filhos ás mãos desse FILHO DA PUTA....e nem consigo imaginar como reagiria... talvez o meu desejo fosse gaseá-los a todos, á boa maneira do tio adolfo?????
E como o Cabeça disse, em termos civilizacionais e culturais sinto-me muito mais próximo dos ingleses do que dos sirios, desculpem lá qualquer coisinha, oh multiculturalistas!!!!!
Quem mandou derrubar e assassinar Khadaffi? Ele dava conta de todos esses malucos.
É lamentável que os cidadão europeus inocentes paguem a conta do ímpeto intervencionista dos seus lideres.
Isso é a maior prova de que não é só aqui no Brasil que existe gente "teleguiada" os europeus e a sua suposta superioridade cultural não conseguem ver que a desestabilização da Líbia e Síria aumentaram drasticamente a migração ilegal para seus países e consequentemente os atentados terroristas.
O Apoio dos governos acidentais a grupos extremistas visando derrubar governos rivais fortaleceu o terrorismo. mas as pessoas não enxergam isto.
Politica não é a satisfação de um desejo, não é para atingir a perfeição, Não é para satisfazer os anseios morais. Se a pessoa se deixar levar por estes coisas será inevitavelmente manipulada.
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Re: França “em choque” com extrema-direita “às portas do poder”
"#SYRIAEditor's choice 29.05.2017 - 3,191 views 2.5 (8 votes)
MACRON: FRANCE TO RESPOND WITH IMMEDIATE STRIKE TO ANY USE OF CHEMICAL WEAPONS IN SYRIA"
Sinceramente, cala a boca e se rende logo b*i*linha.
MACRON: FRANCE TO RESPOND WITH IMMEDIATE STRIKE TO ANY USE OF CHEMICAL WEAPONS IN SYRIA"
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Re: França “em choque” com extrema-direita “às portas do poder”
Estou a começar a gostar do Macron, primeiro foi aquele aperto de mão ao Trampas e agora este frente a frente com o tio Putin... gostei, parece que a França voltou a ter um estadista no poder.
http://sicnoticias.sapo.pt/mundo/2017-0 ... raca-Putin
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Re: França “em choque” com extrema-direita “às portas do poder”
Ao lado de Putin, Macron denuncia propaganda russa
Presidente francês recebeu esta segunda-feira o homólogo russo, Vladimir Putin, em Versalhes.
Uma provocação oculta numa pergunta foi suficiente para o Presidente francês, Emmanuel Macron, fazer algo que nenhum outro líder fez ao lado de Vladimir Putin – criticar os media patrocinados pelo Kremlin. Macron acusou esta segunda-feira o canal de televisão Russia Today (RT) e o site de notícias Sputnik de se terem comportado como “órgãos de propaganda” durante a campanha eleitoral.
O pretexto da visita de Putin a Paris era o terceiro centenário da visita do czar Pedro, o Grande, à corte francesa no Palácio de Versalhes, em 1717, e servia para relançar as relações entre os dois países. Mas nenhum dos dois líderes escondeu as divergências que os afastam – e que, nos últimos anos, lançaram as relações entre a União Europeia e a Rússia para o nível mais baixo desde a Guerra Fria – embora tenham preferido abordar aquilo que os une.
As palavras de Merkel e o pragmatismo de Macron
A “prioridade das prioridades”, como definiu Macron, é a luta contra o terrorismo no Médio Oriente, materializado no grupo jihadista Daesh, que tem inspirado ataques terroristas em solo europeu. Os dois líderes prometeram intensificar a cooperação entre para tentar encontrar uma solução para o conflito sírio, incluindo a formação de um “grupo de trabalho” entre responsáveis russos e franceses.
“Estou convencido de que os interesses primordiais da França e da Rússia ultrapassam os pontos de fricção”, garantiu Vladimir Putin. Confrontado com alguns dos temas mais espinhosos das relações bilaterais – como a visita da líder da Frente Nacional, Marine Le Pen, a Moscovo, durante a campanha eleitoral, ou a alegada intervenção de hackers russos –, o Presidente francês respondeu assumindo-se como um “pragmático”. “Falámos das eleições francesas quando o Presidente Putin ligou para me felicitar”, esclareceu.
O foco no combate ao terrorismo passa, porém, pela guerra na Síria, onde os dois países apoiam lados em confronto. Moscovo é o principal aliado do regime do Presidente, Bashar al-Assad, enquanto a França faz parte da coligação internacional liderada pelos EUA que bombardeia posições do Daesh e apoia grupos que querem a saída de cena de Assad. França já acusou Moscovo de crimes de guerra na Sìria. Putin defendeu que “não se pode lutar contra a ameaça terrorista destruindo o Estado sírio”.
Apesar de se mostrar empenhado em assegurar uma colaboração com a Rússia na Síria, Macron enunciou as suas “linhas vermelhas”, que promete não ultrapassar: a utilização de armas químicas e a garantia de acesso de ajuda humanitária às populações civis cercadas pelo Exército sírio. O Presidente francês disse ainda que as negociações que decorrem em Astana – mediadas pela Rússia, Turquia e Irão – “não conseguem resolver o conflito”.
A "mancha" no encontro
O momento mais tenso teve a ver com as eleições francesas. Uma jornalista da RT questionou a decisão de Macron ter proibido a presença de jornalistas da televisão no quartel-general da sua candidatura na noite da segunda volta das presidenciais. “Sempre mantive uma relação exemplar com os jornalistas estrangeiros, desde que sejam jornalistas. A RT e a Sputnik comportaram-se como órgãos de influência [durante a campanha], difundiram mentiras sobre a minha pessoa e por isso excluí-os”, afirmou Macron.
Os dois media russos foram acusados por Macron de disseminar “informações falsas”. Na altura, a proibição levou a uma reacção por parte do Governo russo, com a porta-voz, Maria Zakharova, a dizer tratar-se de uma “decisão escandalosa”.
Em causa estão várias notícias publicadas nas edições francesas dos dois órgãos sobre uma hipotética relação homossexual que Macron terá escondido e também de acusações de que o então candidato teria desviado dinheiro para uma conta offshore. Durante toda a campanha eleitoral, os servidores do movimento En Marche! foram alvo de ciberataques, que provenientes de proxies ucranianas e russas, segundo a campanha de Macron.
É conhecido o papel dos media financiados pelo Kremlin para fazer avançar a agenda política do Governo russo. Os serviços secretos norte-americanos, por exemplo, acusaram Moscovo de interferir nas eleições presidenciais dos EUA através da difusão de notícias falsas e propaganda, em órgãos como a RT e o Sputnik. Mas a forma frontal como Macron qualificou os dois media como “órgãos de propaganda” é pouco comum, especialmente num momento em que recebia o líder russo – que não se pronunciou.
Macron tocou ainda noutros pontos diplomaticamente sensíveis, como as acusações de que as autoridades tchetchenas estão a perseguir os homossexuais. “Recordei ao Presidente Putin a importância, para a França, do respeito por todos os grupos de pessoas”, afirmou Macron.
Com o convite a Putin, logo depois de uma cimeira do G-7 (grupo do qual a Rússia está suspensa desde a anexação da Crimeia, em 2014), o Presidente francês pretende evitar um isolamento de Moscov. Quer explorar potenciais parcerias no combate ao terrorismo. Tanto a França como a Rússia foram alvo, nos últimos anos, de atentados inspirados pelo Daesh.
Para Putin, a visita a Versalhes representa uma oportunidade para mostrar que, apesar do ponto baixo nas relações entre Moscovo e a União Europeia, as parcerias entre a Rússia e a Europa ocidental continuam a ser relevantes. A sua prioridade é o levantamento das sanções económicas impostas desde 2014 por causa da interferência russa na Ucrânia. “Aproveito a presença de jornalistas de todo o mundo para deixar o apelo de que é necessário acabar com todas as limitações às trocas internacionais”, afirmou Putin.
joao.ruela@publico.pt.
Presidente francês recebeu esta segunda-feira o homólogo russo, Vladimir Putin, em Versalhes.
Uma provocação oculta numa pergunta foi suficiente para o Presidente francês, Emmanuel Macron, fazer algo que nenhum outro líder fez ao lado de Vladimir Putin – criticar os media patrocinados pelo Kremlin. Macron acusou esta segunda-feira o canal de televisão Russia Today (RT) e o site de notícias Sputnik de se terem comportado como “órgãos de propaganda” durante a campanha eleitoral.
O pretexto da visita de Putin a Paris era o terceiro centenário da visita do czar Pedro, o Grande, à corte francesa no Palácio de Versalhes, em 1717, e servia para relançar as relações entre os dois países. Mas nenhum dos dois líderes escondeu as divergências que os afastam – e que, nos últimos anos, lançaram as relações entre a União Europeia e a Rússia para o nível mais baixo desde a Guerra Fria – embora tenham preferido abordar aquilo que os une.
As palavras de Merkel e o pragmatismo de Macron
A “prioridade das prioridades”, como definiu Macron, é a luta contra o terrorismo no Médio Oriente, materializado no grupo jihadista Daesh, que tem inspirado ataques terroristas em solo europeu. Os dois líderes prometeram intensificar a cooperação entre para tentar encontrar uma solução para o conflito sírio, incluindo a formação de um “grupo de trabalho” entre responsáveis russos e franceses.
“Estou convencido de que os interesses primordiais da França e da Rússia ultrapassam os pontos de fricção”, garantiu Vladimir Putin. Confrontado com alguns dos temas mais espinhosos das relações bilaterais – como a visita da líder da Frente Nacional, Marine Le Pen, a Moscovo, durante a campanha eleitoral, ou a alegada intervenção de hackers russos –, o Presidente francês respondeu assumindo-se como um “pragmático”. “Falámos das eleições francesas quando o Presidente Putin ligou para me felicitar”, esclareceu.
O foco no combate ao terrorismo passa, porém, pela guerra na Síria, onde os dois países apoiam lados em confronto. Moscovo é o principal aliado do regime do Presidente, Bashar al-Assad, enquanto a França faz parte da coligação internacional liderada pelos EUA que bombardeia posições do Daesh e apoia grupos que querem a saída de cena de Assad. França já acusou Moscovo de crimes de guerra na Sìria. Putin defendeu que “não se pode lutar contra a ameaça terrorista destruindo o Estado sírio”.
Apesar de se mostrar empenhado em assegurar uma colaboração com a Rússia na Síria, Macron enunciou as suas “linhas vermelhas”, que promete não ultrapassar: a utilização de armas químicas e a garantia de acesso de ajuda humanitária às populações civis cercadas pelo Exército sírio. O Presidente francês disse ainda que as negociações que decorrem em Astana – mediadas pela Rússia, Turquia e Irão – “não conseguem resolver o conflito”.
A "mancha" no encontro
O momento mais tenso teve a ver com as eleições francesas. Uma jornalista da RT questionou a decisão de Macron ter proibido a presença de jornalistas da televisão no quartel-general da sua candidatura na noite da segunda volta das presidenciais. “Sempre mantive uma relação exemplar com os jornalistas estrangeiros, desde que sejam jornalistas. A RT e a Sputnik comportaram-se como órgãos de influência [durante a campanha], difundiram mentiras sobre a minha pessoa e por isso excluí-os”, afirmou Macron.
Os dois media russos foram acusados por Macron de disseminar “informações falsas”. Na altura, a proibição levou a uma reacção por parte do Governo russo, com a porta-voz, Maria Zakharova, a dizer tratar-se de uma “decisão escandalosa”.
Em causa estão várias notícias publicadas nas edições francesas dos dois órgãos sobre uma hipotética relação homossexual que Macron terá escondido e também de acusações de que o então candidato teria desviado dinheiro para uma conta offshore. Durante toda a campanha eleitoral, os servidores do movimento En Marche! foram alvo de ciberataques, que provenientes de proxies ucranianas e russas, segundo a campanha de Macron.
É conhecido o papel dos media financiados pelo Kremlin para fazer avançar a agenda política do Governo russo. Os serviços secretos norte-americanos, por exemplo, acusaram Moscovo de interferir nas eleições presidenciais dos EUA através da difusão de notícias falsas e propaganda, em órgãos como a RT e o Sputnik. Mas a forma frontal como Macron qualificou os dois media como “órgãos de propaganda” é pouco comum, especialmente num momento em que recebia o líder russo – que não se pronunciou.
Macron tocou ainda noutros pontos diplomaticamente sensíveis, como as acusações de que as autoridades tchetchenas estão a perseguir os homossexuais. “Recordei ao Presidente Putin a importância, para a França, do respeito por todos os grupos de pessoas”, afirmou Macron.
Com o convite a Putin, logo depois de uma cimeira do G-7 (grupo do qual a Rússia está suspensa desde a anexação da Crimeia, em 2014), o Presidente francês pretende evitar um isolamento de Moscov. Quer explorar potenciais parcerias no combate ao terrorismo. Tanto a França como a Rússia foram alvo, nos últimos anos, de atentados inspirados pelo Daesh.
Para Putin, a visita a Versalhes representa uma oportunidade para mostrar que, apesar do ponto baixo nas relações entre Moscovo e a União Europeia, as parcerias entre a Rússia e a Europa ocidental continuam a ser relevantes. A sua prioridade é o levantamento das sanções económicas impostas desde 2014 por causa da interferência russa na Ucrânia. “Aproveito a presença de jornalistas de todo o mundo para deixar o apelo de que é necessário acabar com todas as limitações às trocas internacionais”, afirmou Putin.
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Re: França “em choque” com extrema-direita “às portas do poder”
As palavras de Merkel e o pragmatismo de Macron
1. Angela Merkel mede sempre as palavras. Aquelas que proferiu no domingo, em Munique, não foram excepção. Chegaram, no entanto, para provocar uma pequena tempestade. Quando disse que a Europa não pode continuar a depender dos EUA, acrescentou um “completamente”. Vinha de uma cimeira da NATO e outra do G7 que foram a estreia de Donald Trump na casa dos seus aliados europeus e que correram bastante mal. Ficar em silêncio não era uma opção. Está em campanha eleitoral. Mas a conclusão do seu raciocínio não podia ser mais clara: “A Europa tem de tomar o seu destino nas próprias mãos”. Para quem tivesse dúvidas, Donald Trump encarregou-se de demonstrar em Bruxelas e em Taormina que há, de facto, uma ruptura na sua política externa em relação à aliança transatlântica e à integração europeia. Não vale a pena ficar à espera que venha a evoluir para posições mais consensuais. Se quisesse, tê-lo-ia feito em Bruxelas e fez precisamente o contrário.
Segunda-feira, o porta-voz da chanceler tratou de fazer alguns esclarecimentos sobre as suas palavras em Munique, lembrando que ela continua a ser uma “atlantista profundamente convicta”. Merkel sempre valorizou a relação transatlântica, que é um pilar da política externa alemã desde o pós-guerra, mas também porque vinha do Leste e sabia por experiência própria o papel dos EUA na libertação do domínio soviético. Mesmo assim, os seus primeiros anos de mandato não foram propriamente exemplares no que diz respeito à segurança europeia e às suas relações com o mundo. Viu o poder da Alemanha como decorrente da sua força económica e levou tempo demais a compreender que a falência da Grécia e a crise da dívida ameaçavam directamente o euro. Quando, em 2011, o Conselho de Segurança votou a intervenção na Líbia, absteve-se ao lado da China e da Rússia. Quando Hollande interveio no Mali, deixou entender que não estava disponível para financiar as guerras da França. Mudou radicalmente com a crise ucraniana. Percebeu que o terrorismo e a Síria diziam respeito à Europa. Hoje, dá apoio logístico às operações militares dos EUA e dos aliados europeus contra o Daesh. A referência que Merkel fez ao Reino Unido no mesmo discurso quis dizer apenas que o "Brexit" terá consequências. Londres já veio dizer que a Europa pode contar com o Reino Unido em matéria de defesa. A primeira-ministra britânica está na posição insustentável de querer utilizar a América como uma alternativa à Europa e, ao mesmo tempo, mostrar aos europeus que precisam do seu país para uma defesa credível. Arrisca-se a perder nos dois tabuleiros.
2.A defesa europeia já subiu na lista de prioridades da União. A Alemanha e a França querem um comando operacional em Bruxelas para operações apenas europeias e tudo indica que vão lançar uma “cooperação estruturada” (prevista no Tratado de Lisboa) para a segurança e defesa com os países que quiserem avançar neste sentido. Já têm o aval da Espanha e da Itália e dos países de tradição atlântica, como Portugal ou a Holanda. Mas é apenas o início de um caminho que será muito longo e que não depende apenas do dinheiro investido. Já não se trata do soft-power, que a Europa pratica em larga escala, desde a ajuda humanitária e ao desenvolvimento às missões de peacekeeping ao serviço da ONU. O problema é outro. A Europa tem sensivelmente o mesmo número de soldados que a América, mas apenas uma pequena parte está em condições operacionais. Apenas a França e o Reino Unido têm capacidade de projecção de forças. E, mesmo assim, dificilmente dispensam o apoio norte-americano. Um exemplo: na Líbia, os navios americanos dispararam centenas de tomahawks para neutralizar a aviação de Kadhafi, antes dos bombardeamentos britânicos e franceses. A questão é saber até que ponto os europeus conseguem definir a sua própria estratégia. Olivier de France (do IRIS de Paris) e Sophia Besh (do Centre for European Reform de Londres) resumiram no site euObserver o que está em causa: os europeus têm de começar por um exercício de auto-avaliação (que nunca fizeram) sobre as suas capacidades efectivas, que inclua “a utilização e a projecção de forças, a sustentabilidade, um gasto devidamente planeado, a prontidão e a definição dos sectores onde têm de aumentar o seu hard power.” Os dois autores lembraram também que a Europa precisa de salvar a NATO do Presidente americano.
3. A eleição de Emmanuel Macron pode ajudar a fazer a diferença. O Presidente francês já começou a provar que a França está de regresso à cena internacional, orquestrando aquilo a que Pierre Haski chama de “momento Macron”, com um timing e um simbolismo perfeitos. Almoçou com Trump em Bruxelas, para receber ontem o Presidente russo no Palácio de Versalhes, a pretexto de uma exposição sobre Pedro o Grande, “o czar reformador que há três séculos veio procurar a França a via e os meios da modernidade”, lembra o mesmo analista francês. O tom não foi de cedência mas de pragmatismo. Antes do encontro, Macron tratou de esclarecer que nada ainda mudou para levantar as sanções e resolver a “intervenção” russa na Ucrânia. Depois de almoçar com Trump, disse que se tratou de “uma primeira experiência para ambos e [o Presidente americano] compreendeu o interesse de uma discussão multilateral”. Recusou-se a entrar na lógica dos “seis contra um” no G7. “Não é do nosso interesse”. Com ambos, sublinhou que a sua prioridade é combater o terrorismo.
Trump acabou por funcionar como um sinal de alarme para a Europa, que ninguém pode dizer que não ouviu. Basta que Macron e Merkel estejam à altura do que se espera deles.
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1. Angela Merkel mede sempre as palavras. Aquelas que proferiu no domingo, em Munique, não foram excepção. Chegaram, no entanto, para provocar uma pequena tempestade. Quando disse que a Europa não pode continuar a depender dos EUA, acrescentou um “completamente”. Vinha de uma cimeira da NATO e outra do G7 que foram a estreia de Donald Trump na casa dos seus aliados europeus e que correram bastante mal. Ficar em silêncio não era uma opção. Está em campanha eleitoral. Mas a conclusão do seu raciocínio não podia ser mais clara: “A Europa tem de tomar o seu destino nas próprias mãos”. Para quem tivesse dúvidas, Donald Trump encarregou-se de demonstrar em Bruxelas e em Taormina que há, de facto, uma ruptura na sua política externa em relação à aliança transatlântica e à integração europeia. Não vale a pena ficar à espera que venha a evoluir para posições mais consensuais. Se quisesse, tê-lo-ia feito em Bruxelas e fez precisamente o contrário.
Segunda-feira, o porta-voz da chanceler tratou de fazer alguns esclarecimentos sobre as suas palavras em Munique, lembrando que ela continua a ser uma “atlantista profundamente convicta”. Merkel sempre valorizou a relação transatlântica, que é um pilar da política externa alemã desde o pós-guerra, mas também porque vinha do Leste e sabia por experiência própria o papel dos EUA na libertação do domínio soviético. Mesmo assim, os seus primeiros anos de mandato não foram propriamente exemplares no que diz respeito à segurança europeia e às suas relações com o mundo. Viu o poder da Alemanha como decorrente da sua força económica e levou tempo demais a compreender que a falência da Grécia e a crise da dívida ameaçavam directamente o euro. Quando, em 2011, o Conselho de Segurança votou a intervenção na Líbia, absteve-se ao lado da China e da Rússia. Quando Hollande interveio no Mali, deixou entender que não estava disponível para financiar as guerras da França. Mudou radicalmente com a crise ucraniana. Percebeu que o terrorismo e a Síria diziam respeito à Europa. Hoje, dá apoio logístico às operações militares dos EUA e dos aliados europeus contra o Daesh. A referência que Merkel fez ao Reino Unido no mesmo discurso quis dizer apenas que o "Brexit" terá consequências. Londres já veio dizer que a Europa pode contar com o Reino Unido em matéria de defesa. A primeira-ministra britânica está na posição insustentável de querer utilizar a América como uma alternativa à Europa e, ao mesmo tempo, mostrar aos europeus que precisam do seu país para uma defesa credível. Arrisca-se a perder nos dois tabuleiros.
2.A defesa europeia já subiu na lista de prioridades da União. A Alemanha e a França querem um comando operacional em Bruxelas para operações apenas europeias e tudo indica que vão lançar uma “cooperação estruturada” (prevista no Tratado de Lisboa) para a segurança e defesa com os países que quiserem avançar neste sentido. Já têm o aval da Espanha e da Itália e dos países de tradição atlântica, como Portugal ou a Holanda. Mas é apenas o início de um caminho que será muito longo e que não depende apenas do dinheiro investido. Já não se trata do soft-power, que a Europa pratica em larga escala, desde a ajuda humanitária e ao desenvolvimento às missões de peacekeeping ao serviço da ONU. O problema é outro. A Europa tem sensivelmente o mesmo número de soldados que a América, mas apenas uma pequena parte está em condições operacionais. Apenas a França e o Reino Unido têm capacidade de projecção de forças. E, mesmo assim, dificilmente dispensam o apoio norte-americano. Um exemplo: na Líbia, os navios americanos dispararam centenas de tomahawks para neutralizar a aviação de Kadhafi, antes dos bombardeamentos britânicos e franceses. A questão é saber até que ponto os europeus conseguem definir a sua própria estratégia. Olivier de France (do IRIS de Paris) e Sophia Besh (do Centre for European Reform de Londres) resumiram no site euObserver o que está em causa: os europeus têm de começar por um exercício de auto-avaliação (que nunca fizeram) sobre as suas capacidades efectivas, que inclua “a utilização e a projecção de forças, a sustentabilidade, um gasto devidamente planeado, a prontidão e a definição dos sectores onde têm de aumentar o seu hard power.” Os dois autores lembraram também que a Europa precisa de salvar a NATO do Presidente americano.
3. A eleição de Emmanuel Macron pode ajudar a fazer a diferença. O Presidente francês já começou a provar que a França está de regresso à cena internacional, orquestrando aquilo a que Pierre Haski chama de “momento Macron”, com um timing e um simbolismo perfeitos. Almoçou com Trump em Bruxelas, para receber ontem o Presidente russo no Palácio de Versalhes, a pretexto de uma exposição sobre Pedro o Grande, “o czar reformador que há três séculos veio procurar a França a via e os meios da modernidade”, lembra o mesmo analista francês. O tom não foi de cedência mas de pragmatismo. Antes do encontro, Macron tratou de esclarecer que nada ainda mudou para levantar as sanções e resolver a “intervenção” russa na Ucrânia. Depois de almoçar com Trump, disse que se tratou de “uma primeira experiência para ambos e [o Presidente americano] compreendeu o interesse de uma discussão multilateral”. Recusou-se a entrar na lógica dos “seis contra um” no G7. “Não é do nosso interesse”. Com ambos, sublinhou que a sua prioridade é combater o terrorismo.
Trump acabou por funcionar como um sinal de alarme para a Europa, que ninguém pode dizer que não ouviu. Basta que Macron e Merkel estejam à altura do que se espera deles.
teresa.de.sousa@publico.pt..