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Mensagem
por FCarvalho » Sáb Abr 29, 2017 1:06 pm
Tentando fazer um resumo básico da situação da aviação naval brasileira hoje:
1. Projeto Helo Instrução: sem previsão de encontrar termo no curto/médio prazo. Aqui e ali houve-se conversas de que uma escola conjunta de formação de pilotos estaria sendo pensada no MD como solução menos onerosa. Helibrás e AW estão no páreo com a Bell correndo por fora.
2. Projeto Helo Leve Emprego Geral: sem previsão de encontrar termo no curto/médio prazo. Helibrás e AW estão no páreo e já tiveram seus modelos testados in loco pela MB. A Bell corre por fora também mas aparentemente a MB ainda não testou o novo B-429 sem os esquis. A confirmar. Talvez um projeto comum com as demais forças pudesse encaminhar uma solução mais econômica para este projeto. Com a palavra o MD.
3. Projeto Helo Médio Emprego Geral: os UH-15/15A estão sendo entregues em ritmo bem lento, com cerca de 7 até agora entregues. O modelo operacional UH-15A deve ter a sua primeira unde entregue ainda este ano, com as demais seguindo o prazo acordado com a Helibrás até 2022.
4. Projeto Helo Medio ASW/ASupW: o HS-1 está com a sua dotação completa de 6 SH-16 entregues e todos operacionais. Há conversas no sentido de se adquirir mais undes, em especificar números, mas no curto e médio prazo tal solução terá de esperar por dias melhores, e também uma solução para a substituição dos Esquilo e Bell, que no momento são prioritários.
5. Esquadrão VF-1: poucos A-4 em disponibilidade, e somente um modernizado em condições de voo. A aposentadoria do A-12 deixou em suspense o destino da unde tendo em vista que um novo Nae, apesar de ser a terceira prioridade no planejamento da MB, dificilmente encontrará solução ante de 2030. A idéia é manter a qualificação dos pilotos nos USA e na Europa. A modernização dos A-4 está endo reavaliada para ver se ainda se justifica, tendo em vista o problema da logística de apoio para o mesmo. O conceito do Gripen naval segue dentro do planejamento do projeto FX-2 como parte do contrato, mas sem maiores compromissos com a sua concretude em curto e médio prazo.
6. Projeto C-1A: até onde se sabe o projeto continua normalmente, mas a desativação do A-12 pôs em cheque a sua continuidade. Discute-se agora qual o destino destas aeronaves e qual a melhor alternativa para a manutenção da asa fixa na aviação naval;
7. Patrulha naval: parece que o fim precoce do A-12 levou a MB a repensar a questão da transferência efetiva dos P-3AM da FAB para a aviação naval como uma forma de, também, manter e justificar todo o investimento na formação e estrutura da asa fixa na MB. Sabe-se que eventualmente a FAB teria interesse em tal repasse, mas como sempre a ausência de verbas suficientes para sustentar a sua operação no curto/médio prazo impede que aquelas aeronaves passem a voar com o cocar verde, amarelo e azul da aviação naval.
8. Aviação de Transporte: é sabido que o emprego dos C-1A também visa atender uma demanda há muito tempo reprimida da MB que é disponibilizar de suas próprias aeronaves de transporte para o apoio as suas bases ao longo do litoral e interior, assim como apoio à esquadra e ao CFN. Além deste aspecto, a inexistência de aeronaves SAR e para vigilância/esclarecimento marítimo na ZEE também são necessárias. A Embraer possui soluções adequadas em seu portfólio de produtos e que podem atender a essas necessidades. No entanto, diante do grave quadro orçamentário que se apresenta agora e no futuro próximo, esta questão deve ser deixada para ter uma solução somente quando se conseguir equacionar todas as demais.
Penso que seja isso. No curto e médio prazo as perspectivas são poucas e as necessidades cada vez mais crescentes. A verba de custeio e investimento continua a diminuir ano após ano e a esquadra encontra-se em uma situação quase de falência geral. Tempos obscuros esperam pela aviação naval nos anos vindouros.
abs.
Carpe Diem