DROGAS: BRASIL ESTÁ NO RUMO DA DESCRIMINALIZAÇÃO

[Túlio]

E se até os cigarros produzidos por empresas legais tem este tipo de problema, porque a maconha produzida e vendida pro foras-da-lei não teria?

Não fiz esta comparação, a que fiz foi entre cigarros e maconha INDUSTRIALIZADOS. O dos vagos nem precisamos comentar, é óbvio...

Pelo menos em empresas legais os culpados por qualquer contaminação ilegal teriam o que perder. Já nas mãos dos traficantes eles podem colocar o que quiserem... .



Leandro G. Card

Sério? Onde estão - no Brasil - as multas multibilionárias aplicadas pela Justiça dos EUA às indústrias tabagistas só por causarem gastos ao Sistema de Saúde? Aqui pode tudo e fiscalização, repito, apenas abre OUTRA porta para mais CORRUPÇÃO.

Se com cigarro ninguém controla nada (embora a web esteja cheia de texto fajuto dizendo que sim, afinal, há muitos INTERE$$E$ em jogo, tanto das empresas quanto do governo), por qwue com maconha seria diferente? Porque sim?

Nas buenas, acredito que O ÚNICO meio de reduzir criminalidade liberando maconha é liberar a venda da semente da "plantinha", sem fiscalização alguma (incluindo os tipos "Turbo" da Califórnia) nem quantidade máxima (claro, dentro do razoável, ou logo vai estar assim de fazendeiro plantando lavoura de maconha para exportar), tornando o consumidor em produtor. Por que o cara com sua(s) "plantinha"(s) iria comprar produto "malhado" de trafica se poderia fazer o seu próprio, purinho, sem aditivos químicos e sem ter que pagar nada a ninguém?

[LeandroGCard]

Sério? Onde estão - no Brasil - as multas multibilionárias aplicadas pela Justiça dos EUA às indústrias tabagistas só por causarem gastos ao Sistema de Saúde? Aqui pode tudo e fiscalização, repito, apenas abre OUTRA porta para mais CORRUPÇÃO.

Se com cigarro ninguém controla nada (embora a web esteja cheia de texto fajuto dizendo que sim, afinal, há muitos INTERE$$E$ em jogo, tanto das empresas quanto do governo), por qwue com maconha seria diferente? Porque sim?

Não seria diferente, todos os nossos problemas de falta de funcionamento do estado continuariam, pois eles não dependem da existência de drogas ilícitas ou lícitas para existir. Mas pelo menos duas coisas aconteceriam: Haveria menos $$$ para os traficantes foras-da-lei sustentarem seus impérios do crime, e as polícias e a justiça poderiam gastar menos recursos tentando impedir o tráfico e o consumo, e poderiam se dedicar mais ao combate à outras formas de criminalidade.

Nas buenas, acredito que O ÚNICO meio de reduzir criminalidade liberando maconha é liberar a venda da semente da "plantinha", sem fiscalização alguma (incluindo os tipos "Turbo" da Califórnia) nem quantidade máxima (claro, dentro do razoável, ou logo vai estar assim de fazendeiro plantando lavoura de maconha para exportar), tornando o consumidor em produtor. Por que o cara com sua(s) "plantinha"(s) iria comprar produto "malhado" de trafica se poderia fazer o seu próprio, purinho, sem aditivos químicos e sem ter que pagar nada a ninguém?

O consumo é muito grande (já agora, antes mesmo de qualquer descriminalização), não seria possível que os próprios consumidores dessem conta de sua demanda, como não é no caso do fumo. Afinal, plantar fumo é tão simples quanto plantar maconha, mas quantos fumantes você vê por aí cultivando seu próprio tabaco?

De qualquer forma, se o uso da maconha for liberado não faria sentido manter proibido o cultivo, e provavelmente se tornaria tão fácil comprar sementes ou mudas de canabis quanto hoje é comprar qualquer orquídea ou violeta. Dá para imaginar as lages das favelas cobertas por pequenas florestas da planta. Provavelmente o tráfico tentaria tomar conta deste canal de produção, mas a produtividade não poderia competir com a dos produtores profissionais utilizando técnicas de cultivo modernas em grande escala (meu cunhado estaria particularmente bem posicionado para entrar neste mercado - ele é agrônomo e há anos tenta se manter com uma fazenda de uvas nas margens do rio São Francisco, com sucesso apenas moderado), e o preço de revenda desta maconha caseira certamente seria mais elevado do que o disponível nas farmácias e mercados. Só valeria à pena mesmo para consumo próprio.


Leandro G. Card

[Bolovo]

Por essa lógica, pegando como exemplo a atual questão da carne, deveríamos cada um ter seu boizinho em casa porque o Estado não consegue fiscalizar os frigoríficos.

[Túlio]

O consumo é muito grande (já agora, antes mesmo de qualquer descriminalização), não seria possível que os próprios consumidores dessem conta de sua demanda, como não é no caso do fumo. Afinal, plantar fumo é tão simples quanto plantar maconha, mas quantos fumantes você vê por aí cultivando seu próprio tabaco?

Estava estranhando ainda não teres colocado esta carta (Card, em Inglês, com o perdão do trocadilho ) na mesa. Bueno, tu e todo o DB sabem que sou fumante (Marlboro). O que NÃO SABEM é que um de meus primeiros empregos, aos 15 anos, foi na Souza Cruz, Escritório Geral da unidade de Santa Cruz do Sul, onde eu então residia com meus Pais. Assim, sei bem do que estou falando, tri?

Bueno, primeiro que não há comparação possível (ou ao menos justa) entre um fumante e um maconheiro: um fumante regular médio costuma fumar um cigarro a cada meia hora, alguns pouco mais, outros menos, o que deixa o consumo individual na faixa de um a dois maços de 20 cigarros cada por dia - considerando-se que seja uma pessoa normal, que dorme umas 8 a cada 24 hs. Bueno, um usuário recreativo de maconha, se for submetido a este "regime", uma ganja do tamanho de um cigarro comum a cada meia hora, pouco mais, pouco menos, vai durar pouco. Muito pouco. Só viciado veterano aguentaria um único dia assim, e este já estaria usando drogas mais pesadas, pois a maconha, por mais forte que fosse, já não iria estar dando conta de suas necessidades. Meu ponto é: um usuário recreativo de maconha pode se aguentar com uma ou duas "plantinhas" porque isso vai satisfazer suas necessidades, bem menores quantitativamente que as de um fumante regular (cigarro).

E aí voltamos à Souza Cruz: tens ideia da quantidade de "plantinhas" de tabaco que seriam necessárias para se ter um suprimento de 20 a 40 cigarros por dia, todos os dias? Haja terra, eu vi como era em Santa Cruz do Sul, o tabaco era a base da agricultura familiar (bobear e é até hoje), toda propriedade tinha uns fornos grandões a lenha e feitos de tijolos, usavam para, após a colheita, secar o fumo. Depois disso tem mais um monte de processos, em grande parte automatizados e com máquinas caríssimas e enormes para que eu possa comprar o meu Marlboro. Pior, já viste anúncio de filtro avulso? Eu nunca. Máquina que enrola UM cigarro, cola e põe o dito filtro? Necas. Pior ainda, sabias que as safras de fumo já estão vendidas ainda antes de serem plantadas? Que as próprias sementes de tabaco são patenteadas pelas empresas e vendidas apenas aos "seus" produtores? Pois é, eu sei, uma de minhas funções era atualizar os arquivos da SC, que eram em papel (anos 70). Eu tinha acesso a cada nome, quantia paga, quantidade de fumo recebida, tipo de fumo (o que correspondia ao tipo de semente), subtipo (geralmente dependente de como foram as condições meteorológicas, tempo e consistência/correção de temperatura na secagem, qualidade do solo, etc), tudo! Pois é, um piá de 15 anos sabia um montão de segredos comerciais da principal unidade (no RS) de uma grande multinacional. Era assim naquele tempo, as pessoas não eram desconfiadas como hoje. E tinham razão, jamais me passou pela cabeça ir a uma das concorrentes e pedir uma grana em troca deste tipo de informação.

Isso posto, posso te garantir que fazer cigarro é caro e complicado como o inferno, já maconha não. Claro, existe fumo de corda (qualidade muito inferior) à venda no comércio, bem como fumo para cachimbo (forte feito um coice de cavalo e ainda por cima caro pra caramba) mas sempre vamos empacar na qualidade, pois maconha não precisa filtro nem máquina para fechar cilindro, cigarro sim. Ou seja, se é caro manter o vício (cigarro), muito mais o seria tentar fazer em casa. O maconheiro pode ter uma ou duas "plantinhas" num apartamento de 1 dorm e estar garantido a partir do surgimento das primeiras folhas, um fumante não (só se tiver uma propriedade rural, e mesmo assim, ficaria com problemas para arranjar sementes de alta qualidade e maquinário para produzir seu cigarro).

De qualquer forma, se o uso da maconha for liberado não faria sentido manter proibido o cultivo, e provavelmente se tornaria tão fácil comprar sementes ou mudas de canabis quanto hoje é comprar qualquer orquídea ou violeta.

Pelo acima exposto, se liberada para INDUSTRIALIZAÇÃO (estatal ou privada), acabaria tendo os mesmos problemas do cigarro, tipo semente vagabunda. Depois o pessoal ia se acostumar ao filtro, sabor, cheiro, substâncias extras ainda mais viciantes e fim, acaba a "plantinha", ninguém mais vai querer o troço rústico (vai ver quanto fumante usa palheiro: eu experimentei e quase cuspi os pulmões pra fora de tão ruim e forte).

Dá para imaginar as lages das favelas cobertas por pequenas florestas da planta. Provavelmente o tráfico tentaria tomar conta deste canal de produção, mas a produtividade não poderia competir com a dos produtores profissionais utilizando técnicas de cultivo modernas em grande escala (meu cunhado estaria particularmente bem posicionado para entrar neste mercado - ele é agrônomo e há anos tenta se manter com uma fazenda de uvas nas margens do rio São Francisco, com sucesso apenas moderado), e o preço de revenda desta maconha caseira certamente seria mais elevado do que o disponível nas farmácias e mercados. Só valeria à pena mesmo para consumo próprio.


Leandro G. Card

QED, está longe de ser tão simples. No que entrar o governo e/ou grandes multinacionais (que virão, o Brasil é um mercado grande demais para ficar na mão de Brasileiros), o cara da "plantinha" começa a entrar em extinção. Já o trafica de maconha vai fazer o mesmo que hoje, pegar cigarro (agora de cannabis) no Paraguai, onde o imposto é muito menor, e contrabandear para cá. E o da droga pesada vai continuar fazendo o que já faz, do mesmo jeito, nas mesmas quantidades e com a mesma violência e corrupção. Onde a economia e melhora na segurança? Acreditas mesmo que traficantezinho de maconha é quem anda por aí com AK, AR, FAL, etc? Quem pode comprar isso e pagar gente para usar não vive só de maconha não, cupincha...

[Beronha]

O post do tulio foi bom hein, imaginava que era por esse prisma a coisa.

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Ja fumei muito palheiro, belmont, plaza, carlton fim de semana...agora so consumo meu cigarro de cabra macho - free - o Marlboro me da uma catarreira danada.

Tenho uns vizinhos aqui chegados em maconha, ouço a barulheira de fim de semana, o povo fica todo felizão, parecem aqueles surfistas da tv conversando, cria-se uma especie de dialeto acho. depois somem como abelhas na fumaça, e no começo de semana todo mundo com cara de poucos amigos. coisa estranha

[Túlio]

Ja fumei muito palheiro, belmont, plaza, carlton fim de semana...agora so consumo meu cigarro de cabra macho - free - o Marlboro me da uma catarreira danada.

Tenho uns vizinhos aqui chegados em maconha, ouço a barulheira de fim de semana, o povo fica todo felizão, parecem aqueles surfistas da tv conversando, cria-se uma especie de dialeto acho. depois somem como abelhas na fumaça, e no começo de semana todo mundo com cara de poucos amigos. coisa estranha

Nem que eu fumasse Free (ui! ) admitiria, isso ia acabar com a minha FAMA DE MAU!!!

E esses teus vizinhos devem usar mais coisas (bebida ou mesmo alguma outra droga) junto, maconha sozinha num dá ressaca desse tipo, ao menos não que eu já tenha visto ou ouvido falar: tem um cupincha meu (e a namorada dele) que fumam todos os fins de semana mas estão sempre de boa. Aliás, (descobri de charla com eles em seu apartamento, anos atrás), pode-se COMER maconha, a guria (ambos na casa dos 20) inclusive me ofereceu uma fatia de bolo de banana "temperado". E eu até queria provar mas tinha que dirigir e não sabia que efeito aquele treco ia me causar. Levar pra casa também não dava, e se me param na estrada e sou pego - logo EU!!! - com bagulho? Não ia em cana nem nada mas ia passar uma vergonha dos diabos, tipo "mas olha só, Túlio, logo tu, depois de véio, virando sem-vergonha. O que mais andas fazendo, dando a bunda? Já vendias bagulho na Modulada?"

Sério, minha reputação ia se acabar de vez, e sou conhecido por gente da SegPub de meio Rio Grande, ia ficar BEM FEIO pro meu lado!

[Wingate]

Wingate

[Juniorbombeiro]

Ja fumei muito palheiro, belmont, plaza, carlton fim de semana...agora so consumo meu cigarro de cabra macho - free - o Marlboro me da uma catarreira danada.

Tenho uns vizinhos aqui chegados em maconha, ouço a barulheira de fim de semana, o povo fica todo felizão, parecem aqueles surfistas da tv conversando, cria-se uma especie de dialeto acho. depois somem como abelhas na fumaça, e no começo de semana todo mundo com cara de poucos amigos. coisa estranha

Nem que eu fumasse Free (ui! ) admitiria, isso ia acabar com a minha FAMA DE MAU!!!

E esses teus vizinhos devem usar mais coisas (bebida ou mesmo alguma outra droga) junto, maconha sozinha num dá ressaca desse tipo, ao menos não que eu já tenha visto ou ouvido falar: tem um cupincha meu (e a namorada dele) que fumam todos os fins de semana mas estão sempre de boa. Aliás, (descobri de charla com eles em seu apartamento, anos atrás), pode-se COMER maconha, a guria (ambos na casa dos 20) inclusive me ofereceu uma fatia de bolo de banana "temperado". E eu até queria provar mas tinha que dirigir e não sabia que efeito aquele treco ia me causar. Levar pra casa também não dava, e se me param na estrada e sou pego - logo EU!!! - com bagulho? Não ia em cana nem nada mas ia passar uma vergonha dos diabos, tipo "mas olha só, Túlio, logo tu, depois de véio, virando sem-vergonha. O que mais andas fazendo, dando a bunda? Já vendias bagulho na Modulada?"

Sério, minha reputação ia se acabar de vez, e sou conhecido por gente da SegPub de meio Rio Grande, ia ficar BEM FEIO pro meu lado!

Tudo isso para não desconfiarem que andas dando a bunda Tulio??? Desculpes, mas esse tipo de piada não dá para deixar passar.
Eu nunca experimentei bagulho, a coisa mais ousada que minha juventude de escoteiro nerd me permitiu foi cachimbo e charuto em acampamentos, além é claro, do unipresente trago, esse de todos os tipos que pudéssemos ter aceso, desde a famosa cachaça com butiá (usada inclusive em rituais ocultistas de "sociedades secretas", coisa de piá inocente), até graspa, mas nosso preferido nos acampamentos frios da serra gaúcha era o vinho, de preferência doce, que fazia mais sucesso com as meninas mas dava uma ressaca danada. A parte mais legal não era nem beber, mas conseguir contrabandear o trago debaixo do nariz dos chefes. Ser escoteiro é uma coisa engraçada, começa-se lá pelos dez anos contrabandeando bolacha recheada e chocolate e se termina aos 17 contrabandeando trago. Uma excelente escola de vida. A experiência mais próxima com maconha foi na escola técnica, o pessoal que era da cidade, e não tão inocente quanto nós que éramos da roça, ia para o meio do mato de eucalipto e voltava "mucho loko" para a aula, em pouco tempo já conhecia o cheiro. No último ano, na tradicional excursão antes da formatura, estávamos indo para Curitiba, e uns colegas levaram um tijolo junto (sem exageros, era do tamanho de um tijolo maciço mesmo ), descobrimos na parada do Japonês em Sombrio, e graças a um professor sensato, que obrigou os meliantes (todos menores de idade, é bom lembrar) a "afogarem" o produto na privada, o passeio não terminou ali para todo mundo.
Uma coisa que ninguém me tira da cabeça é que a maconha vendida pelos traficas, além de ser de péssima qualidade é cheia de misturas com crack e pasta barata de coca para criar dependência mais severa. Vocês que são mais velhos, já ouviram falar do verão da lata??? Dizem que foi um evento que ocorreu no litoral sul na década de 80. Um navio de carga vinha da Ásia contrabandeando maconha em latas de comida, em direção aos EUA, mas a informação foi interceptada pelas autoridades americanas, que decidiram avisar a polícia brasileira (logo quem) para interceptar a carga no Porto de Santos. Acontece que a informação vazou e chegou por rádio ao navio que desovou a carga no mar, naquele verão brotou maconha em lata no litoral de Rio Grande a Itajaí, não sei se a história é bem essa, estou relatando de orelhada. Pescadores e surfistas hippies compartilhavam suas latas com veranistas descolados, quem me contou essa história foi um topógrafo (muito conceituado aliás) que prestava serviço na empresa, ele diz que compartilhou uma lata com nativos em Floripa, por três meses, e foi a melhor maconha que já fumou na vida.

[Túlio]

Tudo isso para não desconfiarem que andas dando a bunda Tulio??? Desculpes, mas esse tipo de piada não dá para deixar passar.

Seu.........COMUNAZZZ!!!

Eu nunca experimentei bagulho, a coisa mais ousada que minha juventude de escoteiro nerd me permitiu foi cachimbo e charuto em acampamentos, além é claro, do unipresente trago, esse de todos os tipos que pudéssemos ter aceso, desde a famosa cachaça com butiá (usada inclusive em rituais ocultistas de "sociedades secretas", coisa de piá inocente), até graspa, mas nosso preferido nos acampamentos frios da serra gaúcha era o vinho, de preferência doce, que fazia mais sucesso com as meninas mas dava uma ressaca danada. A parte mais legal não era nem beber, mas conseguir contrabandear o trago debaixo do nariz dos chefes. Ser escoteiro é uma coisa engraçada, começa-se lá pelos dez anos contrabandeando bolacha recheada e chocolate e se termina aos 17 contrabandeando trago. Uma excelente escola de vida. A experiência mais próxima com maconha foi na escola técnica, o pessoal que era da cidade, e não tão inocente quanto nós que éramos da roça, ia para o meio do mato de eucalipto e voltava "mucho loko" para a aula, em pouco tempo já conhecia o cheiro. No último ano, na tradicional excursão antes da formatura, estávamos indo para Curitiba, e uns colegas levaram um tijolo junto (sem exageros, era do tamanho de um tijolo maciço mesmo ), descobrimos na parada do Japonês em Sombrio, e graças a um professor sensato, que obrigou os meliantes (todos menores de idade, é bom lembrar) a "afogarem" o produto na privada, o passeio não terminou ali para todo mundo.
Uma coisa que ninguém me tira da cabeça é que a maconha vendida pelos traficas, além de ser de péssima qualidade é cheia de misturas com crack e pasta barata de coca para criar dependência mais severa. Vocês que são mais velhos, já ouviram falar do verão da lata??? Dizem que foi um evento que ocorreu no litoral sul na década de 80. Um navio de carga vinha da Ásia contrabandeando maconha em latas de comida, em direção aos EUA, mas a informação foi interceptada pelas autoridades americanas, que decidiram avisar a polícia brasileira (logo quem) para interceptar a carga no Porto de Santos. Acontece que a informação vazou e chegou por rádio ao navio que desovou a carga no mar, naquele verão brotou maconha em lata no litoral de Rio Grande a Itajaí, não sei se a história é bem essa, estou relatando de orelhada. Pescadores e surfistas hippies compartilhavam suas latas com veranistas descolados, quem me contou essa história foi um topógrafo (muito conceituado aliás) que prestava serviço na empresa, ele diz que compartilhou uma lata com nativos em Floripa, por três meses, e foi a melhor maconha que já fumou na vida.

Eu cheguei a experimentar, há muitos anos, ainda antes de começar a fumar (cigarro, no fim da casa dos 20) e ambos pela mesma razão: eu tinha uma namorada GATAÇA chamada Patrícia, nunca tinha comido nada tão bonito na vida. Probleminha: era maconheira. Eu achava um pé nas bolas beijar aquela boca de cinzeiro mas, como disse, a guria era de parar trânsito e fechar o comércio, tudo ao mesmo tempo. Passou um tempo e começou a puxar bagulho nos pelegos e, mais adiante, a encheção de saco para que eu experimentasse. Não adiantava dizer "mas nem cigarro eu fumo, POWS!!!", ela sempre insistindo e nem precisava argumentar, aquela beleza toda já era mais argumento do que eu poderia enfrentar. Bueno, a carne é fraca. Certa noite, eu tinha me acidentado de moto (atropelei um Monza e SEM capacete) e os véios tinham me deixado ficar com ela no quarto, supostamente para cuidar de mim (clavícula trincada, um baita talho na cabeça e outro muito maior na perna, todo enfaixado. Mas as kôzaz estavam funcionando, que nessa idade o cara trepa até no meio de um bombardeio ). Quá, eu sabia muito bem como seria o "cuidado". Logo "nos começos" vimos que ia complicar, só de me mexer (mesmo embaixo), doía até a alma, se é que tenho isso. Daí ela puxou a bolsa e pegou um, dizendo que aquilo ia me ajudar a relaxar, porque cortava a dor. Bueno, foi uma puxada, uma prensada (ela dizendo o que fazer) e quase explodi de tanto tossir. Não teve jeito e ainda por cima broxei.

Bueno, sou do tipo que se cura rápido (até hoje, corte para de sangrar quase que imediatamente e não infecciona) e um belo dia ela me deu o ultimato: ou eu aprendia a dar uns pegas no bagulho com ela ou ela ia adiante (era meio tipo Lulla-lau, queria "cumpanhêro", PQP) e achava quem repartisse um treco daqueles com ela. No mesmo dia comprei um maço do cigarro mais fraco da época, chamado Viceroy (perguntei pro bolicheiro) e, tossindo, ficando tonto e eventualmente vomitando, acabei "pegando o jeito".

Acabei viciado - cigarro - mas num teve maneira de me fazer gostar de maconha, aquilo tem gosto ruim, é muito fedorento e nunca consegui me acostumar com a sensação de ficar tonto e abobado sem ter bebido antes. Assim, o namoro durou mais uns meses, a desgranhuda me deu um pé na bunda (e ao menos parceiro pro cigarro eu agora era) por causa da maconha e foi em frente, perdi a namorada mas fiquei com o maldito vício.

NOTA - Uma pobre vingança: um ano depois - não tinha internet naquele tempo - ela deve ter se enjoado de me ver andando com outras clinudas na garupa da moto (muié é tudo INVEJOSA, quando se aprende é uma maneira perfeita de comer alguma) e começou a mandar bilhetinho e até recado pelos meus amigos. Fui pras charlas, comi uma vez e, triste que nem piá de bombacha rasgada, devolvi o pé na bunda.

Fiquei quase uma semana "em greve", nem queria comer ninguém, mas me aguentei. Vinte e tantos anos e cabeça de adolescente, sodas. Mas não mais a deixei subir na minha moto (ou em mim). Passei um bom tempo meio que descornado, ouvindo músicas mela-cueca tipo as do Air Supply e...fumando meu Viceroy...

[Grep]

Obs: Não se fuma as folhas da maconha

[Túlio]

Obs: Não se fuma as folhas da maconha

"A maconha é uma mistura de folhas, caules, flores e sementes secas da planta do cânhamo. É geralmente de cor verde, marrom ou cinza.

Haxixe é uma resina cor de canela, marrom ou preta que é seca e apertada em formato de barras, pauzinhos ou bolas. Quando fumados, tanto a maconha como o haxixe exalam um aroma doce e distinto."

http://www.mundosemdrogas.org.br/drugfa ... juana.html


Mas entendi teu ponto, Grep véio, e obrigado pelo esclarecimento: eu achava que era igual cigarro, seca as folhas, mói e fuma. Para veres o quanto "entendo" disso e intento ter uma "plantinha" algum dia...

[Grep]

Essa descrição de maconha é de prensado de baixa qualidade.

O que interessa mesmo são as flores, que é onde tem o THC e os outros canabinoides, maconha boa tem o minimo possível de galhos e folhas.

[J.Ricardo]

Mas mesmo assim é comum prender por plantio da maconha em residências e apartamentos...

Só acho que se for liberar tem que ter regra, se não a molecada vai se acabar na "maldita", no Canadá falam em liberar apenas para os maiores de 25 anos.

[Túlio]

Charla, cigarro e pinga são proibidos para menores, ao menos desde que me conheço por gente, e vai ver quantos consomem, vais cair duro! Essas limitaçõies são sempre do tipo "criar dificuldade para vender facilidade", ou seja, apenas justificativas esfarrapadas para MAIS corrupção, como se já não tivéssemos que chegue.

Aliás, em quase 3 décadas como AP, nunca me passou pela mão, ao menos que me lembre, um único condenado por ter sua "plantinha" em casa, só trafica de verdade, cara que comprava em quantidade para "malhar" e revender...

[Brasileiro]

Tem uma coisa que me intriga bastante: Tenho andado por muitas cidades, tanto capitais quanto no interior, e percebo que todas elas possuem pelo menos uma, se for pequena, ou muitas, se é uma cidade maior, daquelas lojinhas onde se vende tudo para maconha. Cachimbos e bongues de todos os gostos e bolsos, dichavadores de todos os tamanhos e sofisticações, tudo isto exposto abertamente nas vitrines da cidade. Todo mundo, ou quase todo mundo, sabe muito bem qual a finalidade daquilo.

Em alguns lugares também é fácil de se encontrar lojas para cultivadores, com estufas, vasos, adubos especiais e outros apetrechos específicos para o cultivo de maconha. Em praticamente todas as bancas de jornais e lojas de conveniência, se encontram as "sedas", os papeizinhos para enrolar cigarro, cujos compradores basicamente são consumidoras da erva. Pra completar, existe uma decisão, acho que do STF, que descaracteriza imagens em camisas e bonés, de folhas de maconha e o tradicional "4:20", como apologia às drogas.

Em suma, existe já no Brasil, todo um mercado, crescendo a todo vapor, voltado ao consumo de maconha. E nada pode ser feito, já que todos estes itens tem outros usos além do ilegal, ainda que de cada 10 pessoas que comprem bongues, 12 sejam com a finalidade de consumir maconha. Aqui no Brasil se pode tudo com maconha. Só não se pode a própria maconha.