knigh7 escreveu:A Defesa Antiaérea deles tem de lidar com adversários mais complicados: mísseis médio alcance, de velocidade supersônica, que fazem movimentos terminais, não utilizam trajetória balistíca e são colocados em Kaliningrado e Vladivostok para defender alvos de ataque que são logo ali: como é o caso do Iskander-M.
O assunto, até então, não é de defesa contra mísseis balísticos, entre outras coisas e sim defesa contra aviões lançando bombas e mísseis cruise. Além do mais, não dá pra comparar a capacidade de P&D dos Israelenses com a nossa.
knigh7 escreveu:Ótimo vc ter citado a Sérvia. No conflito dos Bálcãs eles tinham MANPAD (9k32), mísseis de curto alcance 9k31 e a variante mais moderna 9k35, o Kub (Sa-6) de alcance de 24km e o Pechora de alcance de 35km.
Nada de míssil antiarmamento. Cada batalhão da brigada de mísseis podia se movimentar bastante dentro de área de atuação, porque a área de cobertura proporcionada pelos mísseis era grande. Exemplo, o 3º Batalhão responsável pela defesa de Belgrado percorreu 100mil km ao longo de 78 dias:
http://sistemasdearmas.com.br/ge/fur10anti5.html
Embora os mísseis antirradiação tenham dificuldade de atacar com precisão os radares de baixa frequência, isso por si só não era o suficiente. Os sérvios alternavam a utilização dos radares, enquanto uns funcionavam os outros mudavam de posição, e iam fazendo dentro de uma grande área por causa da cobertura relativamente grande proporcionada pelo Pechora(tem o dobro do alcance de um Panstir e o triplo de um Tor-M2E).
O sucesso dos Sérvios não tem nenhuma relação com o alcance do SA-3. Até porque o alcance dos HARMs é de 150km e mesmo do ALARM é de quase 100km. O sucesso dos Sérvios se deve a disciplina na utilização de radares e grande movimentação das tropas, tudo isso aprendido depois da guerra do Iraque, onde os Iraquianos, nos primeiros dias, deixavam os seus radares ligados e tomaram uma chuva de HARMs na cabeça e com o passar dos dias a emissão dos radares Iraquianos caiu 95%.
O próprio link que você mandou confirma a preocupação com os HARMs e diz que o Pechora foi apontado com câmeras térmicas e telêmetro laser. Curiosamente o sistema que foi mais bem sucedido foi o SA-6, com poucas baterias destruídas ao contrário do SA-2/3.
Quanto as armas antimunição, ainda era um conceito novo e embrionário. O requerimento das forças Russas se deu, justamente, após a guerra do Iraque. Começando estudos em 1991 e terminando em 1995 com o primeiro protótipo do Pantsir.
Mais uma vez se nota aqui a importância de armas para contrapor HARMs e PGMs. Se os Sérvios/Iraquianos tivessem equipamentos como Bamse, TOR, Pantsyr, teriam dificuldade e muito o trabalho da Coalizão.
knigh7 escreveu:
A propósito: depois do conflito dos Bálcâs, já na década de 2000, o Exército Sérvio, que teve uma tremenda experiência no conflito comprou o sistema Giraffe+Bofors 40mm.
Seguindo o conceito que eu já havia falado lá trás: vSHORAD > SHORAD > Médio/Longo Alcance.
knigh7 escreveu:
O armamento de tubo é flexível: o Skyshield e o Skyguard podem ser colocados em cima de veículos. E podem ser complementados por mísseis. O ADATS que é uma opção para o Skyguard é um míssil duplo-propósito: é anticarro e antiaéreo. Não sei o valor dele, mas o Javelin, o mais caro anticarro que eu conheço custa USD 80 mil.
O ADATS não vai funcionar bem porque é guiado a Laser e teria problemas para engajar múltiplos alvos. O Skyguard é muito bom, mas falando do ideal não vejo porque adquirir um sistema que possui mísseis e injetores separados se podemos adquirir tudo no mesmo pacote.
knigh7 escreveu:O exemplo da Sérvia acaba servindo a favor de um sistema antiaéreo como um Derby ou um Iris-T SLM. Com uma área de cobertura grande, permite que a Bia se mova dentro de uma grande área dada a ela para fazer a defesa. E eliminou a possibillidade de ataque aéreo de baixa altura. Eles tinham de usar armamento inteligente de longo alcance. Quando a OTAN ocupou Kosovo, em toda aquela região só encontraram 14 carcaças de blindados.
Você está misturando os conceitos completamente. É justamente o contrário. Muito embora tenham abatido dois aviões e tenho dado trabalho a Coalizão, fazendo com que seus aviões voassem sempre dentro do limite de engajamento dos SA-2/3/6, a missão foi cumprida. A Coalizão neutralizou as defesas fazendo com que os Sérvios mantivessem os seus radares a maior parte do tempo desligados.
Um sistema com Derby ou Iris-T é completamente vulnerável a um ataque com HARMs e PGMs e ainda que esses sistemas consigam engajá-los, estará gastando mais para se defender do que o atacante para atacar e um sistema de defesa aéreo visa, justamente, o contrário, se utilizando da persistência em combate e fazendo com que seja custoso para o atacante atacar.
knigh7 escreveu:
Eu também gostaria de um sistema tão complexo e variado.
Mas se formos ou "8 ou 80" a gente fica sem nada aqui e a aquisição seja de um míssil nacional ou Spyder, ou Iris-T, ou CAMM-L não exclui um equipamento de baixa altura, e como eu disse, os GAAAe manterão 1 bia de tubo. O que precisa é modernizá-los.
Não é complexo e nem variado. É um sistema simples e em camada como todo sistema AAe deve ser. Já temos o básico composto por Manpads e injetores AAé. A próxima aquisição deveria ser de sistemas de defesa de ponto de curto alcance para só depois investirmos em sistemas de médio/longo alcance.
knigh7 escreveu:
Se o cliente quiser montar um canhão na carroceria de um caminhão para dar mais mobilidade, eles montam.
imagen
Podem até montar, mas nunca vão disparar em movimento. Para a FAB é dispensável, mas para o EB é crucial.
knigh7 escreveu:
Colocaram um booster no Python V para ele atingir os 15km de altura, acho que a Avibrás consegue fazer isso com o A-Darter e resolver o problema de média altura.
Eu passei a ter preferência por um sistema 100% nacional a partir de 2015, quando os testes na Africa do Sul foram bem sucedidos e o míssil passou para a fase de industrialização. A SAAF começará a receber a encomenda neste ano.
Quando o EB for modernizar a artilharia de tubo (ou moderniza ou ela morre), acredito que tenha um espaço para colocar um míssil ali que não seja caro. Até porque o EB vai pensar nisso...
Eu sou a favor desde os Rolands do EB. Por isso pontuo aqui que o mais importante de tudo é ter a capacidade de fabricar os mísseis, sem isso não adianta muita coisa. Quanto ao A-Darter, sou completamente a favor, não vejo nem o porquê de se adquirir um sistema de média altura agora. Todavia, isso não resolve o nosso problema do anel inferior, de curto alcance. Seria interessante as FAs desenvolverem algo e colocar junto com o Skyshield, mas acho melhor, de certa maneira, comprar logo pronto.
knigh7 escreveu:
A OTAN/Israel tem de enfrentar problemas piores com mísseis que só a aviação deles não resolvem. O clássico armamento de médio alcance balístico está deixando de ser uma solução. Os mais modernos se não voam baixo para acompanhar o terreno, voam a média altura e rápido.
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A mesma coisa que eu falei lá em cima, cara. Míssil Balístico é outro papo! é assunto pra S-300V, THAAD e etc.