PUTZ, GAZ Tigr no BOPE DENOVO????
Galera, esse caso parece ser uma mitológica Hidra, pois, quanto mais eu corto a sua cabeça, aparecem duas para tomar seu lugar....
Todavia, como dizia meu amigo Jack, vamos por partes... (Hoje é dia de TEXTÃO)
Túlio escreveu:... vi de perto o Tigr usado pelo BOPE no seu famigerado "teste", vi as mossas dos impactos na carroceria e pior, não estava sozinho, o GERSON VICTORIO estava junto e viu também. Fizemos muitas fotos, pequena parte das quais foi parar na matéria a respeito no Portal.
Bem, também vi esse veículo de perto, inclusive entrei nele, porem não tive o prazer de dirigi-lo. Agora nunca houve, pelo menos de minha parte , qualquer critica a proteção balística desse carro, pelo menos não depois das reformas recebidas, o único senão se devia ao peso que essas mudanças trouxeram a já caótica potência e torque desse carro...
Túlio escreveu: O desempenho também era soberbo e isso que disseste é verdade, usava motor de potência menor que a normal mas indo naquela onda de "nacionalizar", que é uma das jogadas mais comuns para poder "roubar" ponto porque a VTR que "venceu" já estava escolhida desde o início (e aí não precisa ter nada "nacionalizado", por óbvio).
Cara, espero realmente que essas palavras não sejam repetições do que você ouviu do Ricardo Marques, da Tamasul, empresa representando do carro russo no Brasil, pois, se for, você caiu no papo de vendedor que INVENTA desculpa pelo fato de seu produto ter sido deferido!!!!
Agora se você quis falar de corrupção aí o buraco é bem mais embaixo...
Os recentes escanda-los de corrupção envolvendo as diversas esferas do governo, nos mostram a podridão que rolava, e que ainda rola, dentro dele. Porem vamos nos ater especificamente durante a concorrência, com o PT no Governo Federal e do ilustríssimo (hoje réu condenado e preso) Sergio Cabral (aliado do PT) no Governo do RIO, e veremos que SIM, houve uma tentativa de manipulação na concorrência dos blindados da SeSeg.
Acredito que a maioria daqui, que acompanhou o caso, lembra-se da minha matéria denuncia (aliás fui o ÚNICO que denunciou o fato) sobre o anuncio do Sr. José Beltrame, na época o todo poderoso Secretário de Segurança Pública do Rio de Janeiro, a respeito da escolha do blindado israelense FORT 1. Não vou repetir a questão aqui, que já deu muito pano pra manga, com várias cartas-respostas sendo publicadas, mas o caso é que menos de 48hs após minha denuncia, o citado veículo, que não foi avaliado por NINGUEM, foi desclassificado, pessoas foram demitidas, e passei a ser persona non grata na SeSeg. Ou seja, houve sim uma tentativa de propina, mas a imprensa séria e responsável cumpriu seu papel, denunciou e melou a falcatrua, vencendo realmente o melhor carro!!!!
Túlio escreveu: Não questiono se o Maverick é bom ou ruim, não o conheço; mas, pelo que li na matéria do Paulão (autoridade mais do que reconhecida em Bldos no Brasil), ao menos para o Rio NÃO É!
Em primeiro lugar gostaria de agradecer pelo elogio. Realmente me sinto honrado quando leio isso.
Agora sobre o Maverick, não fui eu quem disse que o carro era o melhor para atender ao RIO, mas a maioria dos policiais do BOPE com quem falei na época, incluindo seu comandante, o Coronel William René Alonso, devido, dentre muitas de suas qualidades, a capacidade de se acessar o motor sem precisar sair do veículo (imagina ter que desembarcar para tentar arrumar um motor no meio de um tiroteio?) e a sua altura, pois torna-se uma plataforma de tiro superior aos outros avaliados. Em desempenho, tanto ele quanto o Plasan e o RTD Sherpa Police, sendo que esse ultimo ganhava no quesito “conforto”!
Agora Sobre os Paramout Maverick que estão apresentando problemas de manutenção:
Isso esta acontecendo porque a empresa sulafricana Paramoult não esta repondo as peças de reposição do seu armazém, conforme o previsto em contrato, por que, conforme o mesmo contrato, o Governo do Estado do Rio de Janeiro deveria fazer os depósitos referentes a manutenção total desses carros, conforme eu descrevi nas reportagens sobre a licitação. Porem, o
Governo parou de pagar em AGOSTO de 2014!!!!!
Portanto, antes de sair por aí detonando um equipamento, que
SIM, de acordo com os operadores, foi o melhor de todos os testados no RIO, procurem saber o real motivo dos problemas...
Agora sobre o
GRAN FINALE: a participação do Gaz Tigr nessa concorrência...
Esse negócio já deu tanto pano pra manga que, cansado de explicar várias e várias vezes a mesma coisa, fiz um texto padrão, técnico e, para desespero de alguns, despido de qualquer preconceito contra qualquer coisa, apenas apresento fatos, nomes e datas (
apesar de ter neguinho de muitos nomes que rasga o toba com a unha toda vez que o lê
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):
"No final de 2008 o PMERJ apresentou a SeSeg (Secretaria de Estado de Segurança) um relatório sobre o desempenho de seus blindados táticos e a necessidade de veículos melhores para combater a criminalidade no Estado, já vislumbrando os grandes eventos que haveriam na cidade (Copa do Mundo e Olimpíadas). Com isso, no ano seguinte, a SeSeg começou os estudos para a aquisição de veículos modernos, não só para a PMERJ mas também para o CHOQUE e CORE, este ultimo da Polícia Civil, e começou a consultar diversos fabricantes e a solicitar veículos para avaliação e para criar os requisitos necessários para uma concorrência. Diversas empresas apresentaram essas informações e quatro delas enviaram cinco veículos para serem avaliados, conforme os que citei no inicio do texto. Dentre eles estava o
Gorkovsky Avtomobilny Zavod (GAZ) 233036 Tigr SPM-2.
Foi combinado que os testes com o veículo começariam em abril de 2010, porem, devido a diversos atrasos, a fábrica só conseguiu entrega-lo em 31 de agosto e foi imediatamente deslocado para o Centro de Manutenção de Veículos Blindados da PMERJ, na sede do Batalhão de Choque, e dois dias depois entregue ao BOPE. Ele recebeu a designação de VTL (Veículo Tático Leve) pela PMERJ, mas foi apelidado de “
Caveirovsky”
A empresa responsável pelo veículo no Brasil foi a
Tamasul Consultoria Administração Financeira e Corretagem Ltda, que era a representante da empresa russa, e que também tentou vende-lo para a Brigada Militar do Rio Grande do Sul, porem sem lograr sucesso. Nesse episódio a empresa tentou montar uma fábrica no Brasil, fato que foi amplamente divulgado pela imprensa, como investimento russo, porem a empresa vinculou uma compra mínima de 40 veículos pela BMRS, fato esse considerado totalmente fora da realidade.
Antes dessa entrega, o Coronel Paulo Henrique Moraes, na época comandante do BOPE, esteve na Rússia para conhecer o modelo, e solicitou algumas mudanças, como ar-condicionado e blindagem da caixa do motor, porem, como ainda não existia essa versão, o veículo que chegou ao Rio não as tinha. Por este fato veículo foi considerado perigoso para a tropa, e não foi testado em campo.
Um veículo escuro, sem ventilação, em um lugar onde a temperatura passa facilmente dos 40º, foi considerado insalubre para uma tropa que faz patrulhas por horas, o que fatalmente iria afetar seu desempenho, principalmente caso houvesse a necessidade desembarque e combate. Além disso, a falta da blindagem no motor poderia expor a tripulação a um desembarque forçado, no meio de um tiroteio, caso um projétil atingisse o motor e o obrigasse a parar. Outra observação feita foi em relação a grande área envidraçada (blindada) que tinha muito menos resistência que o metal (ela pode para um tiro de fuzil, mas um segundo pode atravessa-la).
Para suprir essas deficiências, foram tentadas algumas medidas paliativas e algumas modificações pela empresa na Rússia.
No caso do ar-condicionado, foi adaptado um modelo comercial do Brasil, específico para vans, que solucionou, ou ao menos melhorou a questão da temperatura interna do veículo, porem o mesmo, devido a ser uma alteração não planejada adequadamente (mesmo se passando mais de 8 meses), acabou roubando mais potência do que deveria do já anêmico motor Cummins do veículo enviado.
Detalhe: o envio do carro com o motor Cummins, uma das opções de motorização disponíveis para o veículo, foi uma decisão da empresa russa, pois, caso ela vencesse a concorrência, ela deveria dar suporte para a manutenção do mesmo aqui, e para ela, era muito mais fácil colocar um motor que existia no Brasil do que criar toda uma cadeia logística para algo novo. Portanto, novamente, foi uma decisão da EMPRESA e não do BOPE como alguns acham!!!!
Para o problema do da blindagem transparente, foi feita uma adaptação local, as presas, soldando-se chapas de aço bem rusticas na frente delas, como foi visto no veículo que estava exposto na LAAD 2011, e para a blindagem do motor, foi enviado um kit da fabrica, desenvolvido conforme as especificações do BOPE e depois adotado como opcional pela GAZ, que transformou o veículo no primeiro Tigr-M ou SPM-2M. Porem o peso adicional causado por essa blindagem, somado a potência roubada pelo ar-condicionado, colocou a manobrabilidade do veículo de ruim para sofrível.
Todas essas modificações duraram cerca de 8 meses, estando o veículo pronto para iniciar os testes em abril de 2011.
No dia 19/04/2011, foi realizado um teste para verificação da blindagem balística no estande de tiro do BOPE, no bairro de Laranjeiras, onde o veículo foi considerado apto, porem, em 04/06/2011, ele foi levado para avaliação de dirigibilidade em terreno acidentado no morro do Borel, onde ar-condicionado e o excesso de peso por conta de blindagem extra, aliado ao motor anêmico, cobraram seu preço e o veículo não conseguiu concluir esses testes, sendo o considerado inapto para as patrulhas e testes em situação normal, que viriam a seguir. Na semana seguinte foi enviado para o 24º BIB, do EB, e o mesmo também teve uma nota ruim no quesito manobra.
Depois disso o veículo ficou encostado no Rio, até a TAMASUL conseguir vende-lo, junto com mais dois, a
Guardia Metropolitana de Montevideo, no Uruguai, sem licitação ou testes, para aproveitar o crédito de exportação que esse país tinha com a venda de carnes a Rússia (que acabou comprando mais 3 no final do ano passado, mas sem a Tamasul).
A imagem do veículo ficou tão ruim, que nem a Tamasul ou a Rosoboronexport apresentaram propostas no Edital para aquisição de 8 blindados apresentada pela SeSeg no ano seguinte."
Espero que agora, com esse pequeno resumo, o assunto fique mais claro o que aconteceu e que esse assunto seja encerrado...