FCarvalho escreveu:
Mas espera aí. A MB agora é apenas navios? Alguma marinha moderna no mundo, digna deste nome, opera apenas navios? Não até onde eu sei. Não desde a GM II.
Uma coisa é o fato de o planejamento feito não ter dado certo, por muitos e muitos fatores diferentes, exógenos ou não a ela, outra é "esquecer" todo um setor para apenas se concentrar em outro, tido como 'natural'. Isso não tem lógica nenhuma. A gestão pública se caracteriza por planejamento de longo prazo e compartimentados.
Não dá para negligenciar todo um setor e simplesmente ignorá-lo porque não existe verba suficiente para tal. Aliás, de quem é a responsabilidade por esta situação que estamos vendo? É apenas da MB? Eu tendo a crer que não. O comando da MB tem muita culpa no cartório pela falência da asa fixa da AN, mas não é possível também deixar de apontar a responsabilidade de quem, por dever de ofício, sempre negligenciou toda e qualquer planejamento público dos últimos anos, inclusive transformados em lei e regulação pública, sem nada acontecer. A lei existe para todos. E se é para todos, temos de dar nomes a todos os bois, também, nesta questão.
A aviação naval é parte integrante, e intocável, da expressão do poder naval da MB, assim como o CFN, a força de submarinos ou a força de minagem e varredura, e a própria esquadra. São peças de um mesmo quebra-cabeça. Se uma faltar, o jogo jamais pode ser considerado completo.
O que precisamos agora é de celeridade em termos de propostas e objetivos claros e alcançáveis dentro da nossa realidade. Para todos os setores da MB. Ou então é melhor mandar fechar a AN e deixar a MB se preocupar apenas com o que flutua. Aí eu acho que ela poderá ser muita coisa, menos uma marinha de guerra.
abs.
Cupincha, a rigor discordamos apenas em alguns poucos pontos. Por exemplo, o que um PAGADOR DE IMPOSTOS (não um de nós mas um da imensa MAIORIA, ou seja, leigo) vai pensar da MB priorizando Aviação de asa fixa e deixando-se ficar sem Escoltas? Sim, porque uma simples dúzia de Gripens "navalizados" sairia bem mais caro do que uma FREMM completinha. Bobear e dava duas! Se for botar Aviação de Patrulha armada com Msls AN e torpedos com aeronaves modernas - não os P-3, portanto - e ainda uns helis de ataque para complementar Super Tucanos "navalizados" em apoio ao CFN, sei lá, mas acho que vinha mais duas FREMM.
E o que o PAGADOR DE IMPOSTOS pensa quando alguém fala a palavra "Marinha de Guerra" perto dele? Pensa em navio de superfície e submarino, não avião.
Assim, e a meu ver, o que necessitamos ainda mais do que planejamentos - não que isso não seja muito importante - é VERBA! E provo: END, PAEMB (Plano de Articulação de Equipamentos da Marinha do Brasil, não PEAMB), PAC Militar & quetales foram direto pro escambau a partir do momento em que o Almirantado finalmente se ligou que o tutu tinha acabado e que não vinha mais.
Por fim, achas que eu GOSTO do que escrevi acima? Bueno, saibas que DETESTO! Mas, gostemos ou não, a realidade está aí, não é nada bonita nem vai mudar tão cedo...