Então eu sou "piloto de off-shore" e nada mais? E coloco meus argumentos por "mau caratismo"?Bolovo escreveu:Estou usando o exemplo de um país que foi invadido pelos EUA, que encomenda equipamentos dessa procedência desde 2003, como fuzis M16, caças F-16 e tanques M-1, porém os mesmos preferiram reconstruir sua aviação de asas rotativas com helicópteros russos e, sendo justo, com helicópteros americanos e europeus também. A diferença é que os primeiros estão em maior número e fazem o trabalho pesado (Mi-17, Mi-28, Mi-35) e os segundos são menores e em menor quantidade (Bell 407, EC635, UH-1). Eu tenho quase certeza do porque aconteceu essa escolha, é uma por uma coisa chamada... custos... mas isso é outra história. Entre a opinião de um piloto de offshore e um exército que está em combate contra um grupo terrorista que aterroriza o mundo, bem, eu fico com os últimos. Nada pessoal.lynx escreveu:Bem... ir ao Iraque vai ser difícil para mim. Mas presumo que sua certeza a respeito do que eu iria ouvir lá decorre de suas visitas frequentes àquele país, não é?Muito lindo. Agora vamos a realidade:lynx escreveu:Os helicópteros que mencionei são todos empregados por forças militares também. Uma característica que a indústria de helicópteros persegue é a dualidade. Até mesmo os helicópteros de ataque procuram ter o maior número possível de peças comuns com os modelos civis. Essa é uma maneira de se reduzir custos e até de evitar embargos.
AS 532: usado pelas forças armadas de 15 países há mais de 30 anos.
H225M: usado pelas forças armadas de 9 países diferentes há pelo menos 10 anos. Usado em operação real no Afeganistão (TO que demanda muito dos helicópteros).
Mi-171: não precisa falar muito, uma lenda viva. Usado pelas forças armadas de 75+ países há mais de 40 anos. Mais de 12 mil fabricados. Figura onipresente em praticamente todos os conflitos de hoje. É operado com infraestrutura minima em regiões de combate, sendo operado muita das vezes por tropas muito pouco treinadas (em relação aos exércitos chiques).
S-92: encomendado por quatro forças armadas, sendo três delas para VIP, e a restante sendo personagem principal de um processo lento, caro e controverso, basicamente um mico em asas rotativas. Se duvida, pergunte para qualquer canadense qual a opinião dele sobre o projeto CH-148 Cyclone.
Agora mostra a shortlist acima para qualquer general ou brigadeiro e me diga qual ele vai escolher. É isso que você não entendeu, eu não estou falando de helicópteros civis, estou falando de helicópteros militares. O S-92 pode ser o melhor helicóptero do mundo na sua opinião, ele não faz papel militar, portanto compara-lo com o Mi-35 ou Mi-17 ou é desinformação, mal-caratismo ou mesmo loucura.Bem, por algum motivo mágico ou isotérico, eu vejo helicópteros russos voando em todos os grandes conflitos recentes (Iraque, Síria, Afeganistão, Líbia, Colômbia, Peru, Ucrânia etc) e não vejo nenhum S-92. Eu realmente não sei o que pode ser. Será que eles conhecem essa história de diagonal de manutenção ou isso é uma coisa exclusiva de nós brasileiros? Eu suponho que possa ser duas coisas: ilusão de ótica ou computação gráfica, porque não é possível...lynx escreveu:Uma das coisas mais dificeis para uma unidade militar é manter sua diagonal de manutenção. Uma empresa aérea tem uma frequência de utilização de suas aeronaves previsivel. Uma unidade militar não. Quando fazemos planejamentos para jogos de guerra, temos que levar em conta o que poderemos utilizar no período da campanha. No real será ainda mais dificil. Se falamos de uma operação com duas ou três semanas de duração, o comandante vai ter que usar o que tem na linha de voo. Se falamos de uma campanha de seis meses, aí vai ter que levar em conta as aeronaves que pararão para inspeções calendáricas e as que voltarão durante a campanha. Então o tempo de duração dessas inspeções não tem influência no emprego militar???? Os prazos aí vão significar algo mais caro que lucro... Aeronave parada é gente morrendo.Eu acho que me expressei mal. Esqueça, por um momento, a procedência da aeronave.lynx escreveu:Independência é o ideal? Claro. Mas o que isto tem haver com a discussão entre aeronaves russas e ocidentais? Acaso algum deles dá essa independência? Para quem? Onde? Quando?
Pelo argumento da experiência iraquiana, a nossa "independência", como mencionada, só pode estar no ocidente! Afinal, nossa mão de obra é qualificada para o ocidente, nossos estoques de peças, ferramental, material de apoio, armamento, etc, são todos ocidentais (vá lá... Exceto para os MI-35), nossas empresas do segmento aeroespaciais estão inceridas na cadeia ocidental... Como vamos falar de "independência" com equipamentos russos???
O que eu estou dizendo é que a lógica de uma empresa e de uma força armadas são diferentes. É lógico que custo funciona para dois, cacete, isso é óbvio. Mas para o primeiro o baixo custo é necessidade, pois se gastar mais do que recebe, irá fechar as portas (nem existirá lucro, será pura sobrevivência), já uma força armada, alias, nenhuma força armada no mundo dá lucro, pelo contrário. Aqui o baixo custo não é necessário, mas sim desejável, o que há uma coisa completamente diferente. Assume-se um compromisso entre o custo e o que aquele sistema de armas entrega. Se fosse pelos custos, por exemplo, o F-35 já teria sido cancelado nos EUA. Se um equipamento A necessita de menos infraestrutura do que B, ótimo, mas se B precisa de mais, que se consiga isso. É isso que eu quero dizer, pois me desculpe, eu não consigo usar essa lógica empresarial numa força armada, para mim não faz o menor sentido. É melhor logo bani-las pois são um custo muito grande para o Estado.Mas todo mundo sabe disso. O mundo funciona assim, trabalha em função de custos. Quem não segue essa lógica está fadado a desaparecer. Desde 1991 o mundo é globalizado, ou seja, significa que não há mais "bloco capitalista" e "bloco comunista" antagônico, mas sim que o mercado agora é global, todos concorrem com todos. Os russos sabem disso e preparam seus produtos para concorrer nesse grande mercado e, por incrível que possa parecer, eles não fecharam e conseguem vender seus produtos, mesmo concorrendo com os produtos ocidentais.lynx escreveu:Ah!... E por favor... ATUALIZEM-SE!!!! Não dá mais para falar em operação, campanha, compra de materila militar sem colocar OS CUSTOS em um patamar bastante elevado de importância. A dificuldade é dimencioná-los, principalmente em se falando de material, cujos custos de aquisição são apenas a ponta do icebergue. Hoje, em evolução à estrutura do Estado-Maior que veio de Clawsewitz, a própria OTAN já utiliza a Seção de Finanças, independente da Seção de Logística, porque o custo da operação não pode extrapolar o limite de gastos financeiros imposto pelo comando superior!
Beijinho no ombro!