Helicópteros de Ataque e Transporte

Assuntos em discussão: Força Aérea Brasileira, forças aéreas estrangeiras e aviação militar.

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Re: Licitação de Helicópteros: Ataque e Transporte !!!

#10486 Mensagem por Bolovo » Seg Jan 02, 2017 12:53 am

lynx escreveu:Dados de helicópteros semelhantes e concorrentes que operam ou operaram no Brasil:
Inspeção de 1600 horas, número para o qual até os russos adaptaram seu overhaul:
EC-532: 4 meses de imobilização na Helibras
S-92: 21 dias, sendo 7 de completa imobilização no próprio operador
H-225: 8 semanas de imobilização no próprio operador
MI-171: 6 meses de imobilização no caso de ser feito na Colômbia ou 4 meses se na Rússia.
Esse é o principal preconceito que faz com que nossas empresas aéreas estejam todas escolhendo o S-92 e a Atlas tenha perdido a licitação, depois de ter prejuizo na operação dos MI-171.
Esse tipo de dados é apresentado em palestras abertas ao público? Todo mundo comenta quando vêm voando, mas ninguém se interessa em saber o que é necessário fazer para que isso aconteça.
Outra coisa: discutir percentual de disponibilidade sem definição de quais parâmetros são empregados como referências é igual a discutir o sexo dos anjos.
Eu acho que você com ex-militar está fazendo uma coisa muito estranha comparando uma área comercial, civil, com uma militar. A comercial tem como prioridade os custos de operação, os prazos, etc, afinal é uma empresa e empresa tem que dar lucro, seja ela brasileira ou marciana. Meu irmão trabalha numa PSV na Bacia de Santos, sei como são essas coisas de custos na indústria do petróleo. Aí faz sentido toda essa história de tempo de imobilização, custos etc, afinal tempo parado é dinheiro que deixa de entrar em caixa. Já as Forças Armadas não, elas não tem que dar lucro, pelo contrário, afinal gasta-se muito nelas justamente para jamais utiliza-las. Na minha opinião o equipamento ideal para as nossas forças armadas é aquele que nos garanta independência de operação, independente dos custos, afinal se quer independência gasta-se com isso. É uma questão de compromisso. Como você mesmo mostrou sua experiência na área, faço o mesmo tipo de indagação, vá lá para o Iraque, pais que tem acesso a virtualmente todo tipo de armamento do mundo hoje, e fale para eles se desfazerem dos Mi-17, 28 e 35 por conta dos "6 meses de imobilização na Rússia" e mostre a proposta mágica da Sikorsky. A única coisa que vc vai ganhar disso tudo é uma deportação.




"Eu detestaria estar no lugar de quem me venceu."
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Re: Licitação de Helicópteros: Ataque e Transporte !!!

#10487 Mensagem por Bolovo » Seg Jan 02, 2017 12:56 am

Penguin escreveu:
kirk escreveu: Será que existe algum civil nos quadros da Rosoboronexport ?????
O atual Diretor Geral da Rosoboronexport, Anatoly P. ISAYKIN, é major reformado e serviu na KGB e depois da FSS.
Que fantástico. Um ex-militar russo trabalhando numa empresa russa? Quem diria. Praticamente o mesmo que ver um ex-militar brasileiro trabalhando para uma filial israelense.

Isso sim é normal. E tem até gente que gosta.




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Re: Licitação de Helicópteros: Ataque e Transporte !!!

#10488 Mensagem por Carlos Lima » Seg Jan 02, 2017 1:19 am

FCarvalho escreveu:Acho que a conversa está descambando para um lado que não contribui muito para o assunto.

Fato: a FAB possui, e desenvolveu, todo um mecanismo, e porque não dizer uma cultura, de logística, apoio e manutenção calcada nas mais de 7 décadas de relação quase carnal com a industria - e os produtos e insumos - americana e ocidental. É muito complicado tentar modificar anos de relações e mentalidade e, do dia para o outro, substituir por outra, ou mesmo até por uma própria. Quiçá fazer-lhes adaptações de acordo com novos vetores que lhes sejam estranhos, como no caso dos Mi-35.

Conquanto, podemos perceber que mesmo diante de tal desafio, a FAB se mostrou capaz de adaptar-se e adequar aquele helo a seu padrão de operacionalidade, tanto que consegue/conseguiu por 10 dos 12 que possui para voar. Penso que isso seja um fato a se destacar. Mostra mais de 80% de disponibilidade da frota. Ao menos naquele momento pontual.

Por outro lado, se isso pode ser feito, mesmo para efeito fotográfico ou "um passeio promocional", entendo que também é possível que seja feito para emprego real. Tanto é assim que sempre vimos mais de um Hind operando em diversos aeroportos do país em mais de um momento durante todo o ano passado. Se isto não demonstra o nível de prontidão, disponibilidade e operacionalidade daquele esquadrão, então não sei o que poderia ser.

O Mi-35 trouxe uma série de complicações quanto a sua operação e apoio logo no início. E disso somos testemunhas aqui em vista das várias notícias e páginas gastas em debates sobre sua operacionalidade; Mas o pessoal do 2o/8o Gav deu muito duro para aprender a operar estes helos da melhor forma possível. Agora, se foi, e ainda tem sido um grande aprendizado para o pessoal da FAB lidar com um vetor que sempre foi considerado pela força como um alvo em potencial, da mesma forma para os russos, que não estão nem um pouco acostumados com o nível de cobrança e exigências que a FAB normalmente costuma fazer em relação a vetores novos, também o é. Ambas as partes estão aprendendo uma com a outra, e estamos vendo isso se traduzir em operacionalidade do Mi-35.

Podemos não gostar dele, ou ser seus maiores fãs, mas antes de mais nada é importante compreender que este helo, assim como todos os demais vetores da FAB, possui qualidades, predicados, adjetivos e também suas mazelas, limites e problemas. Nenhum avião é perfeito, assim como nenhum avião é tão ruim que não possa ser operado dentro de nossas necessidades seja porque "o parafuso roda ao contrário", a voltagem é diferente ou a turbina tem de ser "jogada fora" a cada X horas de operação.

A família Mi-24/35 tem mais de 40 anos de combates nas costas em seu currículo. E a maior parte do tempo estes helos combateram em áreas/países sem qualquer melhor preparo e/ou apoio decente. Não é justo agora dizer que ele é isso ou aquilo na ou para a FAB sem considerar tudo que ele fez, e ainda faz mundo afora, inclusive para os seus ex-detratores ocidentais.

Que não por acaso continuam temendo, e muito, a sua sombra por aí em qualquer campo de batalha... principalmente o europeu.

abs.
Bem por aí,

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Re: Licitação de Helicópteros: Ataque e Transporte !!!

#10489 Mensagem por Ilya Ehrenburg » Seg Jan 02, 2017 1:42 am

Qual é a disponibilidade em rampa do Mi-35 no Poti?




Não se tem razão quando se diz que o tempo cura tudo: de repente, as velhas dores tornam-se lancinantes e só morrem com o homem.
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Uma pena incansável e combatente, contra as hordas imperialistas, sanguinárias e assassinas!
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Re: Licitação de Helicópteros: Ataque e Transporte !!!

#10490 Mensagem por Penguin » Seg Jan 02, 2017 3:11 am

[quote="Bolovo"
Penguin escreveu:
kirk escreveu: Será que existe algum civil nos quadros da Rosoboronexport ?????
O atual Diretor Geral da Rosoboronexport, Anatoly P. ISAYKIN, é major reformado e serviu na KGB e depois da FSS.
Que fantástico. Um ex-militar russo trabalhando numa empresa russa? Quem diria. Praticamente o mesmo que ver um ex-militar brasileiro trabalhando para uma filial israelense.

Isso sim é normal. E tem até gente que gosta.[/quote]

Tem ex-militares brasileiros em praticamente todas as empresas de defesa brasileiras.




Sempre e inevitavelmente, cada um de nós subestima o número de indivíduos estúpidos que circulam pelo mundo.
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Re: Licitação de Helicópteros: Ataque e Transporte !!!

#10491 Mensagem por knigh7 » Seg Jan 02, 2017 3:32 am

Pessoal, empresas contratarem ex-oficiais é comum.

Para se ter uma ideia, na época do FX2, anos de 2008, 2009 e 2010, os concorrentes tinham oficiais superiores da reserva da FAB como contratados. Não sei sobre a Boeing e a EADS, mas com certeza deveriam ter ex-militares contratados por elas.

A Rosoboronexport tinha como contratada a empresa de assessoria Logitec, cujo dono era o brigadeiro da reserva Wilson Romão.

O consórcio Rafale Internacional (GIE Rafale) tinham como contratados os ex-COPAC/GDA Flavio Bastos, Marcio Bastos e Rogério Bonatto.

A SAAB, o Fernando Cima.

O representante da Lockheed Martin no Brasil era um brigadeiro da reserva, que agora me fugiu o nome, mas quando eu me lembrar eu coloco aqui.




Editado pela última vez por knigh7 em Seg Jan 02, 2017 3:51 am, em um total de 2 vezes.
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Re: Licitação de Helicópteros: Ataque e Transporte !!!

#10492 Mensagem por Marechal-do-ar » Seg Jan 02, 2017 3:35 am

Penguin escreveu:Tem ex-militares brasileiros em praticamente todas as empresas de defesa brasileiras.
Vocês não podem estar falando sério...

Ex-militares em empresas brasileiras não tem problema algum, ex-militares brasileiros em empresas estrangeiras já é preocupante e, por fim, ex-militares brasileiras em empresas estrangeiras (e nacionais também, mas em um grau menor) com parentes e influência na força é um grande problema.




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Re: Licitação de Helicópteros: Ataque e Transporte !!!

#10493 Mensagem por knigh7 » Seg Jan 02, 2017 3:45 am

É melhor uma empresa estrangeira aqui no Brasil composta por maioria de brasileiros, o que inevitavelmente inclui militares, pois tem conhecimento técnico da área, do que empresa estrangeira aqui composta por maioria de estrangeiros. E quando os estrangeiros assumem o capital acionário ou passam pelo menos a ter uma participação acionária relevante das empresas daqui elas expandem. Melhoram. E aí entra a importância de ter brasileiros nessas empresas, inclusive no staff.




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Re: Licitação de Helicópteros: Ataque e Transporte !!!

#10494 Mensagem por Marechal-do-ar » Seg Jan 02, 2017 4:01 am

Raramente empresas estrangeiras contratam técnicos do país de suas filiais, em geral é só pessoal de vendas, mas o problema é se esse contratado ainda tiver influência nas decisões, por exemplo, por ter filhos (que é outra coisa muito comum, ex-militares terem filhos militares) em alguma das forças.




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Re: Licitação de Helicópteros: Ataque e Transporte !!!

#10495 Mensagem por Carlos Lima » Seg Jan 02, 2017 7:57 am

Marechal-do-ar escreveu:Raramente empresas estrangeiras contratam técnicos do país de suas filiais, em geral é só pessoal de vendas, mas o problema é se esse contratado ainda tiver influência nas decisões, por exemplo, por ter filhos (que é outra coisa muito comum, ex-militares terem filhos militares) em alguma das forças.
Exato.

O famoso Q.I. (Quem Indica).

Depois não venham me dizer que existe neutralidade nas decisões.

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Re: Licitação de Helicópteros: Ataque e Transporte !!!

#10496 Mensagem por knigh7 » Seg Jan 02, 2017 8:39 am

Carlos Lima escreveu:
Marechal-do-ar escreveu:Raramente empresas estrangeiras contratam técnicos do país de suas filiais, em geral é só pessoal de vendas, mas o problema é se esse contratado ainda tiver influência nas decisões, por exemplo, por ter filhos (que é outra coisa muito comum, ex-militares terem filhos militares) em alguma das forças.
Exato.

O famoso Q.I. (Quem Indica).

Depois não venham me dizer que existe neutralidade nas decisões.

[]s
CB
Qual pai é representante de alguma empresa importante cujo filho tenha algum poder de decisão na FAB?

Porque com relação a empresas ter funcionários de alta patente na reserva, como eu dei exemplo no FX2 praticamente todas tinham, inclusive com os queridos russos com brigadeiro e com os queridos franceses com oficiais de alta patente ex-membros da COPAC.

Aliás, um aspecto interessante foi uma matéria da Istoé no FX2 que só mencionou o Cima da SAAB, não tendo um mínimo trabalho (ou na verdade, tiveram má intenção) em mencionar que havia oficiais graúdos da reserva com os outros concorrentes.




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Re: Licitação de Helicópteros: Ataque e Transporte !!!

#10497 Mensagem por joao fernando » Seg Jan 02, 2017 10:20 am

juarez castro escreveu:
joao fernando escreveu:Os helis voam, mas não voam kkkkkkkkkkkkkkkkkkkk
Amadores, neófitos e bestuntos olham para céu acham que voar e operar, profissionais sabem a diferença.....

G abraco
Então acho que devemos consultar um profissional, não?




Obrigado Lulinha por melar o Gripen-NG
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Re: Licitação de Helicópteros: Ataque e Transporte !!!

#10498 Mensagem por FCarvalho » Seg Jan 02, 2017 11:07 am

Ilya Ehrenburg escreveu:Qual é a disponibilidade em rampa do Mi-35 no Poti?
Creio que informação real sobre este dado só a FAB tem conhecimento. E ela não conta para ninguém nem sob tortura.

Vai entender. :roll:

abs.




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Re: Licitação de Helicópteros: Ataque e Transporte !!!

#10499 Mensagem por lynx » Seg Jan 02, 2017 11:16 am

Bolovo escreveu:
lynx escreveu:Dados de helicópteros semelhantes e concorrentes que operam ou operaram no Brasil:
Inspeção de 1600 horas, número para o qual até os russos adaptaram seu overhaul:
EC-532: 4 meses de imobilização na Helibras
S-92: 21 dias, sendo 7 de completa imobilização no próprio operador
H-225: 8 semanas de imobilização no próprio operador
MI-171: 6 meses de imobilização no caso de ser feito na Colômbia ou 4 meses se na Rússia.
Esse é o principal preconceito que faz com que nossas empresas aéreas estejam todas escolhendo o S-92 e a Atlas tenha perdido a licitação, depois de ter prejuizo na operação dos MI-171.
Esse tipo de dados é apresentado em palestras abertas ao público? Todo mundo comenta quando vêm voando, mas ninguém se interessa em saber o que é necessário fazer para que isso aconteça.
Outra coisa: discutir percentual de disponibilidade sem definição de quais parâmetros são empregados como referências é igual a discutir o sexo dos anjos.
Eu acho que você com ex-militar está fazendo uma coisa muito estranha comparando uma área comercial, civil, com uma militar. A comercial tem como prioridade os custos de operação, os prazos, etc, afinal é uma empresa e empresa tem que dar lucro, seja ela brasileira ou marciana. Meu irmão trabalha numa PSV na Bacia de Santos, sei como são essas coisas de custos na indústria do petróleo. Aí faz sentido toda essa história de tempo de imobilização, custos etc, afinal tempo parado é dinheiro que deixa de entrar em caixa. Já as Forças Armadas não, elas não tem que dar lucro, pelo contrário, afinal gasta-se muito nelas justamente para jamais utiliza-las. Na minha opinião o equipamento ideal para as nossas forças armadas é aquele que nos garanta independência de operação, independente dos custos, afinal se quer independência gasta-se com isso. É uma questão de compromisso. Como você mesmo mostrou sua experiência na área, faço o mesmo tipo de indagação, vá lá para o Iraque, pais que tem acesso a virtualmente todo tipo de armamento do mundo hoje, e fale para eles se desfazerem dos Mi-17, 28 e 35 por conta dos "6 meses de imobilização na Rússia" e mostre a proposta mágica da Sikorsky. A única coisa que vc vai ganhar disso tudo é uma deportação.[/quote




Bem... ir ao Iraque vai ser difícil para mim. Mas presumo que sua certeza a respeito do que eu iria ouvir lá decorre de suas visitas frequentes àquele país, não é?
Os helicópteros que mencionei são todos empregados por forças militares também. Uma característica que a indústria de helicópteros persegue é a dualidade. Até mesmo os helicópteros de ataque procuram ter o maior número possível de peças comuns com os modelos civis. Essa é uma maneira de se reduzir custos e até de evitar embargos.
Uma das coisas mais dificeis para uma unidade militar é manter sua diagonal de manutenção. Uma empresa aérea tem uma frequência de utilização de suas aeronaves previsivel. Uma unidade militar não.
Quando fazemos planejamentos para jogos de guerra, temos que levar em conta o que poderemos utilizar no período da campanha. No real será ainda mais dificil. Se falamos de uma operação com duas ou três semanas de duração, o comandante vai ter que usar o que tem na linha de voo. Se falamos de uma campanha de seis meses, aí vai ter que levar em conta as aeronaves que pararão para inspeções calendáricas e as que voltarão durante a campanha. Então o tempo de duração dessas inspeções não tem influência no emprego militar???? Os prazos aí vão significar algo mais caro que lucro... Aeronave parada é gente morrendo.
Independência é o ideal? Claro. Mas o que isto tem haver com a discussão entre aeronaves russas e ocidentais? Acaso algum deles dá essa independência? Para quem? Onde? Quando?
Pelo argumento da experiência iraquiana, a nossa "independência", como mencionada, só pode estar no ocidente! Afinal, nossa mão de obra é qualificada para o ocidente, nossos estoques de peças, ferramental, material de apoio, armamento, etc, são todos ocidentais (vá lá... Exceto para os MI-35), nossas empresas do segmento aeroespaciais estão inceridas na cadeia ocidental... Como vamos falar de "independência" com equipamentos russos???
Ah!... E por favor... ATUALIZEM-SE!!!! Não dá mais para falar em operação, campanha, compra de materila militar sem colocar OS CUSTOS em um patamar bastante elevado de importância. A dificuldade é dimencioná-los, principalmente em se falando de material, cujos custos de aquisição são apenas a ponta do icebergue. Hoje, em evolução à estrutura do Estado-Maior que veio de Clawsewitz, a própria OTAN já utiliza a Seção de Finanças, independente da Seção de Logística, porque o custo da operação não pode extrapolar o limite de gastos financeiros imposto pelo comando superior!




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Re: Licitação de Helicópteros: Ataque e Transporte !!!

#10500 Mensagem por lynx » Seg Jan 02, 2017 11:21 am

Carlos Lima escreveu:
Marechal-do-ar escreveu:Raramente empresas estrangeiras contratam técnicos do país de suas filiais, em geral é só pessoal de vendas, mas o problema é se esse contratado ainda tiver influência nas decisões, por exemplo, por ter filhos (que é outra coisa muito comum, ex-militares terem filhos militares) em alguma das forças.
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Mas não é exatamente o pessoal de vendas quem faz os contatos para obter novos contratos??? :roll:




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