Helicópteros de Ataque e Transporte

Assuntos em discussão: Força Aérea Brasileira, forças aéreas estrangeiras e aviação militar.

Moderadores: Glauber Prestes, Conselho de Moderação

Mensagem
Autor
Avatar do usuário
Carlos Lima
Sênior
Sênior
Mensagens: 18932
Registrado em: Qui Mai 12, 2005 6:58 am
Agradeceu: 1275 vezes
Agradeceram: 631 vezes

Re: Licitação de Helicópteros: Ataque e Transporte !!!

#10426 Mensagem por Carlos Lima » Qui Dez 29, 2016 7:24 pm

lynx escreveu:Será que existe mesmo esse ranço quanto ao material russo entre nossos militares? Ou seráque vocês é que estariam sendo preconceituosos com os militares por eles não darem a vitória aos russos nas poucas concorrências onde eles se ofereceram por aqui?
Vamos olhar para o meio civil. Espero que vocês não achem também que quem visa o lucro siga posições baseadas em ranços ideológicos que prejudiquem sua arrecadação, não é?
A Atlas operou 3 MI-171 na amazônia. Ouvi maravilhas sobre a capacidade e confiabilidade dessa aeronave para a missão que era empregada. Por outro lado, os mesmos que elogiavam a capacidade lamentavam a duração das inspeções e os custos da manutenção preventiva. Resultado? Ao fim do contrato, a Omni venceu a nova licitação e opera com velhos S-61 a custos mais baixos. Realidade de mercado. Podem conferir.
A Petrobrás não está renovando nenhum contrato dos S-76. A Shell e outras petroleiras idem. Foi fartamente anunciado há uns anos atrás que a Atlas seria a lançadora do Kamov Ka-62. Tem algum voando por aqui? Quem está levando todos os contratos é o AW-139. Que aliás, possui uma montadora na Rússia.
Já lhes passou pela cabeç que os russos podem não estar oferecendo o melhor custo x benefício nas concorrências militares que participaram por aqui? No mercado civil de helicópteros isso é óbvio. Por que não seria no militar?
Outra coisa. Existem sim diferenças quanto a equipamentos de apoio e manutenção para as aeronaves militares russas. Não é o caso do ocidentalizado Ka-62 civil. Em tempos de orçamento curtíssimo e equipamentos defasados é salutar investir nisso para abrir uma nova possibilidade? Tem alguém nos embargando que justifique isso NESTE momento de crise?
Se querem vender, os russos é que paguem pelo investimento...
Como voce afirmou NESTE momento de crise nao ha o que possa ser feito definitivamente.

Por outro lado ao que parece as operacoes com o HIND estao indo bem, e esse inclusive ja fez(faz) disparo com os seus armamentos e isso tambem 'e um sinal positivo.

Exageros sem duvida acontecem para todos os lados. Para quem 'gosta' dos equipamentos russos e para quem tamb'em 'nao gosta' dos mesmos e nesse aspecto os extremos parecem estar ambos errados (como sempre).

No fim pelo visto a FAB dispoe de um heli de Ataque de verdade super capaz (x10000000000 melhor do que os Esquilos utilizados anteriormente) e ao que parece esta fazendo um otimo uso desse equipamento.

E honestamente se for o caso de dispor de meios para fazer adaptacao de voltagens nao 'e tecnicamente exatamente o fim do mundo.

[]s
CB




CB_Lima = Carlos Lima :)
Avatar do usuário
knigh7
Sênior
Sênior
Mensagens: 19086
Registrado em: Ter Nov 06, 2007 12:54 am
Localização: S J do Rio Preto-SP
Agradeceu: 2039 vezes
Agradeceram: 2580 vezes

Re: Licitação de Helicópteros: Ataque e Transporte !!!

#10427 Mensagem por knigh7 » Qui Dez 29, 2016 7:40 pm

Longe de ser apenas problemas de voltagem. Equipamento russo é diferente dos padrões MIL-STD, MIL-SPEC e STANAG.

Num conflito o Mi-35 da FAB vai voar por semana aquilo que voa hoje num ano todo.

Observe a quantidade de alterações que a FAB teria de fazer para adaptar os caças russos no FX1 (o Ten. Brig. Marconi era Chefe do DEPED, na qual a COPAC estava subordinada):

Imagemsube




Avatar do usuário
Carlos Lima
Sênior
Sênior
Mensagens: 18932
Registrado em: Qui Mai 12, 2005 6:58 am
Agradeceu: 1275 vezes
Agradeceram: 631 vezes

Re: Licitação de Helicópteros: Ataque e Transporte !!!

#10428 Mensagem por Carlos Lima » Qui Dez 29, 2016 9:03 pm

Segundo uma materia bem mais recente do que a do F-X1.0.

Sobre o Hind...
"O vetor exibe uma considerável independência das equipes de solo. Homologado para operações entre temperaturas de +60º e -60º Celsius, conta com umaAPU – Auxiliary Power Unity – modelo AI-9V. A APU fornece energia para que os compressores dêem a partida nos motores, além de alimentar os sistemas da aeronave. As baterias do helicóptero são capazes de iniciar a APU, desta maneira o Mi-35 reduz a necessidade de apoio de solo e facilita a dispersão e o deslocamento em regime de combate."

Ja passou a hora do preconceito bobo sumir das nossas FAs.

[]s
CB




CB_Lima = Carlos Lima :)
Avatar do usuário
Luís Henrique
Sênior
Sênior
Mensagens: 8391
Registrado em: Sex Mai 07, 2004 12:25 pm
Agradeceu: 1 vez
Agradeceram: 184 vezes

Re: Licitação de Helicópteros: Ataque e Transporte !!!

#10429 Mensagem por Luís Henrique » Sex Dez 30, 2016 12:14 am

knigh7 escreveu:Longe de ser apenas problemas de voltagem. Equipamento russo é diferente dos padrões MIL-STD, MIL-SPEC e STANAG.

Num conflito o Mi-35 da FAB vai voar por semana aquilo que voa hoje num ano todo.

Observe a quantidade de alterações que a FAB teria de fazer para adaptar os caças russos no FX1 (o Ten. Brig. Marconi era Chefe do DEPED, na qual a COPAC estava subordinada):

Imagemsube
Cara, desculpa, mas esse tipo de argumento prova o que???

Se a questão é: Nossos militares são 'alérgicos' à equipamentos russos, por ideologias, etc.
Você vai colocar justamente um texto de um militar brasileiro falando baboseiras.

Veja que aeronaves russas são operadas em DEZENAS de países mundo a fora.
E MUITOS deles não trocaram eletrônica, comunicação, navegação e MUITO MENOS os motores.

É muita asneira em um único texto.
Ta mais na cara que é puro preconceito.

Por quê teria que trocar os motores de um caça russo para a FAB poder operar????????????????????????????????????????????????????????????????




Su-35BM - 4ª++ Geração.
Simplesmente um GRANDE caça.
Avatar do usuário
knigh7
Sênior
Sênior
Mensagens: 19086
Registrado em: Ter Nov 06, 2007 12:54 am
Localização: S J do Rio Preto-SP
Agradeceu: 2039 vezes
Agradeceram: 2580 vezes

Re: Licitação de Helicópteros: Ataque e Transporte !!!

#10430 Mensagem por knigh7 » Sex Dez 30, 2016 3:53 am

Carlos Lima escreveu:Segundo uma materia bem mais recente do que a do F-X1.0.

Sobre o Hind...
"O vetor exibe uma considerável independência das equipes de solo. Homologado para operações entre temperaturas de +60º e -60º Celsius, conta com umaAPU – Auxiliary Power Unity – modelo AI-9V. A APU fornece energia para que os compressores dêem a partida nos motores, além de alimentar os sistemas da aeronave. As baterias do helicóptero são capazes de iniciar a APU, desta maneira o Mi-35 reduz a necessidade de apoio de solo e facilita a dispersão e o deslocamento em regime de combate."

Ja passou a hora do preconceito bobo sumir das nossas FAs.

[]s
CB
Eu sabia que o Mi35, bem como geralmente as outras aeronaves tem o APU.Eu já estava contando com isso quando eu comecei a discussão:
knigh7 escreveu:Olá, Carvalho,

Com certeza é mérito do suporte russo à FAB. Equipamento russo no Brasil tem pouca opção de suporte, nada da FAB serve nele e nada dele serve na FAB. Ou seja, é puro mérito do suporte russo à FAB mesmo.

Agora quero ver em situação de conflito onde a demanda de manutenção aumenta exponencialmente.

Se tiver uma simples falha na APU dele em algum outro aeroporto ou a FAB leva um gerador de PV ou tem trazer de mais lá do Galeão, Cumbica ou Guararapes porque a corrente contínua de aeronaves russas é diferente do padrão ocidental. E coisas desse tipo é rara em países que praticamente não operam com equipamentos russos pois seguem um outro padrão, como é o caso do Brasil. Outra solução caso ocorra é usar condensadores e ferramental específico para alterar a voltagem dos geradores.

Aliás são informações a mais do monte de disparidades que equipamento russo tem de diferente do ocidental colocadas pelo Jackson Flores Jr. que eu havia postado lá no tópico AAAe do Terrestres.

Equipamento russo teve alguma evidência na era PT. Deve manter entre entusiastas de fórum e blogs ou nas edições de revistas quando contêm publicidade da Rosoboronexport.

P. S.: geralmente nos aeroportos do Brasil as aeronaves russas (que geralmente tem APU)mantém os motores ligados.
Porque se der uma falha no APU, vai ser uma dor de cabeça.

Se der um simples problema na fonia do capacete de uma aeornave russa, eles não podem usar esse sistema de uma aeronave ocidental, porque as impedâncias são diferentes. E o Brasil é um país que tem pouco suporte logístico russo, porque tem poucas aeronaves dessa procedência aqui.

É por isso que não é surpresa o caso contado pelo Lynx de uma empresa que ele conhece que operou helis russos por um tempo aqui no Brasil e quando acabou o contrato, voltou para heli ocidental.




Avatar do usuário
knigh7
Sênior
Sênior
Mensagens: 19086
Registrado em: Ter Nov 06, 2007 12:54 am
Localização: S J do Rio Preto-SP
Agradeceu: 2039 vezes
Agradeceram: 2580 vezes

Re: Licitação de Helicópteros: Ataque e Transporte !!!

#10431 Mensagem por knigh7 » Sex Dez 30, 2016 4:08 am

Luís Henrique escreveu:
knigh7 escreveu:Longe de ser apenas problemas de voltagem. Equipamento russo é diferente dos padrões MIL-STD, MIL-SPEC e STANAG.

Num conflito o Mi-35 da FAB vai voar por semana aquilo que voa hoje num ano todo.

Observe a quantidade de alterações que a FAB teria de fazer para adaptar os caças russos no FX1 (o Ten. Brig. Marconi era Chefe do DEPED, na qual a COPAC estava subordinada):

Imagemsube
Cara, desculpa, mas esse tipo de argumento prova o que???

Se a questão é: Nossos militares são 'alérgicos' à equipamentos russos, por ideologias, etc.
Você vai colocar justamente um texto de um militar brasileiro falando baboseiras.

Veja que aeronaves russas são operadas em DEZENAS de países mundo a fora.
E MUITOS deles não trocaram eletrônica, comunicação, navegação e MUITO MENOS os motores.
Sim, é o que ocorreu com os nosso MI35, que só trocou os rádios. Mas manteve as outras incompatibilidades. Voam naquela área sudoeste da Amazônia, perto do Rondônia. E bem menos do que voariam num conflito.

Vou colocar aqui um fragmento do longo texto do jornalista Jackson (e veja se leia, Luís Henrique...) sobre as incompatibilidades e as consequências de um país como o Brasil, onde é raro ter assistência russa, simplesmente porque são raras aqui.
Bom, primeiramente, o MIL-STD compreende uma vasta gama de normas que vai desde questões ergonométricas da nacele do piloto, até a composição química e outras características de diversos tipos de combustíveis de aviação. Aqui em casa não disponho nenhum MIL-STD completo - cada um é uma pequena bíblia geralmente com mais de 300/350 páginas - só disponho dos resumos daqueles que me interessam.
Concordo que sob muitos aspectos, o MIL-STD não deve diferir substancialmente dos seus pares russos em determinadas áreas. Porém, acho que seria interessante lembrar alguns detalhes aqui que creio que sejam indicativos da divergência entre as normas russas e aquelas estabelecidas pelo MIL-STD ou MIL-SPEC.
A instrumentação de vôo nas aeronaves russas é totalmente métrica pois esse foi o padrão que eles escolheram. Inclusive, a velocidade é apresentada em km/h ou percentual Mach. Já nas aeronaves ocidentais, o sistema de medida é a imperial, com a velocidade apresentada em KTAS ou percentual Mach, altitude em pés e por aí vai.
Não vou entrar nos méritos de um sistema ou de outro. Porém, para o piloto, a apresentação de altitude e velocidade em metros e km/h é decidamente estranho e gera momentânea confusão. Exagerando a questão um pouco, é como se um destro passasse a escrever com a mão esquerda. Com a passagem do tempo, acabe se acostumando. Mas para o ambiente aeronáutico, essa questão apresenta seus problemas - especialmente em situações de emergência. Relutantemente, até mesmo os franceses adotaram o padrão imperial.
Por serem aeronaves produzidas com base no sistema métrico, todo o ferramental igualmente emprega o sistema métrico. Isso causa alguns inconvenientes em termos de suprimento pois é necessário adquirir ferramental específico para aeronaves russas. É um inconveniente, mas nada que não possa ser superado. No entanto, na realização de serviços de manutenção de 2º nível, o inconveniente pode ganhar proporções assustadores. Um parafuso, porca, rebite, contra-pino ou arruela de uma aeronave "métrica" não pode ser utilizado - ou não deveria - em uma aeronave que não seja "métrica" - e vice-versa.
Independente da aeronave de caça, a FAB usa Prist como anti-congelante de combustível. Face as peculiaridades desse produto, a mesma exige determinados cuidados. As características, propriedades e emprego do Prist é alvo de MIL-STD (especificamente, MIL-DTL-85470B). A pergunta é que tipo de anti-congelante os russos empregam e quais as suas características? Não duvido nada de que o mesmo tenha características significativamente diferentes - exigindo assim a aquisição de estoque específico.
Existe outras setores da área logística que não são tão visíveis - mas que apresentam um enorme peso na disponibilidade operacional de uma frota de aeronaves. O MIL-STD e MIL-SPEC estabelecem níveis de padronização entre aeronaves de diferentes tipos gerando um fenômeno conhecido como interchangeability. Isto é, a aeronave "x" contém uma percentagem de componentes que são intercambiáveis com aeronave "y" - mesmo que um seja um helicóptero e outro um caça.
Anos atrás (e bota anos nisso), assisti um curioso fenômeno na BASC onde um SO do 1º GAvCa se viu na seguinte enrascada: um dos F-5E tinha pagado uma pane em um cannon plug do sistema elétrico que tornava a aeronave indisponível. O detalhe é que esse cannon plug eram um daqueles com mais de 20 pinos e não havia outro em estoque. Ao invés de manter AIFP por alguns dias face a falta de um cannon plug, aquele SO deu uma rápida consultada no Interchangeability Chart do F-5E, achou o P/N daquele cannon plug e descobriu a solução. Minutos depois ele foi até o Hangar do Zeppelin e se dirigiu ao pessoal de manutenção do 3º EMRA, solicitando aquele determinado tipo de cannon plug. Acontece que aquela peça é empregada no UH-1H (e algo como uma dúzia de outras aeronaves).
Esse tipo de fenômeno jamais aconteceria se as aeronaves em pauta fossem uma russa e outra norte-americana. Para o bem da verdade, se a situação envolvesse o Mirage IIIEBR, aquele SO continuaria enrascado. No entanto, é interessante observar como essas últimas gerações de aviões militares de origem européia apresentam um apreciável índice de intercambialidade com seus pares norte-americanos face à plena ou quase plena adoção do MIL-STD.

O que quero aqui deixar claro é que não estou questionando as qualidades inerentes ao Su-35 ou do MiG-29. Mas creio que não será possível colocar de lado tão facilmente esses óbices logísticos no que diz respeito às aeronaves de origem russa. Especialmente se a área logística é o item mais oneroso de qualquer aeronave - após a aquisição da mesma."

Outro membro 1) ...se voce desmontar a sua televisao ou o seu computador, provavelmente vai ver alguns componentes fabricados nos EUA, outros em Taiwan, outros em Singapura, assim por diante... Acho que não e por isso que voc desistiu de ter o aparelho ou que ele deixou de funcionar.

Resposta, Jackson: Realmente, você tem razão quando diz que se abrirmos uma televisão, encontraremos uma multiplicidade de componentes cuja procedência pode ser das mais diversas. No entanto, qualquer estado-maior de uma força armada que se preze tem aversão a adquirir equipamento que apresente componentes produzidos em diversos países. Isso não é uma atitude vã, mas calcada em precedentes históricos absorvidos através de experiência própria ou de outros. Mencionarei somente um caso - mas se quiseres mais, coloco-me à disposição. Como você deve saber, a Fuerza Aérea de Chile recebeu e até hoje opera caças Northrop F-5E/F. No entanto, durante os´derradeiros anos da década de 70 e boa parte da década seguinte, a disponibilidade dessas aeronaves precipitou-se para patamares impressionantemente baixos. Por que? Ao impor sanções econômicas contra o Chile, coisas extremamente básicas tornaram-se escassas. Por exemplo, durante dois anos os F-5E da FACh eram rebocados até a pista de decolagem visando economizar as pastilhas dos sistema de freios tipo Maxeret utilizados naqueles caças. De fato, de acordo com um oficial aviador da FACh, durante muitas semanas esses caças sequer voavam pela total falta desse e/ou outros itens consumíveis.
Qual a relevância dessa historinha? Simples... Se isso pode ocorrer quando o país-fonte de fornecimento é um, isso se multiplica quando existem mais países fornecedores. A minha decisão em comprar uma televisão será regida por parâmetros infinitamente mais flexíveis do que a compra de um lote de aeronaves de combate. Afinal, uma televisão destina-se ao entretenimento/educação, enquanto que uma aeronave de combate visa defender o meu país.




Editado pela última vez por knigh7 em Sex Dez 30, 2016 4:12 am, em um total de 1 vez.
Avatar do usuário
Carlos Lima
Sênior
Sênior
Mensagens: 18932
Registrado em: Qui Mai 12, 2005 6:58 am
Agradeceu: 1275 vezes
Agradeceram: 631 vezes

Re: Licitação de Helicópteros: Ataque e Transporte !!!

#10432 Mensagem por Carlos Lima » Sex Dez 30, 2016 4:11 am

Bom... como disse anteriormente não é exatamente o fim do mundo operar esse Heli no Brasil.

Se a desculpa for voltagem nossos problemas de infraestrutura são muito mais sérios do que imaginava.

O que eu vejo é que existe um gigante preconceito acima de tudo. E com isso qualquer minima coisa se torna uma montanha de problemas.

Infelizmente esse pensamento arcaico vai sempre nos puxar para a posição de lacaios :(

[]s
CB




CB_Lima = Carlos Lima :)
Avatar do usuário
knigh7
Sênior
Sênior
Mensagens: 19086
Registrado em: Ter Nov 06, 2007 12:54 am
Localização: S J do Rio Preto-SP
Agradeceu: 2039 vezes
Agradeceram: 2580 vezes

Re: Licitação de Helicópteros: Ataque e Transporte !!!

#10433 Mensagem por knigh7 » Sex Dez 30, 2016 4:14 am

Eu venho apresentando um monte de diferenças e vc se prende apenas na voltagem como se fosse só isso. Tá difícil... :? :?




Marechal-do-ar
Sênior
Sênior
Mensagens: 8789
Registrado em: Qua Set 10, 2003 8:28 pm
Agradeceu: 1 vez
Agradeceram: 419 vezes

Re: Licitação de Helicópteros: Ataque e Transporte !!!

#10434 Mensagem por Marechal-do-ar » Sex Dez 30, 2016 4:38 am

Resposta, Jackson: Realmente, você tem razão quando diz que se abrirmos uma televisão, encontraremos uma multiplicidade de componentes cuja procedência pode ser das mais diversas. No entanto, qualquer estado-maior de uma força armada que se preze tem aversão a adquirir equipamento que apresente componentes produzidos em diversos países. Isso não é uma atitude vã, mas calcada em precedentes históricos absorvidos através de experiência própria ou de outros. Mencionarei somente um caso - mas se quiseres mais, coloco-me à disposição. Como você deve saber, a Fuerza Aérea de Chile recebeu e até hoje opera caças Northrop F-5E/F. No entanto, durante os´derradeiros anos da década de 70 e boa parte da década seguinte, a disponibilidade dessas aeronaves precipitou-se para patamares impressionantemente baixos. Por que? Ao impor sanções econômicas contra o Chile, coisas extremamente básicas tornaram-se escassas. Por exemplo, durante dois anos os F-5E da FACh eram rebocados até a pista de decolagem visando economizar as pastilhas dos sistema de freios tipo Maxeret utilizados naqueles caças. De fato, de acordo com um oficial aviador da FACh, durante muitas semanas esses caças sequer voavam pela total falta desse e/ou outros itens consumíveis.
Qual a relevância dessa historinha? Simples... Se isso pode ocorrer quando o país-fonte de fornecimento é um, isso se multiplica quando existem mais países fornecedores. A minha decisão em comprar uma televisão será regida por parâmetros infinitamente mais flexíveis do que a compra de um lote de aeronaves de combate. Afinal, uma televisão destina-se ao entretenimento/educação, enquanto que uma aeronave de combate visa defender o meu país.
Quando li essa parte lembrei do Gripen.




"Quando um rico rouba, vira ministro" (Lula, 1988)
Avatar do usuário
Carlos Lima
Sênior
Sênior
Mensagens: 18932
Registrado em: Qui Mai 12, 2005 6:58 am
Agradeceu: 1275 vezes
Agradeceram: 631 vezes

Re: Licitação de Helicópteros: Ataque e Transporte !!!

#10435 Mensagem por Carlos Lima » Sex Dez 30, 2016 5:42 am

knigh7 escreveu:Eu venho apresentando um monte de diferenças e vc se prende apenas na voltagem como se fosse só isso. Tá difícil... :? :?
Honestamente ao que parece o maior inimigo é o preconceito.

Se isso não for o caso o que é de fato na sua opinião o problema?

[]s
CB




CB_Lima = Carlos Lima :)
juarez castro
Sênior
Sênior
Mensagens: 3632
Registrado em: Seg Jun 27, 2005 9:16 pm
Agradeceram: 4 vezes

Re: Licitação de Helicópteros: Ataque e Transporte !!!

#10436 Mensagem por juarez castro » Sex Dez 30, 2016 7:48 am

O fato de vocês terem visto dez MI 35 voando, quatro BH do EB ou cinco EC dá MB simultâneamente quer mostrar exatamente NADA, porque aquilo é simplesmente.uma firula mediante muito esforço dá manutenção.
A filosofia Russa de emprego e logística desde a década de cinquenta não mudo, você tem por exemplo 24 anvs na dotação e opera com a metade, porque:
Porque uma inspeção de 150 horas do BH demora entre duas e três horas, do Mi 35 leva uma semana, porque:
Porque:

CONSTRUCAO MODULAR, cujo o benefício mais impourta é fácil acessibilidade a componentes cativos com pouca necessidade ferramental específico e estaleragem adequada. Aonde tudo isto termina:

Custo de operação e disponibilidade.



G abraco




binfa
Sênior
Sênior
Mensagens: 3584
Registrado em: Dom Jul 31, 2005 7:34 am
Localização: Rio Claro/SP
Agradeceu: 7 vezes
Agradeceram: 98 vezes

Re: Licitação de Helicópteros: Ataque e Transporte !!!

#10437 Mensagem por binfa » Sex Dez 30, 2016 9:11 am

.
Força Aérea Brasileira 6 de maio · #NotíciaFAB

#EsquadrãoPoti (2º/8º GAv) completou a expressiva marca de 5000 horas voadas com o projeto AH-2 Sabre. Recebidos em 2010, esses helicópteros de ataque atendem a uma série de demandas operacionais da FAB. Empregado, entre outras missões, na #DefesaAérea de grandes eventos, a aeronave está pronta para defender os céus do Brasil nas Olimpíadas Rio 2016.

O Brasil foi o único país que conseguiu atingir esta marca com o MI-35!!
2º/8ºGAv Esquadrão Poti 18 de maio ·

Logística: um trabalho que pouco aparece, mas que faz toda diferença.

Poti 100% de disponibilidade!

#esquadrãopoti #materialtop #logística100% #prontopara #emcondiçõesde
:arrow: https://www.facebook.com/hashtag/esquad ... 5933459616

para registro, forte abraços, bom 2017, muita saúde a todos!




att, binfa
DOE VIDA, DOE MEDULA!
REgistro Nacional de DOadores de MEdula nº 1.256.762
UMA VIDA SEM DESAFIOS NÃO VALE A PENA SER VIVIDA. Sócrates
Depoimento ABRALE :arrow: http://www.abrale.org.br/apoio_paciente ... php?id=771
Avatar do usuário
FCarvalho
Sênior
Sênior
Mensagens: 38727
Registrado em: Sex Mai 02, 2003 6:55 pm
Localização: Manaus
Agradeceu: 5940 vezes
Agradeceram: 3341 vezes

Re: Licitação de Helicópteros: Ataque e Transporte !!!

#10438 Mensagem por FCarvalho » Sex Dez 30, 2016 11:12 am

O segredo do negócio, em qualquer setor, civil ou militar, é logística. Não digo isso por dizer, mas porque este sempre foi uma das minhas áreas de maior interesse quando estudava administração. E até hoje gosto de ler e saber sobre o assunto.

Bem, assim como em outras áreas, perguntem a qualquer um que lide com logística no Brasil e vai ver que ela também está envolta em imbróglios quase que sem fim, tendo em vista a 'burrocracia' estatal e os enormes entraves políticos, econômicos, legais e de infra-estrutura que se encontra para manter-se algo assim funcionando bem no Brasil.

Não é nenhuma surpresa que os russos não tenham, ou consigam, ou mesmo queiram, manter uma linha de suporte aqui, já que não existe uma frota de helos ou qualquer outro material russo em quantidade que justifique isso. Os custos com certeza são e continuarão proibitivos. Simplesmente não compensa. Aliás, os 12 Mi-35 são a maior frota de material russo que temos por aqui. Além disso, apenas algumas centenas de Manpads que obviamente são coisa bem diferente em termos de suporte.

Agora, se pensarmos que colocamos tudo e mais um pouco de material "nacional" no contrato dos H225M, seja produzido ou apenas montado aqui, e isto para apenas 50 helos, qual o problema em fazer a mesma coisa com material russo? Ao acaso o Mi-38 ou Ka-62 ou mesmo o Mi-17 e/ou Mi-28 são tão incompatíveis assim que nada de ocidental caiba neles? Presumo que não, vide o que se tem visto por aí na família Su-30 vendidos mundo afora.

Bem, nas minhas contas toscas de fã boy de assuntos militares, o EB deveria contar com no mínimo 8 Bavex a 16 undes cada. Isso dá em torno de 128 helos. Agora eu pergunto: se o MD chegasse a conclusão que a melhor maneira de atingir esse número fosse comprando helos russos, lançando-se mão dos mesmo esquema do contrato dos H225M, seja Mi-38 ou Mi-17, alguém duvida que os russos não abririam mão de seus próprios sistemas para nós podermos colocar as telinhas da AEL, os rádios nacionais ou mesmo as turbinas da P&W no caso daquele primeiro helo, e um monte de outros perdulicários que gravitam em torno da nossa pequena e inexpressiva industria aeronáutica só para atender nossa auto-estima logística tupiniquim? Eu tendo a crer que sim. Afinal ninguém em sã consciência tentaria nos tratar como se fôssemos um país sem industria, por mais ridícula que ela seja.

Em sendo assim, entendo que a plena operação de material russo no Brasil depende muito mais de boa vontade e interesse em prover as condições necessárias para isso do que propriamente das benesses que estes possam oferecer-nos ou não. Afinal, qualquer material militar, independente de sua origem, vai ser bom na exata medida do interesse, responsabilidade e vontade de dispor dele normalmente.

abs.




Carpe Diem
Avatar do usuário
joao fernando
Sênior
Sênior
Mensagens: 5208
Registrado em: Ter Out 30, 2007 5:53 pm
Localização: Santa Isabel - SP
Agradeceram: 29 vezes

Re: Licitação de Helicópteros: Ataque e Transporte !!!

#10439 Mensagem por joao fernando » Sex Dez 30, 2016 11:27 am

Os helis voam, mas não voam kkkkkkkkkkkkkkkkkkkk




Obrigado Lulinha por melar o Gripen-NG
Avatar do usuário
Carlos Lima
Sênior
Sênior
Mensagens: 18932
Registrado em: Qui Mai 12, 2005 6:58 am
Agradeceu: 1275 vezes
Agradeceram: 631 vezes

Re: Licitação de Helicópteros: Ataque e Transporte !!!

#10440 Mensagem por Carlos Lima » Sex Dez 30, 2016 12:59 pm

Considerando que aeronaves como o Mi35 vem operando em ambientes de Guerra espalhados pelo mundo com manutenção e condições de trabalho longe de hangares limpinhos e ferramental apropriado me custa acreditar que são esse problema todo para manutenir.

Já assisti várias palestras sobre a operação de Hinds no Iraque e Afeganistão lá no Fort Lewis e mesmo os americanos que tem o Apache e são bons de crítica só tem elogios para o Hind. Porque na hora que o pau tá comendo de verdade ele ajudava demais.

Enfim.

[]s
CB




CB_Lima = Carlos Lima :)
Responder