Penguin escreveu:Enquanto isso a MB está equipada com MM40 de 70km de alcance. E no futuro MANSUP de 70km de alcance.
Ou seja, a MB está em situação de clara inferioridade na América do Sul. Fora então...
Os P-3 com Harpoon da FAB equilibram de certa forma um pouco a situação nesse cenário.
Sim, os recursos da FAB gastos com o Harpoon poderiam ser canalizados para o programa da MB, o MANSUP.
Seria viável integrar o MANSUP versão ar-mar - quando este estiver pronto - ao P-3 do ponto de vista técnico e político? Quanto custaria essa integração? Valeria a pena?
Dado a vida útil restante do P-3, valaria a pena esse esforço de integração? As integrações desse tipo de armas constumam ser caras e tem que contar com a colaboração dos fornecedores do P-3: USGov, Lockheed, Elta, Airbus/CASA.
Igual ao Penguin que já está integrado ao Sea Hawk, o Harpoon já está integrado ao P-3.
De forma similar, os recursos da MB menos prioritários poderiam ser canalizados para o programa MANSUP.
Este é sim um argumento razoável.
O custo de integração do MAN-1 no Órion precisaria ser somado ao de desenvolvimento da versão naval de. Não há porque insistir que apenas o Órion precise levar a única arma anti-navio da FAB, o AMX, o F-5 e o Gripen são até mais indicados para esta função, os primeiros trocando dados via rádio ou datalink com os Órions e o segundo fazendo isso ou atuando de forma autônoma (lembrando que se em algum momento for decidido integrar o MAN-1 a qualquer destas três aeronaves a sua integração ao Órion e mesmo a compra do Harpoon passariam a ser redundantes - aliás, receio que este argumento SERÁ usado para justificar a falta de interesse da FAB em integrar o MAN-1 ao que quer que seja). A terceira opção seria a aquisição de um sistema concorrente estrangeiro.
Mas é preciso não esquecer que se está comparando dois resultados bastante distintos: Nas duas primeiras situações ao final se teria a capacidade no Brasil de produzir em quantidades ilimitadas um armamento complexo, caro e politicamente sensível, cuja disponibilidade em caso de necessidade real poder ser muito maior do que talvez se imagine (a regra hoje em ataques navais não é mais o procedimento argentino nas Malvinas, de lançar apenas um ou dois mísseis, mas sim uma salva suficiente para saturar as defesas dos navios modernos), como também abrir a possibilidade de exportações, o que se bem sucedido poderia levar a ganhos em termos $$$ muito maiores do que os próprios gastos do programa.
Já na terceira situação temos um galpão com um punhado de mísseis simplesmente envelhecendo (na falta de um inimigo para pelo menos dissuadir com estes mísseis), e que nem mesmo sabemos com certeza se irão funcionar.
Não se pode considerar todos os resultados como absolutamente equivalentes.
Não é questão só de visão de curto prazo. É questão de ter alguma credibilidade como força armada. É de encontrar um balanço entre credibilidade e capacidade de investimento.
Tenho dito faz muito tempo que há um sério problema de prioridades nos investimentos militares. Os recursos são limitados, não dá para tudo, mas insistimos em projetos bilionários de impacto estratégico limitado em detrimento de outros como o investimento em mísseis e sistema nacionais. Com os 1,9 bilhões de euros gastos com os EC725, seria possível finalizar e encomendar todos os mísseis em desenvolvimento e em planejamento no Brasil atualmente: MANSUP (mar-mar, ar-mar e sub-mar), MAR-1, AV-TM300A-Darter, MSS1.2, MAA-1,B, Acauan.
Os helicópteros são importantes? São, mas me parece que os mísseis nacionais são mais.
Aqui o raciocínio me parece perfeito. Para termos uma montadora de kits importados que não tem condições de sequer produzir localmente de forma independente seus produtos, e nem sonha em alcançar a capacidade de desenvolver helicópteros em função das necessidades nacionais (ou adquirimos o que eles já desenvolveram segundo suas próprias especificações não temos nada) gasta-se fortunas, garantindo o emprego de algumas dezenas de apertadores de parafusos e de um punhado de engenheiros e projetistas que fazem basicamente trabalhos burocráticos. Se é para isso podia-se muito bem comprar de prateleira, com as vantagens de se possuir maior leque de escolhas e maior concorrência.
Mas para os desenvolvimentos genuinamente locais cada centavo tem que ser chorado...
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Com relação ao MANSUP:
- O MANSUP (ou AM39) não é compatível fisicamente com o A-4, nas palavras do Almirante Fiúza. Então, se a MB quiser dar alguma relevância militar ao São Paulo um dia e ao A-4 modernizado, ela terá que importar um novo míssil anti-navio (ou poderá usar o Harpoon da FAB, como a FAB tem usado os MK46 da MB no P-3).
Só lembrando que o Harpoon não está realmente integrado ao A-4 (nem sei se seria possível integrar um míssil tão grande em uma aeronave tão pequena e que ainda teria que decolar de um porta-aviões com catapultas limitadas). Apesar de existirem por aí imagens com um mocku-up deste míssil acoplado a ele, esta integração nunca foi realmente efetuada, isso já foi desmentido aqui mesmo no fórum, nas navais.
- Nem sabemos se é possível ou viável integrar o MANSUP ao P-3. A FAB e a MB devem saber.
É um tanto difícil de acreditar que seja impossível integrar em uma aeronave como o Órion um míssil mais leve do que aquele que já está integrado nele. Ainda se a instalação fosse interna, mas não é. Isso poderia até ser caro ou complicado, mas dificilmente inviável ou impossível.
E nem existe a necessidade absoluta ou talvez mesmo vantagens de se integrar o MAN-1 especificamente nele, o Órion não é a única plataforma da FAB. Na verdade isso me parece como querer integrar mísseis anti-tanque em um R-99.
Agora a Eurocopter junto com a bancada de MG querem empurrar guela abaixo novos helis na MB. Pq nenhuma bancada se junta para direcionar as emendas para o desenvolvimento de novas versões do MANSUP?!
Bem, esta é uma pergunta retórica, todo mundo sabe a resposta...
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Leandro G. Card