Geopolítica Energética

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Re: Geopolítica Energética

#871 Mensagem por Bourne » Qua Fev 24, 2016 7:08 pm

It’s time for oil investors to start taking electric cars seriously.

In the next two years, Tesla and Chevy plan to start selling electric cars with a range of more than 200 miles priced in the $30,000 range. Ford is investing billions, Volkswagen is investing billions, and Nissan and BMW are investing billions. Nearly every major carmaker—as well as Apple and Google—is working on the next generation of plug-in cars.

This is a problem for oil markets. OPEC still contends that electric vehicles will make up just 1 percent of global car sales in 2040. Exxon's forecast is similarly dismissive.

The oil price crash that started in 2014 was caused by a glut of unwanted oil, as producers started cranking out about 2 million barrels a day more than the market supported. Nobody saw it coming, despite the massively expanding oil fields across North America. The question is: How soon could electric vehicles trigger a similar oil glut by reducing demand by the same 2 million barrels?

That's the subject of the first installment of Bloomberg’s new animated web series Sooner Than You Think, which examines some of the biggest transformations in human history that haven’t happened quite yet. Tomorrow, analysts at Bloomberg New Energy Finance will weigh in with a comprehensive analysis of where the electric car industry is headed.

Even amid low gasoline prices last year, electric car sales jumped 60 percent worldwide. If that level of growth continues, the crash-triggering benchmark of 2 million barrels of reduced demand could come as early as 2023. That's a crisis. The timing of new technologies is difficult to predict, but it may not be long before it becomes impossible to ignore.

http://www.bloomberg.com/news/articles/ ... o-recovery




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Re: Geopolítica Energética

#872 Mensagem por akivrx78 » Qui Jun 30, 2016 6:52 pm

China e Nigéria assinam acordos de US$ 80 bilhões no setor petrolífero
© AFP 2016/ Pius Utomi Ekpei

A petrolífera nacional da Nigéria, NNPC, anunciou nesta quinta-feira, em comunicado oficial, uma série de contratos multibilionários com companhias da China.

O subsecretário nigeriano do Petróleo, Emmanuel Kachikwu, que chefia a NNPC, encontrou nesta semana diversos empresários chineses, em Pequim, para atrair investimentos para as refinarias do seus país. De acordo com as autoridades nigerianas, os protocolos de entendimento assinados teriam valores superiores a 80 bilhões de dólares, "com o objetivo de conseguir cobrir o financiamento de infraestruturas no setor de petróleo e gás da Nigéria".

Embora maior produtora de petróleo no continente africano, a Nigéria se vê obrigada a importar produtos derivados, uma vez que só possui quatro refinarias, que não conseguem atender à demanda.

"Alguns projetos deverão ter sucesso, e outros não, sobretudo levando-se em conta a situação atual da Nigéria", destacou.

A região do delta do Níger, de onde vem a maior parte do petróleo nigeriano, tem sido alvo de intensos ataques rebeldes nas últimas semanas, o que vem atrapalhando a produção. Ainda assim, a NNPC informou nesta semana que conseguiu aumentar a produção de 1,6 milhões de barris diários para 1,9 milhões durante o mês de junho.

http://br.sputniknews.com/mundo/2016063 ... lhoes.html




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Re: Geopolítica Energética

#873 Mensagem por akivrx78 » Ter Jul 05, 2016 10:34 am

Reservas de petróleo dos EUA superam as de Arábia Saudita e Rússia, diz estudo

Imagem
Instalação da Saudi Aramco, da Arábia Saudita, em 2008

DO "FINANCIAL TIMES"
05/07/2016 09h40

Os Estados Unidos detêm mais reservas de petróleo que a Arábia Saudita e a Rússia, o que representa a primeira vez que suas reservas ultrapassaram as dos dois maiores exportadores mundiais da commodity, de acordo com um novo estudo.

A Rystad Energy estima que as reservas de petróleo passíveis de extração nos campos existentes, novas descobertas e áreas produtoras ainda não descobertas dos Estados Unidos sejam equivalentes a 264 milhões de barris. O número ultrapassa os 212 milhões de barris da Arábia Saudita e os 256 bilhões de barris das reservas russas.

A análise de 60 mil campos de petróleo em todo o planeta, conduzida ao longo de um período de três anos pela empresa sediada em Oslo demonstra que as reservas mundiais totais de petróleo atingem os 2,1 trilhões de barris. Isso equivale a 70 vezes o ritmo atual de produção de 30 bilhões de barris ao ano, informou a Rystad Energy na segunda-feira (4).

As reservas passíveis de extração —os barris cuja extração é viável do ponto de vista tecnológico e econômico— são analisadas pelo setor de energia a fim de determinar o valor de mercado das empresas de petróleo e a saúde dos países produtores de petróleo em longo prazo.

Os produtores de petróleo convencionais, como a Arábia Saudita, tradicionalmente usam sua imensa riqueza em recursos naturais a fim de exercer o poder em termos mundiais, especialmente junto a grandes países consumidores como os Estados Unidos.

Esse relacionamento se viu abalado nos últimos anos pela fratura hidráulica e outras tecnologias novas que ajudaram os Estados Unidos a ganhar acesso a vastas reservas e permitiram que o país se tornasse mais independente em termos energéticos.

"Existe pouco potencial para futuras surpresas em muitos outros países, mas nos Estados Unidos ele continua a existir", disse Per Magnus Nysveen, analista da Rystad Energy, apontando para recentes descobertas na Bacia de Permian, no Texas e Novo México, a região petroleira mais prolífica dos Estados Unidos. "Três anos atrás, os Estados Unidos estavam atrás da Rússia, Canadá e Arábia Saudita".

Mais de metade das reservas remanescentes de petróleo dos Estados Unidos são constituídas por petróleo de xisto betuminoso, uma fonte heterodoxa, segundo os dados da Rystad Energy. O Texas detém, sozinho, mais de 60 bilhões de barris de petróleo de xisto betuminoso.

Outros boletins sobre as reservas mundiais de petróleo, como o "BP Statistical Review", acompanhado com muita atenção pelo setor, se baseiam nas informações prestadas pelas autoridades nacionais, e mostram os Estados Unidos ainda atrás de países como Arábia Saudita, Rússia, Canadá, Iraque, Venezuela e Kuwait.

A Rystad Energy afirma que os dados dos governos, em todo o planeta, são coligidos usando uma série de indicadores muitas vezes opacos. Os números de muitos países incluem frequentemente petróleo ainda não descoberto.

CUSTO

Embora os números relativos às reservas sejam cruciais, o custo de produção é igualmente vital, disse Richard Mallinson, da Energy Aspects, uma consultoria de energia sediada em Londres.

"Os números quanto às reservas importam, mas muitos outros fatores também determinam os retornos de curto e longo prazo daquilo que companhias e nações detêm", disse Mallinson. "O ganho de importância dos Estados Unidos não diminui o papel da Rússia ou da Arábia Saudita, já que o petróleo dos dois países está entre os de extração mais barata no planeta".

Os países da Opep (Organização dos Países Exportadores de Petróleo), liderados pela Arábia Saudita, nos dois últimos anos permitiram a queda dos preços do petróleo para garantir que sua fatia de mercado seja protegida em longo prazo, diante de produtores de custo mais alto.

Ainda que a produção do petróleo de xisto betuminoso nos Estados Unidos tenha se tornado mais barata —os custos nos últimos anos caíram, em alguns casos, para menos de US$ 40 por barril—, a Arábia Saudita e os demais produtores do Oriente Médio continuam a bombear petróleo por menos de US$ 10 por barril.

"Existe uma faixa confortável de preços para os produtores convencionais da Opep. Eles querem preços altos o bastante para gerar receita sólida a fim de bancar gastos sociais em seus países, mas não altas o bastante para tornar petróleo de extração muito mais cara economicamente viável", disse Mallinson.

O boom do petróleo de xisto betuminoso nos Estados Unidos foi um dos fatores por trás do recente colapso no preço do petróleo, que derrubou o petróleo padrão Brent de um pico de US$ 115 por barril na metade de 2014 a abaixo de US$ 30 este ano.

http://www1.folha.uol.com.br/mercado/20 ... ssia.shtml




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Re: Geopolítica Energética

#874 Mensagem por V.Soares » Sex Jul 08, 2016 2:54 pm

Notícia


Brasil fecha com Argentina sua primeira exportação de urânio enriquecido, diz INB

A Indústrias Nucleares do Brasil (INB) fechou com a Argentina seu primeiro contrato de exportação de urânio enriquecido. A estatal enviará quatro toneladas de urânio enriquecido em pó na forma de UO2 (dióxido de urânio) que serão utilizados a carga inicial de combustível do reator Carem, da estatal local Combustíveis Nucleares Argentinos (Conuar). O valor do contrato é de US$ 4 milhões. O anúncio foi feito nesta segunda-feira, 20, pelo presidente da INB, João Carlos Tupinambá, na abertura do simpósio anual da Seção Latino Americana da Sociedade Nuclear Americana (LAS/ANS), no Rio de Janeiro. A INB enviará três lotes distintos, com teor de enriquecimento de 1,9% (1,43 toneladas), 2,6% (670 quilos) e 3,1% (2 toneladas). No caso dos dois primeiros lotes a estatal processou estoques de urânio enriquecido importado e transformou em pó. O terceiro lote foi integralmente enriquecido e transformado em pó no Brasil, na fábrica de Resende (RJ). O contrato com os argentinos foi assinado há 15 dias, após um ano de conversas. A ideia é buscar uma parceria mais efetiva com o país, com conversas para fornecimento para a central nuclear Atucha I e de uma nova leva de urânio enriquecido para o mesmo reator. “Estamos otimizando nosso estoque. Essas ações não colocam em risco o fornecimento nacional. O importante é firmar o Brasil no cenário mundial”, diz Tupinambá. O executivo que assumiu a INB no início deste ano preferiu não atrelar a exportação ao momento delicado enfrentado pelo setor nuclear no Brasil, paralisado pelas investigações da Operação Lava-Jato envolvendo a Eletronuclear e a construção de usinas como Angra 3. “A área nuclear está em compasso de espera e a INB se insere nesse contexto”, admitiu. Atualmente a capacidade de produção de urânio enriquecido da INB só é capaz de atender a 40% das necessidades anuais da usina nuclear Angra 1, que soma 100 mil UTS (Unidades de Trabalho de Separação). A INB possui apenas seis cascatas (equipamentos necessários ao processo de enriquecimento), de um projeto que engloba dez. Tupinambá explica que seriam necessários mais R$ 100 milhões para completar o projeto. Com a conclusão das cascatas a empresa poderia atender Angra 1 e 20% de Angra 2. Os recursos do programa de governo, entretanto, não têm chegado à INB. A estatal é, segundo Tupinambá, uma empresa com custo anual de R$ 1 bilhão. Com contingenciamentos o orçamento deve ficar em R$ 800 milhões. O material enriquecido a ser enviado para a Argentina será transportado por terra da fábrica de Resende (RJ) até Uruguaiana (RS), com escolta da Polícia Rodoviária Federal. Caso o produto não seja exportado até a próxima semana será preciso esperar o fim das Olimpíadas, que mobilizarão o efetivo de segurança. Em prisão domiciliar por acusações de recebimento de propina na Operação Lava-Jato, o ex-presidente da Eletronuclear Othon Luiz Pinheiro da Silva foi o responsável por desenvolver aqui o processo de enriquecimento de urânio através de ultra centrífugas. O presidente da INB informou que após enfrentar problemas de licenciamento em Caetité (BA), a empresa partiu para um outro projeto. “Estamos retomando esse ano e começando a desenvolver uma nova mina”, disse. A primeira mina no local se exauriu e a empresa teve problemas para licenciar um segundo projeto. Agora está optando por uma terceira via, com uma mina a céu aberto. Em fase de licenciamento pela Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN), a mina deve atingir sua capacidade máxima de produção, de 250 toneladas de urânio ao ano, em 2018 se tudo der certo. O projeto faz parte do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) e tem orçamento estimado em R$ 182 milhões. Em 2016 serão investidos R$ 32 milhões no decapeamento da unidade e já deve haver uma produção inicial de 60 toneladas. A INB trabalha com o início da lavra na nova mina no meio do ano que vem, quando serão necessários mais R$ 150 milhões. O Brasil tem reservas conhecidas de urânio de 300 mil toneladas, uma das maiores do mundo. Tupinambá afirma que há outras áreas a serem pesquisadas e desenvolvidas para a exploração do minério, mas que para isso seria importante flexibilizar a legislação e permitir associações com a iniciativa privada. Hoje a exploração do urânio é monopólio da INB. “Como a INB não tem recursos, a presença de uma empresa estrangeira que pudesse aportá-los seria bem-vinda”, afirma. A empresa tem uma parceria com a privada Galvani, mas em produção de fosfato com urânio como subproduto associado.

http://istoe.com.br/brasil-fecha-com-ar ... o-diz-inb/




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Re: Geopolítica Energética

#875 Mensagem por Túlio » Sex Jul 08, 2016 3:08 pm

E aí vemos mais um exemplo de como o excesso de Estado na Economia mantém o Brasil como o eterno Pais do Futuro... :roll: :roll: :roll: :roll:




“Look at these people. Wandering around with absolutely no idea what's about to happen.”

P. Sullivan (Margin Call, 2011)
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Re: Geopolítica Energética

#876 Mensagem por akivrx78 » Qua Jul 13, 2016 9:14 am

Por que a Tendência de Queda do Petróleo não é Brincadeira?

Por Ellen R. Wald, Ph.D.Commodities 21 horas atrás

No final da semana passada, o preço do petróleo caiu 5%, algo inesperado. Esta queda segue de perto a notícia de que as reservas de petróleo nos Estados Unidos não diminuíram o suficiente – apenas 2,2 milhões de barris na semana encerrada no dia 1º de julho (links em inglês). Isto significa que as refinarias usaram muito menos petróleo do que o previsto para o início deste trimestre. As reservas de gasolina também caíram menos do que o esperado – apenas 122.000 barris foram utilizados ao passo que a projeção era de mais de 300.000.

Esses dados indicam que, nos últimos meses, os eventos mundiais estavam escondendo que ainda há um excesso de oferta mundial de petróleo e gasolina. Apesar dos novos eventos, o preço do petróleo deve continuar em queda para refletir isso.

Excesso de oferta nos Estados Unidos

Os norte-americanos estão dirigindo. Só não estão dirigindo o suficiente a ponto de impactar o mercado de petróleo – já com excesso de oferta – e as amplas reservas de petróleo. Normalmente, as refinarias norte-americanas extraem mais petróleo nesta época do ano para produzir mais gasolina a fim de suprir a demanda da temporada de férias. No entanto, quando o petróleo estava barato nos últimos meses, as refinarias aumentaram a extração, o que significa que elas já estavam ultrapassando a demanda meses atrás. Esta gasolina adicional explica os números divulgados pela EIA (Energy Information Administration) no dia 1º de julho e expõe o excesso de petróleo que os eventos mundiais estavam escondendo.

Sobrecarga de petroleiros

Fotos (link em inglês) por satélite de petroleiros em todo o mundo ilustram o excesso visível de oferta do petróleo. Pontos e setas indicam um engarrafamento de superpetroleiros entre o Golfo Pérsico e a China. Os piores gargalos são visíveis em torno de Singapura, onde fotografias terrestres revelam um ancoradouro com navios aguardando para entrar em portos na Ásia e descarregar as cargas. A situação em contango também agrava esses engarrafamentos porque ainda é mais barato manter o petróleo armazenado em navios enquanto os proprietários aguardam a alta dos preços da commodity. No entanto, há o risco de uma inundação repentina do petróleo no mercado e uma queda correspondente dos preços.

Mascarando o excesso de oferta

Os eventos mundiais na Nigéria, Canadá, Líbia e Irã têm ajudado a mascarar a situação do excesso de oferta até agora. Os Vingadores do Delta do Níger (link em inglês), uma organização terrorista na Nigéria dedicada a destruir infraestrutura petrolífera do país, têm feito danos significativos, mas não o suficiente para impactar a produção mundial de petróleo de uma maneira mais grave. Os incêndios florestais (link em inglês) no Canadá interromperam temporariamente a produção nas areias betuminosas de Alberta, mas o incêndio foi combatido. A hostilidade entre produtores rivais na Líbia (link em inglês) resultou em uma suspensão das exportações de petróleo do país durante várias semanas. Notícias de possíveis greves entre os trabalhadores de petróleo da Noruega e do Kuwait (links em inglês) também elevaram os preços do petróleo temporariamente, embora estas questões trabalhistas tenham sido resolvidas antes da ocorrência de uma paralisação substancial. A especulação ampliou as consequências de eventos geopolíticos, trabalhistas e ambientais e ajudou a estimular a alta do preço do petróleo para níveis maiores do que o devido.

Queda atual do petróleo

Notícias de que as refinadoras independentes da China (apelidadas de "teapot") estão processando menos petróleo, ao lado de notícias de uma maior produção nas regiões de shale oil nos EUA, ajudaram na queda do preço do petróleo na abertura dos mercados nesta semana (links em inglês). A pergunta é se esta queda atual resultará em um preço abaixo dos US$ 40 ou se alguma questão geopolítica, trabalhista ou ambiental surgirá e ocultará o excesso novamente.

http://br.investing.com/analysis/por-qu ... -200141055




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Re: Geopolítica Energética

#877 Mensagem por akivrx78 » Qua Ago 17, 2016 8:46 pm

China protesta por decisão da Austrália de vetar venda da sua maior elétrica à State Grid

Lusa 17 Ago, 2016, 10:57 | Mundo
A decisão da Austrália em vetar a venda de 50% da sua principal companhia elétrica, a Ausgrid, à State Grid, que em Portugal detém 25% da REN, mereceu hoje protestos do Governo chinês, informou a imprensa estatal.

O veto, que o secretário do Tesouro da Austrália, Scott Morrison, justificou com motivos de segurança nacional, "terá um grave impacto no entusiasmo dos investidores chineses", lê-se num comunicado emitido pela embaixada da China na Austrália.

"O Governo chinês está muito preocupado" com esta decisão, refere a nota.

A elétrica estatal chinesa State Grid, que em 2012 comprou 25% das ações das Redes Energéticas Nacionais (REN) de Portugal, por 387 milhões de euros, ofereceu, em conjunto com um grupo de Hong Kong, 10.000 milhões de dólares australianos (6.833 milhões de euros), por metade da Ausgrid.

O comunicado oficial refere que esta não é a primeira vez que a Austrália veta um importante investimento da China, após ter rejeitado a compra da Kidman & Co., empresa especializada na atividade pecuária, por parte de um consórcio chinês.

Estas decisões revelam "claras tendências protecionistas", num Governo australiano que "defendeu, em muitas ocasiões, o investimento de negócios chineses, mas que toma decisões no sentido contrário", assinalou o comunicado da embaixada chinesa.

"Esperamos que a Austrália faça mais esforços para conseguir um ambiente melhor, mais justo e transparente para as empresas chinesas", conclui o documento.




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Re: Geopolítica Energética

#878 Mensagem por akivrx78 » Sáb Set 03, 2016 9:03 am

Energia nuclear na Arábia Saudita
Imagem
André Figueiredo Nunes (Colaborador Voluntário Júnior 1) 13 horas ago

Conhecida internacionalmente por seus grandes poços de petróleo e como uma liderança regional no Oriente Médio e no mundo árabe, a Arábia Saudita não possui oficialmente um programa nuclear com fins militares e se tornou signatária do Tratado de Não Proliferação de Armas Nucleares desde 1968, ano em que o mesmo foi aberto para assinatura, muito embora não tenha aderido ao Protocolo Adicional de 1997. Apesar disso, em dezembro de 2006, os seis Estados membros do Conselho de Cooperação do Golfo (CCG), entre eles os sauditas, anunciaram planejamento para o uso da energia nuclear para fins pacíficos.

Em abril de 2010, o Governo da Arábia Saudita emitiu através de Decreto Real um comunicado informando os principais motivos pelos quais o país tem necessidade de recorrer à energia nuclear: “O desenvolvimento da energia atômica é essencial para atender às crescentes necessidades do Reino para geração de energia elétrica, produção de água dessalinizada e redução da dependência dos finitos recursos de hidrocarbonetos”. Há alguns anos, Riad tem concentrado esforços na utilização da energia nuclear como fonte energética substitutiva do gás natural e de combustíveis derivados do petróleo em plantas de dessalinização da água do mar para baratear o custo de operação. Atualmente, o país conta com a maior usina de dessalinização do mundo, que foi construída na cidade de Ras Al Khair, localizada na costa oeste do país, com a capacidade de produzir cerca de 728 milhões de litros de água dessalinizada por dia.

No que diz respeito à geração de energia elétrica, de acordo com a World Nuclear Association, a crescente demanda desse tipo de energia por uma população estimada pela Organização das Nações Unidas (ONU) em aproximadamente 31 milhões de pessoas, em um país com escassez de recursos hídricos, tem direcionado o Governo nacional a investir na energia nuclear como uma alternativa viável e mais barata que os combustíveis fósseis para geração de eletricidade.

Recentemente, a Arábia Saudita anunciou que planeja construir 16 reatores nucleares ao longo dos próximos 20 anos, a um custo superior a 80 bilhões de dólares, o que tem levado Riad a se abrir à compromissos de cooperação internacional. Atualmente, o Reino possui acordos com países como a França, Coreia do Sul, Argentina e China para pesquisa, compra e construção de reatores nucleares. A Rússia, por sua vez, já demonstrou interesse no plano saudita e também pretende investir no país.

O desenvolvimento da tecnologia nuclear para fins pacíficos na Arábia Saudita tem se mostrado como uma solução importante para os problemas energéticos do Reino, que tem procurado investir no setor para garantir sua segurança hídrica e energética com maior eficiência, diversificando a matriz nacional para geração de energia.

http://www.jornal.ceiri.com.br/energia- ... a-saudita/




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Re: Geopolítica Energética

#879 Mensagem por akivrx78 » Sáb Set 03, 2016 9:09 am

http://english.yonhapnews.co.kr/news/20 ... 00315.html

Quem lé este artigo acima :roll: pensa ser tudo uma maravilha, abaixo os detalhes que foram varridos para de baixo do tapete.

http://www.youtube.com/watch?v=sCPyFzFdg5k

Projeto nuclear do EAU, em 2009 o EAU escolheu a CS para construir 4 reatores, eles ofereceram um valor 50% mais baixo que dos japoneses e 80% mais baixo que dos franceses, além disto o reator seria um projeto inovador APR1400 e ofereceram 60 anos de garantia do projeto.

Quem iria construir a usina vendida pela CS seria empreiteiras japonesas que tem o maior nível de seguradoras para projetos de risco, como o EAU achou a proposta da CS muito boa para ser verdade eles exigiram que a CS construisse um reator igual em seu território e testasse por 1 ano antes de prosseguir com o projeto no EAU.

Pois bem a CS construiu um reator igual mas com um atraso de 3 anos, entrou em operação somente este ano e as empreiteiras japonesas e seguradoras do projeto caíram fora...pois a multa por um acidente foi estipulado em US$180 Bilhões o EAU passou a exigir que o governo da CS pagasse uma multa de US$2 Bilhões por não cumprir o contrato original.

Imagem
Para tentar cumprir o acordo e não pagar a multa, a CS fez um novo acordo com o EAU, o governo da CS vai construir a usina com os 4 reatores e operar elas por 30 anos no EAU, parte do dinheiro para financiar a obra o governo da CS pegou emprestado do banco japonês Mizuho.

Como agora a usina vai ser construida e operada pela estatal da CS, eles inventaram um monte de coisa para baratear ao máximo o projeto que nunca foi aprovado e nem testado pela AIEA...

http://c8.alamy.com/comp/FY02M8/scale-model-of-advanced-power-reactor-1400-apr1400-nuclear-FY02M8.jpg
Em 2013, descobriu-se que uma empresa privada tinha falsificado a documentação de ensaio de qualidade para cabos de controle usados em equipamentos de refrigeração e em 2014 três pessoas morreram em um vazamento de gás nitrogênio.
Não foi feito um teste da AIEA de alta pressão do reator com combustível dentro porque em caso de vazamento a radiação iria contaminar o local, a coisa mais doida é que dizem que o projeto falta 3.5m de agua na piscina para troca de combustível. :shock: não é um erro de projeto mas sim intencional para reduzir custos de construção.

Vai ser interessante acompanhar este projeto, se der certo pode se tornar um novo modelo, mas se der errado poderemos ver um novo desastre nuclear.




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Re: Geopolítica Energética

#880 Mensagem por akivrx78 » Dom Set 04, 2016 8:08 am

03/09 às 12h57 - Atualizada em 03/09 às 13h00
Anel Energético Asiático pode ajudar a resolver questões geopolíticas

"Estabelecer pontes", este é o lema do Fórum Econômico do Oriente, que está sendo realizado nesta sexta-feira (2) em Vladivostok e discutido na conferência "Cooperação energética no Círculo do Pacífico".

Atualmente, percebe-se um interesse crescente do Círculo do Pacífico na oferta de energia, pois os países estão diversificando mais e mais seus recursos energéticos e fornecimento de energia. A Sibéria e o Extremo Oriente russo são os donos dos maiores depósitos de gás e petróleo do mundo. Tal liderança pode trazer benefícios com a realização de projetos conjuntos na área de energia.Entre esses projetos, o Anel Energético Asiático se destaca. A meta principal deste projeto é unir os sistemas energéticos da Rússia, Japão, Coreia do Sul, China e Mongólia.

A ponte que unirá os países destacados foi tema de negociações ainda em 2000. Até então o projeto não foi posto em prática. Na época, o Japão não estava pronto para receber energia elétrica, não só por não ter experiência na cooperação energética com estrangeiros, mas também por causa da falta de estímulo econômico. A situação mudou depois da tragédia na usina nuclear de Fukushima, que causou a interrupção do trabalho de quase todos os reatores nucleares do país.

O desastre intensificou a submissão japonesa ao fornecimento de energia por outros países, afirmou em conferência de imprensa, o ex-diretor executivo da agência Internacional de energia Tanaka Nobuo:"… Sem a energia nuclear, nos tornamos muito dependentes de abastecimento de combustível, principalmente, de países do Oriente Médio. A instabilidade na região põe em risco a estabilidade da cadeia de abastecimento no Japão. É um risco muito grande. Por isso, estamos diversificando não somente as fontes de energia, nuclear e recursos renováveis como petróleo, gás e carvão, que levamos em consideração a eficiência deles, mas também os países fornecedores". Tanaka Nobuo acrescenta que, se for escolhido o gás entre as outras fontes de energia, há uma chance do Japão se afastar do Oriente Médio, aumentando as relações econômicas com América do Norte, Austrália, países da ASEAN e Rússia.

Este último, podendo se tornar o fornecedor mais importante. Conforme Tanaka, além de facilitar relações econômicas com outros países, o projeto pode promover diálogo na resolução de questões geopolíticas. Anton Inyutsyn, vice-ministro da Energia russo, em entrevista exclusiva à Sputnik Japão, disse que "se há interesse e benefícios para os países envolvidos, o projeto pode ser posto em prática".

O novo Conselho de ministros japoneses vem semeando terreno russo para o crescimento do investimento japonês com novos projetos e intensificando os já existentes no território do Extremo Oriente russo. Por seu lado, o Extremo Oriente pode oferecer às empresas japonesas condições muito atraentes de investimento.

Energia, transporte, agricultura, tratamento de madeira são as áreas em destaque para cooperação russo-japonesa no Extremo Oriente. No futuro, a ponte de energia entre Rússia e Japão, como parte do Anel Energético Asiático, pode se tornar o caminho para o desenvolvimento da cooperação entre os países.

http://www.jb.com.br/internacional/noti ... m_rss=None


Shinzo Abe quer assinar acordo e iniciar nova etapa nas relações russo-japonesas

03.09.2016

O primeiro-ministro japonês Shinzo Abe pediu ao presidente russo Vladimir Putin para iniciar uma nova etapa nas relações entre os dois países.

Imagem
O Japão e a Rússia nunca assinaram um acordo de paz permanente depois da Segunda Guerra Mundial por causa das divergências sobre a soberania de quatro ilhas (Iturup, Kunashir, Shikotan e Habomai) que a Rússia considera como Ilhas Curilas do Sul e o Japão denomina Territórios do Norte.

"Para revelar completamente o grande potencial das relações entre os nossos dois países, eu estou disposto, juntamente com você, Vladimir, a aplicar todos os esforços para o desenvolvimento das relações russo-japonesas", disse o premiê japonês.

"Como líder do Japão, estou convencido na justeza da posição do Japão, assim como você, Vladimir, está convencido da justeza da posição da Rússia. Mas, se continuarmos na mesma linha, podemos continuar esta discussão ao longo de décadas. Mas se deixarmos tudo como está agora, sem alterações, nem eu nem você seremos capazes de criar melhores oportunidades para as gerações futuras. Vladimir, você e eu somos homens da mesma geração, vamos ser corajosos e assumir a responsabilidade.

Vamos superar todas as dificuldades e deixar às pessoas da próxima geração um mundo em que os nossos dois países revelem seu enorme potencial. Vamos colocar um ponto final nesta situação anormal, que já dura há 70 anos, e começar juntos construindo uma nova etapa nas relações russo-japonesas, que se prolongue pelos próximos 70 anos", disse Abe durante o encontro com Putin nas margens do Fórum Econômico do Oriente em Vladivostok.

Os dois líderes discutiram durante o Fórum todos os aspetos da cooperação bilateral, incluindo as relações econômicas. O presidente russo, por seu lado, expressou a vontade de dar passos decisivos na cooperação com o Japão, mas acrescentou que estes passos devem ser muito bem preparados. "Shinzo, com quem temos relações muito boas e confiáveis, disse que nós tínhamos nossa própria visão da situação e o lado japonês tinha sua própria. Cada lado olha através do prisma dos interesses nacionais do seu país, mas estamos unidos numa coisa — os problemas devem ser resolvidos", disse o presidente russo.

http://br.sputniknews.com/asia_oceania/ ... rilas.html




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Bourne
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Re: Geopolítica Energética

#881 Mensagem por Bourne » Sáb Fev 11, 2017 2:13 pm

Uma visão, talvez muito otimista, sobre o futuro das energia renováveis e decadência dos combustíveis fósseis.

Faz sentido. Primeiro os dados indicam esse caminho. Segundo que o custo de energias renováveis despencou (solar e eólica, por exemplo). Terceiro o custo ambiental dessas energias renováveis é muito menor e, ao mesmo tempo, reduz dependência de importação de petróleo. Os chineses perceberam essas vantagens e mergulharam na energia renovável. Querem se livrar do carvão, importação de petróleo para combustível e estancar a poluição.

Isso quer dizer que pré-sal se foi. Não vale a pena extrair esse petróleo.



http://www.carbontracker.org/wp-content ... perial.pdf




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Re: Geopolítica Energética

#882 Mensagem por Grep » Sáb Fev 11, 2017 3:17 pm

De novo essa de que o pré-sal se foi?

A alguns meses estavam falando maqui no DB que o preço do petróleo não voltaria a subir e que o pre-sal seria abandonado, não é o que vem acontecendo.




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Sterrius
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Re: Geopolítica Energética

#883 Mensagem por Sterrius » Sáb Fev 11, 2017 7:33 pm

petroleo como meio de energia.

Não petróleo para agricultura, medicina e outras áreas. Com mais de 3000 produtos derivados no portfólio estamos presos ao petróleo por muito tempo ainda.

Pra energia, hidrelétrica, nuclear, solar, eólica são limpas. Gás não é limpo mas é anos luz de oléo diesel e carvão.




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Bourne
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Re: Geopolítica Energética

#884 Mensagem por Bourne » Sáb Fev 11, 2017 7:54 pm

O pré-sal e toda fonte de exploração que possui custos elevados. Para energia que era a grande demanda o petróleo/carvão está virando coisa do passado. Seja para automóveis, motos, caminhões. Seja para produção de energia que ainda se queima muito carvão e diesel por aí.

Não serve por que é tem fontes mais baratas. Não como competir quando oferece um carro/moto que roda 600 km com recarga de 2,5 ou 5 dólares. Já falam em mil km e que tem desempenho de carro esportivo. Tudo bem que o veículo é caro, ainda. Mas com a tecnologia da baterias o custo de aquisição está despencando. Já os carros da tesla, GM, Ford, chinesas estão chegando no nível dos carro movidos gasolina.

Agradeça aos chineses que baratearam tudo e agarraram oportunidade de dominar essa industria. Também a UE que endureceu a legislação de emissões de poluentes que decretou do veículo combustão. A Califórnia por ser avançadinha liderar a legislação ambiental mais dura e dar condições do pessoal como tesla surgir. O agradecimento para Brasil é ótimo essa tecnologia. Literalmente dará independência na importação de petrolíferos e libera espaço da cana para plantação de alimento. E a Petrobras pode voltar ideia de ser empresa de energia e não de petróleo.

Aguardem, logo o Brasil começa importar e implantar tecnologia fazendas de energia e células para geração descentralizada de energia solar chinesas. Aliás, a geração descentralizada seria importante para aliviar a pressão sobre usinas e sistema. Uns 20 anos atrasado.

Abaixo a opinião de um artigo publicado no pravda nacional. :mrgreen:
Por que a energia solar não deslancha no Brasil

por Heitor Scalambrini Costa * — publicado 03/09/2015 19h10, última modificação 04/09/2015 10h56
Panorama de um cenário insólito: país mantém desaproveitado seu índice de insolação elevadíssimo — por falta de políticas do Estado e boicote das distribuidoras privadas

A capacidade instalada no Brasil, levando em conta todos os tipos de usinas que produzem energia elétrica, é da ordem de 132 gigawatts (GW). Deste total menos de 0,0008% é produzida com sistemas solares fotovoltaicos (transformam diretamente a luz do Sol em energia elétrica). Só este dado nos faz refletir sobre as causas que levam nosso país a tão baixa utilização desta fonte energética tão abundante, e com características únicas.

O Brasil é um dos poucos países no mundo, que recebe uma insolação (numero de horas de brilho do Sol) superior a 3000 horas por ano. E na região Nordeste conta com uma incidência média diária entre 4,5 a 6 kWh. Por si só estes números colocam o pais em destaque no que se refere ao potencial solar.

Diante desta abundância, por que persistimos em negar tão grande potencial? Por dezenas de anos, os gestores do sistema elétrico (praticamente os mesmos) insistiram na tecla de que a fonte solar é cara, portanto inviável economicamente, quando comparadas com as tradicionais.

Até a “Velhinha de Taubaté” (personagem do magistral Luis Fernando Veríssimo), que ficou conhecida nacionalmente por ser a última pessoa no Brasil que ainda acreditava no governo militar, sabe que o preço e a viabilidade de uma dada fonte energética dependem muito da implementação de políticas públicas, de incentivos, de crédito com baixos juros, de redução de impostos. Enfim, de vontade política para fazer acontecer.

O que precisa ser dito claramente para entender o porquê da baixa utilização da energia solar fotovoltaica no país é que ela não tem apoio, estímulo nem neste, nem nos governos passados. A política energética na área da geração simplesmente relega esta fonte energética. Por isso, em pleno século XXI, a contribuição da eletricidade solar na matriz elétrica brasileira é pífia, praticamente inexiste.

A realização recente de dois leilões exclusivos para esta fonte energética deixou claro que não basta simplesmente realizar o pregão é necessário que o preço final seja competitivo para garantir a viabilidade das instalações. O primeiro leilão realizado a nível nacional, em outubro de 2014, resultou na contratação de 890 MW, e o valor final atingiu R$ 215,12 / MWh. O segundo, realizado em agosto de 2015, terminou com a contratação de 833,80 MW, a um valor médio de R$ 301,79 / MWh. Ainda em 2015, em novembro próximo será realizado um terceiro leilão especifico para a fonte solar.

Por outro lado, a geração descentralizada — aquela gerada pelos sistemas instalados nos telhados das residências — praticamente não recebe nenhum apoio e consideração governamental. Apesar do enorme interesse que desperta, segundo pesquisas de opinião realizadas.

Em janeiro de 2013, a Norma Resolutiva 482/2012, da Agencia Nacional de Energia Elétrica (Aneel), estabeleceu regras para a micro (até 100 kW) e a mini geração (entre 100 kW e 1.000 kW). Permitiu, em tese, que consumidores possam gerar sua própria energia, e trocar o excedente por créditos, que dão desconto em futuras contas de luz. Mas não alavancou o uso desta fonte energética. Os dados estão ai.

Segundo a própria Aneel, o numero de sistemas deste tipo implantados passou de 8 (de janeiro a março de 2013) para 725 (entre abril e junho de 2015). Deste total, 681 são sistemas fotovoltaicos, 4 biogás, 1 biomassa, 11 solar/eólica, 1 hidráulico e 27 eólicos. São números insignificantes quando comparados, por exemplo, com a Alemanha — que dispõe de mais de um milhão de sistemas instalados nos telhados das residências.

Fica evidente que persistem obstáculos para uma maior participação da eletricidade solar na matriz elétrica. Para transpor os obstáculos, são necessárias políticas públicas voltadas ao incentivo da energia solar. Por exemplo: a criação, pelos bancos oficiais, de linhas de credito para financiamento com juros baixos; a redução de impostos tanto para os equipamentos como para a energia gerada; a possibilidade de utilizar o FGTS para a compra dos equipamentos e mais informação através de propaganda institucional sobre os benefícios e as vantagens da tecnologia solar.

Mas o que também dificulta enormemente a geração descentralizada é a atitude das distribuidoras de energia — que administram todo o processo, desde a análise do projeto inicial de engenharia até a conexão à rede elétrica. Cabe a elas efetuarem a ligação na rede elétrica, depois de um burocrático e longo processo administrativo realizado pelo consumidor junto à companhia.

E convenhamos, aquelas empresas que negociam com energia (compram das geradoras e revendem aos consumidores) não estão nada interessadas em promover um negócio que, mais cedo ou mais tarde, afetará seus lucros. Isto porque o grande sonho do consumidor brasileiro é ficar livre, não depender das distribuidoras com relação à energia que consome. O consumidor deseja é gerar sua própria energia.

Aí está o “nó” do problema que o governo não quer enfrentar. O lobby das empresas concessionárias, 100% privadas, dificulta o processo através de uma burocracia infernal, que nem todos que querem instalar um sistema solar estão dispostos a enfrentar. Enquanto que em dois dias você instala os equipamentos na sua residência, tem que aguardar quatro meses para estar conectado na rede elétrica.

O diagnóstico dos problemas encontrados é quase unânime. Só não “enxerga” quem não quer. E não “enxergando”, os obstáculos não serão suplantados. Assim o país continuará patinando, mergulhado em um discurso governamental completamente deslocado da realidade.

Acordem “ilustres planejadores” da política energética, pois a sociedade não aceita mais pagar pelos erros cometidos por “vossas excelências”. Exige-se mais democracia, mais participação, mais transparência em um setor estratégico, que insiste em não discutir com a sociedade as decisões que toma.

http://www.cartacapital.com.br/blogs/ou ... -3402.html




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Re: Geopolítica Energética

#885 Mensagem por Makenshi » Dom Fev 12, 2017 12:25 am

eu ainda mantenho minha opinião [leiga e sem embasamento] de que carro elétrico é fácil, difícil é caças/tanques/etc elétricos

esse petróleo americano aí, eles estão estocando pra quando o da arábia acabar, eles terem como continuar movendo suas máquinas de guerra




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