Minha preocupação sobre quais materiais são usados são apenas duas: custo dos materiais e o acréscimo de peso da aeronave. Não disse nada sobre "só colocar os materiais ali e pronto, ta um caça naval".Marechal-do-ar escreveu:Imagino que você tenha estudado alguma coisa de engenharia de materiais antes de escrever isso, pois bem, a questão não é só os materiais, já teve aeronaves navais feitas em alumínio e aço, é sim, possível, construir aeronaves navais com diversos materiais, duas grandes diferenças estão no projeto estrutural delas.
Aeronaves são "puxadas" pelas turbinas e "seguradas" pelos freios, esses são os dois pontos de origem de forças que o projeto estrutural de uma aeronave "terrestre" precisa levar em consideração, em um projeto naval há dois pontos adicionais, o trem de pouso frontal que "puxa" e o tailhook, que "segura", muitas veses com mais intensidade que os pontos originais, isso exige um reforço, é por isso que no desenho da SAAB está destacado duas linhas na aeronave, eles sabem que precisam de um reforço aqui e indicaram esse reforço, isso pouco afeta a fuselagem, o Gripen pode ter um monte de problemas, mas acho seguro afirmar que a SAAB sabe projetar um avião.
Não, toda energia exercida pelo lançamento da catapulta, chamado de estresse, é irradiado para a parte frontal da fuselagem da aeronave. É como dizer que ao puxar alguém por uma corda não haverá nenhuma energia nos ombros dela, somente na mão que segura a corda.
Eu tinha uma imagem que mostrava o desgaste causado durante o lançamento de um F-18, por exemplo, mas acabei perdendo. Havia postado recentemente mas não lembro o tópico.
Enfim, a energia produzida é absorvida mais pelos trens de pouso, isso é fato, porém uma grande quantidade de energia é irradiada para a fuselagem frontal. Caso não fosse, apenas o trem de pouso ou nos pontos de fixação do mesmo, teria que ser um material muitas vezes mais dúctil do que do resto da aeronave em si.
E porque a Royal Navy não viu grandes vantagens de te-lo. Mas foi apenas um exemplo, não contribui muito na questão.Marechal-do-ar escreveu:O EF-2000 não tem versão naval porque a Alemanha disse não.
Alias, EF-2000 e Rafale tiveram uma origem comum, a França fez parte do consórcio inicial, divergências entre a França e a Alemanha fizeram que o projeto fosse dividido em dois, uma dessas divergências e que a Alemanha não aceitou foi a versão naval.
Pelo número de aeronaves construídas, as objeções alemãs eram muito mais relacionadas a política do que a custos, pessoalmente, acho que a Alemanha errou em suas exigências.
Não é utilizar o material, mas como utiliza, com o quê e onde foram posicionados tais materiais.Marechal-do-ar escreveu:Provavelmente o Gripen utiliza os mesmos materias, e como disse antes, se não fosse, isso não o impediria de ser navalizado.
Repito, NÃO estou dizendo que o Sea Gripen não é possível, é perfeitamente possível, só estou questionando se vale a pena gastar muito num projeto se poderíamos utilizar a verba para outro caça, sendo de 5ª geração. Não seria o custo total, mas uma boa parte.
Quando diz aeronave pelada quer dizer só a aeronave ou com sistemas embarcados?Marechal-do-ar escreveu:Para colocar desenvolvimento, treinamento e armas em potes separados você deve estar assumindo que cada Gripen pelado custa USD 150 milhões, mas de onde veio esse número? Na boa, sem chance... Para a aeronaves pelada USD 50 milhões é mais factível, ao adicionar os custos de desenvolvimento, treinamento e armas diluídos por 24 aeronaves ai sim o custo de cada passa para os USD 100-150 milhões, mas nunca o custo de uma única aeronave sem nada.
Não, Egito em 2015 fechou acordo de USD 5,8 Bilhões por 24 Rafales, custando cerca de USD 242 milhões cada. Tenho certeza que nenhum saiu por USD 50 milhões. Não lembro onde li, mas citavam que o custo unitário do Gripen E seria perto de USD 100 milhões, sendo o custo unitário de nosso programa de USD 150 milhões (envolve desenvolvimento, treinamento e armamentos). Se este for o custo unitário de um Gripen E (por volta de USD 100 milhões), é totalmente factível que o Sea Gripen ficasse entre USD 130 milhões há USD 105 milhões. Agora USD 400 milhões para 24 aeronaves não existe como!
Não, o desenvolvimento do F-35 poderia ter sido muito barato se tivessem desenvolvido 3 aeronaves e não adaptado 1 aeronave em si em 3 versões, sendo todas elas com erros de projeto, que culminaram nisso. O F-35 não é um exemplo a ser usado ao se falar de desenvolver aeronave de 5ª geração.Marechal-do-ar escreveu:O custo do PAK-FA já superou em muito os 8 bi, até ele estar voando sua versão definitiva seu custo deve passar os 50 bi.
Não se iluda, desenvolver aeronaves de 5ª geração significa projetar uma aeronaves com requisitos conflitantes (furtividade vs aerodinâmica), é o tipo de desenvolvimento mais dificil e caro na engenharia (com o F-35 foram mais além ao adicionar ainda mais requisitos conflitantes, e com isso o custo de desenvolvimento já está nos trilhões), não será uma economia de alguns bi na compra de aeronaves usadas que vai fazer sobrar dinheiro para isso.
O custo do F-22, na época em que a coisa mais perto da 5ª geração era o F-117, onde tiveram mais desafios que nos F-35, pois tiveram que desenvolver a furtividade da 5ª geração, materiais como RAM Cerâmico, RCC (RAM Carbon-Carbon) e entre outros sistemas que eram "inéditos" até então. O F-35 só precisava ter seguido os passos do F-22, mas...
A diferença é que o F-22, que é um caça mais capaz se modernizado os sistemas embarcados pois nos demais quesitos obtém sucesso em todas em relação ao F-35, teve um custo de desenvolvimento por volta dos USD 67 Bilhões contra USD 1,5 Trilhões do F-35.
Não precisamos de um caça como F-35 ou F-22, um FS-2020 com algumas coisas melhoradas seria o suficiente, além de utilizar materiais já consolidados, como Alótropos do Carbono para suprir IR e o material do CTA em desenvolvimento, o MARE. O MARE, atualmente em fase de estudo, tende a ser efetivo acima de 2GHz, mas não impede detecção por radares de 500MHz mais antigos. Mesmo assim é eficaz contra 80-90% dos radares atuais que operam geralmente de 8 a 12 GHZ, geralmente de Banda I e\ou Banda J. O MARE pode diminuir o RCS em até 10dB por metro quadrado, ou seja, diminuindo pela metade o alcance de detecção. Com outros tipos de materiais, pode ficar ainda mais efetivo com outros compostos substituindo utilizados no MARE, como CNT-MMC no lugar da Fibra de Carbono por exemplo.
Não acho que gastaríamos, aliado com outro país (lembre-se que alguns da Europa que não aderiram ao F-35 podem ser potenciais parceiros junto com o Brasil e a SAAB, como França, Alemanha e entre outros, talvez a própria Suécia) seja maior que USD 30 Bilhões. Entrando com USD 4,2 Bilhões é um ótimo começo. Tais países já atuam em parceria no projeto do nEUROn, tecnologias utilizadas no mesmo podem ser utilizadas no FS-2020.
Volto a dizer, não estou dizendo que o Sea Gripen é impossível, é mais possível que transformar EF-2000 em naval ou MiG-29K em CATOBAR, mas não vejo vantagens em investir no desenvolvimento de um caça de 4,5ª geração em 2030.
Bom, os próprios materiais utilizados no Rafale M já é um bom indicativo. O jeito em que materiais como Al-Li e CFRP ou CE são utilizados no airframe da aeronave.Marechal-do-ar escreveu:Agora fiquei curioso, por que?