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Mensagem
por FCarvalho » Ter Jul 05, 2016 11:50 am
Concordo que as alterações são realmente bem distintas, mas não sabemos até agora se a aeronave alugada pela FAB é realmente um cargo ou comercial. E a depender disso, as mudanças podem ser maiores ou menores, mais ou menos complexas.
De qualquer forma, no caso de um eventual E-195 AEW&C, gostaria se possível, de discutir um pouco mais sobre o que seria exatamente este avião, e quais as nossas reais alternativas, haja vista que os E-99, custaram cada um, diz-se, cerca de US 85 milhões à época para a FAB. Qual não seria o custo então de um E-Jet?
Em todo caso o que temos hoje, pode ser dividido em quatro grandes áreas, como sendo um, o sensor principal que é o radar Ericson; dois, os sistemas EW/ESM; três os sistemas C4I e por fim, quatro, os sistemas de gestão de vôo. Poderíamos acrescer um quinto, que seria o sistema propulsor, no caso as turbinas, mas que não creio seriam exatamente um problema.
Destes sistemas, que concentram, como disse, quase a totalidade dos custos deste tipo de aeronave, até onde saiba, absolutamente nada é nacional nos E/R-99. Primeiro ponto de encarecimento de custos para um eventual substituto, qualquer que seja ele. E parece não haver alternativas nacionais para nenhum deles. Ao menos no curto/médio prazo.
Pergunta-se então:
1. o que poderíamos fazer em relação ao radar Ericson? Substituir por outro da mesma empresa; substituir por modelo diferente de outra empresa; desenvolver um radar próprio em colaboração com os suecos, ou outrem?
2. os sistemas de EW/ESM atuais dos E/R-99 já apresentam necessidade de um MLU; há possibilidade de relativa nacionalização destes sistemas, ou a substituição integral destes por modelos modernos importados, e seu posterior aproveitamento em um eventual E-195 AEW seria a solução mais plausível? temos tempo e tecnologia para apresentar alternativas a estas opções? qual a de menor custo?
3. da mesma forma os sistemas C4I também precisam hoje de um MLU, sendo que se repete aqui as mesmas questões apresentadas acima em relação ao sistemas de EW/ESM. Trocar, atualizar, modernizar ou nacionalizar? O que é melhor e mais adequado para nossa realidade?
4. os sistemas de gestão de vôo talvez sejam dos problemas o menor, uma vez que temos, assim entendo, uma alternativa "nacional" com a AEL, que possui hoje em seu portfólio sensores e sistemas que poderiam ser aproveitados em uma eventual revisão dos E/R-99 assim como, e também, de eventuais E-195. Ou simplesmente adotar os mesmos sistemas atuais dos E-1, ou até mesmo migrar para o Primus Epic 2 dos E-Jet E-2.
5. quanto as turbinas, tanto as GE originais do E-1 quanto as P&W dos E-2, penso, dariam conta do recado. Mas sempre fico aqui pensando o seguinte: e no caso de uma querela nossa com terceiros em que interesses do país de origem destes motores estejam envolvidos, não necessariamente a nosso favor, o que acontece? Ficamos na chon? A possibilidade de se apor alternativas de turbinas diferentes para um modelo específico e tão importante para a FAB não caberia uma análise mais criteriosa ou mesmo adoção?
Para pensar e discutir.
abs.
Carpe Diem