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Mensagem
por Lord Nauta » Ter Jun 21, 2016 4:49 am
SONHAR NÃO É PROIBIDO! A coluna INSIDER revela qual foi a missão confidencial do almirante Taveira na Itália, mês passado
Por Roberto Lopes
Nos dias 26 e 27 de abril deste ano a coluna INSIDER noticiou, com exclusividade, a viagem do contra-almirante (EN) Ivan Taveira Martins à Itália, para assistir a mostra SeaFuture 2016, promovida pela Marina Militare na base naval italiana de La Spezia, no período de 24 a 27 de maio, que incluiria (como, de fato, incluiu) uma exibição de escoltas e navios-varredores antiquados que os chefes navais italianos estão oferecendo a marinhas estrangeiras.
Neste fim de semana podemos informar aos leitores da coluna que a viagem do almirante Taveira não se limitou a verificar as condições dos meios postos em disponibilidade pelos chefes navais italianos.
Serviu, principalmente, para sinalizar à Marina Militare, e a outras marinhas europeias (e não europeias) que possuem embarcações sofisticadas, a intenção da Força Naval brasileira de adquirir, por compras de oportunidade, meios navais bem mais modernos que os ofertados em La Spezia – todos com mais de 30 anos de uso.
A França não vendeu a sua fragata FREMM Normandie ao Egito? Por que a Itália não poderia fazer o mesmo? Disponibilizando as suas FREMM ou outro escolta qualquer?
O certo, caro leitor, é que na Itália, o almirante Taveira sondou sobre a possibilidade de o Brasil comprar outros meios que não os ofertados em La Spezia.
Opções – As FREMM italianas entraram em serviço há apenas três anos. É pouquíssimo provável que a Esquadra italiana as libere.
Restariam, então, os dois modernos destróieres de Defesa Aérea classe Orizzonte, que sequer completaram dez anos de mar, e os dois do tipo Durand de la Penne – o Luigi Durand de la Penne e o Francesco Mimbelli –, de 5.400 toneladas, navios construídos entre o fim da década de 1980 e o início dos anos de 1990 que, apesar de transportarem vários sistemas de armas atualizados (e disporem de hangar para dois helicópteros), são o resultado de um projeto que não priorizou, por exemplo, tecnologias de furtividade.
Entretanto, a Marinha peruana já manifestou, abertamente, o seu interesse pelas Durand de la Penne, para quando a Marinha italiana se dispuser a vende-las – o que está previsto para acontecer só por volta do ano de 2024.
Seja como for, o recado levado pelo almirante Taveira à Europa tinha o objetivo de colocar a Marinha do Brasil como potencial compradora de meios atualizados.
Na Esquadra francesa uma opção seriam as chamadas “fragatas ligeiras” tipo La Fayette, de 3.600 toneladas a plena carga – unidades de projeto stealth com tecnologia original de 20 anos atrás, ou um pouco menos.
Amparada em quais reservas financeiras a Marinha do Brasil pode sonhar tão alto? A coluna INSIDER também gostaria de saber…
Prioridade – De qualquer forma, a viagem do almirante Taveira não parece ter alterado a prioridade do Comando da Marinha e do Almirantado para resgatar a capacidade operacional da Esquadra: fazer avançar o projeto das corvetas da classe Tamandaré – de forma a ter a primeira pronta em 2023 – e devolver ao setor operativo o maior número de escoltas possíveis (leia-se fragata Defensora e corvetas classe Inhaúma).
Trata-se, na verdade, de uma corrida contra o tempo. Até porque, ainda neste ano, a Marinha dará baixa na fragata Tipo 22 Greenhalgh (F-46) e em, pelo menos, mais um meio da Esquadra.