A PMERJ? Ok, ok, essa foi muito maldosa da minha parte.Clermont escreveu:Talvez no mesmo lugar onde os traficantes e os milicianos conseguem essas coisas.EDSON escreveu:E onde é que este "poderoso" exército vai arrumar fuzis, munições e especialistas que podem transforma-los em guerreiros?
Ministério da Defesa
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Re: Ministério da Defesa
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Re: Ministério da Defesa
Tem o Maduro Louco de Pedra da Venezuela. Aquele ali rasga dinheiro e toma injeção na testa...E deve ter um bom estoque de armas e munições (acredito eu...)...EDSON escreveu:Fala sério Clermont!!! A cidade del Leste e o Paraguai vai arrumar todo este equipamento? Meu Deus!!!! Então o Exército Paraguaio é mais poderoso da América do Sul pois é só ir na loja do lado lado de casa e pegar tudo que precisa. Fabrica de munições e tudo mais ao alcance de todos por um bom preço?! Mas então quem financia? A Arabia Saudita ou a China? Pois vai precisar de muito dinheiro para recrutar armar um Exército capaz de derrubar o poder vigente. No máximo este gente armada como falou vai conseguir causar problemas locais.Clermont escreveu: Talvez no mesmo lugar onde os traficantes e os milicianos conseguem essas coisas.
Vai ser a primeira vez na história onde os suprimentos são desembarcados no país a ser atacado, ou seja, no porto de Paranaguá e levado a o Paraguai e de la para o novo exército vermelho. A conta não fecha!!!
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Re: Ministério da Defesa
Tem uns oficiais da antiga do EB, já aposentados há um bom tempo, que viajam direto na maionese com estas histórias de conflito entre democracia e comunismo no Brasil. Na época deles na ativa este era o mote, a própria razão das forças armadas existirem (defender o "mundo livre" da URSS comunista e seus aliados), e até agora eles não conseguiram trocar de canal e ficam inventando espantalhos para justificar suas paranóias. Daí surgem estas pérolas como o texto citado, mas na prática não acontece nada, porque simplesmente não há condições de nada acontecer.
No máximo o MST vai voltar a fazer as invasões de sempre, com bandos de maltrapilhos derrubando cercas e quebrando janelas, e as polícias vão cuidar de cada caso. E pronto, isso é o mais perto de uma "revolução comunista" que pode vir a ocorrer no Brasil .
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No máximo o MST vai voltar a fazer as invasões de sempre, com bandos de maltrapilhos derrubando cercas e quebrando janelas, e as polícias vão cuidar de cada caso. E pronto, isso é o mais perto de uma "revolução comunista" que pode vir a ocorrer no Brasil .
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Re: Ministério da Defesa
Perfeito. Exatamente este ponto de vista foi defendido no interessantíssimo documentário de Adam Curtis - O Poder dos Pesadelos.LeandroGCard escreveu:Tem uns oficiais da antiga do EB, já aposentados há um bom tempo, que viajam direto na maionese com estas histórias de conflito entre democracia e comunismo no Brasil. Na época deles na ativa este era o mote, a própria razão das forças armadas existirem (defender o "mundo livre" da URSS comunista e seus aliados), e até agora eles não conseguiram trocar de canal e ficam inventando espantalhos para justificar suas paranóias. Daí surgem estas pérolas como o texto citado, mas na prática não acontece nada, porque simplesmente não há condições de nada acontecer.
No máximo o MST vai voltar a fazer as invasões de sempre, com bandos de maltrapilhos derrubando cercas e quebrando janelas, e as polícias vão cuidar de cada caso. E pronto, isso é o mais perto de uma "revolução comunista" que pode vir a ocorrer no Brasil .
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Re: Ministério da Defesa
Aparecer meia dúzia de guaranis lotados de soldados , alguns leo1 e os mi35 essa gente se caga toda. Esqueçam não é no brasil que se formam bolsões de resistência e se luta até a morte.
No primeiro tiro dado pela pm todo mundo corre.
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Re: Ministério da Defesa
Mas foi no Brasil que se lutou até a morte em Canudos.mmatuso escreveu:Esqueçam não é no brasil que se formam bolsões de resistência e se luta até a morte.
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Re: Ministério da Defesa
Por uma questão de crença religiosa maluca. Os jagunços acreditavam que Deus em pessoa iria ajudá-los a vencer, e os que morressem nos combates contra o governo iriam direto para o céu. Bem no estilo de uma Al Quaeda/Isis da vida, mas nada a ver com o MST ou qualquer grupo do tipo.Clermont escreveu:Mas foi no Brasil que se lutou até a morte em Canudos.mmatuso escreveu:Esqueçam não é no brasil que se formam bolsões de resistência e se luta até a morte.
O que na verdade eu tenho muito medo é que os radicais evangélicos que hoje defendem interpretações radicais da bíblia e vivem apresentando propostas no congresso para reprimir homossexuais ou banir o ensino da Teoria da Evolução das escolas acabem formando uma massa de fanáticos totalmente desvinculados da realidade do mesmo tipo dos que se suicidaram em massa sob as ordens de Jim Jones, ou dos que lutaram em Canudos. Não acho que seja algo para agora, mas a coisa começou exatamente assim nos países árabes do Oriente Médio, de forma pacífica, altamente espiritualizada e quase inocente, e agora vemos onde isso pode chegar.
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Re: Ministério da Defesa
Incluindo os Davidianos de Waco, Texas, também uma tragédia nessa linha...LeandroGCard escreveu:Por uma questão de crença religiosa maluca. Os jagunços acreditavam que Deus em pessoa iria ajudá-los a vencer, e os que morressem nos combates contra o governo iriam direto para o céu. Bem no estilo de uma Al Quaeda/Isis da vida, mas nada a ver com o MST ou qualquer grupo do tipo.Clermont escreveu: Mas foi no Brasil que se lutou até a morte em Canudos.
O que na verdade eu tenho muito medo é que os radicais evangélicos que hoje defendem interpretações radicais da bíblia e vivem apresentando propostas no congresso para reprimir homossexuais ou banir o ensino da Teoria da Evolução das escolas acabem formando uma massa de fanáticos totalmente desvinculados da realidade do mesmo tipo dos que se suicidaram em massa sob as ordens de Jim Jones, ou dos que lutaram em Canudos. Não acho que seja algo para agora, mas a coisa começou exatamente assim nos países árabes do Oriente Médio, de forma pacífica, altamnete espiritualizada e quase inocente, e agora vemos onde isso pode chegar.
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Re: Ministério da Defesa
Complementando o colega, nos assentamentos de colonos sem terra o que mais tem são igrejas pentecostais. Os "bíblias" estão brocando o MST por dentro.LeandroGCard escreveu:Por uma questão de crença religiosa maluca. Os jagunços acreditavam que Deus em pessoa iria ajudá-los a vencer, e os que morressem nos combates contra o governo iriam direto para o céu. Bem no estilo de uma Al Quaeda/Isis da vida, mas nada a ver com o MST ou qualquer grupo do tipo.Clermont escreveu: Mas foi no Brasil que se lutou até a morte em Canudos.
O que na verdade eu tenho muito medo é que os radicais evangélicos que hoje defendem interpretações radicais da bíblia e vivem apresentando propostas no congresso para reprimir homossexuais ou banir o ensino da Teoria da Evolução das escolas acabem formando uma massa de fanáticos totalmente desvinculados da realidade do mesmo tipo dos que se suicidaram em massa sob as ordens de Jim Jones, ou dos que lutaram em Canudos. Não acho que seja algo para agora, mas a coisa começou exatamente assim nos países árabes do Oriente Médio, de forma pacífica, altamente espiritualizada e quase inocente, e agora vemos onde isso pode chegar.
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Re: Ministério da Defesa
O EB por certo lado, historicamente, sempre entendeu que seu maior inimigo estava aqui mesmo, dormindo na mesma cama. E isso é replicado nas academias e escolas de formação até hoje. De uma forma menos alarmista na FAB e MB, mas também é feito. Na falta de um inimigo externo concrete e real para apontar, a sombra do inimigo interno sempre quebrou o galho de muita gente nas ffaa's como desculpa para dizer e fazer isso e aquilo.
Bom, tem quem compre este tipo de discurso até hoje. Assim como, e também, tem quem compre o discurso do PT que saiu recentemente.
Eu, quando li aquilo, quase me senti como se estivesse numa reunião da UNE em 1968...
Faz tempo né não?...
abs.
Bom, tem quem compre este tipo de discurso até hoje. Assim como, e também, tem quem compre o discurso do PT que saiu recentemente.
Eu, quando li aquilo, quase me senti como se estivesse numa reunião da UNE em 1968...
Faz tempo né não?...
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Re: Ministério da Defesa
Senhores,
No pré-1964, o Brasil era um barril de pólvora. Volta e meia tinha desordem civis, enfrentamento de tropos estaduais e guerrilheiros, bombardeio em cidades como no Rio de Janeiro e São Paulo. Por exemplo, nos anos 1920 teve bombardeio de artilharia no bairro do Brás em São Paulo. Durante a segunda guerra mundial se esperava enfrentar guerra de fato, possivelmente vindo da argentina. E, durante os anos 1960 e começo dos 1960, era falado abertamente de guerra civil em grande proporções.
Só se acalmou durante o governo militar que impôs novas estruturas institucionais e política para evitar conflitos. Tanto que uma das primeiras medidas do governo militar foi transformas as forças militares estaduais em assessórios do exercito, seguido por cortar a liberdade de endividamento e de criar estruturas locais que não fossem autorizadas por Brasília. E um dos temores da redemocratização é que os conflitos regionais voltassem a emergir e até chegar algo como Iugoslávia.
Isso não é delírio. O Brasil era extremamente belicista. A estória de que o Brasil não tem terremoto, possui um povo pacifico e acolhedor é parte da propaganda da ditadura militar.
---------
A parte do bombardeio a São Paulo
No pré-1964, o Brasil era um barril de pólvora. Volta e meia tinha desordem civis, enfrentamento de tropos estaduais e guerrilheiros, bombardeio em cidades como no Rio de Janeiro e São Paulo. Por exemplo, nos anos 1920 teve bombardeio de artilharia no bairro do Brás em São Paulo. Durante a segunda guerra mundial se esperava enfrentar guerra de fato, possivelmente vindo da argentina. E, durante os anos 1960 e começo dos 1960, era falado abertamente de guerra civil em grande proporções.
Só se acalmou durante o governo militar que impôs novas estruturas institucionais e política para evitar conflitos. Tanto que uma das primeiras medidas do governo militar foi transformas as forças militares estaduais em assessórios do exercito, seguido por cortar a liberdade de endividamento e de criar estruturas locais que não fossem autorizadas por Brasília. E um dos temores da redemocratização é que os conflitos regionais voltassem a emergir e até chegar algo como Iugoslávia.
Isso não é delírio. O Brasil era extremamente belicista. A estória de que o Brasil não tem terremoto, possui um povo pacifico e acolhedor é parte da propaganda da ditadura militar.
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A parte do bombardeio a São Paulo
São Paulo deve ser destruída: a história do bombardeio à capital paulista na revolta de 1924
Livro do jornalista Moacir Assunção descreve como ocorreu o conflito e reconstitui a história de personagens que viveram de perto o drama desse bombardeio
“A cidade de São Paulo foi praticamente destruída com a revolta que ocorreu em julho de 1924. Os bairros da Mooca, Brás, Belém e Cambuci foram os mais atingidos pelo bombardeio, muitos abandonaram suas casas e deixaram São Paulo num êxodo de quase metade da população. Os que não conseguiram se refugiar, sobreviveram nos porões. Foi um morticínio terrível na cidade, a maior batalha em solo urbano, no Brasil e certamente na América Latina”.
Desse modo o jornalista Moacir Assunção descreve o bombardeio da cidade de São Paulo durante a Revolta de 1924 - também chamada de Revolução Esquecida -, quando o governo do presidente Arthur Bernardes cercou a capital paulista com a artilharia pesada do Exército, atacando principalmente fábricas e bairros proletários.
No programa Livros, da UNIVESP TV, Assunção fala sobre a Revolta de 1924, objeto do mestrado que fez na Universidade de São Paulo e tema do livro São Paulo deve ser destruída (Editora Record, 2015). A obra tem foco nas histórias dos civis moradores da cidade que viveram aquele momento sem saber o que estava acontecendo.
A Revolta Paulista de 1924 foi a segunda rebelião tenentista, promovida por jovens tenentes do exército contra o governo federal. A primeira havia ocorrido dois anos antes, no Rio de Janeiro. “Esse movimento reformista pretendia republicanizar o Brasil, isto é, promover uma série de reformas estruturais no país, como: aumento da federalização, diminuição de impostos, respeito aos militares e voto secreto”, esclarece Assunção.
O plano dos tenentistas era tomar São Paulo, como primeira etapa de um plano para derrubar o governo do presidente Arthur Bernardes. “Dominaram a cidade naquele momento e conseguiram tomar os principais quarteis e alguns pontos estratégicos - a Estação da Luz, a coletoria fiscal, o Banco do Brasil, entre outros”, conta.
A tentativa fracassou diante da resposta rápida do Governo Federal que não aceitou negociar com os revoltosos e bombardeou a cidade sem trégua - provocando um grande número de mortes entre os civis.
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Re: Ministério da Defesa
[quote="Bourne"]Senhores,
No pré-1964, o Brasil era um barril de pólvora. Volta e meia tinha desordem civis, enfrentamento de tropos estaduais e guerrilheiros, bombardeio em cidades como no Rio de Janeiro e São Paulo. Por exemplo, nos anos 1920 teve bombardeio de artilharia no bairro do Brás em São Paulo. Durante a segunda guerra mundial se esperava enfrentar guerra de fato, possivelmente vindo da argentina. E, durante os anos 1960 e começo dos 1960, era falado abertamente de guerra civil em grande proporções.
Só se acalmou durante o governo militar que impôs novas estruturas institucionais e política para evitar conflitos. Tanto que uma das primeiras medidas do governo militar foi transformas as forças militares estaduais em assessórios do exercito, seguido por cortar a liberdade de endividamento e de criar estruturas locais que não fossem autorizadas por Brasília. E um dos temores da redemocratização é que os conflitos regionais voltassem a emergir e até chegar algo como Iugoslávia.
Isso não é delírio. O Brasil era extremamente belicista. A estória de que o Brasil não tem terremoto, possui um povo pacifico e acolhedor é parte da propaganda da ditadura militar.
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A parte do bombardeio a São Paulo
[quote]São Paulo deve ser destruída: a história do bombardeio à capital paulista na revolta de 1924
Livro do jornalista Moacir Assunção descreve como ocorreu o conflito e reconstitui a história de personagens que viveram de perto o drama desse bombardeio
“A cidade de São Paulo foi praticamente destruída com a revolta que ocorreu em julho de 1924. Os bairros da Mooca, Brás, Belém e Cambuci foram os mais atingidos pelo bombardeio, muitos abandonaram suas casas e deixaram São Paulo num êxodo de quase metade da população. Os que não conseguiram se refugiar, sobreviveram nos porões. Foi um morticínio terrível na cidade, a maior batalha em solo urbano, no Brasil e certamente na América Latina”.
Desse modo o jornalista Moacir Assunção descreve o bombardeio da cidade de São Paulo durante a Revolta de 1924 - também chamada de Revolução Esquecida -, quando o governo do presidente Arthur Bernardes cercou a capital paulista com a artilharia pesada do Exército, atacando principalmente fábricas e bairros proletários.
No programa Livros, da UNIVESP TV, Assunção fala sobre a Revolta de 1924, objeto do mestrado que fez na Universidade de São Paulo e tema do livro São Paulo deve ser destruída (Editora Record, 2015). A obra tem foco nas histórias dos civis moradores da cidade que viveram aquele momento sem saber o que estava acontecendo.
A Revolta Paulista de 1924 foi a segunda rebelião tenentista, promovida por jovens tenentes do exército contra o governo federal. A primeira havia ocorrido dois anos antes, no Rio de Janeiro. “Esse movimento reformista pretendia republicanizar o Brasil, isto é, promover uma série de reformas estruturais no país, como: aumento da federalização, diminuição de impostos, respeito aos militares e voto secreto”, esclarece Assunção.
O plano dos tenentistas era tomar São Paulo, como primeira etapa de um plano para derrubar o governo do presidente Arthur Bernardes. “Dominaram a cidade naquele momento e conseguiram tomar os principais quarteis e alguns pontos estratégicos - a Estação da Luz, a coletoria fiscal, o Banco do Brasil, entre outros”, conta.
A tentativa fracassou diante da resposta rápida do Governo Federal que não aceitou negociar com os revoltosos e bombardeou a cidade sem trégua - provocando um grande número de mortes entre os civis.
Marcas de obuses na chaminé da antiga Usina de Força, (Bairro da Luz, São Paulo), um alvo na Revolução de 1924.
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No pré-1964, o Brasil era um barril de pólvora. Volta e meia tinha desordem civis, enfrentamento de tropos estaduais e guerrilheiros, bombardeio em cidades como no Rio de Janeiro e São Paulo. Por exemplo, nos anos 1920 teve bombardeio de artilharia no bairro do Brás em São Paulo. Durante a segunda guerra mundial se esperava enfrentar guerra de fato, possivelmente vindo da argentina. E, durante os anos 1960 e começo dos 1960, era falado abertamente de guerra civil em grande proporções.
Só se acalmou durante o governo militar que impôs novas estruturas institucionais e política para evitar conflitos. Tanto que uma das primeiras medidas do governo militar foi transformas as forças militares estaduais em assessórios do exercito, seguido por cortar a liberdade de endividamento e de criar estruturas locais que não fossem autorizadas por Brasília. E um dos temores da redemocratização é que os conflitos regionais voltassem a emergir e até chegar algo como Iugoslávia.
Isso não é delírio. O Brasil era extremamente belicista. A estória de que o Brasil não tem terremoto, possui um povo pacifico e acolhedor é parte da propaganda da ditadura militar.
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A parte do bombardeio a São Paulo
[quote]São Paulo deve ser destruída: a história do bombardeio à capital paulista na revolta de 1924
Livro do jornalista Moacir Assunção descreve como ocorreu o conflito e reconstitui a história de personagens que viveram de perto o drama desse bombardeio
“A cidade de São Paulo foi praticamente destruída com a revolta que ocorreu em julho de 1924. Os bairros da Mooca, Brás, Belém e Cambuci foram os mais atingidos pelo bombardeio, muitos abandonaram suas casas e deixaram São Paulo num êxodo de quase metade da população. Os que não conseguiram se refugiar, sobreviveram nos porões. Foi um morticínio terrível na cidade, a maior batalha em solo urbano, no Brasil e certamente na América Latina”.
Desse modo o jornalista Moacir Assunção descreve o bombardeio da cidade de São Paulo durante a Revolta de 1924 - também chamada de Revolução Esquecida -, quando o governo do presidente Arthur Bernardes cercou a capital paulista com a artilharia pesada do Exército, atacando principalmente fábricas e bairros proletários.
No programa Livros, da UNIVESP TV, Assunção fala sobre a Revolta de 1924, objeto do mestrado que fez na Universidade de São Paulo e tema do livro São Paulo deve ser destruída (Editora Record, 2015). A obra tem foco nas histórias dos civis moradores da cidade que viveram aquele momento sem saber o que estava acontecendo.
A Revolta Paulista de 1924 foi a segunda rebelião tenentista, promovida por jovens tenentes do exército contra o governo federal. A primeira havia ocorrido dois anos antes, no Rio de Janeiro. “Esse movimento reformista pretendia republicanizar o Brasil, isto é, promover uma série de reformas estruturais no país, como: aumento da federalização, diminuição de impostos, respeito aos militares e voto secreto”, esclarece Assunção.
O plano dos tenentistas era tomar São Paulo, como primeira etapa de um plano para derrubar o governo do presidente Arthur Bernardes. “Dominaram a cidade naquele momento e conseguiram tomar os principais quarteis e alguns pontos estratégicos - a Estação da Luz, a coletoria fiscal, o Banco do Brasil, entre outros”, conta.
A tentativa fracassou diante da resposta rápida do Governo Federal que não aceitou negociar com os revoltosos e bombardeou a cidade sem trégua - provocando um grande número de mortes entre os civis.
Marcas de obuses na chaminé da antiga Usina de Força, (Bairro da Luz, São Paulo), um alvo na Revolução de 1924.
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Re: Ministério da Defesa
Dizem os entendidos, que tres coisas forjaram e ainda mantém a unidade deste país: a língua, a religião, e o exército.
Pode ser que sim, pode ser que não. De qualquer forma, independente dos bairrismos regionais de partes a partes, e que existem até hoje, é muito difícil conceber que o país entre em um processo de dissolução como o da antiga Iuguslávia.
Podemos ter nossas diferenças, e elas realmente são muitas e bem mais que geográficas e sócio-econõmicas e culturais, mas em vista de um certo sentido de brasilidade que fomenta o espírito nacional, e que geralmente costuma só aparecer em dias de jogo da seleção e no 7 de setembro, ou em momentos como os vividos recentemente, idéias que tenham como pano de fundo a separação ou a quebra desse sentido de brasilidade nunca conseguiram ganhar vez e voz de forma a conspirar efetivamente para conflitos abertos ou para animosidade social além dos desencontros de pensamento e opiniões que via de regra, tradicionalmente, acabam sendo resolvidos em alguma mesa de bar depois de duas ou três doses de garapa.
E assim vamos ostentando a nossa civilidade tupiniquim, que anda meio desnorteada, sim claro, contudo, menos em função da ameaça de inimigos ou conflitos civis internos do que a própria falta de grana no final do mês para levar a patroa no shopping, as crianças na praia e garantir a cerveja e o pré-pago da Sky e ver o mengão jogar no domingo.
abs.
Pode ser que sim, pode ser que não. De qualquer forma, independente dos bairrismos regionais de partes a partes, e que existem até hoje, é muito difícil conceber que o país entre em um processo de dissolução como o da antiga Iuguslávia.
Podemos ter nossas diferenças, e elas realmente são muitas e bem mais que geográficas e sócio-econõmicas e culturais, mas em vista de um certo sentido de brasilidade que fomenta o espírito nacional, e que geralmente costuma só aparecer em dias de jogo da seleção e no 7 de setembro, ou em momentos como os vividos recentemente, idéias que tenham como pano de fundo a separação ou a quebra desse sentido de brasilidade nunca conseguiram ganhar vez e voz de forma a conspirar efetivamente para conflitos abertos ou para animosidade social além dos desencontros de pensamento e opiniões que via de regra, tradicionalmente, acabam sendo resolvidos em alguma mesa de bar depois de duas ou três doses de garapa.
E assim vamos ostentando a nossa civilidade tupiniquim, que anda meio desnorteada, sim claro, contudo, menos em função da ameaça de inimigos ou conflitos civis internos do que a própria falta de grana no final do mês para levar a patroa no shopping, as crianças na praia e garantir a cerveja e o pré-pago da Sky e ver o mengão jogar no domingo.
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Re: Ministério da Defesa
O Brasil vive em tensão permanente, muito mais grave pré-1964, cuja pacificador foi a ditadura militar. Bem ou mal, o fez. Esse Brasil bonito e acolhedor que foi propagandeado não existia e, no futuro, os conflitos podem voltar a emergir.
Hoje os episódios de conflitos parecem não terem sido nada, mas na época foram extremamente relevantes. Olha o histórico de conflitos, números de mortes, batalhas, enfrentamento é assustador. E não ensinam isso na escola.
A revolta dos tenentes de 1924 foi uma guerra urbana em larga escala. A cidade de São Paulo foi algo da maior batalha urbana das Américas nos últimos 200 anos. E não debatem e nem ensina isso na escola. Eu descobri isso por acaso em conversas com pessoal da história da USP em 2014.
Durante a terceira república (1945 a 1964) a tesão chegou no auge. Era esperado pela estrutura de governo e lideranças política uma guerra civil. Era esperado possivelmente vir do sul ou São Paulo/Minas Gerais. isso pelos brasileiros e, também, pelos analistas norte-americanos. Algo de uma "guerra civil clássicas" entre diversos grupos poderosos e o estado se torna um aliado e inimigo. A fragmentação e conflitos que durasse décadas era plausível. Tanto que essa era a preocupação do grupo do Castelo Branco e dos que eram contra o golpe.
Não precisa ir longe. Olha as manifestações de 2013 e, mais recentemente, as pro e contra impeachment da Dilma. Não é delírio acho que algum grupo afirme que não reconhece o governo eleito e comece a agir de fato. Para começar a degringolar é uma caminhada bem curta.
Hoje os episódios de conflitos parecem não terem sido nada, mas na época foram extremamente relevantes. Olha o histórico de conflitos, números de mortes, batalhas, enfrentamento é assustador. E não ensinam isso na escola.
A revolta dos tenentes de 1924 foi uma guerra urbana em larga escala. A cidade de São Paulo foi algo da maior batalha urbana das Américas nos últimos 200 anos. E não debatem e nem ensina isso na escola. Eu descobri isso por acaso em conversas com pessoal da história da USP em 2014.
Durante a terceira república (1945 a 1964) a tesão chegou no auge. Era esperado pela estrutura de governo e lideranças política uma guerra civil. Era esperado possivelmente vir do sul ou São Paulo/Minas Gerais. isso pelos brasileiros e, também, pelos analistas norte-americanos. Algo de uma "guerra civil clássicas" entre diversos grupos poderosos e o estado se torna um aliado e inimigo. A fragmentação e conflitos que durasse décadas era plausível. Tanto que essa era a preocupação do grupo do Castelo Branco e dos que eram contra o golpe.
Não precisa ir longe. Olha as manifestações de 2013 e, mais recentemente, as pro e contra impeachment da Dilma. Não é delírio acho que algum grupo afirme que não reconhece o governo eleito e comece a agir de fato. Para começar a degringolar é uma caminhada bem curta.
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Re: Ministério da Defesa
Únicos que eu vejo falar de separatismo é o pessoal do sul, ainda sim nem sei se eles levam isso realmente a sério ou é algo para inflar o próprio ego.
Acho que levantes ocorreriam mais por uma agravamento da situação economia e social, mas de uma forma geral todo mundo saindo para quebrar tudo.
Se único já está ruim, imagina separados.
Acho que levantes ocorreriam mais por uma agravamento da situação economia e social, mas de uma forma geral todo mundo saindo para quebrar tudo.
Se único já está ruim, imagina separados.