FCarvalho escreveu:Bem, acho que temos uma questão de conceito aqui então. A meu ver a primeira missão da blindagem é proteger a tripulação do CC, e em conseguinte, a operacionalidade do próprio CC.
Afinal, de que adianta proteger um bldo de um ataque com munições AT, se a sua tripulação for incapacitada, mesmo o bldo continuando operacional após o mesmo?
Ademais, tripulações de tanques são mais difíceis de repor do que o tanque em si mesmo.
Se bem que após um ataque AT nem tudo pode funcionar direito no CC, e mesmo assim ele continuar operacional, ao menos em condições de retroceder, proteger-se, e/ou encontrar um abrigo até o pessoal do apoio logístico/manutenção chegar, e voltar a lutar depois.
De qualquer forma, creio que a salva guarda e proteção da vida da tripulação de um bldo continua sendo um objetivo primário de qualquer blindagem. Até porque sem ela, o bldo de nada serve. Como disse, bldos se arruma ou se troca, tripulações formadas e adestradas não. Estas levam bem mais tempo para colocar de volta no combate.
Nesse conceito, de que a blindagem é análoga a um para quedas muito caro, você perderia a guerra por falta de meios.
A blindagem precisa suportar ataques, o MBT é o contato com o inimigo, é a posição mais perigosa no campo de batalha e é inevitável que sofra ataques, se ele não suportar (independente de ser porque a tripulação morre - caso comum entre os "Tank Destroyers" com o topo aberto americanos da 2GM - ou porque ele fica inoperacional) não poderá ter contato com o inimigo, a missão de "choque" dele fica comprometida.
No caso desse vídeo, o caro pulando fora é muito estranho, casos em que a tripulação abandona um MBT não imobilizado é porque ou existe risco da munição explodir, ou a tripulação "surtou", o segundo até que é comum entre recrutas inexperientes, mas não esperava isso na Síria, hoje, repare que o inimigo estava vendo o cara que fugiu, um sniper podia ter matado ele, ou mesmo fogos de artilharia, ele estava na linha de frente, na mira do inimigo, a menos que a munição estivesse prestes a explodir, ele ainda estaria mais seguro dentro do T-90 do que correndo desesperadamente fora.
Mas o T-90 tinha 3 tripulantes, só vimos um fugir, os outros podiam estar mortos ou o que fugiu foi o único que surtou e os outros dois foram embora de carro, como o post seguinte do Edson sugere.
De um jeito ou de outro, eu diria que a missão do míssil AC foi um sucesso e do T-90 um fracasso, ao menos nesse caso.
Já que citaram Israel, algo que motivou muito as tripulações do M-60 quando enfrentavam os T-55 é que haviam M-60s que haviam sido atingidos mais de 10 vezes e continuavam operacionais, a diferença significativa de blindagem e poder de fogo permitia aos M-60 cumprirem sua missão com relativa tranquilidade, enquanto os T-55 eram praticamente inúteis, o que mudou isso e complicou a vida dos israelenses foram os mísseis AC.