Clermont escreveu:Sobre a luta armada, eu considero a opinião do historiador totalmente correta. Nenhum daqueles pilantras - incluida a atual presidente - que assaltavam bancos e botavam bombas lutou por "Democracia".
Mas Clermont, existe algo na historiografia que deve-se evitar chamado anacronismo. Esse é o pior pecado de um historiador e Marco Antonio Villa sendo um, deveria saber disso. Não dá pra imaginar direitos humanos durante da revolução francesa, até porque esse conceito ainda sequer existia. Com a questão ditadura e esquerda armada, é a mesma coisa.
A paranoia anticomunista vem de bem antes de 64, vem de berço, pelo menos desde a ditadura de Vargas. Jango nunca quis que o Brasil fosse comunista, pelo contrário, queria fazer profundas reformas que o país até hoje sente falta, por exemplo, uma reforma agrária, coisa que o comunistíssimo Lincoln fez em 1862 nos EUA com o Homestad Act. Mas enfim, a direita, a igreja e setores militares entenderam que não e deram o golpe. A luta armada veio depois de 64 e não antes. Acho isso algo importante de frisar. Que a esquerda lutava pela queda da ditadura e pela implementação de uma "ditadura do proletariado" ou o que for, acho que isso nunca foi segredo. Dentro do contexto da época, isso era sim democracia, não do jeito que conhecemos hoje, mas dentro de uma visão marxista-leninista, era sim. Vai falar que não é? Metade do planeta fazia parte do bloco socialista liderado por URSS e China, que exportavam suas revoluções pelo mundo. O Brasil, país eternamente bananeiro, estava dentro do contexto da Guerra Fria.
O que não dá é vir hoje em dia, 50 anos depois, falar em democracia. Ainda mais um cara como o Marco Antonio. É a mesma coisa que pedir por direitos humanos durante o governo de Luis XIV.