Matéria muito interessante e, num site de carros!
(obs. como se coloca um texto direto na postagem?)
http://www.autoentusiastas.com.br/2015/ ... ada-crise/
AVRO ARROW
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Re: AVRO ARROW
Selecionar o texto, copiar e colar no post. Se quiser, dar uma editada para melhorar e, claro, sempre citar a fuente. Exemplo:
AVRO ARROW E O CANADÁ EM CRISE
Juvenal Jorge 22/12/2015 Aviões, JJ
Imagine um avião com cerca de 25 toneladas e que voava a quase duas vezes a velocidade do som, subia a 13.500 m/min em busca de bombardeiros inimigos, e que chegava a até 800 quilômetros de raio de ação.
Pense também que esse avião, no ano de 1958 (cinqüenta e sete anos atrás) em seus cinco exemplares construídos, tinha sistema de vôo por fios, precursor do fly-by-wire, e que só um outro também o tinha, o North American X-15, algo totalmente experimental e destinado a explorar a fronteira do espaço sideral. E X-15 só voaria em junho do ano seguinte!
Agora imagine que com tudo isso, em mais de 70 horas de vôos de teste, nenhum problema tenha provocado um acidente com ferimentos aos pilotos de testes, que eram quatro, todos eles elogiando o avião. Além disso, havia cerca de 30.000 profissionais trabalhando para fazer o mais superlativo interceptador de todos os tempos.
E tudo foi cancelado pelo governo canadense numa sexta feira, 20 de fevereiro de 1959, provocando o fechamento da AVRO Canada e o fim dos trabalhos de toda essa gente.
Para nós brasileiros absurdos desse tamanho são até fáceis de entender, principalmente nos últimos doze anos em que vimos a maldade política crescendo exponencialmente, mas não naquele país, um dos mais civilizados e organizados desde sempre.
O CF-105 Arrow surgiu do requerimento da RCAF (Royal Canadian Air Force) de se criar uma aeronave distribuída em dez bases, para proteger o norte da América do Norte, desde o Alasca, passando por quase todo o território canadense e chegando até parte da Groenlândia. Cobriria uma área que era entendida como a mais direta para um ataque soviético à América do Norte, via Oceano Ártico. O Arrow seria um interceptador polar, voando nessa hostil região do planeta, quase totalmente despovoada. Deveria então ser um avião com grande capacidade de desempenho, armamento e agilidade em relação à sua velocidade.
A Avro canadense, era uma subsidiária da Avro britânica, surgida durante a Segunda Guerra Mundial para garantir produção de aeronaves militares fora do Reino Unido, que se sabia ser vulnerável a ataques alemães. A empresa, em plena Guerra Fria, se incumbiu de fazer uma proposta de uma aeronave com asa em delta sem cauda (sem profundores separados) com a experiência provinda do Vulcan, que voara pela primeira vez em 1952. A Avro (acrônimo de Alliot Verdon Roe, seu fundador), uma das primeiras fabricantes de aeronaves, tinha uma tradição em projetos incomuns que deram certo.
Um dos aviões mais convencionais que havia sido fabricado em grande quantidade foi o CF-100, um interceptador que ultrapassava a velocidade do som em mergulhos, mas que estava ficando obsoleto, e deveria ser substituído, justamente pelo Arrow.
Tripulado por piloto e navegador/operador de sistemas eletrônicos, o Arrow (flecha) foi o mais audacioso e avançado projeto da indústria canadense, comparado em alguns textos, com certo exagero, ao esforço do programa espacial americano.
Tinha a fuselagem quase toda fabricada em liga de alumínio, exceto a região ao redor das saídas dos dois motores feita em titânio, além de alguns componentes estruturais em aço, armamento alojado em um recipiente removível dentro da fuselagem, para troca rápida, comandos aerodinâmicos por corrente elétrica, eliminando ligações hidráulicas e pneumáticas longas. Seria pioneiro nesse quesito, um predecessor do fly-by-wire, o comando por fios ou cabos (hoje fibra ótica também) que é de regra em muitos aviões modernos, sejam militares ou civis.
A fuselagem seguia a já tradicional area rule (regra de área), onde partes são afiladas ou engordadas de acordo com o fluxo de ar, para eliminar ao máximo as turbulências e conseqüente arrasto que freia o avião. Ao redor da parte anterior ao cockpit ele possuía um leve afilamento, teve a carenagem na extremidade traseira entre as saídas dos motores adicionada e alongada, e as placas direcionadoras de ar na entrada dos motores eram parcialmente perfuradas, sugando o ar da camada-limite ali aderida e evitando pressões menores nessa região, o que faria o motor perder empuxo.
O dente com corte (droop) no bordo de ataque foi incluído para aumentar a sustentação com ângulo de ataque grande, por agitação da camada-limite nessa região da asa. É como ter uma pequena superfície cortante que chega à massa de ar à frente do bordo de ataque, gerando turbulência e, por conseguinte, energia para o ar que encontra a asa.
As asas bem afiladas guardavam o trem de pouso principal, que tinha duas rodas em tandem em cada perna. Esse trem era bastante longo, e foi um dos detalhes de projeto importantes que permitiram o pacote de armamentos ser espaçoso, abaixo da fuselagem. As asas altas permitiam estrutura mais simples de ligação entre ambas e com a fuselagem, e facilitavam sobremaneira a manutenção dos motores, colocados dentro desta. Havia seis tanques de combustível nas asas, e mais dois na fuselagem, para 13.170 litros de capacidade total. (...)
Para não desmerecer o trabalho do Autor, sugiro publicar metade ou menos. Quem se interessar entra no link e segue lendo:
http://www.autoentusiastas.com.br/2015/ ... ada-crise/
AVRO ARROW E O CANADÁ EM CRISE
Juvenal Jorge 22/12/2015 Aviões, JJ
Imagine um avião com cerca de 25 toneladas e que voava a quase duas vezes a velocidade do som, subia a 13.500 m/min em busca de bombardeiros inimigos, e que chegava a até 800 quilômetros de raio de ação.
Pense também que esse avião, no ano de 1958 (cinqüenta e sete anos atrás) em seus cinco exemplares construídos, tinha sistema de vôo por fios, precursor do fly-by-wire, e que só um outro também o tinha, o North American X-15, algo totalmente experimental e destinado a explorar a fronteira do espaço sideral. E X-15 só voaria em junho do ano seguinte!
Agora imagine que com tudo isso, em mais de 70 horas de vôos de teste, nenhum problema tenha provocado um acidente com ferimentos aos pilotos de testes, que eram quatro, todos eles elogiando o avião. Além disso, havia cerca de 30.000 profissionais trabalhando para fazer o mais superlativo interceptador de todos os tempos.
E tudo foi cancelado pelo governo canadense numa sexta feira, 20 de fevereiro de 1959, provocando o fechamento da AVRO Canada e o fim dos trabalhos de toda essa gente.
Para nós brasileiros absurdos desse tamanho são até fáceis de entender, principalmente nos últimos doze anos em que vimos a maldade política crescendo exponencialmente, mas não naquele país, um dos mais civilizados e organizados desde sempre.
O CF-105 Arrow surgiu do requerimento da RCAF (Royal Canadian Air Force) de se criar uma aeronave distribuída em dez bases, para proteger o norte da América do Norte, desde o Alasca, passando por quase todo o território canadense e chegando até parte da Groenlândia. Cobriria uma área que era entendida como a mais direta para um ataque soviético à América do Norte, via Oceano Ártico. O Arrow seria um interceptador polar, voando nessa hostil região do planeta, quase totalmente despovoada. Deveria então ser um avião com grande capacidade de desempenho, armamento e agilidade em relação à sua velocidade.
A Avro canadense, era uma subsidiária da Avro britânica, surgida durante a Segunda Guerra Mundial para garantir produção de aeronaves militares fora do Reino Unido, que se sabia ser vulnerável a ataques alemães. A empresa, em plena Guerra Fria, se incumbiu de fazer uma proposta de uma aeronave com asa em delta sem cauda (sem profundores separados) com a experiência provinda do Vulcan, que voara pela primeira vez em 1952. A Avro (acrônimo de Alliot Verdon Roe, seu fundador), uma das primeiras fabricantes de aeronaves, tinha uma tradição em projetos incomuns que deram certo.
Um dos aviões mais convencionais que havia sido fabricado em grande quantidade foi o CF-100, um interceptador que ultrapassava a velocidade do som em mergulhos, mas que estava ficando obsoleto, e deveria ser substituído, justamente pelo Arrow.
Tripulado por piloto e navegador/operador de sistemas eletrônicos, o Arrow (flecha) foi o mais audacioso e avançado projeto da indústria canadense, comparado em alguns textos, com certo exagero, ao esforço do programa espacial americano.
Tinha a fuselagem quase toda fabricada em liga de alumínio, exceto a região ao redor das saídas dos dois motores feita em titânio, além de alguns componentes estruturais em aço, armamento alojado em um recipiente removível dentro da fuselagem, para troca rápida, comandos aerodinâmicos por corrente elétrica, eliminando ligações hidráulicas e pneumáticas longas. Seria pioneiro nesse quesito, um predecessor do fly-by-wire, o comando por fios ou cabos (hoje fibra ótica também) que é de regra em muitos aviões modernos, sejam militares ou civis.
A fuselagem seguia a já tradicional area rule (regra de área), onde partes são afiladas ou engordadas de acordo com o fluxo de ar, para eliminar ao máximo as turbulências e conseqüente arrasto que freia o avião. Ao redor da parte anterior ao cockpit ele possuía um leve afilamento, teve a carenagem na extremidade traseira entre as saídas dos motores adicionada e alongada, e as placas direcionadoras de ar na entrada dos motores eram parcialmente perfuradas, sugando o ar da camada-limite ali aderida e evitando pressões menores nessa região, o que faria o motor perder empuxo.
O dente com corte (droop) no bordo de ataque foi incluído para aumentar a sustentação com ângulo de ataque grande, por agitação da camada-limite nessa região da asa. É como ter uma pequena superfície cortante que chega à massa de ar à frente do bordo de ataque, gerando turbulência e, por conseguinte, energia para o ar que encontra a asa.
As asas bem afiladas guardavam o trem de pouso principal, que tinha duas rodas em tandem em cada perna. Esse trem era bastante longo, e foi um dos detalhes de projeto importantes que permitiram o pacote de armamentos ser espaçoso, abaixo da fuselagem. As asas altas permitiam estrutura mais simples de ligação entre ambas e com a fuselagem, e facilitavam sobremaneira a manutenção dos motores, colocados dentro desta. Havia seis tanques de combustível nas asas, e mais dois na fuselagem, para 13.170 litros de capacidade total. (...)
Para não desmerecer o trabalho do Autor, sugiro publicar metade ou menos. Quem se interessar entra no link e segue lendo:
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“Look at these people. Wandering around with absolutely no idea what's about to happen.”
P. Sullivan (Margin Call, 2011)
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Re: AVRO ARROW
Ah, se a intenção é postar direto da própria página o texto original, só se for em PDF.
“Look at these people. Wandering around with absolutely no idea what's about to happen.”
P. Sullivan (Margin Call, 2011)
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