JL escreveu:Leandro, a questão da munição do Gepard merece um maior detalhamento, o Brasil recebeu um navio cheio de containers de munição de 35 mm para o Gepard. Perguntas:
Que, tipo de munição? Existem planos para ou nacionalização da munição de 35 mm?
Não tenho nenhuma informação oficial sobre isso, mas o que andei lendo por aí é que a munição é toda do tipo AHEAD, e não há previsão para a sua fabricação no Brasil. Acho que isso não seria economicamente viável para apenas 36 viaturas e o nosso consumo típico de munição.
Como fica a logística de ter dois tipos de munição AA 40 mm e 35 mm? Qual a sua comparação entre os dois calibres?
Não vejo muitos problemas com esta questão de logística, é apenas mais um item a acrescentar a uma lista que já é bem grande. O pessoal de intendência do EB sabe lidar com isso.
Com relação à comparação entre os calibres, eles são muito diferentes não tanto pelo diâmetro ou tamanho dos projéteis, mas pela forma de atuação. A munição AHEAD recebe toda sua energia no disparo inicial, e é esta energia que é transmitida aos estilhaços quando a carga pequena explosiva dentro do projétil detona (esta carga apenas espalha os estilhaços, mas não lhes acrescenta praticamente nenhuma energia). Isso cria uma "ação unidirecional" da munição, que só pode afetar o que está à frente dela.
Já na munição de 40mm com espoleta de proximidade o impulso inicial leva a munição até próximo do alvo, mas é a carga interna que acelera os estilhaços e lhes dá letalidade em todas as direções após sua detonação. O resultado é que os alvos podem ser afetados qualquer que seja sua posição e velocidade relativas com relação ao ponto de detonação da munição.
Acredito que este último modelo é mais capaz na função AAe, principalmente contra alvos que não estejam se dirigindo exatamente para o ponto onde a arma está instalada. É um efeito multi-direcional, com a munição podendo afetar até mesmo alvos atrás e ao lado do ponto onde ela explodiu.
Mas confesso que não tenho informações sobre dados de testes reais para poder confirmar se estou mesmo certo da maior efetividade desta segunda abordagem.
Leandro G. Card