O futuro da AAAe no Brasil
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Re: O futuro da AAAe no Brasil
Considerando a excelente discussão dos colegas, acho importante observar que necessitaríamos também (além de sistemas de AAAés eficazes e aviação de caça eficiente) de um sistema de detecção (um "NORAD" nacional) que nos permitisse detectar e identificar as forças dos inimigo o mais distante possível para que todos os meios e sistemas de defesa elencados pelos colegas pudessem ser colocados em posição nos pontos a serem defendidos.
Sem ele, acho eu, seremos sempre pegos de surpresa, não importa o que estejamos usando.
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Editado pela última vez por Wingate em Sáb Nov 14, 2015 7:42 pm, em um total de 1 vez.
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Re: O futuro da AAAe no Brasil
O COMDABRA já é esse NORAD, só não está enterrado no fundo da Montanha Cheyenne, mas dispõe de uma extensa redes de radares, uma rede que começou com produtos Thonsom-CSF, depois virou Thales que virou Omnisys, e cresceu com a Raytheon, Grumman e Rockwell Collins com o SIPAM-SIVAM ou CINDACTA IVWingate escreveu:Considerando a excelente discussão dos colegas, acho importante observar que necessitamos também (além de sistemas de AAAés eficazes e aviação de caça eficiente) de um sistema de detecção (um "NORAD" nacional) que nos permitisse detectar e identificar as forças dos inimigo o mais distante possível para que todos os meios e sistemas elencados pelos colegas pudessem ser colocados em posição nos pontos a serem defendidos.
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Re: O futuro da AAAe no Brasil
Grato ao colega pelo esclarecimento.MasterCaiafa escreveu:O COMDABRA já é esse NORAD, só não está enterrado no fundo da Montanha Cheyenne, mas dispõe de uma extensa redes de radares, uma rede que começou com produtos Thonsom-CSF, depois virou Thales que virou Omnisys, e cresceu com a Raytheon, Grumman e Rockwell Collins com o SIPAM-SIVAM ou CINDACTA IVWingate escreveu:Considerando a excelente discussão dos colegas, acho importante observar que necessitamos também (além de sistemas de AAAés eficazes e aviação de caça eficiente) de um sistema de detecção (um "NORAD" nacional) que nos permitisse detectar e identificar as forças dos inimigo o mais distante possível para que todos os meios e sistemas elencados pelos colegas pudessem ser colocados em posição nos pontos a serem defendidos.
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Re: O futuro da AAAe no Brasil
Na verdade este COMDABRA tem um aspecto muito mais de controle do espaço aéreo do que realmente de defesa aérea. A maioria dos radares é de grande porte e fixa, com grandes alcances mas baixa resolução, e sem a complementação de sistemas ópticos e de outros tipos que suplementem as lacunas dos radares tradicionais. No caso de realmente ser necessário prover defesa aérea a ideia é que o COMDABRA solicite o desdobramento dos meios das próprias forças militares (por isso a ideia de adquirir sistemas para a FAB e o EB).MasterCaiafa escreveu:O COMDABRA já é esse NORAD, só não está enterrado no fundo da Montanha Cheyenne, mas dispõe de uma extensa redes de radares, uma rede que começou com produtos Thonsom-CSF, depois virou Thales que virou Omnisys, e cresceu com a Raytheon, Grumman e Rockwell Collins com o SIPAM-SIVAM ou CINDACTA IV
O que eu entendo como solução para o questionamento do colega Wingate seria a incorporação do conceito de que defesa AAe engloba muito mais do que canhões e mísseis, devendo ser dada no mínimo a mesma importância para o desenvolvimento de meios diversos de rastreamento, identificação avançada, EW, ECM e ECCM, decoys e tudo o mais que possa ser imaginado para complementar os armamentos em si. De forma alguma basta comprar algumas baterias de mísseis e canhões com seus próprios radares e achar que está tudo resolvido, é preciso muito mais do que isso. Por outro lado, se este assunto fosse pensado de forma realmente cuidadosa seria possível desenvolver sistemas muito mais baratos e simples de operar do que os complexos radares de longo alcance que em geral se imagina necessários para uma defesa AAe eficiente. Provavelmente a maioria deles fosse até dispensável (para a defesa aérea, vejam bem, não me refiro ao controle do tráfego aéreo).
Leandro G. Card
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Re: O futuro da AAAe no Brasil
LeandroGCard escreveu:Na verdade este COMDABRA tem um aspecto muito mais de controle do espaço aéreo do que realmente de defesa aérea. A maioria dos radares é de grande porte e fixa, com grandes alcances mas baixa resolução, e sem a complementação de sistemas ópticos e de outros tipos que suplementem as lacunas dos radares tradicionais. No caso de realmente ser necessário prover defesa aérea a ideia é que o COMDABRA solicite o desdobramento dos meios das próprias forças militares (por isso a ideia de adquirir sistemas para a FAB e o EB).MasterCaiafa escreveu:O COMDABRA já é esse NORAD, só não está enterrado no fundo da Montanha Cheyenne, mas dispõe de uma extensa redes de radares, uma rede que começou com produtos Thonsom-CSF, depois virou Thales que virou Omnisys, e cresceu com a Raytheon, Grumman e Rockwell Collins com o SIPAM-SIVAM ou CINDACTA IV
O que eu entendo como solução para o questionamento do colega Wingate seria a incorporação do conceito de que defesa AAe engloba muito mais do que canhões e mísseis, devendo ser dada no mínimo a mesma importância para o desenvolvimento de meios diversos de rastreamento, identificação avançada, EW, ECM e ECCM, decoys e tudo o mais que possa ser imaginado para complementar os armamentos em si. De forma alguma basta comprar algumas baterias de mísseis e canhões com seus próprios radares e achar que está tudo resolvido, é preciso muito mais do que isso. Por outro lado, se este assunto fosse pensado de forma realmente cuidadosa seria possível desenvolver sistemas muito mais baratos e simples de operar do que os complexos radares de longo alcance que em geral se imagina necessários para uma defesa AAe eficiente. Provavelmente a maioria deles fosse até dispensável (para a defesa aérea, vejam bem, não me refiro ao controle do tráfego aéreo).
Leandro G. Card
Essa flexibilidade existe no COMDABRA, que sim, faz a Defesa Aérea, por mais que os sonhadores insistam em advogar em cima de cenários inexistentes. Nossa Defesa Aérea, construída em três décadas de trabalho árduo,possui radares fixos de vários alcances e funções, e radares móveis, modulares, capazes de serem modulados em containers padrão e despachados pelo ar, para qualquer ponto do território nacional onde se faça necessária a complementação da cobertura radar. O que percebo aqui é uma vontade IMENSA de possuir sistemas complexos, caros, com defesas em camadas, multi-sensorial, etc. De nada adianta sonhar com isso, o telhado, sem fazer bem as fundações, no caso, o COMDABRA. Historicamente, a América Latina, excetuando Cuba no passado e a Venezuela, no presente, nunca dispuseram de sistemas AAAe avançados pelo simples fato de as tecnologias voando nos possíveis adversários serem, em sua maioria, obsoletas e previsíveis.
Temos uma Defesa Aérea dual, que funciona, já deu várias provas da sua capacidade, inclusive recentemente na fronteira, e que só não agrada aos "especialistas" em comparar a nossa realidade com a realidade de países muito, mas MUITO mais avançados nessa seara do que nós, brasileiros. O PEE DAAe está sendo feito em módulos, de forma sensata, de acordo com os recursos disponíveis, e com critérios de nacionalização de equipamentos e ToT bastante abrangentes. Se eu pudesse materializar sonhos, teríamos uma DAAe com Pantsir, Aster 30, Iris-T SL, MANPADS em profusão (fabricados sob licença aqui) e radares de aquisição e guiamento de concepção nacional (S200) em várias escalas de performace-alcance-resolução. Poderíamos até, já que vale a pena viajar na maioneses, adquirir dois radares do tipo SMART-L EWC 3D Radar, para prover cobertura anti-míisilistica de amplo espectro, cobrindo mais de 80% do território nacional, etc.
Bonito de escrever e de ler, certo? Sem as fundações, que estão sendo lançadas agora, NUNCA vai acontecer. Não adianta cobiçar o beijo da boca da morena sem agradar primeiro o pai da morena. FATO.
Uma coisa é o que desejamos no mundo Super Trunfo. Outra coisa é o que há de real, viável, industrialmente interessante e nacionalmente eficaz.
Claro, essa é a minha opinião, mas embasada em observação e contato próximo com quem FAZ a DAAe.
- Túlio
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Re: O futuro da AAAe no Brasil
Vamos a isso, então.LeandroGCard escreveu:Túlio, este seu cenário está repleto de considerações que prejudicariam a defesa AAe e maximizariam a eficiência dos atacantes,
Cupincha véio, por gentileza, me cites UM sistema capaz de discriminar, em uma revoada de drones, qual é decoy, qual está fazendo reconhecimento e qual está em missão de ataque. Unzinho só. E falo do que há de mais moderno em sistemas de detecção, notes. Notes também:LeandroGCard escreveu: entre eles:
-Achar que porque os sírios e iraquianos não discriminavam os alvos isso seria uma característica inerente à AAe (embora para fazer justiça você tenha mencionado o comte Zoltan). Contra ataques de drones simplificados e pelados ninguém com um mínimo de competência usaria um sistema como o S-400, este ficaria reservado aos alvos que entrassem voando rápido, mostrando maior manobralidade, deixando rastro de ar quente com suas enormes turbinas, emitindo ruído de trovão e etc.... Contra alvos menos capazes (incluindo drones e munições como bombas planadoras) se utilizariam armas menores e bem mais baratas, algo como um Bamse ou um Iron Dome.
A - No post anterior deixo claro que o Predator é um exemplo apenas, e acrescento que há vários outros UAVs que podem ser adaptados (o próprio Predator UCAV é uma adaptação do UAV/Decoy) para cumprir as mesmas missões. Até no Brasil há modelos assim em desenvolvimento, como o HARPIA, parceria entre a EMBRAER e a AEL (leia-se ELBIT).
B - Notes ainda que o que encarece estas aeronaves são os sistemas embarcados (todos os sensores são passivos, ou seja, sem emissão EM) e armamentos. Tire-se isso e, repito o post anterior, temos um teco-teco sem piloto. A guiagem e o monitoramento (mesmo dos decoys) são por data-link e a transcepção é via satélite (longe da base) e/ou rádio (perto). Isso os deixa (sem os sensores) apenas um pouquinho mais caros que um teco-teco, ou seja, meios sacrificáveis sem dó. Notar ainda que um motorzinho Rotax zero km (completo com caixa de redução) custa em torno de USD 30.000 no varejo (direto da fábrica e em lote deve ser bem menos), aliás, dá para comprar até pela internet.
C- Vamos lembrar que o EXEMPLO que citei, o Predator UCAV, descende do Reconhecedor (UAV). Recebeu novos sensores, diretores de tiro, pilones e mísseis (no caso citado, Hellfire, mas pode ser Stinger também) mas, em essência, é a mesma aeronave. Assim, para complicar a detecção/discriminação visual, qual a dificuldade em adaptar pilones e mísseis falsos e mesmo a "bola" ventral onde vão os sensores (sem nada dentro)? Mantenhamos em mente que estas aeronaves operam normalmente entre FL150 e FL250, ou seja, além de estarem fora do alcance de qualquer Can AAe ((mesmo os maiores, de emprego naval, já estarão ao alcance dos Hellfires (ou similares) bem antes de poderem engajar)) ainda podem utilizar nuvens para complicar a vida de sensores termais e visuais. Mesmo com céu limpo, vou repetir a pergunta: como discriminar? Eles são todos iguais (mesma velocidade e altitude, mesmo RCS, mesmo sinal térmico, mesmo aspecto visual), estão todos em formação de combate e vêm na direção do(s) alvo(s). Nas buenas, não vejo maneira de achares tão fácil saber quem é quem. Como não vejo lógica em, dispondo de SAMs de longo alcance e sem ter certeza de qual (ou quais) dos alvos existentes na região será (serão) atacado(s), se irá deixar que se aproximem apenas para se poder disparar armas mais baratas e de menor alcance. Sobre alcance de detecção, aliás, uma ilustração: em 23/12/2002, às vésperas da Segunda Guerra do Golfo aconteceu o primeiro engajamento em combate de um UCAV (Predator) x um caça tripulado (MiG-25). Apesar daquele radarzão (Saphir), o Foxbat se aproximou frontalmente até permitir que o UCAV o atacasse com um mísero Stinger, mais ou menos ao mesmo tempo em que o Piloto do MiG finalmente o enquadrava e disparava seu próprio Msl (provavelmente um R-40), que teve o duplo condão de desorientar o Stinger e abater o UCAV. Pelo relatório, se vê que estavam em rota de colisão (ou o Stinger não teria passado tão perto do outro Msl a ponto de ficar sem saber a quem perseguir), o que nos permite concluir que um UCAV não deve ser nada fácil de detectar, seja no radar, seja no visual...
Desculpes mas devo, mesmo tentando bastante, não ter sido suficientemente claro: quando falei no custo-benefício, me referi à destruição da Bia inteira (incluindo sistemas e Bias auxiliares) e não apenas dos mísseis disparados x UAVs/UCAVs perdidos. E torno a repetir, quem vai deixar algo potencialmente perigoso chegar perto o suficiente para usar suas armas? Aqui não é a Sérvia, onde por padrão deixavam os caças passar e disparar suas armas sobre o alvos para só depois tentar atingi-los quando já estavam quase fora do espaço aéreo local. O fato de ter ousado atacar um F-117 (de uma unidade composta por quatro) antes mesmo que este pudesse abrir seu bomb-bay foi um dos fatores determinantes para criar a aura quase mística em torno do Cel Zoltan.LeandroGCard escreveu:-Assumir que um míssil antiaéreo custaria mais do que um drone, quando isso não é verdade. Por mais que se "pele" um Predator ou outro drone similar, ele ainda custaria mais caro de obter e operar do que algumas unidades de mísseis do Bamse ou do Pantsir. Da mesma forma um caça sempre vai custar mais do que uma salva inteira do S-400. O segredo é não atirar a toa em tudo o que se move, a discriminação dos alvos é o correto e é praticada por todas as forças armadas do mundo (com provável exceção dos EUA, capazes de mandar um esquadrão inteiro de bombardeiros apoiados pelo dobro de aeronaves de caça, abastecedoras, EW e etc... para pegar um mísero franco-atirador ).
Bueno, elas existem, tanto para a AAAe quanto para a DA. Creio que esqueceste de mencionar que a AAAe precisa de muito menor variedade de repuestos e combustível que a DA. Só que caças voltam à Base após sua missão e lá estão os suprimentos; já a AAAe, se desdobrada à distância, precisa ser constantemente suprida, criando um cordão logístico que seria a festa para as FFEE inimigas (tinha esquecido de mencionar essa parte).LeandroGCard escreveu:- Dá ênfase às questões logísticas do sistema AAe, esquecendo que NENHUM sistema militar existente tem maiores custos logísticos do que aeronaves de combate modernas, que seriam usadas se as defesas AAe não estivessem lá .
Perdão mas não falei de 03 unidades de S-400, foram 03 Baterias completas, ou seja, 18 unidades de lançamento, cada Bia com 06 lançadores capazes de, em conjunto, ter 24 mísseis 40N6 (até 400 km de alcance) para pronto emprego cada uma. Não especifiquei as Bias auxiliares mas fico com o Pantsir, capaz de disparar em movimento e dispondo de nada menos de uma dúzia de mísseis para pronto emprego cada um, totalizando outros 72 SAMs por Bia. Assim, é quase uma centena de mísseis para atacar as aeronaves e, no caso do Pantsir, ainda temos um par de canhões de 30 mm para atacar as munições disparadas (pena que falta uma Airburst). Ademais, onde a "força ilimitada"? Não paro de demonstrar quão baratos podem ser os drones (e deixei claro que a maioria é decoy!) e mencionei apenas alguns Wild Weasels que apenas acabariam o serviço contra a AAAe. Que "força ilimitada" é essa? Se fores ver bem, está até ao NOSSO alcance: com o que se gastou na modernização dos F-5 iria dar e sobrar para fazer todos os estimados 200 drones (2/3 falsos, lembres); para acabar o serviço seria botar MAR-1 e pod EW nos Gripens e deu pra bola, POWS!!!LeandroGCard escreveu:-Assume uma força ilimitada para o inimigo, com centenas de drones atuando ao mesmo tempo, mas a defesa AAe mal poderia distribuir 3 unidades de S-400 (que aliás nem acho que seja uma boa opção para defesa AAe fora algumas situações muito específicas, que não são o nosso caso - vamos falar em mísseis mais realistas, como o S-300 ou mesmo o Aster-30). Assim é fácil, vamos colocar a seleção brasileira para jogar apenas contra times de várzea formados por idosos e depois poderemos afirmar com certeza que o futebol é um esporte em que só o Brasil vence qualquer partida .
Depois só mandar os AMX e Super Tucanos para completar a lambança. Então, se até NÓS podemos...
No duro: Vamos ver melhor?LeandroGCard escreveu:- Considera novamente que uma vez que um ataque aéreo do inimigo tenha sucesso é o fim, acabou a guerra. Mas não é assim que a coisa funciona. Os ataques aliados contra a Alemanha e o Japão começaram a ganhar força em 1943, e dois anos depois, após milhões de bombas lançadas, ambos os países só foram derrotados por invasões de exércitos em terra e por bombas atômicas. O Vietnã recebeu mais bombas que o Japão e a Alemanha juntos, e GANHOU a guerra. Mesmo no Iraque os ataques aéreos sozinhos não conseguiram sequer eliminar a força aérea de Saddam, que continuou operando (é claro que mal como sempre) ao longo de parte da guerra, e depois fugiu para o Irã. Os israelenses fracassaram tanto no Líbano quanto na Palestina, apesar da total liberdade de bombardear onde quisessem, e até a pequenina Sérvia, único país derrotado politicamente por ataques aéreos, resistiu por 2 meses e meio contra a OTAN inteira, mesmo com uma defesa aérea obsoleta e ineficiente (com raras exceções).
ALEMANHA E JAPÃO, 2GM - A precisão dos citados bombardeios (diurnos) era abaixo de sofrível; à noite, então, de umas mil bombas ou mais os caras se davam por felizes se acertassem UMA! A própria aerodinâmica das citadas bombas era pra lá de merreca, comparemos o desenho com o de uma Mk-82 e veremos com clareza. Isso para não mencionar a péssima manufatura de tempos de guerra, a ausência de computadores a bordo dos bombardeiros para usar modos como o CCIP e a imprecisão dos sistemas de pontaria e radar da época. Ademais, interessante a distinção que fizeste: "...ou por bombas atômicas". Me enganei ou venceram o Japão pelo ar?
VIETNÃ - Aqui, salvo engano, me pareces novamente estar entrando em contradição: que eu saiba, o Vietnã teve a mais vasta, moderna e poderosa AAAe efetivamente empregada em uma guerra em todos os tempos. E mesmo assim levou mais bomba do que Alemanha e Japão JUNTOS?
Ademais, como assim, VENCEU? Que eu saiba os EUA é que perderam, retirando-se em 1973. E não perderam militarmente para os Charlies mas para sua própria imprensa e população, visceralmente contra. E por que estavam contra? Porque seu adorado Kennedy escalou o conflito, começando a mandar mais a mais tropas para ocupar terreno. Ora, o racismo entre Ocidentais e Orientais é lendário e não começou ontem. Não havia como estabelecer uma empatia entre os GIs e o Povo da região. Ambos se consideravam mutuamente como untermencshen, bárbaros & quetales. Deu no que deu, baixas crescentes, recrutamento obrigatório, repúdio a ele, mais baixas, mais repúdio, insurreições civis, mais baixas, até que a situação se tornou politicamente insustentável e os ianques tiveram que dar no pé. Seria interessante - em OUTRO tópico - debatermos como teria sido se os ianques tivessem mantido tudo como estava em 1963, com Aviação e Marinha fustigando a infraestrutura inimiga e FFEE treinando/armando aldeões e praticando ataques-surpresa e sabotagens. Mesmo com Russos e Chineses suprindo generosamente, quanto tempo o Vietnã aguentaria?
IRAQUE - Uma Força Aérea que não voa (porque se voar derrubam) é o quê? Serve para quê? Para mim estava soft-killed desde o começo do conflito.
LÍBANO E PALESTINA - Israel repetindo o erro dos EUA no Vietnã. Tropas desdobradas para ocupação em um terreno onde vivem pessoas que, além de amplo acesso a armas modernas, têm diferenças irreconciliáveis com os Judeus. Tinha como dar em outra coisa que não fosse um fracasso?
SÉRVIA - Já falei na Sérvia. Ali fizeram o certo, foi ataque aéreo e mais ataque aéreo até os caras se renderem. O terreno é tão favorável aos defensores (em caso de ofensiva terrestre) que até os EUA compreenderam que as baixas seriam inaceitáveis.
FFEE são unidades compostas por Militares cuidadosamente selecionados, altamente treinados e superequipados. Em suma, Forças Especiais são compostas por Soldados Especiais com Equipamentos Especiais, ou seja, muito além das capacidades de uma tropa comum. Te dou um exemplo bem legal: nas Falklands, em 1982, bem antes de a Frota Inglesa desembarcar tropas e retomar as ilhas, já estavam ocultos pequenos contingentes (geralmente duplas) do SAS e SBS. É difícil de achar referências a isso - tudo material classificado - mas, no meu caso, lendo uma entrevista do mais famoso dos Cmtes da FT Britânica, Alte Sandy Woodward, no começo dos anos 90, encontrei um trecho onde ele mencionava a surpresa do EM com reiteradas infos de "fontes no terreno" (adivinhes quem ) dando conta que San Carlos Water, ponto excelente para desembarque, estava completamente desguarnecido. O erro dos argies era tão escandaloso que não dava para acreditar, tanto que, segundo ele, aviões da RAF e RN tiveram que fazer vários voos de reconhecimento até se certificarem. Outro ponto interessante - e igualmente espantoso - foi a surpresa ao saberem (novamente via HUMINT-FFEE) que os argies deixaram a pista de Stanley como estava, sem ampliar de modo a poder empregar ao menos Skyhawks e Super Etendards. Notemos ainda que a ilha onde se localiza San Carlos é menor que o município Gaúcho de Alegrete e concentrava o grosso das forças Argentinas sendo, portanto, constantemente patrulhada e ainda assim as FFEE operaram sem problemas...LeandroGCard escreveu:-Assume que tropas inimigas em terra atuando contra as defesas AAe teriam sucesso sem riscos de serem descobertas e destruídas. E mesmo que teriam uma boa chance de sucesso operando contra unidades móveis em constante movimento ao invés das posições estáticas concretadas no solo que formavam o grosso da AAe pesada iraquiana. Lembre-se que algumas características são BASICAS para uma AAe minimamente eficiente, e uma delas é JAMAIS ficar parada tempo suficiente para que o inimigo sequer planeje um ataque. Como você planejaria um ataque de forças especiais ou mesmo de helicópteros contra alvos que você nunca sabe onde estarão nas próximas horas?
Por fim, qual o motivo para atacar um dispositivo duríssimo como seria o defensivo das Bias AAe se, como mencionado acima, bastaria montar POs ao longo das linhas de suprimento e atacá-las? De resto, bastaria um primeiro ataque bem sucedido (retraindo a seguir para longe) para criar uma tremenda paranóia entre os defensores. Iriam centuplicar as patrulhas, montar uma porção de PCs, em suma, um simples deslocamento de suprimentos iria acabar levando dias e não horas para chegar às Bias...
Perae, comparar indústrias do tempo da 2GM com as de hoje é sodas! Quantas "horas" achas que levaria para reoperacionalizar uma moderna indústria aeronáutica (EMBRAER, p ex), de mísseis (Mectron, p ex), radares (Bradar, p ex) ou foguetes (Avibrás, p ex), após serem atingidas por bombas modernas? E a CBC? FI? AEL? Notar que a esmagadora maioria do maquinário usado nas linhas de produção é IMPORTADO e não é COTS, tipo "encomendou, pagou, embarcou". Sério, tens idéia de quanto tempo qualquer uma delas levaria para ser reparada ou substituída? Estamos longe dos tempos em que uma fábrica de máquinas de costura (ex Vigorelli) podia ser rápida e facilmente convertida para produção de armas (chegou a fabricar a SMG Uru mas tinha condições de fazer até Mtr .50), cupincha. Daí a mísseis, radares e aeronaves...LeandroGCard escreveu:E veja bem, mantenha em mente que a função da AAe nunca foi impedir que uma bomba sequer caia sobre o alvo (isso só é considerado objetivo no caso de Israel contra os palestinos), e sim tornar o custo dos ataques proibitivos a ponto de impedir a sua continuação. E sempre que possível atrair sim os ataques contra si, impedindo que os inimigos se concentrem sobre os alvos que deveriam estar destruindo. Se eventualmente alguma fábrica em SJC fosse destruída em um ataque, sua produção poderia ser transferida para outra e outra, enquanto ela seria consertada. Não somos a Bolívia, nossa base industrial é suficientemente grande para isso (estamos falando em situação de guerra, onde as restrições de tempos de paz deixam de existir). Na SGM algumas fábricas alemães foram consertadas em horas após terem sido severamente atingidas por bombas aliadas, e já estavam operando na manhã do dia seguinte (as indústrias alemã e japonesa foram paralisadas por falta de matérias primas, não de fábricas).
Ué, da mesma fuente de onde viriam os repuestos para a AAAe. Um peso, uma medida...LeandroGCard escreveu:Agora, você coloca a ação de aviões de caça e super-tucanos contra os atacantes. E que problemas logísticos isso colocaria? de onde viriam as peças para continuarem operando com a elevada taxa de desgaste que se espera em operações reais?
AAAe + DA.LeandroGCard escreveu:Quem protegerias as bases aéreas contra ataques de mísseis de cruzeiro e, quando suas pistas e depósitos de combustível estivessem inoperantes, os aviões presos ao solo contra os drones e a aviação inimiga?
Não entendi a fixação nos EUA. Creio que demonstrei acima que drones, criativamente empregados, não custam essa barbaridade toda. Se a kôza for com os EUA não tem AAAe que segure mas esta hipótese carece de sentido. Aqui na AS eles usam quase sempre soft-power. Exemplo? Venezuela! Pouco ligando para Flankers e S-300, estão simplesmente deixando o regime cair de Maduro (desculpes, o trocadilho foi irresistível)...LeandroGCard escreveu: Você mandaria mesmo nossos poucos caças avançarem contra a USAF ou a USN (quem mais pode operar centenas de drones além dos EUA? ) sobre o mar ou dentro de território inimigo para interceptar os atacantes?
Juro que me esforço mas não tem jeito de eu entender este teu conceito de caças operando ATRÁS da AAAe, simplesmente não faz sentido para mim, desculpes.LeandroGCard escreveu:Quantos aviões seriam necessários para termos a mínima chance de sobreviver a este duelo por mais do que poucas horas? Onde conseguiríamos outros aviões depois (mísseis podemos fabricar sozinhos), para nem mencionar novos pilotos? Ou preferiria operar seus caças por detrás da fortaleza fornecida pela AAe,
Rever o exemplo de Tróia. Ou preferes um exemplo mais moderno? Tri, Batalha da Inglaterra. A AAAe teve bastante trabalho mas quem fez mesmo a alemoada desistir foi a RAF...LeandroGCard escreveu: potencializando suas vantagens e minimizando suas perdas, deixando para o inimigo a tarefa (sempre árdua) de enfrentar as flechas e pedras vindas do alto e a escalada dos muros, atacando apenas sob a proteção dos arqueiros ou quando o inimigo estivesse cansado e em retirada?
Leandro G. Card
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P. Sullivan (Margin Call, 2011)
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Re: O futuro da AAAe no Brasil
http://www.fab.mil.br/noticias/mostra/2 ... ANTARIA%20Comandante do COMGAR acredita que não é mais possível pensar o combate aéreo sem uma boa artilharia antiaérea. Por isso, destacou que além do sistema de baixo alcance que a FAB emprega, os mísseis Igla, o Ministério da Defesa tem um projeto de aquisição do sistema de médio alcance de fabricação russa: o Pantsir-S1. Cada força deve receber uma bateria. “É um equipamento de médio alcance, modifica totalmente a doutrina. É um equipamento de altíssima tecnologia, de primeira categoria que realmente vai mudar nossa cara em relação à artilharia antiaérea”, finaliza.
Mas não era sucata?
Não é a opinião das três Forças, mais um goela abaixo?
“Os únicos derrotados no mundo são os que deixam de lutar, de sonhar e de querer! Levantem suas bandeiras, mesmo quando não puderem levantar!”.
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Re: O futuro da AAAe no Brasil
E vai ter AAA russa sim senhor e se reclamar vai ter mais!
Obrigado Lulinha por melar o Gripen-NG
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Re: O futuro da AAAe no Brasil
&*&¨%¨%$%$@ !!!!!
Pronto, precisa mais?
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Mujica.
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Re: O futuro da AAAe no Brasil
Tulio e Leandro, parabéns pelas postagens
Dos cosas te pido señor, la victoria y el regreso, pero si una sola haz de darme, que sea la victoria.
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Re: O futuro da AAAe no Brasil
Finalmente consegui arrumar tudo o que precisava após a volta das férias, e arranjei um tempinho para voltar a postar. Então vamos lá:
O CONDABRA definitivamente não tem flexibilidade para enfrentar conflito militar algum, nem mesmo contra nossos vizinhos. No máximo ele pode ajudar os caças a ir atrás de um ou outro intruso em tempos de paz, que é o que realmente faz. Mas não teria a menor condição de se manter operacional por mais do que algumas horas se fosse atacado até mesmo por aviões de segunda linha de uma força aérea de terceira categoria (não digo em toda a área de abrangência do SIVAN ao mesmo tempo, mas nenhum TO concebível irá cobrir esta área inteira, nem mesmo em uma guerra contra os EUA). Não é este o conceito de defesa aérea que estamos discutindo.
Nestas “três décadas de trabalho árduo” sequer obtivemos mísseis capazes de enfrentar aviões modernos. E ainda agora se mantem a classificação idiossincrática por altura. E o único radar de DA nacional operacional tem 5 km de altura máxima de detecção. E os radares de controle aéreo não tem defesa contra ataques além de um punhado de F-5 modernizados. Os seis (isso mesmo, apenas seis) radares ditos móveis não são realmente móveis, são deslocáveis (não podem sair de posição no tempo em que um atacante detectado no limite do alcance demora para alcançá-los). Foram adquiridos para complementar os radares fixos onde necessário dado que a extensão da Amazônia é imensa e sairia muito caro instalar radares fixos para cobrir todo o território sob responsabilidade do SIVAN, mas não para cenários de ameaça militar real.
Ou seja, 30 anos e ainda estamos pensando em começar a fazer alguma coisa quem sabe algum dia quando der… .
E é claro que muitos aqui queriam e esperavam muito mais de um país que gasta alegremente bilhões em Copas do Mundo e Olimpíadas, em princípio justamente para elevar nossa imagem enquanto nação perante o mundo (senão, porque maios gastamos tanto dinheiro com isso?!?! Só para diversão do povo???). Mas a simples ideia de gastar uma fração disso ao longo de uma década para se tornar um polo desenvolvedor de doutrinas e sistemas AAe (que nem precisariam necessariamente cobrir todas as aplicações possíveis), algo perfeitamente concebível, é classificada como sonho absurdo e irrealista. Então tá então.
E estes países muito mais avançados que nós incluem a Venezuela, o Perú, o Chile e até o Equador (que só de CIWS Vulcan montados sobre chassis M-113 tem mais de 50 unidades). De fato, são países desenvolvidos que estão anos-luz à nossa frente .
E não é preciso pensar em exageros como proteção anti-balística (contra o quê, ataques do Irã ou da Coréia do Norte, que são os únicos países do mundo que usariam mísseis balísticos em grande quantidade?) ou em 80% de nosso território ao mesmo tempo. Bastaria termos a capacidade de proteger minimamente os centros mais importantes de forma a dissuadir de ataques, com sistemas dispondo de mobilidade suficiente para se necessário serem deslocados para as regiões sob maior ameaça. E apenas nas quantidades mínimas para justiticarem o desenvolviemnto contínuo (em tempo de paz). Não é nada absurdo, o que seria preciso mesmo é pensar realmente a sério no que é necessário e dá para fazer, e então ir atrás. E não criar um espantalho com esta história de tudo ou nada e usá-lo para justificar a inação década após década.
Os lançadores de mísseis Roland foram adquiridos há mais de 30 anos, saíram de operação e ninguém jamais se deu ao trabalho de substituílos.O SIVAN foi implantado há mais de 20 anos (já está até passando por atualizações de meia-vida) e ainda hoje não há meios para protegê-lo além de um punhado de F-5 modernizados. Isso não é implementação racional e gradual, é pura e simplesmente INAÇÃO.
E veja, sou filho de militar, morei na quadra militar de Brasília e cheguei a ter por hábito conversar com coronéis e generais por horas a fio enquanto jogávamos partidas de vôlei nos finais de semana. E por tudo isso esta história de que “conversar com quem faz” não me impressiona nem um pouquinho que seja, muito pelo contrário na verdade (e nosso amigo Túlio sabe bem do que estou falando).
Um grande abraço,
Leandro G. Card
Não.MasterCaiafa escreveu:Essa flexibilidade existe no COMDABRA, que sim, faz a Defesa Aérea, por mais que os sonhadores insistam em advogar em cima de cenários inexistentes. Nossa Defesa Aérea, construída em três décadas de trabalho árduo,possui radares fixos de vários alcances e funções, e radares móveis, modulares, capazes de serem modulados em containers padrão e despachados pelo ar, para qualquer ponto do território nacional onde se faça necessária a complementação da cobertura radar.
O CONDABRA definitivamente não tem flexibilidade para enfrentar conflito militar algum, nem mesmo contra nossos vizinhos. No máximo ele pode ajudar os caças a ir atrás de um ou outro intruso em tempos de paz, que é o que realmente faz. Mas não teria a menor condição de se manter operacional por mais do que algumas horas se fosse atacado até mesmo por aviões de segunda linha de uma força aérea de terceira categoria (não digo em toda a área de abrangência do SIVAN ao mesmo tempo, mas nenhum TO concebível irá cobrir esta área inteira, nem mesmo em uma guerra contra os EUA). Não é este o conceito de defesa aérea que estamos discutindo.
Nestas “três décadas de trabalho árduo” sequer obtivemos mísseis capazes de enfrentar aviões modernos. E ainda agora se mantem a classificação idiossincrática por altura. E o único radar de DA nacional operacional tem 5 km de altura máxima de detecção. E os radares de controle aéreo não tem defesa contra ataques além de um punhado de F-5 modernizados. Os seis (isso mesmo, apenas seis) radares ditos móveis não são realmente móveis, são deslocáveis (não podem sair de posição no tempo em que um atacante detectado no limite do alcance demora para alcançá-los). Foram adquiridos para complementar os radares fixos onde necessário dado que a extensão da Amazônia é imensa e sairia muito caro instalar radares fixos para cobrir todo o território sob responsabilidade do SIVAN, mas não para cenários de ameaça militar real.
Ou seja, 30 anos e ainda estamos pensando em começar a fazer alguma coisa quem sabe algum dia quando der… .
Mais uma vez, a ideia de nos nivelar pela paupérrima e atrasada América Latina limitando nossas capacidades por baixo. Se for para nos proteger da Argentina ou da Venezuela então NENHUMA DEFESA AAe É NECESSÁRIA, pois estes países podem ser derrotados por outros meios e não impõem ameaças credíveis ao Brasil atual. E justamente por isso é que de fato na prática até hoje NÃO TERMOS AAe NENHUMA fora um mínimo de sistemas limitados e atrasados basicamente para criar uma doutrina, e mesmo assim focada apenas na proteção de instalações e unidades das próprias FAA´s.O que percebo aqui é uma vontade IMENSA de possuir sistemas complexos, caros, com defesas em camadas, multi-sensorial, etc. De nada adianta sonhar com isso, o telhado, sem fazer bem as fundações, no caso, o COMDABRA. Historicamente, a América Latina, excetuando Cuba no passado e a Venezuela, no presente, nunca dispuseram de sistemas AAAe avançados pelo simples fato de as tecnologias voando nos possíveis adversários serem, em sua maioria, obsoletas e previsíveis.
E é claro que muitos aqui queriam e esperavam muito mais de um país que gasta alegremente bilhões em Copas do Mundo e Olimpíadas, em princípio justamente para elevar nossa imagem enquanto nação perante o mundo (senão, porque maios gastamos tanto dinheiro com isso?!?! Só para diversão do povo???). Mas a simples ideia de gastar uma fração disso ao longo de uma década para se tornar um polo desenvolvedor de doutrinas e sistemas AAe (que nem precisariam necessariamente cobrir todas as aplicações possíveis), algo perfeitamente concebível, é classificada como sonho absurdo e irrealista. Então tá então.
Temos de fato um sistema dual, usado para controle de tráfego aéreo e que pode também ser usado para vetorar aeronaves de combate para a defesa aérea em cenários de tempos de paz (um ou outro intruso voando perto da fronteira), mas isso não significa que ele seja um sistema de aplicação militar prática. Com a proteção (ou falta dela) que tem hoje seus sensores fixos não durariam mais do que poucas horas em caso e conflito militar real, mesmo contra nossos vizinhos mais pobres e atrasados do que nós.Temos uma Defesa Aérea dual, que funciona, já deu várias provas da sua capacidade, inclusive recentemente na fronteira, e que só não agrada aos "especialistas" em comparar a nossa realidade com a realidade de países muito, mas MUITO mais avançados nessa seara do que nós, brasileiros. O PEE DAAe está sendo feito em módulos, de forma sensata, de acordo com os recursos disponíveis, e com critérios de nacionalização de equipamentos e ToT bastante abrangentes.
E estes países muito mais avançados que nós incluem a Venezuela, o Perú, o Chile e até o Equador (que só de CIWS Vulcan montados sobre chassis M-113 tem mais de 50 unidades). De fato, são países desenvolvidos que estão anos-luz à nossa frente .
É exatamente a materialização de sonhos que faz a diferença entre as nações sérias e as ridículas. PODEMOS fazer muitíssimo mais do que fazemos hoje nos mais diversos campos, inclusive já tendo um dia iniciado ações neste sentido, mas hoje nos contentamos a assumir uma mediocridade que não nos cai bem e usamos como justificativa a situação de vizinhos muito mais pobres em tudo do que nós. E depois reclamamos quando outros países e governos não nos levam a sério.Se eu pudesse materializar sonhos, teríamos uma DAAe com Pantsir, Aster 30, Iris-T SL, MANPADS em profusão (fabricados sob licença aqui) e radares de aquisição e guiamento de concepção nacional (S200) em várias escalas de performace-alcance-resolução. Poderíamos até, já que vale a pena viajar na maioneses, adquirir dois radares do tipo SMART-L EWC 3D Radar, para prover cobertura anti-míisilistica de amplo espectro, cobrindo mais de 80% do território nacional, etc.
E não é preciso pensar em exageros como proteção anti-balística (contra o quê, ataques do Irã ou da Coréia do Norte, que são os únicos países do mundo que usariam mísseis balísticos em grande quantidade?) ou em 80% de nosso território ao mesmo tempo. Bastaria termos a capacidade de proteger minimamente os centros mais importantes de forma a dissuadir de ataques, com sistemas dispondo de mobilidade suficiente para se necessário serem deslocados para as regiões sob maior ameaça. E apenas nas quantidades mínimas para justiticarem o desenvolviemnto contínuo (em tempo de paz). Não é nada absurdo, o que seria preciso mesmo é pensar realmente a sério no que é necessário e dá para fazer, e então ir atrás. E não criar um espantalho com esta história de tudo ou nada e usá-lo para justificar a inação década após década.
Agora? Agora como, cara pálida?Bonito de escrever e de ler, certo? Sem as fundações, que estão sendo lançadas agora, NUNCA vai acontecer. Não adianta cobiçar o beijo da boca da morena sem agradar primeiro o pai da morena. FATO.
Uma coisa é o que desejamos no mundo Super Trunfo. Outra coisa é o que há de real, viável, industrialmente interessante e nacionalmente eficaz.
Os lançadores de mísseis Roland foram adquiridos há mais de 30 anos, saíram de operação e ninguém jamais se deu ao trabalho de substituílos.O SIVAN foi implantado há mais de 20 anos (já está até passando por atualizações de meia-vida) e ainda hoje não há meios para protegê-lo além de um punhado de F-5 modernizados. Isso não é implementação racional e gradual, é pura e simplesmente INAÇÃO.
Tudo bem, sua opinião é esta e não tenho a pretensão de alterá-la. Mas não espere que todos aqui a compartilhem só porque nossa realidade hoje é assim, pois imaginar uma realidade diferente é exatamente o primeiro passo para mudá-la. E é isso que estamos discutindo aqui. Se você acha o assunto como colocado irrelevante OK, mas para nós é bastante interessante e não vejo porque não deveríamos continuar a debatê-lo nestas mesmas bases.Claro, essa é a minha opinião, mas embasada em observação e contato próximo com quem FAZ a DAAe.
E veja, sou filho de militar, morei na quadra militar de Brasília e cheguei a ter por hábito conversar com coronéis e generais por horas a fio enquanto jogávamos partidas de vôlei nos finais de semana. E por tudo isso esta história de que “conversar com quem faz” não me impressiona nem um pouquinho que seja, muito pelo contrário na verdade (e nosso amigo Túlio sabe bem do que estou falando).
Um grande abraço,
Leandro G. Card
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Re: O futuro da AAAe no Brasil
Agora é contigo Túlio, vamos lá :
Drones “baratinhos” usados como decoys seriam como versões peladas de um Predator ou um um Hermes-900. Cada um deles tem preços na faixa dos 2 milhões de dólares completo, mas se for pelado pode cair para algo como USD 250-500 mil (chute meu – baseado nos preços de aeronaves leves e no fato de que eles precisam seguir especificações militares, que não ajudam em nada a reduzir o preço). Não dá para ser muito menos do que isso, pois airframe, comandos, motorização e equipamento mínimo de comunicação e navegação não podem ser retirados, caso contrário ele nem voa. Estes UAV´s tem velocidades máximas entre 180 e 250 Km/h, não dá para confundi-los com nenhum avião de ataque a jato (na verdade nem mesmo com um ST). Um míssil AAe de alcance e desempenho medianos (imagine quando muito um ESSM, um Barak-8 ou um Bamse) podem abatê-los com facilidade, e mísseis ar-ar como o Piranha-II adaptados com boosters também serviriam. Esqueça usar S-300 ou 400 para isso, ninguém o faria em circunstância alguma. Estes mísseis menos sofisticados podem custar menos de USD 200 Mil por disparo. Na verdade dependendo de como fosse montado o sistema de defesa eles poderiam ser enfrentados mesmo com mísseis de alcance e custo ainda menor, como um Crotale ou o 57E-6 do Pantsir. Não é preciso se preocupar muito quando estes drones “baratinhos” aparecem no radar ou em outro sensor qualquer, pois eles não podem levar armamento de maior alcance e nem mais pesado, no máximo uma pequena quantidade de mísseis e bombas com menos de 50Kg e alcance menor que 20Km. O que “bombardeiros” desta categoria vão fazer contra que alvos?
Existem, é claro, UAV´s com melhor desempenho (como o Reaper), mas aí estamos falando de coisas com o custo similar pelo menos ao de um Super-Tucano, de vários milhões de dólares, e então a relação custo—benefício contra qualquer míssil AAe, mesmo os mais sofisticados, fica desfavorável.
A idéia é extatamente esta, manter os atacantes em um duelo contínuo contra uma AAe que ele não tem como destruir com um único ataque, e impor uma taxa de desgaste que o obrigue a desistir antes de se voltar com toda força contra os alvos realmente estratégicos. Por isso coisas como grandes radares fixos ou meramente deslocáveis como os do Sivan (que não podem ser defendidos de forma eficiente) não devem sequer ser cogitados para integrar sistemas de defesa AAe – servem apenas para controle de tráfego em tempo de paz e ajuda no patrulhamento aéreo (é claro, muito úteis em tempo de paz para evitar que se fiquem deslocando radares realmente móveis e aeronaves AEW a todo momento por bobagens), e olhe lá.
E quanto a esta história do cordão logístico, em ação a AAe vai basicamente deslocar seus próprios veículos e repostos de munição (o combustível é diesel o comum, encontrável em qualquer lugar e utilizado em quantidades ínfimas se comparado ao consumo de querosene especial de aviação da DA), algo esparso e dificílimo de ser atacado com eficiência por meio de ataques planejados. Para tentar interceptá-los seria necessário efetuar missões de interdição do campo de batalha, que exigem sobrevoos constantes em busca de alvos que não se sabe com antecedência onde estão ou o que são. Justamente o cenário ideal para a AAe em seu duelo contra a força aérea inimiga (aliás esta é a aplicação básica dos mísseis de alcance médio – 30 a 50 Km - com sensores passivos, em missões de tocaia).
Seria como, no cenário da SGM, colocar 200 tanques leves e mais uns 100 pesados contra 18 canhões antitanque (ah, mas cada um com direito a seis tiros!) protegidos por algumas metralhadoras .50. Isso é jogo equilibrado pra você?
Mas na verdade eu nem colocaria o S-400 na jogada, este tipo de arma é para cenários bem específicos onde está presente a ameaça de mísseis balísticos de curto-médio alcance, o que não é o nosso caso. Para nós um S-300 já estaria pra lá de bom, e ainda assim em pequenas quantidades. O grosso da defesa poderia ser composto por sistemas da classe do Barak-8 ou do ESSM, além dos 57E-6 ou equivalentes em reparos dedicados, sem a necessidade de incorporar os canhões que deveriam ser instalados separadamente (juntos só fazem sentido para a função original do Pantsir, a proteção de tropas em movimento).
Já quanto ao Japão, ele foi derrotado por bombas atômicas, o que é outro assunto. Não há o que discutir a respeito, se elas entram em cena ataques aéreos, DA ou AAe passam a ser irrelevantes (a menos que se considere eventuais sistemas ABM, uma derivação da AAe – e não da DA).
Mais uma vez, a função da AAe não é impedir que uma única bomba sequer caia, e sim tornar a campanha aérea ineficiente e cara demais. E foi isso exatamente que os vietnamitas conseguiram, a ponto de não serem derrotados mesmo por bombardeios mais intensos que os lançados contra Alemanha e Japão juntos. E sabe porquê isso? Por que a distribuição dos ataques aéreos americanos por frequência era mais ou menos assim:
1- Áreas distantes da AAe vietnamita, mas onde também não haviam alvos de valor a destruir. Os relatórios sobre estes ataques (por exemplo contra a trilha Ho Chi Min e a supostas concentrações de unidades Vietkong nas florestas – que jamais foram confirmadas) são ridículos, contando por exemplo o número de bicicletas destruídas por um ataque de dezenas de B-52 (aliás, número falso, porque não foi ninguém lá verificar)! Uma percentagem absurda das bombas lançadas sobre território vietnamita foi simplesmente desperdiçada assim (meu pai tinha uma história muito interessante para contar sobre isso).
2- Sites da própria AAe – os americanos caíram na armadilha de entrar em duelo com a AAe e desperdiçar assim seus recursos. A maioria dos aviões americanos perdidos na guerra foi abatida assim, em missões de supressão de defesas.
3- Alvos defendidos por AAe de baixa eficiência (basicamente metralhadoras e canhões operados manualmente – contra jatos!), como pontes distantes e postos de observação em montanhas. Reconstruídos dias ou mesmo horas após cada ataque bem sucedido (embora diversos aviões tenham sido perdidos assim também, para surpresa dos EUA).
4- Alvos defendidos por AAe pesada, como a capital Hanoi. Neste caso os ataques foram suspensos antes de se obter qualquer dos efeitos políticos esperados.
E é claro que se os EUA perderam o Vietnã venceu, pois alcançou seus objetivos políticos (a própria razão de ser do conflito). E como pode haver um derrotado sem um vencedor? Ou o povo americano teria ficado visceralmente contra a guerra se seus pilotos estivessem destruindo completamente o inimigo praticamente sem perdas, e soldados no solo fossem desnecessários?
Mas aí a situação da Otan se complicou. A princípio ela não queria partir para ataques contra a infra-estrutura civil sérvia, pois isso daria margem a que outros países se posicionassem contra o conflito (o que de fato chegou a acontecer, com a Rússia e a China entre outros colocando protestos formais). Mas seria politicamente pior ainda se retirar e aceitar que não se podia fazer mais nada. Daí a mudança para os ataques estratégicos até a Sérvia desistir. E então o que a pobre Sérvia poderia fazer, um país menor que o estado de Pernambuco com um PIB igual a um terço do da Grécia contra a OTAN inteira? E os Sérvios nem mesmo produziam os radares e mísseis de médio alcance que tinham alguma chance de hostilizar a aviação inimiga (só mísseis de curto alcance como Manpads), tinham apenas um estoque antigo sem acesso a reposições... , daí a necessidade absoluta de economizar munições deixando os aviões passarem. Exatamente o que eu sempre digo que não funciona, e o motivo da produção de alguns sistemas ter que ser local.
E uma informação que recebi do Cel Fregapanni sobre as ações das Malvinas (não sei se certa ou errada, foi o que ouvi da boca dele, que estudou aquele conflito à fundo): Quem dava informações para o comando inglês (as fontes no terreno) eram os kelpers, os moradores das ilhas, que desde sempre tiveram meios de se comunicar diretamente com a Inglaterra, nem que fosse por meio de radio-amadores. Não seriam necessários soldados especiais no terreno para isso.
Estas fábricas todas na verdade tem muito menos equipamentos ultra-hiper-super sofisticados do que você imagina, visite a Embraer e depois uma ferramentaria qualquer e verá o que digo. Tirando os componentes eletrônicos (que em caso de guerra teriam sua produção imediatamente transferida para áreas altamente protegidas no interior do país, além da montagem de estoques – não somos tão estúpidos assim), os elementos mais importantes na verdade são planos de montagem, salas de medição e gabaritos/moldes. Os primeiros podem ser guardados em pen-drives ou até na internet, e reproduzidos à vontade. Os segundos existem em muitíssimas empresas, na verdade atualmente a maior parte das peças já chega à fábrica com qualidade garantida pelo próprio fornecedor. E os últimos são construídos artesanalmente (é isso mesmo, não são fabricados mas construídos, usando inclusive muito trabalho de ajuste manual). O maquinário na verdade não é tão específico assim, pode ser substituído por outros presentes em toda a nossa base industrial, e muitos deles são sim produzidos aqui mesmo há tempos, só se utilizam muitos equivalentes importados porque o custo (pelo menos até pouco tempo atrás, com o dólar barato) era mais compensador. Mas o Brasil já foi um importante exportador de máquinas industriais para o resto do mundo, fique sabendo, marcas como a Romi são bem conhecidas e apreciadas na Europa e nos EUA. E o trabalho de retrofit de máquinas mais antigas, que as transforma em unidades produtivas modernas e extremamente especializadas é realizado por diversas empresas brasileiras sim, eu mesmo prestei consultoria a diversas delas. A mesma estrutura industrial pode sem problemas ser empregada no reparo de máquinas danificadas.
Veja bem, uma coisa é a produção em tempo de paz de produtos com o mínimo preço possível para um mercado altamente competitivo, e outra completamente diferente é a produção de guerra para atender às demandas das FAA´s durante um conflito. Não dá para imaginar a segunda nos mesmos moldes da primeira, são realidades completamente diferentes. Vai por mim, trabalho nisso e sei bem do que estou falando. 99% do que importamos hoje pode sim ser produzido perfeitamente aqui e em pouco tempo, apenas os custos é que ficariam muito longe de ser compensadores, daí a importação. Mas isso é irrelevante em caso de guerra.
Mas não é este o motivo para eu sempre contrapor forças dos EUA e da OTAN quando discuto AAe. O que tenho em mente é outra coisa muito diferente de um ataque ao nosso território. O fato é que praticamente qualquer outro país que sequer pense em comprar sistemas AAe de fabricação brasileira estará sim imaginando os EUA, países da OTAN ou todos juntos como possíveis atacantes, e só cogitará a aquisição de sistemas capazes de enfrentar ESTES inimigos. Simplesmente ninguém em sã consciência iria gastar uma quantidade significativa de $$$ para se proteger de ataques aéreos da Venezuela ou da Argentina.
Botar os caças lá na frente enfrentando todas as desvantagens que o inimigo é que deveria enfrentar só porque eles podem (ou ficaria bonito em um filme) não faz o menor sentido prático. Mas eu entendo sua confusão, ela ocorre porque estamos falando das missões DEFENSIVAS. É claro que as aeronaves não vão ficar apenas defendendo a retaguarda o conflito inteiro, a grande vantagem delas é justamente poder ir lá na frente levar a guerra ao coração do território inimigo. Mas aí a AAe estará do outro lado, e a discussão é outra (como sobreviver a ela). Então mantenha em mente que quando falo da cooperação de aviões de caça e AAe estou me referindo EXCLUSIVAMENTE a ações DEFENSIVAS, e neste caso é melhor os caças estarem atrás da AAe do que na frente dela. A menos que tenhamos ampla superioridade aérea contra o inimigo, e neste caso a AAe perde muito de sua importância, como ocorre com os EUA (o que dificilmente será o caso do Brasil algum dia, mesmo contra nossos pobres vizinhos que já há muito tempo estão justamente na situação contrária).
As muralhas de Tróia jamais foram derrotadas, mesmo com um bando de semi-deuses lutando pelo lado adversário. Elas inclusive permitiram que um fraco e covarde Páris derrotasse o poderoso Aquiles, o que um igualmente poderoso Heitor não conseguiu fazer ao abandonar a proteção delas. Foi preciso um subterfúgio para penetrá-las, e os portões tiveram que ser abertos por dentro. Se os troianos não tivessem sido levados a acreditar que a guerra já estava terminada eles não teriam levado aquele cavalo de madeira ridículo para dentro, o teriam queimado no local, e Troia talvez estivesse de pé até hoje... .
E a Inglaterra não possuía AAe digna de nota, o que quase a levou à derrota para a Luftwaffe. Os ataques de He-111 e Do-17 a média altitude contra as fábricas e campos de aviação ingleses, embora também não fossem lá nenhuma maravilha, foram muito mais bem sucedidos do que os ataques de grande altitude de B-17 e Lancasters contra as fábricas alemãs protegidas por flak, mesmo os bombardeiros aliados sendo muito maiores e melhores. Não fosse a bobagem de Hitler em insistir nos ataques a Londres a RAF não teria sobrevivido muito mais tempo, e a história seria bem outra.
E mais, se a ideia dos comandantes inferiores e pilotos da RAF tivesse sido seguida, com os caças avançando para lutar ainda na França ou sobre o canal (a ideia de lançar os caças à frente) a RAF sequer teria conseguido manter pilotos suficientes em operação para vencer a batalha (ela mal conseguiu manter seus números, e mesmo assim com qualidade decrescente ao longo da batalha – imagine com seus pilotos caindo no mar ou em território inimigo). Apenas a insistência de seu comandante, o brigadeiro Dowding, em manter táticas defensivas permitiu a RAF impor uma taxa de atrição tal que acabou fazendo a Alemanha desistir da batalha.
Por outro lado, se os ingleses tivessem utilizado a AAe com mais intensidade poderiam ter tido sua vitória extremamente facilitada, como mostrou a campanha da Holanda:
“Unknown to the British because of the chaos of war,[119] the Luftwaffe had suffered very heavy losses during their attack on the Netherlands, losing 64 fighters, 276 transport planes and various other aircraft for a total of 525 lost in just four days in May, due to fierce Dutch anti-aircraft defences that the Luftwaffe had grossly underestimated “
Fonte: https://en.wikipedia.org/wiki/Battle_of ... strategies
Grande abraço,
Leandro G. Card
Túlio, o sistema AAe não precisa identificar os modelos de drones e muito menos o que eles carregam à bordo, basta avaliar o seu desempenho para designar que sistema irá enfrentá-los.Túlio escreveu:Cupincha véio, por gentileza, me cites UM sistema capaz de discriminar, em uma revoada de drones, qual é decoy, qual está fazendo reconhecimento e qual está em missão de ataque. Unzinho só. E falo do que há de mais moderno em sistemas de detecção, notes. Notes também:
A - No post anterior deixo claro que o Predator é um exemplo apenas, e acrescento que há vários outros UAVs que podem ser adaptados (o próprio Predator UCAV é uma adaptação do UAV/Decoy) para cumprir as mesmas missões. Até no Brasil há modelos assim em desenvolvimento, como o HARPIA, parceria entre a EMBRAER e a AEL (leia-se ELBIT).
B - Notes ainda que o que encarece estas aeronaves são os sistemas embarcados (todos os sensores são passivos, ou seja, sem emissão EM) e armamentos. Tire-se isso e, repito o post anterior, temos um teco-teco sem piloto. A guiagem e o monitoramento (mesmo dos decoys) são por data-link e a transcepção é via satélite (longe da base) e/ou rádio (perto). Isso os deixa (sem os sensores) apenas um pouquinho mais caros que um teco-teco, ou seja, meios sacrificáveis sem dó. Notar ainda que um motorzinho Rotax zero km (completo com caixa de redução) custa em torno de USD 30.000 no varejo (direto da fábrica e em lote deve ser bem menos), aliás, dá para comprar até pela internet.
C- Vamos lembrar que o EXEMPLO que citei, o Predator UCAV, descende do Reconhecedor (UAV). Recebeu novos sensores, diretores de tiro, pilones e mísseis (no caso citado, Hellfire, mas pode ser Stinger também) mas, em essência, é a mesma aeronave. Assim, para complicar a detecção/discriminação visual, qual a dificuldade em adaptar pilones e mísseis falsos e mesmo a "bola" ventral onde vão os sensores (sem nada dentro)? Mantenhamos em mente que estas aeronaves operam normalmente entre FL150 e FL250, ou seja, além de estarem fora do alcance de qualquer Can AAe (mesmo os maiores, de emprego naval, já estarão ao alcance dos Hellfires (ou similares) bem antes de poderem engajar) ainda podem utilizar nuvens para complicar a vida de sensores termais e visuais. Mesmo com céu limpo, vou repetir a pergunta: como discriminar? Eles são todos iguais (mesma velocidade e altitude, mesmo RCS, mesmo sinal térmico, mesmo aspecto visual), estão todos em formação de combate e vêm na direção do(s) alvo(s). Nas buenas, não vejo maneira de achares tão fácil saber quem é quem. Como não vejo lógica em, dispondo de SAMs de longo alcance e sem ter certeza de qual (ou quais) dos alvos existentes na região será (serão) atacado(s), se irá deixar que se aproximem apenas para se poder disparar armas mais baratas e de menor alcance. Sobre alcance de detecção, aliás, uma ilustração: em 23/12/2002, às vésperas da Segunda Guerra do Golfo aconteceu o primeiro engajamento em combate de um UCAV (Predator) x um caça tripulado (MiG-25). Apesar daquele radarzão (Saphir), o Foxbat se aproximou frontalmente até permitir que o UCAV o atacasse com um mísero Stinger, mais ou menos ao mesmo tempo em que o Piloto do MiG finalmente o enquadrava e disparava seu próprio Msl (provavelmente um R-40), que teve o duplo condão de desorientar o Stinger e abater o UCAV. Pelo relatório, se vê que estavam em rota de colisão (ou o Stinger não teria passado tão perto do outro Msl a ponto de ficar sem saber a quem perseguir), o que nos permite concluir que um UCAV não deve ser nada fácil de detectar, seja no radar, seja no visual...
Drones “baratinhos” usados como decoys seriam como versões peladas de um Predator ou um um Hermes-900. Cada um deles tem preços na faixa dos 2 milhões de dólares completo, mas se for pelado pode cair para algo como USD 250-500 mil (chute meu – baseado nos preços de aeronaves leves e no fato de que eles precisam seguir especificações militares, que não ajudam em nada a reduzir o preço). Não dá para ser muito menos do que isso, pois airframe, comandos, motorização e equipamento mínimo de comunicação e navegação não podem ser retirados, caso contrário ele nem voa. Estes UAV´s tem velocidades máximas entre 180 e 250 Km/h, não dá para confundi-los com nenhum avião de ataque a jato (na verdade nem mesmo com um ST). Um míssil AAe de alcance e desempenho medianos (imagine quando muito um ESSM, um Barak-8 ou um Bamse) podem abatê-los com facilidade, e mísseis ar-ar como o Piranha-II adaptados com boosters também serviriam. Esqueça usar S-300 ou 400 para isso, ninguém o faria em circunstância alguma. Estes mísseis menos sofisticados podem custar menos de USD 200 Mil por disparo. Na verdade dependendo de como fosse montado o sistema de defesa eles poderiam ser enfrentados mesmo com mísseis de alcance e custo ainda menor, como um Crotale ou o 57E-6 do Pantsir. Não é preciso se preocupar muito quando estes drones “baratinhos” aparecem no radar ou em outro sensor qualquer, pois eles não podem levar armamento de maior alcance e nem mais pesado, no máximo uma pequena quantidade de mísseis e bombas com menos de 50Kg e alcance menor que 20Km. O que “bombardeiros” desta categoria vão fazer contra que alvos?
Existem, é claro, UAV´s com melhor desempenho (como o Reaper), mas aí estamos falando de coisas com o custo similar pelo menos ao de um Super-Tucano, de vários milhões de dólares, e então a relação custo—benefício contra qualquer míssil AAe, mesmo os mais sofisticados, fica desfavorável.
Túlio, mais uma vez você está encarando a AAe como um jogo de tudo-ou-nada, em que se o inimigo chegar ao alcance de disparo é o fim, o sistema de defesa está completamente arruinado sem chance de escapatória e a guerra acabou. Mas na verdade não é assim que a coisa funciona (e já estou ficando meio que cansado de explicar isso), a função da AAe NÃO É impedir que o inimigo dispare, e sim impor uma taxa de atrito que torne a continuação dos ataques impossível por seu custo excessivo. Por isso a tática é exatamente esta, atirar apenas quando os alvos de valor estiverem dentro de uma zona de alta probabilidade de sucesso (como fez Zoltan – pena que os mísseis que tinha eram obsoletos e a probabilidade de sucesso mínima na forma como a OTAN estava operando). E para isso a AAe precisa ser plenamente capaz de sobreviver a eventuais armas lançadas pelo inimigo, o que se obtém pela mobilidade (que não é apenas desejável, é FUNDAMENTAL), pelo uso de uma camada de defesa aproximada contra munições como bombas guiadas e mísseis (função dos mísseis menores e dos canhões de um Pantsir ou um Gepard), pelo uso de decoys, ECM e etc... . Nestas condições a eficiência dos ataques da aviação inimiga não é jamais 100%, na prática é muitíssimo menor, novamente como demonstrou o Cel. Zoltan, que mesmo em uma situação de extrema inferioridade tática e tecnológica frente aos ataques de toda a coalizão ocidental terminou a guerra com sua unidade praticamente intacta.LeandroGCard escreveu:Desculpes mas devo, mesmo tentando bastante, não ter sido suficientemente claro: quando falei no custo-benefício, me referi à destruição da Bia inteira (incluindo sistemas e Bias auxiliares) e não apenas dos mísseis disparados x UAVs/UCAVs perdidos. E torno a repetir, quem vai deixar algo potencialmente perigoso chegar perto o suficiente para usar suas armas? Aqui não é a Sérvia, onde por padrão deixavam os caças passar e disparar suas armas sobre o alvos para só depois tentar atingi-los quando já estavam quase fora do espaço aéreo local. O fato de ter ousado atacar um F-117 (de uma unidade composta por quatro) antes mesmo que este pudesse abrir seu bomb-bay foi um dos fatores determinantes para criar a aura quase mística em torno do Cel Zoltan.
A idéia é extatamente esta, manter os atacantes em um duelo contínuo contra uma AAe que ele não tem como destruir com um único ataque, e impor uma taxa de desgaste que o obrigue a desistir antes de se voltar com toda força contra os alvos realmente estratégicos. Por isso coisas como grandes radares fixos ou meramente deslocáveis como os do Sivan (que não podem ser defendidos de forma eficiente) não devem sequer ser cogitados para integrar sistemas de defesa AAe – servem apenas para controle de tráfego em tempo de paz e ajuda no patrulhamento aéreo (é claro, muito úteis em tempo de paz para evitar que se fiquem deslocando radares realmente móveis e aeronaves AEW a todo momento por bobagens), e olhe lá.
A AAe não precisa se deslocar tanto assim, afinal os alvos estratégicos basicamente não se deslocam. Ela precisa se posicionar na área a ser defendida, e depois apenas mudar de posição algumas centenas de metros ou kms em torno de um ponto fixo. E isso é uma enorme vantagem em termos de sobrevivência se comparado por exemplo a uma base aérea da DA, que estará sempre lá exatamente no mesmo lugar, convidando para ser inutilizada... .Bueno, elas existem, tanto para a AAAe quanto para a DA. Creio que esqueceste de mencionar que a AAAe precisa de muito menor variedade de repuestos e combustível que a DA. Só que caças voltam à Base após sua missão e lá estão os suprimentos; já a AAAe, se desdobrada à distância, precisa ser constantemente suprida, criando um cordão logístico que seria a festa para as FFEE inimigas (tinha esquecido de mencionar essa parte).
E quanto a esta história do cordão logístico, em ação a AAe vai basicamente deslocar seus próprios veículos e repostos de munição (o combustível é diesel o comum, encontrável em qualquer lugar e utilizado em quantidades ínfimas se comparado ao consumo de querosene especial de aviação da DA), algo esparso e dificílimo de ser atacado com eficiência por meio de ataques planejados. Para tentar interceptá-los seria necessário efetuar missões de interdição do campo de batalha, que exigem sobrevoos constantes em busca de alvos que não se sabe com antecedência onde estão ou o que são. Justamente o cenário ideal para a AAe em seu duelo contra a força aérea inimiga (aliás esta é a aplicação básica dos mísseis de alcance médio – 30 a 50 Km - com sensores passivos, em missões de tocaia).
Ou seja, ainda estamos falando de MENOS DE 300 MÍSSEIS (que, veja bem, são apenas a munição), a grande maioria pequenos e baratos 57E-6, contra DUAS CENTENAS DE DRONES e ainda uma força completa de AMX, F-5M ou Gripen! Só para operar estes drones, quantas unidades de controle e especialistas seriam necessários? Quantos mísseis e bombas guiadas estes drones e aviões teriam que ter à sua disposição? E quanto custa manter os aviões no ar durante uma campanha aérea (quem acharia os alvos para drones e aviões)? E tudo isso para enfrentar basicamente apenas 108 mísseis com alcance maior que o das armas stand-off.LeandroGCard escreveu:Perdão mas não falei de 03 unidades de S-400, foram 03 Baterias completas, ou seja, 18 unidades de lançamento, cada Bia com 06 lançadores capazes de, em conjunto, ter 24 mísseis 40N6 (até 400 km de alcance) para pronto emprego cada uma. Não especifiquei as Bias auxiliares mas fico com o Pantsir, capaz de disparar em movimento e dispondo de nada menos de uma dúzia de mísseis para pronto emprego cada um, totalizando outros 72 SAMs por Bia. Assim, é quase uma centena de mísseis para atacar as aeronaves e, no caso do Pantsir, ainda temos um par de canhões de 30 mm para atacar as munições disparadas (pena que falta uma Airburst). Ademais, onde a "força ilimitada"? Não paro de demonstrar quão baratos podem ser os drones (e deixei claro que a maioria é decoy!) e mencionei apenas alguns Wild Weasels que apenas acabariam o serviço contra a AAAe. Que "força ilimitada" é essa? Se fores ver bem, está até ao NOSSO alcance: com o que se gastou na modernização dos F-5 iria dar e sobrar para fazer todos os estimados 200 drones (2/3 falsos, lembres); para acabar o serviço seria botar MAR-1 e pod EW nos Gripens e deu pra bola, POWS!!!
Depois só mandar os AMX e Super Tucanos para completar a lambança. Então, se até NÓS podemos...
Seria como, no cenário da SGM, colocar 200 tanques leves e mais uns 100 pesados contra 18 canhões antitanque (ah, mas cada um com direito a seis tiros!) protegidos por algumas metralhadoras .50. Isso é jogo equilibrado pra você?
Mas na verdade eu nem colocaria o S-400 na jogada, este tipo de arma é para cenários bem específicos onde está presente a ameaça de mísseis balísticos de curto-médio alcance, o que não é o nosso caso. Para nós um S-300 já estaria pra lá de bom, e ainda assim em pequenas quantidades. O grosso da defesa poderia ser composto por sistemas da classe do Barak-8 ou do ESSM, além dos 57E-6 ou equivalentes em reparos dedicados, sem a necessidade de incorporar os canhões que deveriam ser instalados separadamente (juntos só fazem sentido para a função original do Pantsir, a proteção de tropas em movimento).
E você nunca se perguntou porquê eram necessárias mil bombas para destruir cada alvo, se no início da guerra os Stukas e Aichis faziam isso com umas poucas, mesmo contra alvos móveis como navios? Então eu lhe digo, é porque a defesa AAe não permitia o uso de bombardeios de baixa e média altitudes ou de mergulho, os aviões atacantes tinham que ficar acima do alcance efetivo dos canhões de calibre maior como o 88mm. Na altitude em que os aliados atacavam eles de fato ficavam praticamente imunes à defesa AAe (os próprios relatórios alemães são claros em dizer que naquela situação os Flak tinham função basicamente psicológica, para dar a impressão à população civil de que os nazistas estavam fazendo alguma coisa para defendê-la), mas o fato é que a eficiência dos ataques ficou uma bos%@ se comparada aos bombardeios de baixa e média altitude testados antes da guerra (lembra de Billy Mitchel?) e no início dela, a ponto deles não chegarem a afetar a Alemanha de forma decisiva como quase ocorreu com a Inglaterra em 1940 antes de Hitler desviar a Luftwaffe das fábricas de Spitfires e Hurricanes para Londres (mais uma vez, a Alemanha foi derrotada pelo bloqueio de matérias primas e no solo, não pelo ar).No duro: Vamos ver melhor?
ALEMANHA E JAPÃO, 2GM - A precisão dos citados bombardeios (diurnos) era abaixo de sofrível; à noite, então, de umas mil bombas ou mais os caras se davam por felizes se acertassem UMA! A própria aerodinâmica das citadas bombas era pra lá de merreca, comparemos o desenho com o de uma Mk-82 e veremos com clareza. Isso para não mencionar a péssima manufatura de tempos de guerra, a ausência de computadores a bordo dos bombardeiros para usar modos como o CCIP e a imprecisão dos sistemas de pontaria e radar da época. Ademais, interessante a distinção que fizeste: "...ou por bombas atômicas". Me enganei ou venceram o Japão pelo ar?
Já quanto ao Japão, ele foi derrotado por bombas atômicas, o que é outro assunto. Não há o que discutir a respeito, se elas entram em cena ataques aéreos, DA ou AAe passam a ser irrelevantes (a menos que se considere eventuais sistemas ABM, uma derivação da AAe – e não da DA).
E daí?VIETNÃ - Aqui, salvo engano, me pareces novamente estar entrando em contradição: que eu saiba, o Vietnã teve a mais vasta, moderna e poderosa AAAe efetivamente empregada em uma guerra em todos os tempos. E mesmo assim levou mais bomba do que Alemanha e Japão JUNTOS?
Mais uma vez, a função da AAe não é impedir que uma única bomba sequer caia, e sim tornar a campanha aérea ineficiente e cara demais. E foi isso exatamente que os vietnamitas conseguiram, a ponto de não serem derrotados mesmo por bombardeios mais intensos que os lançados contra Alemanha e Japão juntos. E sabe porquê isso? Por que a distribuição dos ataques aéreos americanos por frequência era mais ou menos assim:
1- Áreas distantes da AAe vietnamita, mas onde também não haviam alvos de valor a destruir. Os relatórios sobre estes ataques (por exemplo contra a trilha Ho Chi Min e a supostas concentrações de unidades Vietkong nas florestas – que jamais foram confirmadas) são ridículos, contando por exemplo o número de bicicletas destruídas por um ataque de dezenas de B-52 (aliás, número falso, porque não foi ninguém lá verificar)! Uma percentagem absurda das bombas lançadas sobre território vietnamita foi simplesmente desperdiçada assim (meu pai tinha uma história muito interessante para contar sobre isso).
2- Sites da própria AAe – os americanos caíram na armadilha de entrar em duelo com a AAe e desperdiçar assim seus recursos. A maioria dos aviões americanos perdidos na guerra foi abatida assim, em missões de supressão de defesas.
3- Alvos defendidos por AAe de baixa eficiência (basicamente metralhadoras e canhões operados manualmente – contra jatos!), como pontes distantes e postos de observação em montanhas. Reconstruídos dias ou mesmo horas após cada ataque bem sucedido (embora diversos aviões tenham sido perdidos assim também, para surpresa dos EUA).
4- Alvos defendidos por AAe pesada, como a capital Hanoi. Neste caso os ataques foram suspensos antes de se obter qualquer dos efeitos políticos esperados.
E porque será que os EUA não mantiveram a situação como em 1963 e escalaram o conflito em terra, foi só para dar inspiração para filmes como Rambo e Platoon? É claro que não, foi exatamente porque as perdas em aeronaves (basicamente para a AAe) estavam sendo maiores do que as vantagens obtidas com os ataques aéreos (veja bem, eu não estou dizendo que elas eram insustentáveis, mas apenas que não valiam o gasto enquanto estes ataques não se mostravam decisivos – e para tentar torná-los decisivos a perda de aeronaves e pilotos teria que ser ainda maior), e a continuação deste tipo de campanha mostrou ter relação custo-benefício negativa. Por isso, aliás, os ataques foram desviados para áreas distantes da AAe (eles não pararam, isso seria politicamente inaceitável para as forças americanas) e deixaram de ter influência importante no desenrolar posterior do conflito - apesar da esmagadora superioridade aérea dos EUA.Ademais, como assim, VENCEU? Que eu saiba os EUA é que perderam, retirando-se em 1973. E não perderam militarmente para os Charlies mas para sua própria imprensa e população, visceralmente contra. E por que estavam contra? Porque seu adorado Kennedy escalou o conflito, começando a mandar mais a mais tropas para ocupar terreno. Ora, o racismo entre Ocidentais e Orientais é lendário e não começou ontem. Não havia como estabelecer uma empatia entre os GIs e o Povo da região. Ambos se consideravam mutuamente como untermencshen, bárbaros & quetales. Deu no que deu, baixas crescentes, recrutamento obrigatório, repúdio a ele, mais baixas, mais repúdio, insurreições civis, mais baixas, até que a situação se tornou politicamente insustentável e os ianques tiveram que dar no pé. Seria interessante - em OUTRO tópico - debatermos como teria sido se os ianques tivessem mantido tudo como estava em 1963, com Aviação e Marinha fustigando a infraestrutura inimiga e FFEE treinando/armando aldeões e praticando ataques-surpresa e sabotagens. Mesmo com Russos e Chineses suprindo generosamente, quanto tempo o Vietnã aguentaria?
E é claro que se os EUA perderam o Vietnã venceu, pois alcançou seus objetivos políticos (a própria razão de ser do conflito). E como pode haver um derrotado sem um vencedor? Ou o povo americano teria ficado visceralmente contra a guerra se seus pilotos estivessem destruindo completamente o inimigo praticamente sem perdas, e soldados no solo fossem desnecessários?
Exatamente nossa situação contra qualquer inimigo credível (não temos inimigos realmente credíveis dentro da AL).IRAQUE - Uma Força Aérea que não voa (porque se voar derrubam) é o quê? Serve para quê? Para mim estava soft-killed desde o começo do conflito.
E mais uma vez a aviação foi inútil, não fazendo a menor diferença. Mas ela não era a toda-poderosa, com um único ataque bem sucedido que passasse pela AAe decidindo a guerra? E aí?LÍBANO E PALESTINA - Israel repetindo o erro dos EUA no Vietnã. Tropas desdobradas para ocupação em um terreno onde vivem pessoas que, além de amplo acesso a armas modernas, têm diferenças irreconciliáveis com os Judeus. Tinha como dar em outra coisa que não fosse um fracasso?
Estude um pouco mais a guerra da Sérvia, e verá que o objetivo inicial da campanha era destruir as forças armadas sérvias, o que não aconteceu porque a defesa AAe não pôde ser neutralizada. Ao final da guerra as forças armadas sérvias estavam praticamente intocadas, e foi isso que impediu a entrada de tropas terrestres da Otan.SÉRVIA - Já falei na Sérvia. Ali fizeram o certo, foi ataque aéreo e mais ataque aéreo até os caras se renderem. O terreno é tão favorável aos defensores (em caso de ofensiva terrestre) que até os EUA compreenderam que as baixas seriam inaceitáveis.
Mas aí a situação da Otan se complicou. A princípio ela não queria partir para ataques contra a infra-estrutura civil sérvia, pois isso daria margem a que outros países se posicionassem contra o conflito (o que de fato chegou a acontecer, com a Rússia e a China entre outros colocando protestos formais). Mas seria politicamente pior ainda se retirar e aceitar que não se podia fazer mais nada. Daí a mudança para os ataques estratégicos até a Sérvia desistir. E então o que a pobre Sérvia poderia fazer, um país menor que o estado de Pernambuco com um PIB igual a um terço do da Grécia contra a OTAN inteira? E os Sérvios nem mesmo produziam os radares e mísseis de médio alcance que tinham alguma chance de hostilizar a aviação inimiga (só mísseis de curto alcance como Manpads), tinham apenas um estoque antigo sem acesso a reposições... , daí a necessidade absoluta de economizar munições deixando os aviões passarem. Exatamente o que eu sempre digo que não funciona, e o motivo da produção de alguns sistemas ter que ser local.
Por melhores que soldados em terra sejam, eles não são supe-heróis, não tem capacidade de se deslocar por dezenas ou centenas de km sozinhos em território hostil e nem podem atuar sem informações precisas de onde estão seus alvos. No caso de posições de AAe fixas (que não deveriam existir, lembra?) em um território pequeno e de fácil acesso por mar como as Malvinas eles podem ter eficiência maximizada, e ainda assim os radares e mísseis Roland argentinos estavam operacionais ao final do conflito, e foram capturados intactos. O que tropas especiais fariam contra unidades dispersas e movendo-se constantemente em um terreno maior e dezenas de km longe de qualquer ponto de acesso? Ou tendo que realmente se aproximar de alvos como radares e lança-mísseis para poder destruí-los (e não ficar apenas de longe observando com binóculos)? Ou contra unidades militares mais eficientes que os pobres recrutas argentinos?FEE são unidades compostas por Militares cuidadosamente selecionados, altamente treinados e superequipados. Em suma, Forças Especiais são compostas por Soldados Especiais com Equipamentos Especiais, ou seja, muito além das capacidades de uma tropa comum. Te dou um exemplo bem legal: nas Falklands, em 1982, bem antes de a Frota Inglesa desembarcar tropas e retomar as ilhas, já estavam ocultos pequenos contingentes (geralmente duplas) do SAS e SBS. É difícil de achar referências a isso - tudo material classificado - mas, no meu caso, lendo uma entrevista do mais famoso dos Cmtes da FT Britânica, Alte Sandy Woodward, no começo dos anos 90, encontrei um trecho onde ele mencionava a surpresa do EM com reiteradas infos de "fontes no terreno" (adivinhes quem ) dando conta que San Carlos Water, ponto excelente para desembarque, estava completamente desguarnecido. O erro dos argies era tão escandaloso que não dava para acreditar, tanto que, segundo ele, aviões da RAF e RN tiveram que fazer vários voos de reconhecimento até se certificarem. Outro ponto interessante - e igualmente espantoso - foi a surpresa ao saberem (novamente via HUMINT-FFEE) que os argies deixaram a pista de Stanley como estava, sem ampliar de modo a poder empregar ao menos Skyhawks e Super Etendards. Notemos ainda que a ilha onde se localiza San Carlos é menor que o município Gaúcho de Alegrete e concentrava o grosso das forças Argentinas sendo, portanto, constantemente patrulhada e ainda assim as FFEE operaram sem problemas...
E uma informação que recebi do Cel Fregapanni sobre as ações das Malvinas (não sei se certa ou errada, foi o que ouvi da boca dele, que estudou aquele conflito à fundo): Quem dava informações para o comando inglês (as fontes no terreno) eram os kelpers, os moradores das ilhas, que desde sempre tiveram meios de se comunicar diretamente com a Inglaterra, nem que fosse por meio de radio-amadores. Não seriam necessários soldados especiais no terreno para isso.
Porque não se saberia onde as unidades das Bias AAe, móveis, estariam, e consequentemente também não as suas linhas de suprimento? Porque o TO seria grande, com centenas de Km2, e não concentrado em um ponto único fixo como nas Malvinas? Porque para levar os mísseis e a eventual munição de canhões provavelmente se usariam helis civis fretados e não caminhões militares (combustível não é problema, existem postos espalhados pelo país inteiro e um sistema completo e difuso para abastecê-los)? Se é tão simples assim, porque as AAe´s sérvia, iraquiana ou mesmo argentina estavam ainda ativas durante as respectivas campanhas? Uma dúzia de unidades de forças especiais não bastariam para eliminá-las?Por fim, qual o motivo para atacar um dispositivo duríssimo como seria o defensivo das Bias AAe se, como mencionado acima, bastaria montar POs ao longo das linhas de suprimento e atacá-las? De resto, bastaria um primeiro ataque bem sucedido (retraindo a seguir para longe) para criar uma tremenda paranóia entre os defensores. Iriam centuplicar as patrulhas, montar uma porção de PCs, em suma, um simples deslocamento de suprimentos iria acabar levando dias e não horas para chegar às Bias...
Em caso de guerra, muitíssimo pouco tempo, pode crer.Perae, comparar indústrias do tempo da 2GM com as de hoje é sodas! Quantas "horas" achas que levaria para reoperacionalizar uma moderna indústria aeronáutica (EMBRAER, p ex), de mísseis (Mectron, p ex), radares (Bradar, p ex) ou foguetes (Avibrás, p ex), após serem atingidas por bombas modernas? E a CBC? FI? AEL? Notar que a esmagadora maioria do maquinário usado nas linhas de produção é IMPORTADO e não é COTS, tipo "encomendou, pagou, embarcou". Sério, tens idéia de quanto tempo qualquer uma delas levaria para ser reparada ou substituída? Estamos longe dos tempos em que uma fábrica de máquinas de costura (ex Vigorelli) podia ser rápida e facilmente convertida para produção de armas (chegou a fabricar a SMG Uru mas tinha condições de fazer até Mtr .50), cupincha. Daí a mísseis, radares e aeronaves...
Estas fábricas todas na verdade tem muito menos equipamentos ultra-hiper-super sofisticados do que você imagina, visite a Embraer e depois uma ferramentaria qualquer e verá o que digo. Tirando os componentes eletrônicos (que em caso de guerra teriam sua produção imediatamente transferida para áreas altamente protegidas no interior do país, além da montagem de estoques – não somos tão estúpidos assim), os elementos mais importantes na verdade são planos de montagem, salas de medição e gabaritos/moldes. Os primeiros podem ser guardados em pen-drives ou até na internet, e reproduzidos à vontade. Os segundos existem em muitíssimas empresas, na verdade atualmente a maior parte das peças já chega à fábrica com qualidade garantida pelo próprio fornecedor. E os últimos são construídos artesanalmente (é isso mesmo, não são fabricados mas construídos, usando inclusive muito trabalho de ajuste manual). O maquinário na verdade não é tão específico assim, pode ser substituído por outros presentes em toda a nossa base industrial, e muitos deles são sim produzidos aqui mesmo há tempos, só se utilizam muitos equivalentes importados porque o custo (pelo menos até pouco tempo atrás, com o dólar barato) era mais compensador. Mas o Brasil já foi um importante exportador de máquinas industriais para o resto do mundo, fique sabendo, marcas como a Romi são bem conhecidas e apreciadas na Europa e nos EUA. E o trabalho de retrofit de máquinas mais antigas, que as transforma em unidades produtivas modernas e extremamente especializadas é realizado por diversas empresas brasileiras sim, eu mesmo prestei consultoria a diversas delas. A mesma estrutura industrial pode sem problemas ser empregada no reparo de máquinas danificadas.
Veja bem, uma coisa é a produção em tempo de paz de produtos com o mínimo preço possível para um mercado altamente competitivo, e outra completamente diferente é a produção de guerra para atender às demandas das FAA´s durante um conflito. Não dá para imaginar a segunda nos mesmos moldes da primeira, são realidades completamente diferentes. Vai por mim, trabalho nisso e sei bem do que estou falando. 99% do que importamos hoje pode sim ser produzido perfeitamente aqui e em pouco tempo, apenas os custos é que ficariam muito longe de ser compensadores, daí a importação. Mas isso é irrelevante em caso de guerra.
Sendo que as peças e repostos para aeronaves são muitíssimo mais complexas e caras do que para veículos terrestres de qualquer tipo que seja. E também mais complexas do que mísseis (que, aliás, as aeronaves também precisariam usar como munição). A mesma medida dá pesos muito diferentes... .Ué, da mesma fuente de onde viriam os repuestos para a AAAe. Um peso, uma medida...
Ou seja, a DA não consegue nem mesmo se proteger sozinha sem a AAe? E vai querer proteger mais o quê então sem ela?AAAe + DA.
Primeiramente, apenas um país com a capacidade dos EUA poderia no futuro previsível vir a efetuar um ataque contra nosso território usando dezenas ou centenas de drones de qualquer tipo, que foi o exemplo que você mesmo colocou. Nem as nações da OTAN poderiam fazer isso hoje, e Israel não teria como trazer seus drones para cá.Não entendi a fixação nos EUA. Creio que demonstrei acima que drones, criativamente empregados, não custam essa barbaridade toda. Se a kôza for com os EUA não tem AAAe que segure mas esta hipótese carece de sentido. Aqui na AS eles usam quase sempre soft-power. Exemplo? Venezuela! Pouco ligando para Flankers e S-300, estão simplesmente deixando o regime cair de Maduro (desculpes, o trocadilho foi irresistível)...
Mas não é este o motivo para eu sempre contrapor forças dos EUA e da OTAN quando discuto AAe. O que tenho em mente é outra coisa muito diferente de um ataque ao nosso território. O fato é que praticamente qualquer outro país que sequer pense em comprar sistemas AAe de fabricação brasileira estará sim imaginando os EUA, países da OTAN ou todos juntos como possíveis atacantes, e só cogitará a aquisição de sistemas capazes de enfrentar ESTES inimigos. Simplesmente ninguém em sã consciência iria gastar uma quantidade significativa de $$$ para se proteger de ataques aéreos da Venezuela ou da Argentina.
Não entendo qual a dificuldade. A AAe fica a frente (maior alcance) e ao lado (curto alcance) dos alvos à proteger, e a DA acima e atrás deles (para evitar que a AAe seja flanqueda). O território a frente dos alvos por definição não apresenta alvos a serem bombardeados, e portanto não precisa ser protegido, porque alguém mandaria caças para lá, reduzindo suas vantagens táticas na defesa? Isso eu é que não entendo. Muito melhor deixar o inimigo se preocupar em realizar os maiores trajetos, penetrar nas defesas AAe, gastar seu combustível e cansar seus pilotos antes de enfrentar os caças da defesa, apoiados por seus sistemas de radar, aeronaves AEW, comunicações, tudo colocado na retaguarda. Isso complica sobremaneira a vida dos atacantes e contribui para aumentar sua taxa de atrito enquanto reduz a dos defensores, que deve ser o objetivo básico da defesa aérea como um todo (e não impedir que toda e qualquer bomba seja lançada, mantenha isso em mente).Juro que me esforço mas não tem jeito de eu entender este teu conceito de caças operando ATRÁS da AAAe, simplesmente não faz sentido para mim, desculpes.
Botar os caças lá na frente enfrentando todas as desvantagens que o inimigo é que deveria enfrentar só porque eles podem (ou ficaria bonito em um filme) não faz o menor sentido prático. Mas eu entendo sua confusão, ela ocorre porque estamos falando das missões DEFENSIVAS. É claro que as aeronaves não vão ficar apenas defendendo a retaguarda o conflito inteiro, a grande vantagem delas é justamente poder ir lá na frente levar a guerra ao coração do território inimigo. Mas aí a AAe estará do outro lado, e a discussão é outra (como sobreviver a ela). Então mantenha em mente que quando falo da cooperação de aviões de caça e AAe estou me referindo EXCLUSIVAMENTE a ações DEFENSIVAS, e neste caso é melhor os caças estarem atrás da AAe do que na frente dela. A menos que tenhamos ampla superioridade aérea contra o inimigo, e neste caso a AAe perde muito de sua importância, como ocorre com os EUA (o que dificilmente será o caso do Brasil algum dia, mesmo contra nossos pobres vizinhos que já há muito tempo estão justamente na situação contrária).
Péssimos exemplos Túlio.Rever o exemplo de Tróia. Ou preferes um exemplo mais moderno? Tri, Batalha da Inglaterra. A AAAe teve bastante trabalho mas quem fez mesmo a alemoada desistir foi a RAF...
As muralhas de Tróia jamais foram derrotadas, mesmo com um bando de semi-deuses lutando pelo lado adversário. Elas inclusive permitiram que um fraco e covarde Páris derrotasse o poderoso Aquiles, o que um igualmente poderoso Heitor não conseguiu fazer ao abandonar a proteção delas. Foi preciso um subterfúgio para penetrá-las, e os portões tiveram que ser abertos por dentro. Se os troianos não tivessem sido levados a acreditar que a guerra já estava terminada eles não teriam levado aquele cavalo de madeira ridículo para dentro, o teriam queimado no local, e Troia talvez estivesse de pé até hoje... .
E a Inglaterra não possuía AAe digna de nota, o que quase a levou à derrota para a Luftwaffe. Os ataques de He-111 e Do-17 a média altitude contra as fábricas e campos de aviação ingleses, embora também não fossem lá nenhuma maravilha, foram muito mais bem sucedidos do que os ataques de grande altitude de B-17 e Lancasters contra as fábricas alemãs protegidas por flak, mesmo os bombardeiros aliados sendo muito maiores e melhores. Não fosse a bobagem de Hitler em insistir nos ataques a Londres a RAF não teria sobrevivido muito mais tempo, e a história seria bem outra.
E mais, se a ideia dos comandantes inferiores e pilotos da RAF tivesse sido seguida, com os caças avançando para lutar ainda na França ou sobre o canal (a ideia de lançar os caças à frente) a RAF sequer teria conseguido manter pilotos suficientes em operação para vencer a batalha (ela mal conseguiu manter seus números, e mesmo assim com qualidade decrescente ao longo da batalha – imagine com seus pilotos caindo no mar ou em território inimigo). Apenas a insistência de seu comandante, o brigadeiro Dowding, em manter táticas defensivas permitiu a RAF impor uma taxa de atrição tal que acabou fazendo a Alemanha desistir da batalha.
Por outro lado, se os ingleses tivessem utilizado a AAe com mais intensidade poderiam ter tido sua vitória extremamente facilitada, como mostrou a campanha da Holanda:
“Unknown to the British because of the chaos of war,[119] the Luftwaffe had suffered very heavy losses during their attack on the Netherlands, losing 64 fighters, 276 transport planes and various other aircraft for a total of 525 lost in just four days in May, due to fierce Dutch anti-aircraft defences that the Luftwaffe had grossly underestimated “
Fonte: https://en.wikipedia.org/wiki/Battle_of ... strategies
Grande abraço,
Leandro G. Card
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Re: O futuro da AAAe no Brasil
Primeiramente desejo colocar que entro aqui no Fórum de forma esporádica, pois nem sempre tenho o tempo disponível, por isso não posso dar o acompanhamento que a discussão merecer, peguei rapidamente os comentários do colega MasterCaiafa, os quais me irritam um pouco. Explico, que os comentários foram feitos do tipo "nota oficial", algo muito comum no Brasil, onde invocando um patriotismo, tudo o que é feito por um órgão público em termos de projeto e execução é elogiado. E isto é norma geral no meio militar brasileiro.
Onde as decisões do alto comando são incontestáveis, assim como na hierarquia da Igreja Católica os mandos do Vaticano são as ordens de Deus.
Bem como outro ponto é que somente pode comentar sobre este tipo de assunto, com alguma seriedade, militares. Os outros nada sabem e tudo o que dizem não tem base, porque não vivem o assunto.
Esquecendo que os militares se apegam a um tradicionalismo absurdo e a maioria pensa na guerra do passado como se ela fosse a do futuro. Bem como os militares brasileiros, parecem como todo o povo crer que nunca haverá uma ameaça externa, se preocupando mais com problemas internos, como segurança por exemplo, no muito conflitos fronteiriços, parece que se ignora totalmente outros tipos de ameaças.
Mas infelizmente contra fatos não há argumentos, o Brasil quando comparado ao seu porte econômico e territorial, o Brasil é um país desarmado. Se o Brasil tivesse o tamanho dos seus vizinhos sul americanos ele poderia até ser considerado mediano.
As fronteiras estão abertas, não há como contestar que a fronteira terrestre esta aberta, devido a sua extensão, bem como que fato análogo ocorre para a fronteira marítima.
Com relação a defesa aérea, faço distinção de contra quem ela vai nos defender, pois se for com relação a um país sul americano é uma coisa. Agora se houver contra o Brasil no futuro, o que nós vimos nas últimas décadas em termos de guerra, não temos nada, absolutamente nada para nos proteger e isto é um fato real, incontestável. E por mais anos de trabalho ou projetos que existiam, ou estrelas, medalhas, estudos e diplomas que os altos militares brasileiros tenham, a defesa aérea brasileira praticamente hoje não existe, quando se considera um inimigo a altura.
Para quem não entendeu falo em inimigo, por exemplo o que por exemplo a França esta realizando contra o Estado Islâmico, o que fizeram contra as forças de Kadafi na Líbia, ou a OTAN contra a Sérvia em 1999.
Um país que almeja ser uma potência e deseja ter voz, deveria se preocupar em ter um muro, portões e cercas na sua propriedade, no minimo capazes de dificultar uma ação destas.
Mas quando se considera defesa aérea eficaz: A interceptação na fronteira de pequenos aviões de traficantes feitas pelo Super Tucanos ou em termos de artilharia antiaérea a compra de algumas dezenas de Gepard ou RBS 70 que somente darão uma capacidade básica de defesa de ponto para algumas unidades do Exército. Estamos realmente perdidos.
No fato real do incidente da Guerra da Lagosta, uma esquadra francesa esteve no Atlântico Sul, e hoje se tal fato volta-se a acontecer e só por exemplo estou usando os franceses, entendam. O que temos nós para defender de um ataque aéreo realizado por mísseis Cruiser e pelos Rafales embarcados, contra alvos no Sudeste como: a Base Áerea de Santa Cruz, quase no mar, o Arsenal de Marinha e seus navios e a usina nuclear de Angra dos Reis.
Vejam o que meios outros países que não potências militares, mas que levam a sua defesa a sério possuem para se defender e comparem. Isto é um fato real. Sem contra argumentações.
Onde as decisões do alto comando são incontestáveis, assim como na hierarquia da Igreja Católica os mandos do Vaticano são as ordens de Deus.
Bem como outro ponto é que somente pode comentar sobre este tipo de assunto, com alguma seriedade, militares. Os outros nada sabem e tudo o que dizem não tem base, porque não vivem o assunto.
Esquecendo que os militares se apegam a um tradicionalismo absurdo e a maioria pensa na guerra do passado como se ela fosse a do futuro. Bem como os militares brasileiros, parecem como todo o povo crer que nunca haverá uma ameaça externa, se preocupando mais com problemas internos, como segurança por exemplo, no muito conflitos fronteiriços, parece que se ignora totalmente outros tipos de ameaças.
Mas infelizmente contra fatos não há argumentos, o Brasil quando comparado ao seu porte econômico e territorial, o Brasil é um país desarmado. Se o Brasil tivesse o tamanho dos seus vizinhos sul americanos ele poderia até ser considerado mediano.
As fronteiras estão abertas, não há como contestar que a fronteira terrestre esta aberta, devido a sua extensão, bem como que fato análogo ocorre para a fronteira marítima.
Com relação a defesa aérea, faço distinção de contra quem ela vai nos defender, pois se for com relação a um país sul americano é uma coisa. Agora se houver contra o Brasil no futuro, o que nós vimos nas últimas décadas em termos de guerra, não temos nada, absolutamente nada para nos proteger e isto é um fato real, incontestável. E por mais anos de trabalho ou projetos que existiam, ou estrelas, medalhas, estudos e diplomas que os altos militares brasileiros tenham, a defesa aérea brasileira praticamente hoje não existe, quando se considera um inimigo a altura.
Para quem não entendeu falo em inimigo, por exemplo o que por exemplo a França esta realizando contra o Estado Islâmico, o que fizeram contra as forças de Kadafi na Líbia, ou a OTAN contra a Sérvia em 1999.
Um país que almeja ser uma potência e deseja ter voz, deveria se preocupar em ter um muro, portões e cercas na sua propriedade, no minimo capazes de dificultar uma ação destas.
Mas quando se considera defesa aérea eficaz: A interceptação na fronteira de pequenos aviões de traficantes feitas pelo Super Tucanos ou em termos de artilharia antiaérea a compra de algumas dezenas de Gepard ou RBS 70 que somente darão uma capacidade básica de defesa de ponto para algumas unidades do Exército. Estamos realmente perdidos.
No fato real do incidente da Guerra da Lagosta, uma esquadra francesa esteve no Atlântico Sul, e hoje se tal fato volta-se a acontecer e só por exemplo estou usando os franceses, entendam. O que temos nós para defender de um ataque aéreo realizado por mísseis Cruiser e pelos Rafales embarcados, contra alvos no Sudeste como: a Base Áerea de Santa Cruz, quase no mar, o Arsenal de Marinha e seus navios e a usina nuclear de Angra dos Reis.
Vejam o que meios outros países que não potências militares, mas que levam a sua defesa a sério possuem para se defender e comparem. Isto é um fato real. Sem contra argumentações.
Dos cosas te pido señor, la victoria y el regreso, pero si una sola haz de darme, que sea la victoria.
- Túlio
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Re: O futuro da AAAe no Brasil
Totalmente de acordo (exceto as partes em que vou discordar DO LEANDRO ), cupincha.
“Look at these people. Wandering around with absolutely no idea what's about to happen.”
P. Sullivan (Margin Call, 2011)
P. Sullivan (Margin Call, 2011)