O futuro da AAAe no Brasil
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Re: O futuro da AAAe no Brasil
Valeu pelas informações, se puder colocar lá nos Navais ou no tópico das Malvinas eu agradeço, pode gerar boas discussões. O que prejudicou os argentinos aparentemente foi o embargo e eles ainda não estarem plenamente habilitados a usar o armamento e não os tais códigos secretos.
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- LeandroGCard
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Re: O futuro da AAAe no Brasil
Respondido lá nas navais, no tópico Programa de Mísseis da MB.osolamaalua escreveu:O Exocet não funcionou contra a esquadra inglesa, contra a fragata Stark no Golf ? Por que não funcionaria o Harpoon. Se formos pensar que o nosso inimigo é os EUA estamos ferramos, lá é país sério. Aqui sinto muito,mas apesar de gostarmos de armas e sonharmos com FAs bem equipadas, nossos dirigentes não estão nem aí pra hora do Brasil, se preocupam só com suas contas na Suíça, kkkkkk
Assim a discussão pode continuar em um local mais adequado.
Leandro G. Card
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Re: O futuro da AAAe no Brasil
Ninguém aqui está dando a minima importância para a sua verve. Todos conhecem a sua maneira de criar confusão e por aqui ninguém, eu incluso, quer que este tópico termine trancado.Paulo Bastos escreveu:Pois bem, vindo de quem vem, e analisando os históricos, é tentador imaginar que a pessoa entendeu tudo desde o inicio, mas usa de ma fé para tentar prejudicar alguém, todavia vou dar o benefício da dúvida e, mais uma vez, tentarei ser didático...Ilya Ehrenburg escreveu: Pois é. Não vou nem comentar...
Quando houver um contrato entre a KBP Tula e a República Federativa do Brasil, poder-se-á falar em cancelamento. Sem contrato não há o que ser cancelado. Não se cancela um empenho que não existe.
É tão difícil de entender?
Enquanto isso temos as notas do MD, que realizam o papel que deveria ser do jornalismo: informar e esclarecer.
Vou simplesmente destacar o que eu já escrevi com o texto do MD:Ou seja, o Caiafa não falou em “cancelamento do programa”, mas sim do “cancelamento do empenho” que, como eu também já afirmei, refere-se ao valor reservado para se pagar caso o contrato seja fechado. Isso por si só já é um claro sinal de que o programa passa por dificuldades financeiras e, caso venha a ser efetivado, pois é uma compra política com muitos interesses por trás, esses valor só poderá ser pago no próximo ano fiscal...Paulo Bastos escreveu:Sobre a matéria do jornalista Roberto Caiafa, em hipótese alguma ele fala que o sistema não será adquirido, mas sim, que o "Governo dá sinais de cancelamento da compra", como o próprio titulo indica. E para justificá-lo, é apresentado um print de um relatório informando o "cancelamento de empenho" do valor que seria a reserva para o sinal, caso o governo fechasse o contrato. Isso não quer dizer que o negócio não seja efetuado, pois os russos podem mudar as regras de financiamento e não exigir tal "sinal", mas um indicio claro que o programa passa por dificuldades orçamentarias em função dos enormes cortes do Governo Federal.
Novamente vou destacar aqui a honestidade, seriedade e o comprometimento com a informação do Jornalista Roberto Caiafa, que é criticado por trazer a luz um problema na compra do “objeto de desejo” de alguns, enquanto quem mente, afirmando que a decisão já foi tomada é simplesmente ignorado pelo fato de “manter viva a chama da esperança”.
Sim, cada um defende seus pares e eu o faço em prol de uma pessoa idônea e comprometida com a verdade, agora quem curte usar uma identidade em cada ambiente que passa deve realmente querer defender os seus...
Nada há o que discutir:o espaço informativo de onde nasceu a discussão viu-se obrigado a publicar uma nota de esclarecimento do Ministério da Defesa da República Federativa do Brasil. Portanto, prosseguir neste assunto é tentar provocar uma tempestade onde reina a calmaria.
Por fim, faço o alerta, que na sua retórica revelam-se muitos dos seus preconceitos e idiossincrasias. Observe, também, que as suas colocações são de franca hostilidade para com a minha pessoa e derivam do rancor pessoal que nutre por mim. Todavia, este espaço não é lugar para as revelações dos seus sentimentos.
Caso seja incapaz de entender, lamento.
Não se tem razão quando se diz que o tempo cura tudo: de repente, as velhas dores tornam-se lancinantes e só morrem com o homem.
Ilya Ehrenburg
Uma pena incansável e combatente, contra as hordas imperialistas, sanguinárias e assassinas!
Ilya Ehrenburg
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Re: O futuro da AAAe no Brasil
Coloquei mas um post no tópico Programa de Mísseis da MB.
Dos cosas te pido señor, la victoria y el regreso, pero si una sola haz de darme, que sea la victoria.
- Paulo Bastos
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Re: O futuro da AAAe no Brasil
Ainda bem que uma pessoa como você não da importância para minha "verve", pois o que escrevo são para pessoas em busca de informações sérias e confiáveisIlya Ehrenburg escreveu: Ninguém aqui está dando a minima importância para a sua verve. Todos conhecem a sua maneira de criar confusão e por aqui ninguém, eu incluso, quer que este tópico termine trancado.
Nada há o que discutir:o espaço informativo de onde nasceu a discussão viu-se obrigado a publicar uma nota de esclarecimento do Ministério da Defesa da República Federativa do Brasil. Portanto, prosseguir neste assunto é tentar provocar uma tempestade onde reina a calmaria.
Por fim, faço o alerta, que na sua retórica revelam-se muitos dos seus preconceitos e idiossincrasias. Observe, também, que as suas colocações são de franca hostilidade para com a minha pessoa e derivam do rancor pessoal que nutre por mim. Todavia, este espaço não é lugar para as revelações dos seus sentimentos.
Caso seja incapaz de entender, lamento.
Sobre sua pessoa eu não preciso dizer mais nada, pois seu caráter, bem como suas faculdades mentais são bem conhecidas por todos, porem concordo que esse espaço não seja para isso, afinal já expus a todos quem realmente o é
Passar bem Ilya Liulba Xarllianne
“O problema do mundo de hoje é que as pessoas inteligentes estão cheias de dúvidas e as idiotas cheias de certezas” – Henry Charles Bukowski jr
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Re: O futuro da AAAe no Brasil
Se não vai no amor, então, irá na dor.
Tópico bloqueado pela Moderação, para ulterior deliberação.
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Re: O futuro da AAAe no Brasil
A Moderação informa que os foristas Paulo Bastos e Ilya Ehrenburg estão sendo ADVERTIDOS por afronta a Cláusula 7.1.2 do Regulamento do Fórum Defesa Brasil.
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- LeandroGCard
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Re: O futuro da AAAe no Brasil
Sim, o LFK também carregará uma ogiva pequena, mas ele possuirá um sensor on-board para guiagem terminal, justamente para conseguir o máximo de aproximação do alvo e garantir sua eficiência (embora sendo este sensor IR, não sei se será mesmo assim tão eficiente contra quaisquer munições que não emitam IR, como bombas guiadas).Marechal-do-ar escreveu:Não é o único, o LFK NG alemão também terá uma ogiva pequena, é um míssil leve (~25kg) mas sem ser MANPAD e é destinado a defesa aérea de ponto, também, destinado a abater munições.
O Barak é um dos casos em que a ogiva parece ser uma forma de compensar a baixa precisão.
Detonando próximo o bastante 3kg são suficientes para abater um avião, a questão é, qual a precisão desses mísseis?
Algo parecido ocorre com o RAM, que também possui um sensor principal IR on-board para garantir o máximo de precisão. Mas como ele tem como objetivo abater os mísseis supersônicos russos a ogiva é bem maior, pesando 11 Kg. O CAMM segue o mesmo caminho, mas com o sensor onboard de radiofrequência (não encontrei dados sobre o tamanho da ogiva dele).
Já no caso dos mísseis que não possuem seus próprios sensores e dependem na guiagem à partir do ponto de lançamento (beam riders e radio guided) é bem mais difícil garantir a precisão, e isso evidentemente piora com o alcance. Por isso são adotadas ogivas maiores, com mísseis como o Roland que tem alcance máximo na faixa dos 8 km, utilizando ogivas relativamente pequenas, com 6 Kg, enquanto o Barak e o Crotale, com alcances de 12 a 16 Km, tem ogivas entre 13 Kg, e 22 Kg.
O Bolide/Bamse não possuem sensores próprios e utilizam guiagem à partir do lançador, então a precisão deve estar na mesma faixa ou ser um pouco melhor que a de um Roland, Crotale ou Barak. Mas a ogiva é muito menor que a destes mísseis, tendo metade do peso daquela do Roland. É um caso no mínimo estranho, um ponto bem fora da curva.
Leandro G. Card
- Ilya Ehrenburg
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Re: O futuro da AAAe no Brasil
Quer conhecer o Pantsyr?
Pois:
http://portaldefesa.com/3390-pantsyr-s-1-para-o-brasil/
Pantsyr S-1 para o Brasil
Por: César A. Ferreira
[justificar]O Embaixador da República Federativa do Brasil junto à Federação Russa, Antônio José Valim Guerreiro, anunciou (09/07/2014) que o Brasil irá adquirir o sistema de defesa antiaérea de origem russa Pantsyr S-1. A declaração do referido embaixador, deu-se quando instado pela agência “Interfax” sobre a visita do dignitário da Federação Russa, Vladmir Putin ao Brasil, que deverá ocorrer em breve em função do encontro dos BRICS; encontro este a ser realizado em Fortaleza no dia 14 próximo. Textualmente seguem as declarações do Embaixador Antônio José Valim Guerreiro à Agência Interfax: “A decisão sobre a compra desses sistemas antiaéreos da Rússia já foi tomada (…) o contrato de provisão dessas armas poderia ser assinado já este ano (…) e é provável que o mesmo saia antes de outubro ou novembro”.
O Brasil iniciou as negociações em vista da aquisição de baterias russas, notadamente do sistema Pantsyr S-1, em 2012. Para tanto houve o envio de comissões para observar in loco o desempenho deste sistema, contando inclusive com disparo reais, onde se apurou o acerto em todos os ensaios (acertos da ordem de 100%). Devem ser adquiridas três baterias, na forma de 13 veículos lançadores, 6 veículos de apoio, 3 veículos de manutenção, 3 veículos de manutenção eletrônica, 3 veículos de manutenção mecânica, 3 veículos transportadores de peças, 3 unidades de ajuste, um conjunto para equipamentos de teste e um simulador outdoor. Soma-se a aquisição de 288 unidades de mísseis 57E6-E e 37.000 cartuchos de calibre 30mm (30 x 165mm).
Os veículos serão distribuídos entre as três forças singulares: Exército Brasileiro, Força Aérea Brasileira e Marinha do Brasil. Com capacidade de atingir alvos até 22 km de distância e 15 km de altura, este sistema deverá compor o Comando de Defesa Aeroespacial Brasileiro (COMDABRA).[/justificar]
O que é o Sistema Pantsyr S-1?
[justificar]O sistema de defesa aérea Pantsyr S-1 é um esforço da Federação Russa para prover a defesa crítica, ou aproximada, à suas instalações de importância tática e/ou estratégica, bem como à proteção de baterias de defesa antiaérea/antimíssil de longo alcance S-300, S-400 e futuramente o S-500. A sua capacidade para disparo em movimento também o qualifica para proteção de colunas blindadas em marcha. Devido a sua função de última barreira, possui uma capacidade inequívoca de pronto emprego, caracterizada na utilização do binômio míssil ágil e canhão de alta cadência. Possui 12 mísseis 57E6-E contidos em contêineres cilíndricos em posição para pronto disparo e dois canhões de 30mm. Os mísseis podem ser disparados com intervalos de 4 segundos entre si, sendo efetivos contra alvos da ordem de 1000 m/s (Mach 3, ou mais especificamente, cerca de 3.600 km/h ou 1 km por segundo), já os canhões de 30mm são efetivos contra alvos aéreos e terrestres (dupla função). O sistema é conteirado, ou seja, os contêineres com os mísseis, e os canhões, são apontados para a direção de onde provém a ameaça.[/justificar]
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[centralizar] Pantsyr S-1 sobre plataforma BAZ 6909. Foto: internet.[/centralizar]
[justificar]Como sistema o Pantsyr S-1 é autônomo, funcionando como se fosse uma bateria independente por veículo, incorporando neste a capacidade de varredura e detecção primária, detecção secundária, acompanhamento e/ou modo optrônico, seleção de fogo e iluminação de alvos, gerador próprio, estação de comando/comunicação/controle e plataforma de deslocamento. Com tudo isto em um só veículo, não é de se espantar que o tamanho seja grande – enorme melhor dizendo, exigindo uma plataforma 8×8 e apresentando um peso quando pronto para combate da ordem de 34 toneladas. Em contrapartida tem-se a facilidade e rapidez de deslocamento, algo visto como essencial na atual doutrina russa, onde posição fixa, ou a demora em levantar a bateria para rebocá-la de sua posição, é vista pelos doutrinadores como uma sentença de morte para a unidade de defesa antiaérea. Além disto, dado o fato de que a unidade pode receber e transmitir através de enlace de dados, ela pode atuar, dentre outras maneiras, em “silêncio eletrônico”, ou seja, sem emissão de ondas no espectro eletromagnético. Assim, se por acaso a unidade em questão for anulada, ou seja, suprimida pela ação do inimigo, as demais continuam ativas em sua rede de defesa, pois o conceito prevê a maior independência possível de cada viatura de lançamento dentro da disposição em camadas da rede defensiva dos sistemas antiaéreos.[/justificar]
Um breve comentário sobre a disposição “camadas” de um sistema defensivo antiaéreo
[justificar]Disposição em camadas é um conceito russo para organizar a forma de combater das divisões de defesa antiaéreas das suas forças. Consiste em dispor de maneira concêntrica os sistemas defensivos, com o sistema de longo alcance no centro, protegido pelo de médio e curto alcance, sendo todos eles autopropulsados para rápida mobilidade. As baterias são posicionadas em campo na forma de rede, sem observar simetria, sendo a vigilância exercida por radares de campo, muitos deles operando na faixa VHS do espectro para detecção de alvos stealth, com o intuito de evitar que as baterias facilitem, com as suas emissões, a detecção, ratreamento e ataque, por parte do inimigo, das suas posições. Dessa maneira, o sistema defensivo acaba por aparentar uma disposição que lembra as camadas de uma cebola, onde a camada externa se refere ao alcance máximo dos sistemas de defesa de longo alcance, a seguinte dos de médio e a terceira os sistemas de curto alcance, caso o atacante consiga chegar até o alvo.
A disposição, todavia, não necessita ser simétrica, podendo ser espalhada pelo campo de acordo com o entendimento do comando, de tal maneira que um atacante pode vir a enfrentar sistemas táticos de alcances médios e/ou de curto alcance e grande agilidade, enquanto esperava estar no limite do sistema de defesa antiaéreo estratégico (de longo alcance). A constante mudança de sítios, mobilidade e assimetria da disposição em campo evita dar ao inimigo a facilidade e o conforto de um modo estereotipado de agir, pois consideram os pensadores russos que uma defesa antiaérea que se torne previsível, sem disciplina de emprego, acaba por se tornar uma presa da força aérea atacante, já que esta tem a grande vantagem de escolher os termos do combate, ou seja, de como e onde combater. O conceito que sustenta a “disposição em camadas”, portanto, é o de apoio mútuo entre os sistemas antiaéreos que o compõem.
No tocante ao sistema Pantsyr S-1, este é considerado um sistema de defesa crítico, devido a sua rapidez de resposta e ao manobrável e ágil míssil 57E6-E. Seria, portanto, um sistema de defesa aproximado dentro do conceito russo de defesa em camadas. No contexto brasileiro será um sistema de defesa de alcance médio, isto devido ao seu alcance-limite, que é da ordem de 22 km.[/justificar]
Nascimento
[justificar]É quase um lugar comum que o Pantsyr S-1 seja considerado como sucessor do 2K22 Tunguska, impressão que se reforça devido ao emprego conjunto mísseis/canhões. De fato o Pantsyr nasceu da necessidade observada pelos artilheiros soviéticos, de que seria desejável um alcance maior, tanto de detecção como do limite da arma principal do sistema, ou seja, o míssil. Isto é devido à avaliação de que os sistemas críticos deveriam enfrentar ameaças mais intensas, com maior saturação, tornando necessário maior desempenho em todos os quadrantes. Desta maneira, tem-se a arma principal, o míssil 57E6, com o dobro do alcance efetivo do antecessor, o míssil 9M311, bem como de uma altitude efetiva também maior. O tempo de resposta no Pantsyr caiu sensivelmente, sendo da ordem de 4 segundos. O míssil 57E6, por isto, se apresenta como ideal para interceptar e destruir mísseis de cruzeiro, bombas guiadas e até mesmo mísseis anti-radiação, como o ALARM, MAR-1 e o HARM (AGM-88), superando por larga margem os seus antecessores.[/justificar]
Plataformas
[justificar]Os chassis homologados para uso como plataforma do sistema são de cinco. Destes, quatro sobre rodas e um propulsionado sobre lagartas. Os veículos sobre rodas homologados, são: KAMAZ 6560 (8 x 8), MZKT-7930, BAZ-6909 e MAN-SX/45. No tocante à venda para o Brasil, até o presente momento não há nada além de especulações sobre a plataforma a ser escolhida. O chassi SX-45 (MAN) acaba por despontar como se fosse uma “escolha natural”, devido à presença no Brasil da MAN Latin America (produção local de partes e componentes). O chassi sobre lagartas homologado é o GM-352M1E e porta apenas 8 mísseis, ao contrário dos sistemas montados nos caminhões que conduzem 12 mísseis de pronto emprego.[/justificar]
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[centralizar]Pantsyr S-1 tracionado por um veículo MZKT-7930. Foto: internet.[/centralizar]
[justificar]Dado o fato de que não há uma escolha concreta da plataforma até o presente momento, e que o fabricante do sistema exige homologação da plataforma, o que inclui testes extensos com intuito de verificar a estabilidade do chassi, durante a realização de disparos estáticos e em movimento, as especulações de uso de chassis vários, tais como IVECO e/ou Tatra, para servirem como plataforma dos veículos lançadores, devem ser entendidas antes como manifestações de um desejo expresso por parte de quem realiza a especulação do que uma realidade concreta. Espera-se que, ao anunciar oficialmente a escolha deste sistema, o Ministério da Defesa também anuncie a plataforma escolhida, que pode ser uma das aventadas pela mídia, especializada ou comum.[/justificar]
As armas do sistema
[justificar]O Pantsyr S-1 combina o uso de mísseis de ação rápida com canhões de alta cadência de tiro. O míssil é o 57E6-E, arma de concepção revolucionária, dado o fato de que dos seus dois únicos estágios apenas o primeiro, o booster, conta com propelente, sendo que a parte seguinte vai em direção ao alvo apenas com o impulso do primeiro estágio, ou seja, prossegue com energia cinética, apenas. A parte que conta com a cabeça de guerra, desprovida de propelente, pode por isso ter um diâmetro diminuto, o que lhe dá a aparência de um dardo e, pelo fato de ser uma arma com alcance curto para os padrões russos, a desaceleração observada é mínima. De uma impulsão até aos 1.300 m/s (4.680 km/h) aos 2.4 segundos de voo, o estágio seguinte do míssil 57E6 desacelera para 900 m/s (3.240 Km/h) ao percorrer 12 km, próximo do limite de alcance da arma – até 18 km em condições ideais – a desaceleração será da ordem de 700 m/s (2.520 km/h), ou seja, conserva energia cinética bastante para próximo do limite de alcance (18km) ser uma arma manobrável e letal. O alcance máximo verificado é de 22km, já com manobrabilidade apenas residual.
O míssil 57E6-E apresenta probabilidade de acerto do alvo entre 70% e 95%, que cresce para 99% quando dois mísseis são lançados. Estas taxas de acerto se mantêm efetivas até o limite de altitude da arma, que é de 15 km. Sob o comando da estação de controle, situado no veículo lançador, o oficial artilheiro pode comandar a autodestruição do míssil, ou desativar a espoleta de fragmentação por proximidade, recurso este utilizado quando o míssil 57E6-E é dirigido contra um alvo terrestre e realizado com o intuito de aumentar os danos possíveis ao alvo por impacto. Ademais, é preciso lembrar que estocado em seus contêineres cilíndricos selados os mísseis 57E6-E exibem validade de 5 anos e quando estocados em depósitos climatizados exibem uma validade de 15 anos.[/justificar]
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[centralizar]Missil 57E6 e o canhão 2A38M. Foto: internet.[/centralizar]
[justificar]A outra arma que compõe o sistema Pantsyr S-1 são os canhões 2A38M. Montados com boa separação entre si, estes canhões de 30 mm, empregando cartuchos de 30 x 165mm traçantes, incendiários e/ou explosivos, capaz de atingir a elevadíssima cadência de 2.500 disparos por minuto cada peça, num total de 5.000 se empregadas ambas ao mesmo tempo. Os tubos são arrefecidos por líquido e a cinta de alimentação comporta até 700 cartuchos por arma. Esta possui dupla função, podendo ser dirigida contra alvos aéreos e terrestres. O alcance dos canhões para alvos aéreos é de 3.000~3.500 metros, e para alvos terrestres cerca de 4.000 metros ou mais. Os canhões oferecem à equipagem da bateria certa possibilidade de autodefesa, se por acaso esta for surpreendida por equipes de combate terrestres inimigas. O peso médio da arma é de cerca de 195 kg, sendo o do cartucho completo de 842 gramas e, do projétil, 389 gramas (HE-I ou High Explosive – Incendiary / Alto Explosivo – Incendiário), com velocidade de boca de aproximadamente 960 m/s.[/justificar]
Sistemas de varredura, acompanhamento, iluminação e sensores passivos
[justificar]O sistema Pantsyr S-1 conta com radares e uma estação optrônica como suíte de detecção. Os radares do veículo lançador são dois, sendo que um realiza as funções de varredura/vigilância e outro é para acompanhamento/direção de tiro. Existem, hoje, duas opções para o cliente equipar o veículo lançador com o radar de busca e detecção: o modelo 2RL80E e o modelo RLM S0C. Para a função de acompanhamento e de diretor de tiro, o modelo 1RS2-E é o adotado. Além destes sensores eletromagnéticos, o veículo lançador possui uma estação optrônica (ótico-eletrônica), dotada de sensores termais, que permitem a operação de forma independente dos sensores eletromagnéticos, impondo como penalidade, apenas, o controle de um míssil por vez contra um alvo selecionado.[/justificar]
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[centralizar]RLM S0C – PESA – “Janus Faced”. Foto: internet.[/centralizar]
[justificar]A varredura de campo, entretanto, não é realizada pelos radares embarcados no veículo lançador, apesar disto ser plenamente possível, mas por um radar de vigilância, cuja função é a de vigiar o campo de batalha enquanto as baterias, isto é, os veículos lançadores mantêm a disciplina de “silêncio eletromagnético” (não efetuam emissões eletromagnéticas). Dotado de um alcance maior, os radares de campo oferecem, portanto, o aviso antecipado. Os russos oferecem para exportação o radar de varredura de campo Kasta 2E1/2E2, com alcance de 150 km, capacidade de detecção e acompanhamento simultâneo de até 50 alvos, com 360º de cobertura em qualquer tempo. Este radar foi exportado para a Argélia, dentre outros clientes; todavia, no caso brasileiro, especula-se que para a função de vigilância/varredura de campo seria adotado o radar produzido pela BRADAR – Embraer Defesa e Segurança/Orbisat – SABER M-200, que se encontra neste momento em desenvolvimento e cujo alcance esperado é da ordem de 200 km.[/justificar]
[justificar]O radar VNIIRT 2RL80E: radar com grande resistência a CME (contramedidas eletrônicas), PESA – Passive Electronically Scanned Array, ou radar de varredura eletrônica, que possui sua configuração em tela plana, rotativa (360° – 15, ou 30 rpm – rotações por minuto), 3D (tridimensional: azimute, alcance e altura), opera na banda S de forma primária com a possibilidade de escolha de outras frequências (20 – aleatórias). Permite o acompanhamento de 20 alvos, a cobertura de elevações entre 0° e 60°, alcance até 50 km, com os seguintes valores de alcance para Seção Reta Radar (RCS): 2m² (aviões/caças) – 36 km; 1,3m² (helicópteros/helicópteros de ataque) – 32 km; 0,1m² (mísseis de cruzeiro, antirradiação e bombas guiadas) – 16 km (os valores decaem em 10% quando o veículo está em movimento). A flexibilidade reflete-se na possibilidade do oficial artilheiro poder selecionar as escalas, sendo estas de 0°~60° (alcance: 1-30 km); 0°~30° (alcance: 1-50km); 40°~80° (alcance: 1-25km) e 0°~25° (3-80km). Foto abaixo:[/justificar]
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[centralizar]Esta imagem mostra os dois radares do sistema de detecção do Pantsyr: em primeiro plano o radar 1RS2-E, em forma de tambor. Atrás no alto, o radar 2RL80E, com antena rotativa.Foto: internet.[/centralizar]
[justificar]RLM S0C – PESA – “Janus Faced” : radar de varredura eletrônica que apresenta uma disposição frente/costa, para uma cobertura de 360º simultânea (montagem em “Janus”, ou “Jano”. Feito em semelhança ao deus romano de dupla face). Este radar possui em relação ao 2RL80E maior desempenho, e facilita rastreio de mísseis rápidos e com baixa assinatura. Operando em banda S, apresenta a capacidade de detecção de alvos com RCS (Seção Reta Radar) de 2m² a distância de 40 km, monitoração simultânea de 40 alvos, altitude de rastreio de 20 km, velocidade radial da ordem de 30~1200 m/s, azimute de 0°-360°, elevação de 0-60° e varredura de 90° (eletrônica). Possui um carga para a estrutura de 950kg.
O radar diretor de tiro/acompanhamento VNIIRT 1RS2-E: radar PESA (Passive Electronically Scanned Array), Pulse Doppler, responsável por selecionar dentre aquelas detectadas pelo radar de varredura as ameaças de maior poder ofensivo. A capacidade de acompanhamento é de oito alvos e estes são classificados em função do risco, sendo os três mais perigosos à posição defensiva são priorizados para combate (ordem de disparo equivalente ao grau de ameaça). É capaz de dar combate a até quatro bombas guiadas por vez, permitindo disparos contra o mesmo alvo com intervalos de 2 até 4 segundos. Concebido para operar nas bandas X e Ku, o radar iluminador 1RS2-E vetora o míssil 57E6-E por guiagem CLOS – Command to Line of Sight, ou Comando por linha De Visada -, emitindo sinais codificados de maneira contínua até a eliminação da ameaça, sendo 4 o número máximo de mísseis capazes de ser guiados por vez. Os valores de detecção de Seção Reta Radar (RCS) do radar 1RS2-E, de alvos com velocidade até 1.000 m/s, são os que seguem: 2m² (caças/veículos) – 28~24km; 0,1m² (mísseis antirradiação e/ou cruzeiro) – 13~11 km; 0,03m² (bombas guiadas) – 10~7km. O radar 1RS2-E permanece cativo, ou seja, fixo à torre com os mísseis e canhões, sendo apontado com estes para a direção da ameaça. Possui campo operativo de -5° a + 82°. É o de antena amarela:[/justificar]
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[centralizar]Pantsyr-S1 montado em plataforma com veículo KAMAZ 6850, mostra a sua torre com o radar 1RS2-E bem evidente. Foto: internet.[/centralizar]
Visor termal MATIS LR: para realizar detecção e operação passiva, independente do uso de emissões eletromagnéticas, o Pantsyr S-1 conta com o uso de um sistema eletro-óptico, cujo visor termal é de origem francesa, MATIS-LR, que exibe azimute de +90° e -90°, capacidade de acompanhamento de aeronaves entre 17~30km, mísseis de cruzeiro entre 12~15km e mísseis antirradiação a partir de 12km. Estabilizado e integrado ao radar 1RS2-E, acompanha o alvo de forma independente, ou a partir dos dados fornecidos pelo radar. Em tela de comando fornece imagens de vídeo com a contínua posição do vetor de interceptação (míssil 57E6), por isso necessita estar com perfeito alinhamento no tocante ao eixo ótico/iluminação eletromagnética e isto, portanto, acaba por exigir uma necessidade primária de atenção das equipes de manutenção.
[centralizar][/centralizar]
[centralizar]Visor térmico MMATIS LR. Foto: internet.[/centralizar]
[justificar]Evolução
O sistema Pantsyr S-1 é plenamente operacional junto às forças armadas russas, entretanto, imbuído no programa de desenvolvimento contínuo dos sistemas de defesa antiaérea da Federação Russa, a empresa KBP Tula efetua o programa de evolução do sistema Pantsyr, denominado como Pantsyr SM. Este sistema agregará uma nova viatura plataforma, calcada na viatura blindada KAMAZ Typhoon, um veículo lançador com a mesma disposição atual do Pantsyr, com radar de varredura, e um segundo veículo lançador, este desprovido do detector de busca e dos canhões de alta cadência, mas tendo o acréscimo de mísseis para pronto uso, totalizando 24 contêineres cilíndricos, sendo 12 de cada lado da torre.
O míssil sofrerá uma adaptação muito simples, dado que será o mesmo 57E6-E em sua essência, todavia dotado de um novo booster, que lhe dará maior aceleração para permitir a interceptação de alvos que exibam velocidades da ordem de 1.800 m/s (6.480 km/h). Hoje, vale lembrar, o míssil 57E6-E está limitado a alvos que apresentem velocidades da ordem de 1.000 m/s (3.600 km/h). O detector principal da bateria deverá ser o RLM S0C – PESA – “Janus Faced”.
Pantsyr S-1 para o Brasil
O Pantsyr S-1 não foi, até a presente data, utilizado em situação de combate. O abate de uma aeronave RF-4E Phantom da Força Aérea da Turquia, supostamente ocorrido no litoral sírio, foi de responsabilidade de uma bateria equipada com mísseis Pechora 2M (alcance de 35km, altitude de 18.000 m), segundo as fontes militares sírias. Entretanto, o Pantsyr S-1 foi submetido a testes severos, que atestam com segurança a capacidade combativa deste sistema. Dentre estes testes se destacam dois, feitos na presença de uma delegação militar brasileira, efetuados ambos com sucesso, com a ocorrência da destruição dos alvos, sendo um deles abatido no limiar do alcance do sistema. Os testes em questão foram realizados a pedido do Ministério da Defesa do Brasil, e o foi por uma unidade operativa das forças armadas russas e não por uma equipe do fabricante e, atendendo a um pedido brasileiro, formulado pelo General de Brigada Márcio Roland Heise, os disparos foram realizados dentro do alcance visual. O primeiro deu-se contra um drone, propulsionado por turborreator, que realizava manobras evasivas, em seguida contra um alvo esguio e rápido. O drone foi abatido na distância de 15 km (6.000 metros de altitude). O segundo teste foi ainda mais exigente, pois contra a unidade de tiro de teste foi lançado de outra bateria um míssil, arma de pequeno tamanho, esguia, pequena, com mínima assinatura. A ameaça foi neutralizada na distância de 8,5 km (100 metros de altitude) por um míssil 57E6-E.
Por ser modular, o Pantsyr S-1 pode proteger instalações físicas de modo fixo, sem sua plataforma móvel, apesar de ser uma forma pouco inteligente em caso de um conflito. Aliás, no tocante a plataforma, o fato de haver a presença no Brasil de uma unidade produtiva de um dos fornecedores com chassi homologado pelo fabricante, KBP Tula, no caso a MAN Latin América, favorece a escolha do chassi SX-45; todavia, caso a escolha recaia sobre exemplares russos, como o BAZ 6909, ou KAMAZ 6860, não seria propriamente uma surpresa dado a qualidade destes veículos.[/justificar]
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[centralizar]Arte de um Pantsyr S-1 tracionado por um KAMAZ 6560 nas cores do Exército Brasileiro. Foto: Vitaly Muzmin – Arte: Leonardo Jones/Portal Defesa.[/centralizar]
[justificar]Outra especulação existente na proposta para o Brasil, está relacionada a escolha do radar de varredura do veículo lançador, e da escolha do radar de vigilância de campo. Quanto ao segundo, a escolha do radar BRADAR SABER M200 é tida como uma aposta segura, por ser um equipamento produzido por uma empresa brasileira e que atende aos requisitos exigidos. Para equipar a viatura de lançamento, a escolha deverá recair entre o 2RL80E e o RLM S0C. Escolhido o radar, deverá ser incorporado um sistema nacional de IFF – Identification Friend Or Foe (Identificação – Amigo ou Inimigo).
O conceito russo que engloba o Pantsyr S-1 é o SHORAD – Short Range Air Defense, ou defesa de curto alcance e baixa altitude, ou seja, uma defesa crítica, de último recurso. A escolha russa, portanto, passou pela decisão de criar um produto específico para uma ameaça específica, ao contrário do que se vê em algums opções no ocidente, que é a simples adaptação de mísseis concebidos para a arena ar-ar, seja arena BVR (beyond-visual-range, ou além do alcance visual), ou WVR (Within Visual Range, ou dentro alcance visual), para a proteção de unidades terrestres das ameaças aéreas. A princípio parece lógico, pois dá-se em função do aproveitamento de armas existentes, entretanto, os mísseis ar-ar são armas caras, complexas, de manejo difícil e exigente. A solução russa, por outro lado, acaba por impor uma bateria sofisticada, grande e pesada, dado o fato de que ela busca autonomia de geração de energia, mobilidade e detecção, além de uma quantidade de mísseis de pronto uso (12), que possam dar combate contra um ataque de saturação. O vetor, ou seja, o míssil, passa a ser de extrema simplicidade na sua concepção, o que por sua vez se reflete no seu custo de produção, afinal, pouco vai além de propelente, cabeça de guerra e antena receptora para os comandos. Em uma defesa aproximada é recomendável manter o foco no alvo e o número de disparos, via de regra, é elevado, o que impõe a necessidade de um estoque vasto, ou de produzir em larga escala o vetor (míssil). Naturalmente há opções ocidentais mais parecidas com o sistema exposto, como o Crotale francês ou o BAMSE sueco.
No contexto brasileiro, devido às faixas de classificações adotadas, o Pantsyr S-1 será considerado como uma bateria voltada para proteção de média altura, visto que o alcance limite da arma principal, o míssil 57E6-E, é da ordem de 22 km. Caberá ao sistema a proteção de instalações vitais e de colunas blindadas em progressão, devido à capacidade deste sistema de disparo em marcha. Todavia, como visto antes, o Pantsyr S-1 não é um sistema voltado à média altura, sendo a sua capacidade para cumprir esta missão, marginal. Para cumprir com perfeição a missão de defesa de média altura, é necessária a adoção de um sistema voltado para dar combate contra ameaças situadas nas faixas de 35~45km de alcance e 18.000~25.000m de altitude. Para tanto, será imperativo o desenvolvimento, ou a aquisição de um projeto/produto que atenda a estas faixas de ameaças. Talvez seja esta a principal missão deste sistema no Brasil: abrir as portas para o entendimento, visando o desenvolvimento nacional de sistemas antiaéreos de médio alcance.
Portal Defesa[/justificar]
Pois:
http://portaldefesa.com/3390-pantsyr-s-1-para-o-brasil/
Pantsyr S-1 para o Brasil
Por: César A. Ferreira
[justificar]O Embaixador da República Federativa do Brasil junto à Federação Russa, Antônio José Valim Guerreiro, anunciou (09/07/2014) que o Brasil irá adquirir o sistema de defesa antiaérea de origem russa Pantsyr S-1. A declaração do referido embaixador, deu-se quando instado pela agência “Interfax” sobre a visita do dignitário da Federação Russa, Vladmir Putin ao Brasil, que deverá ocorrer em breve em função do encontro dos BRICS; encontro este a ser realizado em Fortaleza no dia 14 próximo. Textualmente seguem as declarações do Embaixador Antônio José Valim Guerreiro à Agência Interfax: “A decisão sobre a compra desses sistemas antiaéreos da Rússia já foi tomada (…) o contrato de provisão dessas armas poderia ser assinado já este ano (…) e é provável que o mesmo saia antes de outubro ou novembro”.
O Brasil iniciou as negociações em vista da aquisição de baterias russas, notadamente do sistema Pantsyr S-1, em 2012. Para tanto houve o envio de comissões para observar in loco o desempenho deste sistema, contando inclusive com disparo reais, onde se apurou o acerto em todos os ensaios (acertos da ordem de 100%). Devem ser adquiridas três baterias, na forma de 13 veículos lançadores, 6 veículos de apoio, 3 veículos de manutenção, 3 veículos de manutenção eletrônica, 3 veículos de manutenção mecânica, 3 veículos transportadores de peças, 3 unidades de ajuste, um conjunto para equipamentos de teste e um simulador outdoor. Soma-se a aquisição de 288 unidades de mísseis 57E6-E e 37.000 cartuchos de calibre 30mm (30 x 165mm).
Os veículos serão distribuídos entre as três forças singulares: Exército Brasileiro, Força Aérea Brasileira e Marinha do Brasil. Com capacidade de atingir alvos até 22 km de distância e 15 km de altura, este sistema deverá compor o Comando de Defesa Aeroespacial Brasileiro (COMDABRA).[/justificar]
O que é o Sistema Pantsyr S-1?
[justificar]O sistema de defesa aérea Pantsyr S-1 é um esforço da Federação Russa para prover a defesa crítica, ou aproximada, à suas instalações de importância tática e/ou estratégica, bem como à proteção de baterias de defesa antiaérea/antimíssil de longo alcance S-300, S-400 e futuramente o S-500. A sua capacidade para disparo em movimento também o qualifica para proteção de colunas blindadas em marcha. Devido a sua função de última barreira, possui uma capacidade inequívoca de pronto emprego, caracterizada na utilização do binômio míssil ágil e canhão de alta cadência. Possui 12 mísseis 57E6-E contidos em contêineres cilíndricos em posição para pronto disparo e dois canhões de 30mm. Os mísseis podem ser disparados com intervalos de 4 segundos entre si, sendo efetivos contra alvos da ordem de 1000 m/s (Mach 3, ou mais especificamente, cerca de 3.600 km/h ou 1 km por segundo), já os canhões de 30mm são efetivos contra alvos aéreos e terrestres (dupla função). O sistema é conteirado, ou seja, os contêineres com os mísseis, e os canhões, são apontados para a direção de onde provém a ameaça.[/justificar]
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[centralizar] Pantsyr S-1 sobre plataforma BAZ 6909. Foto: internet.[/centralizar]
[justificar]Como sistema o Pantsyr S-1 é autônomo, funcionando como se fosse uma bateria independente por veículo, incorporando neste a capacidade de varredura e detecção primária, detecção secundária, acompanhamento e/ou modo optrônico, seleção de fogo e iluminação de alvos, gerador próprio, estação de comando/comunicação/controle e plataforma de deslocamento. Com tudo isto em um só veículo, não é de se espantar que o tamanho seja grande – enorme melhor dizendo, exigindo uma plataforma 8×8 e apresentando um peso quando pronto para combate da ordem de 34 toneladas. Em contrapartida tem-se a facilidade e rapidez de deslocamento, algo visto como essencial na atual doutrina russa, onde posição fixa, ou a demora em levantar a bateria para rebocá-la de sua posição, é vista pelos doutrinadores como uma sentença de morte para a unidade de defesa antiaérea. Além disto, dado o fato de que a unidade pode receber e transmitir através de enlace de dados, ela pode atuar, dentre outras maneiras, em “silêncio eletrônico”, ou seja, sem emissão de ondas no espectro eletromagnético. Assim, se por acaso a unidade em questão for anulada, ou seja, suprimida pela ação do inimigo, as demais continuam ativas em sua rede de defesa, pois o conceito prevê a maior independência possível de cada viatura de lançamento dentro da disposição em camadas da rede defensiva dos sistemas antiaéreos.[/justificar]
Um breve comentário sobre a disposição “camadas” de um sistema defensivo antiaéreo
[justificar]Disposição em camadas é um conceito russo para organizar a forma de combater das divisões de defesa antiaéreas das suas forças. Consiste em dispor de maneira concêntrica os sistemas defensivos, com o sistema de longo alcance no centro, protegido pelo de médio e curto alcance, sendo todos eles autopropulsados para rápida mobilidade. As baterias são posicionadas em campo na forma de rede, sem observar simetria, sendo a vigilância exercida por radares de campo, muitos deles operando na faixa VHS do espectro para detecção de alvos stealth, com o intuito de evitar que as baterias facilitem, com as suas emissões, a detecção, ratreamento e ataque, por parte do inimigo, das suas posições. Dessa maneira, o sistema defensivo acaba por aparentar uma disposição que lembra as camadas de uma cebola, onde a camada externa se refere ao alcance máximo dos sistemas de defesa de longo alcance, a seguinte dos de médio e a terceira os sistemas de curto alcance, caso o atacante consiga chegar até o alvo.
A disposição, todavia, não necessita ser simétrica, podendo ser espalhada pelo campo de acordo com o entendimento do comando, de tal maneira que um atacante pode vir a enfrentar sistemas táticos de alcances médios e/ou de curto alcance e grande agilidade, enquanto esperava estar no limite do sistema de defesa antiaéreo estratégico (de longo alcance). A constante mudança de sítios, mobilidade e assimetria da disposição em campo evita dar ao inimigo a facilidade e o conforto de um modo estereotipado de agir, pois consideram os pensadores russos que uma defesa antiaérea que se torne previsível, sem disciplina de emprego, acaba por se tornar uma presa da força aérea atacante, já que esta tem a grande vantagem de escolher os termos do combate, ou seja, de como e onde combater. O conceito que sustenta a “disposição em camadas”, portanto, é o de apoio mútuo entre os sistemas antiaéreos que o compõem.
No tocante ao sistema Pantsyr S-1, este é considerado um sistema de defesa crítico, devido a sua rapidez de resposta e ao manobrável e ágil míssil 57E6-E. Seria, portanto, um sistema de defesa aproximado dentro do conceito russo de defesa em camadas. No contexto brasileiro será um sistema de defesa de alcance médio, isto devido ao seu alcance-limite, que é da ordem de 22 km.[/justificar]
Nascimento
[justificar]É quase um lugar comum que o Pantsyr S-1 seja considerado como sucessor do 2K22 Tunguska, impressão que se reforça devido ao emprego conjunto mísseis/canhões. De fato o Pantsyr nasceu da necessidade observada pelos artilheiros soviéticos, de que seria desejável um alcance maior, tanto de detecção como do limite da arma principal do sistema, ou seja, o míssil. Isto é devido à avaliação de que os sistemas críticos deveriam enfrentar ameaças mais intensas, com maior saturação, tornando necessário maior desempenho em todos os quadrantes. Desta maneira, tem-se a arma principal, o míssil 57E6, com o dobro do alcance efetivo do antecessor, o míssil 9M311, bem como de uma altitude efetiva também maior. O tempo de resposta no Pantsyr caiu sensivelmente, sendo da ordem de 4 segundos. O míssil 57E6, por isto, se apresenta como ideal para interceptar e destruir mísseis de cruzeiro, bombas guiadas e até mesmo mísseis anti-radiação, como o ALARM, MAR-1 e o HARM (AGM-88), superando por larga margem os seus antecessores.[/justificar]
Plataformas
[justificar]Os chassis homologados para uso como plataforma do sistema são de cinco. Destes, quatro sobre rodas e um propulsionado sobre lagartas. Os veículos sobre rodas homologados, são: KAMAZ 6560 (8 x 8), MZKT-7930, BAZ-6909 e MAN-SX/45. No tocante à venda para o Brasil, até o presente momento não há nada além de especulações sobre a plataforma a ser escolhida. O chassi SX-45 (MAN) acaba por despontar como se fosse uma “escolha natural”, devido à presença no Brasil da MAN Latin America (produção local de partes e componentes). O chassi sobre lagartas homologado é o GM-352M1E e porta apenas 8 mísseis, ao contrário dos sistemas montados nos caminhões que conduzem 12 mísseis de pronto emprego.[/justificar]
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[centralizar]Pantsyr S-1 tracionado por um veículo MZKT-7930. Foto: internet.[/centralizar]
[justificar]Dado o fato de que não há uma escolha concreta da plataforma até o presente momento, e que o fabricante do sistema exige homologação da plataforma, o que inclui testes extensos com intuito de verificar a estabilidade do chassi, durante a realização de disparos estáticos e em movimento, as especulações de uso de chassis vários, tais como IVECO e/ou Tatra, para servirem como plataforma dos veículos lançadores, devem ser entendidas antes como manifestações de um desejo expresso por parte de quem realiza a especulação do que uma realidade concreta. Espera-se que, ao anunciar oficialmente a escolha deste sistema, o Ministério da Defesa também anuncie a plataforma escolhida, que pode ser uma das aventadas pela mídia, especializada ou comum.[/justificar]
As armas do sistema
[justificar]O Pantsyr S-1 combina o uso de mísseis de ação rápida com canhões de alta cadência de tiro. O míssil é o 57E6-E, arma de concepção revolucionária, dado o fato de que dos seus dois únicos estágios apenas o primeiro, o booster, conta com propelente, sendo que a parte seguinte vai em direção ao alvo apenas com o impulso do primeiro estágio, ou seja, prossegue com energia cinética, apenas. A parte que conta com a cabeça de guerra, desprovida de propelente, pode por isso ter um diâmetro diminuto, o que lhe dá a aparência de um dardo e, pelo fato de ser uma arma com alcance curto para os padrões russos, a desaceleração observada é mínima. De uma impulsão até aos 1.300 m/s (4.680 km/h) aos 2.4 segundos de voo, o estágio seguinte do míssil 57E6 desacelera para 900 m/s (3.240 Km/h) ao percorrer 12 km, próximo do limite de alcance da arma – até 18 km em condições ideais – a desaceleração será da ordem de 700 m/s (2.520 km/h), ou seja, conserva energia cinética bastante para próximo do limite de alcance (18km) ser uma arma manobrável e letal. O alcance máximo verificado é de 22km, já com manobrabilidade apenas residual.
O míssil 57E6-E apresenta probabilidade de acerto do alvo entre 70% e 95%, que cresce para 99% quando dois mísseis são lançados. Estas taxas de acerto se mantêm efetivas até o limite de altitude da arma, que é de 15 km. Sob o comando da estação de controle, situado no veículo lançador, o oficial artilheiro pode comandar a autodestruição do míssil, ou desativar a espoleta de fragmentação por proximidade, recurso este utilizado quando o míssil 57E6-E é dirigido contra um alvo terrestre e realizado com o intuito de aumentar os danos possíveis ao alvo por impacto. Ademais, é preciso lembrar que estocado em seus contêineres cilíndricos selados os mísseis 57E6-E exibem validade de 5 anos e quando estocados em depósitos climatizados exibem uma validade de 15 anos.[/justificar]
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[centralizar]Missil 57E6 e o canhão 2A38M. Foto: internet.[/centralizar]
[justificar]A outra arma que compõe o sistema Pantsyr S-1 são os canhões 2A38M. Montados com boa separação entre si, estes canhões de 30 mm, empregando cartuchos de 30 x 165mm traçantes, incendiários e/ou explosivos, capaz de atingir a elevadíssima cadência de 2.500 disparos por minuto cada peça, num total de 5.000 se empregadas ambas ao mesmo tempo. Os tubos são arrefecidos por líquido e a cinta de alimentação comporta até 700 cartuchos por arma. Esta possui dupla função, podendo ser dirigida contra alvos aéreos e terrestres. O alcance dos canhões para alvos aéreos é de 3.000~3.500 metros, e para alvos terrestres cerca de 4.000 metros ou mais. Os canhões oferecem à equipagem da bateria certa possibilidade de autodefesa, se por acaso esta for surpreendida por equipes de combate terrestres inimigas. O peso médio da arma é de cerca de 195 kg, sendo o do cartucho completo de 842 gramas e, do projétil, 389 gramas (HE-I ou High Explosive – Incendiary / Alto Explosivo – Incendiário), com velocidade de boca de aproximadamente 960 m/s.[/justificar]
Sistemas de varredura, acompanhamento, iluminação e sensores passivos
[justificar]O sistema Pantsyr S-1 conta com radares e uma estação optrônica como suíte de detecção. Os radares do veículo lançador são dois, sendo que um realiza as funções de varredura/vigilância e outro é para acompanhamento/direção de tiro. Existem, hoje, duas opções para o cliente equipar o veículo lançador com o radar de busca e detecção: o modelo 2RL80E e o modelo RLM S0C. Para a função de acompanhamento e de diretor de tiro, o modelo 1RS2-E é o adotado. Além destes sensores eletromagnéticos, o veículo lançador possui uma estação optrônica (ótico-eletrônica), dotada de sensores termais, que permitem a operação de forma independente dos sensores eletromagnéticos, impondo como penalidade, apenas, o controle de um míssil por vez contra um alvo selecionado.[/justificar]
[centralizar][/centralizar]
[centralizar]RLM S0C – PESA – “Janus Faced”. Foto: internet.[/centralizar]
[justificar]A varredura de campo, entretanto, não é realizada pelos radares embarcados no veículo lançador, apesar disto ser plenamente possível, mas por um radar de vigilância, cuja função é a de vigiar o campo de batalha enquanto as baterias, isto é, os veículos lançadores mantêm a disciplina de “silêncio eletromagnético” (não efetuam emissões eletromagnéticas). Dotado de um alcance maior, os radares de campo oferecem, portanto, o aviso antecipado. Os russos oferecem para exportação o radar de varredura de campo Kasta 2E1/2E2, com alcance de 150 km, capacidade de detecção e acompanhamento simultâneo de até 50 alvos, com 360º de cobertura em qualquer tempo. Este radar foi exportado para a Argélia, dentre outros clientes; todavia, no caso brasileiro, especula-se que para a função de vigilância/varredura de campo seria adotado o radar produzido pela BRADAR – Embraer Defesa e Segurança/Orbisat – SABER M-200, que se encontra neste momento em desenvolvimento e cujo alcance esperado é da ordem de 200 km.[/justificar]
[justificar]O radar VNIIRT 2RL80E: radar com grande resistência a CME (contramedidas eletrônicas), PESA – Passive Electronically Scanned Array, ou radar de varredura eletrônica, que possui sua configuração em tela plana, rotativa (360° – 15, ou 30 rpm – rotações por minuto), 3D (tridimensional: azimute, alcance e altura), opera na banda S de forma primária com a possibilidade de escolha de outras frequências (20 – aleatórias). Permite o acompanhamento de 20 alvos, a cobertura de elevações entre 0° e 60°, alcance até 50 km, com os seguintes valores de alcance para Seção Reta Radar (RCS): 2m² (aviões/caças) – 36 km; 1,3m² (helicópteros/helicópteros de ataque) – 32 km; 0,1m² (mísseis de cruzeiro, antirradiação e bombas guiadas) – 16 km (os valores decaem em 10% quando o veículo está em movimento). A flexibilidade reflete-se na possibilidade do oficial artilheiro poder selecionar as escalas, sendo estas de 0°~60° (alcance: 1-30 km); 0°~30° (alcance: 1-50km); 40°~80° (alcance: 1-25km) e 0°~25° (3-80km). Foto abaixo:[/justificar]
[centralizar][/centralizar]
[centralizar]Esta imagem mostra os dois radares do sistema de detecção do Pantsyr: em primeiro plano o radar 1RS2-E, em forma de tambor. Atrás no alto, o radar 2RL80E, com antena rotativa.Foto: internet.[/centralizar]
[justificar]RLM S0C – PESA – “Janus Faced” : radar de varredura eletrônica que apresenta uma disposição frente/costa, para uma cobertura de 360º simultânea (montagem em “Janus”, ou “Jano”. Feito em semelhança ao deus romano de dupla face). Este radar possui em relação ao 2RL80E maior desempenho, e facilita rastreio de mísseis rápidos e com baixa assinatura. Operando em banda S, apresenta a capacidade de detecção de alvos com RCS (Seção Reta Radar) de 2m² a distância de 40 km, monitoração simultânea de 40 alvos, altitude de rastreio de 20 km, velocidade radial da ordem de 30~1200 m/s, azimute de 0°-360°, elevação de 0-60° e varredura de 90° (eletrônica). Possui um carga para a estrutura de 950kg.
O radar diretor de tiro/acompanhamento VNIIRT 1RS2-E: radar PESA (Passive Electronically Scanned Array), Pulse Doppler, responsável por selecionar dentre aquelas detectadas pelo radar de varredura as ameaças de maior poder ofensivo. A capacidade de acompanhamento é de oito alvos e estes são classificados em função do risco, sendo os três mais perigosos à posição defensiva são priorizados para combate (ordem de disparo equivalente ao grau de ameaça). É capaz de dar combate a até quatro bombas guiadas por vez, permitindo disparos contra o mesmo alvo com intervalos de 2 até 4 segundos. Concebido para operar nas bandas X e Ku, o radar iluminador 1RS2-E vetora o míssil 57E6-E por guiagem CLOS – Command to Line of Sight, ou Comando por linha De Visada -, emitindo sinais codificados de maneira contínua até a eliminação da ameaça, sendo 4 o número máximo de mísseis capazes de ser guiados por vez. Os valores de detecção de Seção Reta Radar (RCS) do radar 1RS2-E, de alvos com velocidade até 1.000 m/s, são os que seguem: 2m² (caças/veículos) – 28~24km; 0,1m² (mísseis antirradiação e/ou cruzeiro) – 13~11 km; 0,03m² (bombas guiadas) – 10~7km. O radar 1RS2-E permanece cativo, ou seja, fixo à torre com os mísseis e canhões, sendo apontado com estes para a direção da ameaça. Possui campo operativo de -5° a + 82°. É o de antena amarela:[/justificar]
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[centralizar]Pantsyr-S1 montado em plataforma com veículo KAMAZ 6850, mostra a sua torre com o radar 1RS2-E bem evidente. Foto: internet.[/centralizar]
Visor termal MATIS LR: para realizar detecção e operação passiva, independente do uso de emissões eletromagnéticas, o Pantsyr S-1 conta com o uso de um sistema eletro-óptico, cujo visor termal é de origem francesa, MATIS-LR, que exibe azimute de +90° e -90°, capacidade de acompanhamento de aeronaves entre 17~30km, mísseis de cruzeiro entre 12~15km e mísseis antirradiação a partir de 12km. Estabilizado e integrado ao radar 1RS2-E, acompanha o alvo de forma independente, ou a partir dos dados fornecidos pelo radar. Em tela de comando fornece imagens de vídeo com a contínua posição do vetor de interceptação (míssil 57E6), por isso necessita estar com perfeito alinhamento no tocante ao eixo ótico/iluminação eletromagnética e isto, portanto, acaba por exigir uma necessidade primária de atenção das equipes de manutenção.
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[centralizar]Visor térmico MMATIS LR. Foto: internet.[/centralizar]
[justificar]Evolução
O sistema Pantsyr S-1 é plenamente operacional junto às forças armadas russas, entretanto, imbuído no programa de desenvolvimento contínuo dos sistemas de defesa antiaérea da Federação Russa, a empresa KBP Tula efetua o programa de evolução do sistema Pantsyr, denominado como Pantsyr SM. Este sistema agregará uma nova viatura plataforma, calcada na viatura blindada KAMAZ Typhoon, um veículo lançador com a mesma disposição atual do Pantsyr, com radar de varredura, e um segundo veículo lançador, este desprovido do detector de busca e dos canhões de alta cadência, mas tendo o acréscimo de mísseis para pronto uso, totalizando 24 contêineres cilíndricos, sendo 12 de cada lado da torre.
O míssil sofrerá uma adaptação muito simples, dado que será o mesmo 57E6-E em sua essência, todavia dotado de um novo booster, que lhe dará maior aceleração para permitir a interceptação de alvos que exibam velocidades da ordem de 1.800 m/s (6.480 km/h). Hoje, vale lembrar, o míssil 57E6-E está limitado a alvos que apresentem velocidades da ordem de 1.000 m/s (3.600 km/h). O detector principal da bateria deverá ser o RLM S0C – PESA – “Janus Faced”.
Pantsyr S-1 para o Brasil
O Pantsyr S-1 não foi, até a presente data, utilizado em situação de combate. O abate de uma aeronave RF-4E Phantom da Força Aérea da Turquia, supostamente ocorrido no litoral sírio, foi de responsabilidade de uma bateria equipada com mísseis Pechora 2M (alcance de 35km, altitude de 18.000 m), segundo as fontes militares sírias. Entretanto, o Pantsyr S-1 foi submetido a testes severos, que atestam com segurança a capacidade combativa deste sistema. Dentre estes testes se destacam dois, feitos na presença de uma delegação militar brasileira, efetuados ambos com sucesso, com a ocorrência da destruição dos alvos, sendo um deles abatido no limiar do alcance do sistema. Os testes em questão foram realizados a pedido do Ministério da Defesa do Brasil, e o foi por uma unidade operativa das forças armadas russas e não por uma equipe do fabricante e, atendendo a um pedido brasileiro, formulado pelo General de Brigada Márcio Roland Heise, os disparos foram realizados dentro do alcance visual. O primeiro deu-se contra um drone, propulsionado por turborreator, que realizava manobras evasivas, em seguida contra um alvo esguio e rápido. O drone foi abatido na distância de 15 km (6.000 metros de altitude). O segundo teste foi ainda mais exigente, pois contra a unidade de tiro de teste foi lançado de outra bateria um míssil, arma de pequeno tamanho, esguia, pequena, com mínima assinatura. A ameaça foi neutralizada na distância de 8,5 km (100 metros de altitude) por um míssil 57E6-E.
Por ser modular, o Pantsyr S-1 pode proteger instalações físicas de modo fixo, sem sua plataforma móvel, apesar de ser uma forma pouco inteligente em caso de um conflito. Aliás, no tocante a plataforma, o fato de haver a presença no Brasil de uma unidade produtiva de um dos fornecedores com chassi homologado pelo fabricante, KBP Tula, no caso a MAN Latin América, favorece a escolha do chassi SX-45; todavia, caso a escolha recaia sobre exemplares russos, como o BAZ 6909, ou KAMAZ 6860, não seria propriamente uma surpresa dado a qualidade destes veículos.[/justificar]
[centralizar][/centralizar]
[centralizar]Arte de um Pantsyr S-1 tracionado por um KAMAZ 6560 nas cores do Exército Brasileiro. Foto: Vitaly Muzmin – Arte: Leonardo Jones/Portal Defesa.[/centralizar]
[justificar]Outra especulação existente na proposta para o Brasil, está relacionada a escolha do radar de varredura do veículo lançador, e da escolha do radar de vigilância de campo. Quanto ao segundo, a escolha do radar BRADAR SABER M200 é tida como uma aposta segura, por ser um equipamento produzido por uma empresa brasileira e que atende aos requisitos exigidos. Para equipar a viatura de lançamento, a escolha deverá recair entre o 2RL80E e o RLM S0C. Escolhido o radar, deverá ser incorporado um sistema nacional de IFF – Identification Friend Or Foe (Identificação – Amigo ou Inimigo).
O conceito russo que engloba o Pantsyr S-1 é o SHORAD – Short Range Air Defense, ou defesa de curto alcance e baixa altitude, ou seja, uma defesa crítica, de último recurso. A escolha russa, portanto, passou pela decisão de criar um produto específico para uma ameaça específica, ao contrário do que se vê em algums opções no ocidente, que é a simples adaptação de mísseis concebidos para a arena ar-ar, seja arena BVR (beyond-visual-range, ou além do alcance visual), ou WVR (Within Visual Range, ou dentro alcance visual), para a proteção de unidades terrestres das ameaças aéreas. A princípio parece lógico, pois dá-se em função do aproveitamento de armas existentes, entretanto, os mísseis ar-ar são armas caras, complexas, de manejo difícil e exigente. A solução russa, por outro lado, acaba por impor uma bateria sofisticada, grande e pesada, dado o fato de que ela busca autonomia de geração de energia, mobilidade e detecção, além de uma quantidade de mísseis de pronto uso (12), que possam dar combate contra um ataque de saturação. O vetor, ou seja, o míssil, passa a ser de extrema simplicidade na sua concepção, o que por sua vez se reflete no seu custo de produção, afinal, pouco vai além de propelente, cabeça de guerra e antena receptora para os comandos. Em uma defesa aproximada é recomendável manter o foco no alvo e o número de disparos, via de regra, é elevado, o que impõe a necessidade de um estoque vasto, ou de produzir em larga escala o vetor (míssil). Naturalmente há opções ocidentais mais parecidas com o sistema exposto, como o Crotale francês ou o BAMSE sueco.
No contexto brasileiro, devido às faixas de classificações adotadas, o Pantsyr S-1 será considerado como uma bateria voltada para proteção de média altura, visto que o alcance limite da arma principal, o míssil 57E6-E, é da ordem de 22 km. Caberá ao sistema a proteção de instalações vitais e de colunas blindadas em progressão, devido à capacidade deste sistema de disparo em marcha. Todavia, como visto antes, o Pantsyr S-1 não é um sistema voltado à média altura, sendo a sua capacidade para cumprir esta missão, marginal. Para cumprir com perfeição a missão de defesa de média altura, é necessária a adoção de um sistema voltado para dar combate contra ameaças situadas nas faixas de 35~45km de alcance e 18.000~25.000m de altitude. Para tanto, será imperativo o desenvolvimento, ou a aquisição de um projeto/produto que atenda a estas faixas de ameaças. Talvez seja esta a principal missão deste sistema no Brasil: abrir as portas para o entendimento, visando o desenvolvimento nacional de sistemas antiaéreos de médio alcance.
Portal Defesa[/justificar]
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Re: O futuro da AAAe no Brasil
Lucas Lasota escreveu:1) Exato! Aí caímos em uma situação que a princípio parece ser semelhante, mas não é! Enquanto havia já, de fato, uma estrutura pronta, ou capaz de se aprontar para receber a transferência de tecnologia do Gripen, liderada pela Embraer, a gente não vê isso no caso da Avibrás. O próprio texto cita que a FAB está encontrando problemas com o desenvolvimento do A-Darter, único desenvolvimento de míssil contra alvos aéreos levado a cabo pela Avibrás. Ou seja, aqui não é possível estabelecer comparação alguma com o FX-2.LeandroGCard escreveu:Ué?
Mas esta não foi exatamente a situação no F-X2? E qual sistema levou?
A Avibrás tem um contrato ou pelo menos uma intenção de contrato para co-produção local do CAMM (provavelmente só fabricação de itens estruturais, talvez do motor, e a montagem final). Isso já representaria alguma $$$ para ela. Já no caso do Pantsir o mais provável é que viesse uma compra de prateleira pura e simples, sem nada de produção local. E se alguma coisa viesse a ser produzida localmente (a munição dos canhões? os mísseis?) nada garante que seria a Avibrás a contemplada como os contratos.
Então, ela defende o lado dela.
Leandro G. Card
2)O primeiro ponto também responde este questionamento. A Avibrás irá fazer uma rampa lançadora vertical a frio montada no chassi Tatra e dirá que esse foi a absorção bastante de tecnologia, igualzinho ela vem fazendo com o Tupã. De nacional não tem nada! Quem perde é a força que terá de pagar comissões a ela.
Com o Pantsir pelo menos eliminaríamos estes intermediários que nada acrescentam em termo de absorção de tecnologia e desenvolvimento de um produto "genuíno" nacional.
Que eu saiba, na compra do Pantsyr haverá ToT, estes concernentes ao míssil, 57E6, plataforma e integração de sistemas. Há quem fale em ToT para radares. A depositária seria a Mectron, e caso haja na negociação ToT para radar, a empresa destinatária da transferência seria a Bradar.
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Re: O futuro da AAAe no Brasil
Excelente matéria do Portal Defesa.
Su-35BM - 4ª++ Geração.
Simplesmente um GRANDE caça.
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Re: O futuro da AAAe no Brasil
Sim, muito boa mesmo, bem completa.
“Os únicos derrotados no mundo são os que deixam de lutar, de sonhar e de querer! Levantem suas bandeiras, mesmo quando não puderem levantar!”.
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Re: O futuro da AAAe no Brasil
Com relação ao sistema Pantsir, acho que a questão em aberto é se há interface do softwares dele (ou é problemático) com os sistemas usados aqui.
- Mathias
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Re: O futuro da AAAe no Brasil
Ahá!
Conseguiram arruma um cabelo no ovo do Pantsyr, as insondáveis, indecifráveis e enigmáticas integrações.
Conheço essa história, é igual psicotécnico em seleção de pessoal.
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- Ilya Ehrenburg
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Re: O futuro da AAAe no Brasil
Posso lhe dizer que isso é conversa. Nada é mais maleável do que uma arquitetura em C, ou C#, e mesmo se a plataforma for Java, dá para contornar.knigh7 escreveu:Com relação ao sistema Pantsir, acho que a questão em aberto é se há interface do softwares dele (ou é problemático) com os sistemas usados aqui.
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