O futuro da AAAe no Brasil
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Re: O futuro da AAAe no Brasil
A rigor, nem eu; sei apenas que está em desenvolvimento nos EUA uma versão mais leve e ligeiramente mais curta.
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Re: O futuro da AAAe no Brasil
Acho que vc confundiu rbs70 com rbs23. ..Luís Henrique escreveu:Ok. Então se os suecos estão à frente nesta área, cancelamos o Pantsir e compramos as carrocinhas...knigh7 escreveu:Eu havia complementado a resposta quando vc estava respondendo. O Igla vai deixar de ser o míssil de curto alcance padrão do EB. Tarefa essa será do sueco RBS70.
Obrigado pela correção do valor, USD 1.4mi o lote de 14.
Países da Europa oriental tem a doutrina de lançar o Igla em dupla, justamente por causa do baixo índice de acerto dele.
Eu sempre gostei das carrocinhas.
O Pantsir é melhor que o Bamse.
Editado pela última vez por knigh7 em Ter Set 22, 2015 3:32 pm, em um total de 1 vez.
- Túlio
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Re: O futuro da AAAe no Brasil
Se não couber em C-130, necas.
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Re: O futuro da AAAe no Brasil
Não estou confundindo.knigh7 escreveu:Acho que vc confundiu rbs70 com rbs23. ..Luís Henrique escreveu: Ok. Então se os suecos estão à frente nesta área, cancelamos o Pantsir e compramos as carrocinhas...
Eu sempre gostei das carrocinhas.
Acho o Pantsir melhor que o Bamse.
Se o EB prefere RBS-70 no lugar do Igla, deve preferir também o RBS-23 no lugar do Pantsir.
Eu também acho que o Pantsir é melhor. Mas como outro colega disse, o EB e as demais forças devem ter alergia de equipamentos russos...
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Re: O futuro da AAAe no Brasil
Mas tem mesmo, a aparentemente são péssimos operadores dos mesmos, evidenciado por aquele episódio onde foi divulgado que eles não conseguiam acertar nada com os Igla-S, nem mesmo um mísero target drone.Luís Henrique escreveu:Não estou confundindo.knigh7 escreveu: Acho que vc confundiu rbs70 com rbs23. ..
Acho o Pantsir melhor que o Bamse.
Se o EB prefere RBS-70 no lugar do Igla, deve preferir também o RBS-23 no lugar do Pantsir.
Eu também acho que o Pantsir é melhor. Mas como outro colega disse, o EB e as demais forças devem ter alergia de equipamentos russos...
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Re: O futuro da AAAe no Brasil
Brasil parte para a reta final da aquisição de sistema russo de defesa antiaérea
http://www.defesaaereanaval.com.br/bras ... antiaerea/
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Re: O futuro da AAAe no Brasil
Em relação a experiência de disparo real a maioria dos militares brasileiros tem a mesma experiência com o Igla que a maioria aqui do fórum: zero.Clermont escreveu:Se um militar brasileiro diz que a arma é deficiente, ele sabe o que está dizendo, ou ele é apenas um ignorante que devia se cadastrar no Fórum DB pra se transformar num profissional competente?
Mas quanto a troca de experiências acredito que podemos considera-los mais experientes do que o pessoal aqui.
Dito isso, também noto uma forte alergia a russos entre nossos militares, e isso é péssimo, já vi muitos casos de pessoas muito qualificadas mas que devido a algum tipo de sentimento em relação a um equipamento ou assunto acabam comprometendo todo o seu conhecimento de fazendo avaliações erradas.
Um exemplo, Rafale e Eurofighter são dois eurocanards, mas trabalham de maneira um pouco diferente, se perguntar para um engenheiro do Rafale qual é o melhor ele vai responder que o Rafale é melhor, os canards do Eurofighter estão distantes demais das asas, apenas criam arrasto sem ajudar na sustentação e o ângulo do enflechamento o torna estável demais em velocidades supersônicas, se fizer a mesma pergunta a um engenheiro do Eurofighter, a resposta é que o Eurofighter é melhor, que o Rafale não consegue momento escalar para iniciar o giro rápido, que os canards são grandes demais e causam arrasto demais, que o ângulo do enflechamento cria arrasto, etc. Os dois são bem mais capacidados a fazer essa comparação do que quem fez a pergunta, mas, pela incapacidade de dar os devidos méritos ao outro lado a resposta acaba se tornando inútil.
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Re: O futuro da AAAe no Brasil
Olá Túlio, não sabia deste "detalhe".Túlio escreveu:Cupincha, que eu saiba a empresa ianque ATK (Alliant Techsystems) já fabricou centenas de milhares de AT-4 (lá chamados M136) sob licença; o Carl Gustav (lá chamado MAAWS) está tendo uma versão menor e mais leve sendo desenvolvida nos EUA. É o mesmo caso do Sea Harrier, MAG & quetales, eles compram, aperfeiçoam e começam a fazer em casa...FCarvalho escreveu:Aliás, alguém já viu os USA fabricando algo como AT-4 e Carl Gustav só para dizer que eles também tem um, ou sabem fazer melhor? Não. Eles simplesmente compram aos torrilhões e pronto. Mas aqui parece que o povo da caserna vive querendo reinventar a roda.
abs.
Mas, será que a gente consegue fazer isso aí aqui em casa?
abs.
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Re: O futuro da AAAe no Brasil
Acho engraçado isso...knigh7 escreveu:Eu havia complementado a resposta quando vc estava respondendo. O Igla vai deixar de ser o míssil de curto alcance padrão do EB. Tarefa essa será do sueco RBS70.
Obrigado pela correção do valor, USD 1.4mi o lote de 14.
Países da Europa oriental tem a doutrina de lançar o Igla em dupla, justamente por causa do baixo índice de acerto dele.
O Stinger chegou a ter uma taxa de acerto de 1 para 10. Mas, é americano, então o índice de acerto dele é altíssimo (mesmo acertando um em cada dez)...
Ruins em índice de acerto, todavia, a primeira vítima de um MANPAD foi uma aeronave de alto desempenho: Fiat G-91 da FAP, abatido na Guiné, vitimado por um 9K32 Strela.
O Stinger conseguiu fama no Afeganistão, onde era lançado com liberalidade, as vezes, em salvas de 6 por vez... Quando se fala disso a resposta padrão é o baixo padrão de instrução dos mujaheddin... Bom, onde neste mundo você tem combatentes irregulares com alto padrão de treinamento? Os guerrilheiros da Guiné eram especialistas?
Que eu me lembre, a discussão sobre a eficiência dos MANPADS Igla já deu pano para manga neste fórum, inclusive de um bafafá que resultou em uma intervenção da moderação em monumentais letras verdes. Vale no entanto o que se tem a mão: o Igla-S é um sistema provado em combate, o mesmo vale para o Stinger.
Ponto.
Fato é que o Stinger (que é um ótimo projeto, diga-se) como o Strela, o Igla e qualquer outro MANPAD, que precise estar dentro do limite de 19kg de peso, exibe limitações. Abaixo vou discutir sobre. Aqui, basta dizer, que lançamento em salvas faz parte da história dos MANPADS, procedimento incorporado nas doutrinas dos operadores mundo afora, fossem estes forças regulares, ou mais das vezes, irregulares.
Então o Exército Brasileiro quer ter no RBS-70 o seu pilar de defesa a baixa altura...
Um míssil pesado para MANPAD, com uso obrigatório de pedestal, de guiagem direta e que exige uma equipagem de três combatentes. Me desculpe dizer, mas ter um míssil desses como o seu principal MANPAD, é não saber nada sobre o conceito de MANPAD.
Mísseis lançados de ombro, MANPADS, visam proporcionar a infantaria uma cobertura mínima quando dispersa no campo, ou em progressão. Visa negar ao inimigo a facilidade em atacar. Nasceu pequeno e portátil, justamente para ser transportado por um só infante, sem acessórios que dificultasse ao combatente a sua camuflagem nas reentrâncias do terreno. Não por outro motivo que a escolha recaiu sobre cabeças de busca infravermelhas, pois disparar e mover-se, se dispersar, seria mandatório para o infante.
Os MANPADS precisam ser leves, pequenos, por isso a sua cabeça de busca também é menor e menos eficiente. É uma escolha de projeto. Todos os MANPADS possuem uma cabeça de busca IR limitada quando comparados aos seus congêneres aerolançados. A cabeça de guerra também é mais leve, normal que seja assim.
Suecos e Franceses resolveram solucionar o dilema ampliando as dimensões do míssil, resultando em ambos os casos em uma arma pesada e que necessita de um pedestal... Simplesmente mataram a mobilidade do conceito. Com os suecos houve a "brilhante" adoção de um sistema de visada direta, o que obriga o lançador a manter o agressor em foco até o impacto.
Apliquem o conceito sueco a um infante exposto e disperso no terreno e digam-me como isso se dará.
Sinceramente... Para o nível de mobilidade e proteção que um sistema montado em pedestal pode oferecer, qualquer outro sistema de curto/médio alcance também oferece, com resultados melhores. MANPAD é MANPAD, míssil de ombro. Montado no pedestal é outra coisa, e se é para ter uma arma limitada, melhor tê-la em uma plataforma giroestabilizada com maior alcance e precisão, ainda que a um custo maior.
O sistema sueco RBS-70 é tido como uma arma provada em combate, mas é necessário ressaltar que os abates apontados ao sistema na guerra Irã-Iraque foram originados na verdade por ações do sistema F-14/AIM-54A Phoenix... E os sucessos contra os Tornados, na guerra contra Saddam, reivindicam os iraquianos abates por MIg'-29, pelo fato simples, dizem eles, de tê-los mandado e de não haver baterias de RBS-70 na área. Simples.
O RBS-70 é uma aquisição que para mim só teve sentido devido aos eventos esportivos, pois devido a característica do seu guiamento, pode ter a sua trajetória interrompida pelo operador. Algo desejável nestes eventos, pois minimiza ocorrência de incidentes devido a um "gatilho nervoso". Ele vale como um complemento para a defesa de baixa altura, com seu uso associado ao radar Saber M-60. Mas, nunca, como MANPAD... Pois pedestal, não é ombro.
Não se tem razão quando se diz que o tempo cura tudo: de repente, as velhas dores tornam-se lancinantes e só morrem com o homem.
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Re: O futuro da AAAe no Brasil
Jauro, gostei muito desta entrevista.jauro escreveu:Brasil parte para a reta final da aquisição de sistema russo de defesa antiaérea
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Re: O futuro da AAAe no Brasil
Como o colega Ilya Ehrenburg escreveu são sistemas muito diferentes, independente dos testes do exército creio que o Igla é muito eficiente, pois este tipo de míssil já provou a sua eficácia. Mas mísseis IR precisam que o sensor capture a radiação infra vermelha emitida pelo alvo antes do lançamento, para tanto o operador tem que seguir uma operação antes do lançamento, que inclui a refrigeração do sensor pelo gás, parece que no Igla é uma esfera que é perfurada segundos antes do lançamento, tem que ser acionado os giroscópicos do míssil então tem que esperar o sinal de lançamento, bem se não fizer tudo certo o míssil é dispado mas sem o acoplamento não segue para o alvo e também os mísseis IR tem menor eficiência quando o alvo esta de frente, funcionam melhor quando a emissão IR do alvo esta bem clara. Já o RBS 70 o operador tem que manter o alvo na mira com um laser, não deve ser algo muito fácil. Concordo com o Ilya não é um Manpads e também não é um sistema mais pesado, fica em um meio termo que não parece ser muito bom. Mas também é um sistema que precisa provar em campo o seu valor, claro que tem um sistema que apresenta vantagens e desvantagens, bem uma delas é que um Igla somente serve para alvos aéreos um RBS 70 pode ser disparado contra um alvo terrestre se a situação tática força o operador a isso.
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Re: O futuro da AAAe no Brasil
Gente, com a disparada do dólar, não vem nada tão cedo.
O orçamento das forças armadas, que para uns só foi cortado em 25 % (haja otimismo para alguns) está derretendo com a alta da moeda norte-americana, obra e graça do desgoverno em que vivemos.
Falta de avisar não foi.
O Brasil perdeu o bonde. De novo.
Abraços
O orçamento das forças armadas, que para uns só foi cortado em 25 % (haja otimismo para alguns) está derretendo com a alta da moeda norte-americana, obra e graça do desgoverno em que vivemos.
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Re: O futuro da AAAe no Brasil
Hoje ela saiu na íntegra no Portal Sputnik Brasil do NOTIMP/FAe.Luís Henrique escreveu:Jauro, gostei muito desta entrevista.jauro escreveu:Brasil parte para a reta final da aquisição de sistema russo de defesa antiaérea
http://www.defesaaereanaval.com.br/bras ... antiaerea/
Promete...
Brasil parte para a reta final da aquisição de sistema russo de defesa antiaérea
O Brasil está negociando com a Rússia a compra dos sistemas de defesa antiaérea Pantsir-S1 e Igla. Em entrevista exclusiva à Sputnik Brasil, o General Aderico Mattioli, chefe da Assessoria para os Setores Estratégicos do Ministério da Defesa, revelou que as conversações para a finalização da compra estão bastante adiantadas.
As conversas entre Brasil e Rússia sobre aquisição dos sistemas de defesa antiaérea ganharam força com a visita da Presidenta Dilma Rousseff a Moscou, em dezembro de 2012, e quando, logo após, em janeiro de 2013, uma delegação brasileira chefiada pelo comandante do Estado-Maior das Forças Armadas, General José Carlos de Nardi, esteve em Moscou e conversou com autoridades militares russas e com os fabricantes desses equipamentos.
Em entrevista exclusiva à Sputnik Brasil, o General Aderico Visconte Pardi Mattioli, chefe da Assessoria para os Setores Estratégicos do Ministério da Defesa, faz um histórico das negociações até hoje e diz que o Brasil já encaminhou à Rússia as indagações sobre o sistema operacional dos equipamentos. Para o General Mattioli, ainda não se pode estabelecer um prazo para o fim das discussões, mas, em tese, ele está bem próximo.
A seguir, a entrevista com o General Aderico Mattioli.
Gen. Aderico Visconte Pardi Mattioli: Inicialmente, gostaria de agradecer a oportunidade de divulgar parte dos trabalhos que envolvem a parceria estratégica entre Brasil e Rússia, particularmente na área de Defesa Antiaérea.
Antes de responder a essa pergunta, gostaria, ainda, de apresentar uma pequena ambientação para melhor contextualizar o entendimento dessa questão.
Em novembro de 2011 foi criado, no Ministério da Defesa, um Grupo de Trabalho para estudar as necessidades da Defesa Antiaérea brasileira e apontar soluções. Atentando para os ditames da Estratégia Nacional de Defesa, publicada em 2008, o Grupo considerou uma demanda básica, escalonada em médio prazo, de Sete Baterias Antiaéreas de Média Altura e de 14 Baterias Antiaéreas de Baixa Altura.
De acordo com a Estratégia Nacional de Defesa, além do atendimento das demandas estratégicas e operacionais, o Brasil deve carrear esforços no sentido de reestruturar sua Base Industrial de Defesa, estimulando as capacitações produtivas e inovadoras nacionais. Assim, o processo de obtenção dos meios necessários à Defesa Antiaérea deve contemplar o maior grau de conteúdo local possível, bem como a garantia irrestrita de transferência de tecnologia.
Nesse ambiente, em paralelo, intensificaram-se as relações governamentais com a Federação Russa. Em dezembro de 2012 a Exma. Sra. Presidente, em visita à Rússia, assinou uma série de Acordos Bilaterais. No tocante à Cooperação Técnico-Militar, ficou estabelecido que as partes desenvolverão cooperação de longo prazo, fundamentada no princípio da transferência tecnológica, no estabelecimento de parcerias industriais e em programas de formação e aprendizagem.
Ato contínuo, a Sra. Presidente determinou ao Ministério da Defesa que enviasse uma comitiva de alto nível àquele país, acompanhada de representantes das Empresas Estratégicas de Defesa capacitadas e vocacionadas a internalizar as transferências tecnológicas e produtivas necessárias.
A comitiva em pauta, tendo como finalidade conhecer os Sistemas de Defesa Antiaérea russos, para lá se deslocou em janeiro de 2013. Naquela ocasião, concluiu pelo interesse no Sistema Pantsir S1 e pelos Mísseis Igla (estes, então, já adotados pelo Exército Brasileiro e pela Força Aérea Brasileira).
Em fevereiro de 2013, em Brasília, foi assinada a Declaração de Intenções entre o Ministério da Defesa da República Federativa do Brasil e o Serviço de Cooperação Técnico-Militar da Federação Russa, relativa à cooperação em Defesa Antiaérea, ressaltando o compromisso de transferência tecnológica “sem restrições”.
Em junho de 2013, “considerando a necessidade de um sistema de defesa antiaérea nacional capaz de proporcionar ao país maior capacidade de dissuasão”, foi constituído um Grupo de Trabalho Interministerial (GTI) com as seguintes finalidades:
— fundamentar o processo de aquisição de um sistema de defesa antiaéreo de média e baixa altura, de origem russa, para atender às necessidades estratégicas do Estado brasileiro; e
— propor medidas de fomento para ampliar a capacidade da indústria nacional e garantir a sua autonomia no fornecimento de produtos às Forças Armadas, em relação ao Sistema de Defesa Antiaérea.
O Relatório desse Grupo de Trabalho Interministerial passou a ser a principal referência para o embasamento das subsequentes ações a serem empreendidas, com vistas, sobretudo, ao êxito do processo de obtenção e integração do Sistema de Armas de Origem Russa – Pantsir S1 e do Sistema de Controle e Alerta existente e em desenvolvimento no Brasil.
Agora, sim, respondendo à questão formulada, o que está em curso é uma parceria estratégica que, em última análise, não se restringe a uma simples “compra de prateleira”. Ao contrário, visa a intercambiar capacitações e oportunidades para ambos os países.
S: O que ganha o Brasil adquirindo os equipamentos russos?
AVPM: A Rússia possui tradição e se caracteriza como uma referência em termos de Produtos e de Sistemas de Defesa. O Brasil já possui uma consolidada Base Industrial de Defesa, todavia bastante “ocidentalizada” e bastante diferente da “Escola Russa”. Assim, além da dissuasão decorrente da capacitação operacional das Forças, visualiza-se que ambas as partes, em termos de parcerias tecnológicas e produtivas, tenham muito a intercambiar.
S: Quais as vantagens que os equipamentos militares russos apresentam sobre os seus concorrentes internacionais?
AVPM: Cada sistema tem suas peculiaridades, suas vantagens e suas desvantagens. De acordo com os estudos vigentes, o Sistema Pantsir S1 atende aos Requisitos Operacionais Conjuntos. O diferencial, neste caso, está na busca da autossuficiência produtiva da nossa Base Industrial de Defesa, pelo que se conta, entre outras, com a parceria estratégica Brasil-Rússia.
S: Se o Brasil concluir ainda neste ano de 2015 o processo de aquisição do sistema de defesa antiaérea da Rússia, haverá tempo hábil para que os equipamentos sejam entregues ao esquema de segurança das Olimpíadas e Paralimpíadas do Rio de Janeiro 2016?
AVPM: Embora fosse considerada como desejável a entrega do material nesse prazo, não é fator determinante. Para o evento em pauta, o Brasil possui capacitações e meios necessários e suficientes.
No momento, estão sendo elaborados os Requisitos Técnicos, Logísticos e Industriais de Integração (do Sistema de Armas Pantsir S1) ao Sistema de Controle e Alerta existente no Brasil. Este trabalho está sendo conduzido pelo Exército Brasileiro e estima-se que esteja concluído ainda no corrente ano. Seu teor subsidiará, complementarmente, o Pedido de Ofertas, já encaminhado à empresa Rosoboronexport.
S: O senhor acompanhou na Rússia as demonstrações dos sistemas Pantsir e Igla? A que conclusão chegou sobre a sua eficácia?
AVPM: Não. De acordo com os relatos e trabalhos existentes, os produtos atendem aos Requisitos Operacionais Conjuntos, portanto, eficazes.
S: Para concluir, General Mattioli: de qual ou quais sistemas de defesa antiaérea o Brasil dispõe hoje?
AVPM: Eis aí uma das razões que levam a Defesa a conduzir esse processo de obtenção de forma meticulosa. O Brasil ainda não dispõe de um Sistema de Defesa Antiaérea de Média Altura, lacuna esta que se pretende suprimir em curto prazo, mediante a capacitação da nossa Base Industrial de Defesa para prover os equipamentos necessários.
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Re: O futuro da AAAe no Brasil
Se já não acreditava antes por pura falta de lógica (economia derretendo e presidente na reta para ser empichada), agora que vi de onde vem a noticia (Sputnik Brasil) é que não da pra levar a sério mesmo. Já tem até um nome para este tipo de noticia: Sputnices. rsrsrs
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Re: O futuro da AAAe no Brasil
Ilya,
O EB está operando tanto o Igla quanto o RBS70. Acredito que ele tenha melhor capacidade para decidir qual é mais adequado e comprar. Ele e as outras Forças irmãs. Ele e as outras Forças irmãs, entendeu, não? Mais uma vez frisando: "ele e as outras Forças irmãs"...
O EB está operando tanto o Igla quanto o RBS70. Acredito que ele tenha melhor capacidade para decidir qual é mais adequado e comprar. Ele e as outras Forças irmãs. Ele e as outras Forças irmãs, entendeu, não? Mais uma vez frisando: "ele e as outras Forças irmãs"...