MOMENTO ATUAL DA ECONOMIA BRASILEIRA

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Re: MOMENTO ATUAL DA ECONOMIA BRASILEIRA

#6016 Mensagem por Clermont » Qui Set 17, 2015 8:45 am

Quem quer ajuste?

Carlos Alberto Sardenberg - O Globo, 17.09.15.

Tirante o ministro Levy, quem mais no governo e na sua base quer mesmo fazer o ajuste fiscal? Ninguém — é a resposta que vai se formando.

Comece pelos cortes propostos no pacote de ajuste. Dividem-se em dois grupos: ou são de difícil aplicação, como os que tiram salários e benefícios dos funcionários público, ou são mera simulação.

Dá a impressão, mas uma forte impressão, de que a coisa se passou assim: Dilma e o ministro Nelson Barbosa, gestores daquele primeiro desastroso orçamento com déficit, que derrubou o grau de investimento, resolveram que precisavam atender, por ora, a bronca de Wall Street. Montaram de última hora aquele pacote que antes era impossível fazer.

Reparem: quem manda no corte de gastos é o ministro do Planejamento, Barbosa. Levy, da Fazenda, fica com o aumento da receita.

A medida que, em tese, economiza mais dinheiro é o adiamento do reajuste salarial do funcionalismo de janeiro para agosto e a eliminação de outros benefícios. Mas os sindicatos de servidores, muitos deles em campanha salarial, estão na base política da presidente Dilma, mobilizados contra o impeachment. Aliás, estão nisso, na defesa do mandato, com os movimentos sociais, que não perdem oportunidade de condenar o ajuste fiscal.

Ou seja, ali onde é possível fazer uma boa economia, a presidente está contrariando setores decisivos de sua sustentação política.

Outras medidas cortam vento. O governo ainda não decidiu quais ministérios vai cortar, nem disse como seria esse enxugamento, nem quanto pessoal seria dispensado. Mas prevê uma economia de R$ 2 bilhões no ano que vem em despesas administrativas e de custeio (viagens, táxis, cafezinho etc...). Parece crível??

Também diz o governo que vai economizar com a suspensão de concursos. Não é um corte de despesa corrente, mas uma promessa de que não vai gastar o que pretendia gastar. Vento, que irrita funcionários e concurseiros.

Mais: o pacote tira R$ 5 bilhões do Minha Casa Minha Vida, dinheiro que seria aplicado pelo Tesouro, mas recolhe a mesma quantia no FGTS e passa para o Minha Casa. Em manobra idêntica, o plano retira R$ 7,6 bilhões do PAC e da Saúde, e aloca exatamente o mesmo valor com base nas emendas parlamentares.

Não é preciso pensar muito para concluir que tudo isso faz sentido com o discurso original da presidente Dilma — o de que não mexeria nos seus programas prediletos. O pacote seria, assim, uma manobra dispersiva, algo para impedir que outra agência de classificação de risco reduza a nota brasileira já neste ano. Ganha tempo, enquanto a presidente recupera prestígio e salva o mandato. É o que devem ter pensado os estrategistas, incluindo Dilma.

Dirão: mas é simplista. Pode ser. Mas eles não acharam que não teria nada demais apresentar um orçamento com déficit?

No outro lado do pacote, o das receitas, a parte do ministro Levy, tem dinheiro grande. A nova CPMF sozinha daria R$ 32 bilhões, metade do que o governo precisa arranjar para alcançar um superávit para 2016. Especialistas também estão descobrindo que algumas “mexidinhas” — como na cobrança de impostos sobre juros de capital próprio e na garfada no dinheiro do Sistema S — podem dar mais recursos que o estimado oficialmente.

A CPMF, que o ministro Levy sempre defendeu, curiosamente atende à base esquerda da presidente Dilma. Como esse pessoal acha que tudo se resolve com aumento de gasto, a CPMF traz o dinheiro necessário para, por exemplo, esquecer ou adiar essa conversa sobre reforma da Previdência.

Mas há uma ampla e variada maioria contra a CPMF no Congresso. Assim como nos meios empresariais, que andaram apoiando o mandato da presidente Dilma, há uma clara irritação com a nova onda de impostos.

Então ficamos assim: os cortes anunciados são, no mínimo, duvidosos, e certamente de difícil implementação.

O aumento de receitas tem mínima chance de passar no Congresso e chance nenhuma no tamanho em que está. Mesmo quem é a favor do ajuste fiscal — nos meios políticos, econômicos e sociais — esperava que fosse uma “ponte”, como diz o ministro Levy, para ultrapassar a turbulência e iniciar um programa de reforma estrutural do setor público.

Mas o que se vê do outro lado da ponte?

Nada, nem uma reforminha da Previdência.

O que nos leva ao desfecho: o ajuste fiscal não sai; outras agências tiram o grau de investimento; Levy cai fora, claro, pois ele estava ali para fazer o ajuste; Nelson Barbosa assume a Fazenda e, com Dilma, volta à matriz de aumento de gastos e estímulos ao consumo.

Vai aumentar a dívida e a inflação, mas e daí? O grau de investimento já estará perdido — e aliás é uma coisa de neoliberais. Nem precisa procurar muito para encontrar economistas para endossar isso.

A questão é saber quanto Dilma se aguenta com mais inflação, mais recessão e mais desemprego. Sem contar a Lava-Jato.




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faterra
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Re: MOMENTO ATUAL DA ECONOMIA BRASILEIRA

#6017 Mensagem por faterra » Qui Set 17, 2015 10:28 am

Isto deveria tornar uma PEC e aplicado a todos os governos futuros - já que nos anteriores os rombos já prescreveram e incorporados nos orçamentos posteriores (pérola típica brasileira). :x
PROPOSTA PARA A SOLUÇÃO DO ROMBO NO ORÇAMENTO PETISTA
R$ 30 bilhões = tamanho do rombo "apresentado" pelo governo do PT
54.501.118 = nº de eleitores que votaram no PT
R$ 30 bilhões / 54.501.118 = R$ 550,45
R$ 550,45 / 12 meses = R$ 45,87 - Plano de 12 meses no boleto ou descontado no salário
R$ 550,45 / 24 meses = R$ 22,93 - Plano de 24 meses no boleto ou descontado no salário
R$ 550,45 / 36 meses = R$ 15,29 - Plano de 36 meses no boleto ou descontado no salário
Se a opção for para pagamento a vista poderá ser acrescentada no IR a pagar de 2015 ou nos caixas da Receita Federal.
Ajude a quem você elegeu a sair dessa enrascada!
Pague sua parte na gastança do governo e seja verdadeiramente um cidadão petista
Fonte: desconhecida
Particularmente duvido que uma proposta desta seja sequer apresentada no Congresso, qualquer que seja o partido.
A população é quem sempre pagou e paga realmente todos e quaisquer rombos apresentados sem ter como fugir.
Com esta ação a "tarefa" recai nas cabeças daqueles que votaram no desgraçado, tornando-os co-responsáveis.




Imagem

Um abraço!
Fernando Augusto Terra
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Bourne
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Re: MOMENTO ATUAL DA ECONOMIA BRASILEIRA

#6018 Mensagem por Bourne » Qui Set 17, 2015 1:33 pm

Quem paga a conta do ajuste fiscal ?

Passados apenas dois dias do anúncio de um novo pacote de medidas de contingenciamento de despesas e aumento de impostos surgiram reações fortes contra o mesmo, vindo tanto da esquerda irresponsável como da direita reacionária. A esquerda irresponsável, aparentemente apoiada pelo ex-Presidente Lula, conforme matéria publicada no Valor Econômico de hoje, deseja mudar o rumo da política econômica por intermédio de uma (sic) flexibilização da política monetária e fiscal. A receita proposta pelos expoentes do Keynesianismo Vulgar é reduzir a taxa de juros na marra, ao mesmo tempo em que se abandona o ajuste fiscal, o que em tese abriria espaço para o aumento dos gastos governamentais em investimento (?) e nos programas sociais. O argumento aqui parece se basear numa versão muito simplória do Keynesianismo, que se baseia numa economia desprovida de relações com o exterior (principalmente via fluxos financeiros) e na qual as expectativas dos agentes ou não tem importância alguma ou estariam focadas apenas nos possíveis efeitos positivos da expansão das políticas monetária e fiscal sobre o nível de atividade econômica. Em particular ignora-se solenemente que, caso ocorresse essa guinada na política econômica, no day-after (ou no dia do anuncio da mesma) haveria um aumento significativo da taxa esperada de inflação, fazendo com que as taxas de juros requeridas pelos demandantes de títulos públicos para a rolagem da dívida do governo tivessem um aumento significativo, dificultando ainda mais o financiamento da dívida pública. O aumento da expectativa de inflação, por sua vez, levaria os agentes econômicos a buscar proteção em ativos denominados em dólar, o que produziria uma elevação súbita e muito forte da taxa nominal de câmbio. A forte desvalorização do câmbio re-alimentaria as expectativas de inflação, ainda mais num contexto em que a taxa de juros estaria sendo reduzida para (sic) estimular a economia. O resultado final desse experimento (ou dessa brincadeira, nas palavras do ministro Joaquim Levy) seria uma espiral câmbio-preços a qual colocaria o país novamente em trajetória hiper-inflacionária.

A direita reacionária, por sua vez, quer aproveitar a crise fiscal do governo para desmontar o Estado do Bem-Estar Social. Os expoentes da direita reacionária afirmam que se a dívida pública como proporção do PIB passar do nível mágico de 70% então (sic) o país irá para a ruína econômica imediatamente. Dessa forma, não seria possível pensar numa consolidação fiscal de médio-prazo na qual a dívida pública como proporção do PIB tivesse uma elevação temporária (nos próximos dois ou três anos), seguida por uma redução consistente a partir de 2017 ou 2018. A dívida tem que começar a cair imediatamente e, para tanto, um ajuste fiscal draconiano precisa se feito já, sem nenhuma procastinação. Como a carga tributária já é elevadíssima, então o ajuste fiscal tem que recair integralmente sobre o lado dos gastos do governo. Dado que os gastos sociais representam a maior parcela dos gastos correntes do governo, segue-se que o ajuste fiscal envolve necessariamente um corte nos gastos sociais.

Entre esses dois extremos existe uma posição mais sensata, que me parece ser a posição defendida pela atual equipe econômica, de que (i) o ajuste fiscal é necessário e precisa ser realizado mas (ii) a conjuntura recessiva em curso na economia brasileira impõe que se pense numa consolidação fiscal de médio-prazo, ou seja, num ajuste fiscal que reverta a trajetória de crescimento da dívida pública quando a economia retomar sua trajetória normal de crescimento (o que eu estimo em torno de 2% a.a, dada a atual estrutura produtiva).

No curto-prazo, o esforço de ajuste fiscal deve se centrar na reversão da situação atual de déficit primário para uma posição de superávit primário, ainda que numa magnitude inferior a necessária para a estabilização/redução da dívida pública como proporção do PIB. Para que esse objetivo seja atingido, sem corte nos programas sociais do governo ou cortes ainda maiores nos gastos de investimento (os quais já foram reduzidos em 37% em termos reais na comparação com 2014), é absolutamente imprescindível o aumento de impostos.

Neste ponto nos deparamos com a questão de quem deve pagar a conta do ajuste fiscal. Cortar gastos sociais significa mandar a conta do ajuste para as pessoas mais pobres. Dada a inequívoca identificação da Presidente da República com os ideias da esquerda, não é de se estranhar a sua resistência em mandar a conta do ajuste para os mais pobres. A solução alternativa é mandar a conta do ajuste para os mais ricos, em particular, para os 0,1% mais ricos da população brasileira. Nesse sentido, o governo e o congresso nacional poderiam aprovar a reintrodução do Imposto de Renda para lucros e dividendos distribuídos, extinto em 1997 durante o primeiro mandato do Presidente Fernando Henrique Cardoso. Segundo estudo divulgado recentemente por Sérgio Gobetti do IPEA, o imposto sobre lucros e dividendos distribuídos permitiria arrecadar até 0,7% do PIB em impostos, o que contribuiria sobremaneira para a transformação do atual déficit primário em superávit, já no ano de 2016. E o melhor, esse imposto recairia mais fortemente sobre a parcela mais rica da população brasileira, que é precisamente a que tem a menor carga tributária no Brasil.

Em suma, o ajuste fiscal é necessário para impedir a volta da inflação alta, mas ele pode e deve ser feito de forma mais gradual, como também pode incidir mais fortemente sobre a parcela mais rica da população brasileira.

https://jlcoreiro.wordpress.com/2015/09 ... te-fiscal/




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Matheus
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Re: MOMENTO ATUAL DA ECONOMIA BRASILEIRA

#6019 Mensagem por Matheus » Sex Set 18, 2015 2:18 pm

Autor: Martin (2014)

1) A filosofia do bananense – Tópico: Sistema político.
Caro turista, o sistema político em vigor na banânia é o presidencialismo de coalização. O assunto é complexo então vamos por partes.
Objetivo do sistema político bananense: o principal objetivo do presidencialismo de coalizão é manter os mesmos políticos bananenses no poder indefinidamente, enriquecendo-os no processo.
A coalizão: Existem cerca de 35 partidos políticos na banânia dos quais cerca de 3 são de extrema esquerda e o restante se autoproclama como sendo de centro esquerda (nenhum se identifica como sendo de direita já que pega muito mal na banânia ser de direita). Devido à falta de princípios e ideologias definidas em praticamente todos os partidos se torna bastante improvável a formação de uma coalização partidária com base em conceitos políticos e visões de mundo similares. Este impasse, que poderia levar a um gravíssimo caos institucional, foi resolvido de maneira bastante criativa pelos políticos bananenses. Percebeu-se que a coalização ao invés de ser formada através de objetivos e fundamentos comuns que visem o bom funcionamento da sociedade, poderia ser criada através de dois mecanismos muito simples: a compra à vista e a compra parcelada de apoio político.
Compra parcelada: Para acomodar toda a coalizão no poder foram criados 39 ministérios, incluindo áreas vitais para a o funcionamento da banânia, como o Ministério da Pesca e do Turismo, além de outros tantos órgãos e empresas governamentais. Você deve estar se perguntando: qual o critério para a escolha de ministros, secretários, diretores e funcionários comissionados de todos estes órgãos criados para gerir a banânia?
Por aqui o critério decisivo para esta escolha são o apoio político irrestrito para as decisões governamentais e os “segundos” pertencentes a cada partido. Bom, agora eu imagino que você tenha ficado um pouco confuso, principalmente se vem de um país cujo o critério de escolha é o conhecimento técnico ou o mérito. Deixe-me esclarecê-lo. Para que um político seja eleito na banânia é preciso que ele venha de um partido ou coligação que possua o maior número de segundos possíveis no programa eleitoral bananense (programa de humor criado para alegrar as eleições bananenses).
O bananense típico aparentemente tem o senso crítico tão desenvolvido que pode ser convencido a votar em quem quer que seja, desde que o candidato em questão apareça pelo maior tempo possível na sua televisão. Desta forma cada partido faz o possível para obter a maior quantidade de segundos disponíveis no horário político bananense. Através da compra parcelada dos partidos coligados, o governo bananês distribui cargos aos seus políticos e correligionários e desta forma terceiriza para cada um deles a responsabilidade de vilipendiar o patrimônio da banânia em troca dos seus segundos e de seu apoio às decisões governamentais.
Compra à vista: a compra à vista é, como o próprio nome diz, o pagamento em espécie para que os políticos da coalizão governamental apoiem incondicionalmente as suas decisões. É um método bastante simples e eficaz, sendo, no entanto, muito mais arriscado do que o anterior pois pode não parecer de muito bom tom o pagamento direto por apoio político (vide o caso do mensalão bananês). Esta é uma questão interessante da cultura bananense já que a compra parcelada é um sistema exatamente igual a este, mas que não encontra grandes barreiras morais e éticas por parte da população para a sua execução.
Resultados obtidos: o principal resultado obtido com este sistema político é a própria banânia. Deixe-me colocar da seguinte forma: quando os físicos e engenheiros pensaram no famoso moto-contínuo não poderiam imaginar que um país de terceiro mundo fosse se tornar o primeiro a dominar a tecnologia. O sistema político da banânia é o exemplo perfeito de moto-contínuo que se retroalimenta de toda a corrupção gerada por si mesmo e produz cada vez mais corrupção e descaso com a sociedade que representa.
2) A filosofia do bananense – Tópico: Economia
Caro turista, os economistas em todo o mundo tendem a seguir linhas econômicas claras quando conduzem as estratégias de suas empresas, instituições, cidades, estados e países. Muitos, senão todos, buscam em grandes pensadores e suas teorias as bases para guiar suas ações e decisões, dentre os quais citamos Adam Smith, Keynes, Schumpeter, Marx, von Mises, Friedman, etc. Aqui na Banânia não é diferente. Nosso economista chefe, o senhor de nossas decisões monetárias, tem como seu grande guru o mundialmente famoso economista Potter. Não, não. Eu não soletrei errado. Não se trata do teórico da administração Michael Porter, mas sim do criador de uma nova e revolucionária disciplina econômica, o bruxinho Harry Potter. A disciplina criada: a economia neomágica.
A economia neomágica é um novo e excitante campo das ciências econômicas. A neomágica deriva da escola merliniana de economia, muito em voga em diversos países desde a idade média até meados dos anos oitenta. Os fundamentos das duas escolas são muito parecidos (sendo o principal fundamento o de que feitiços e magia são muito mais importantes para garantir o crescimento e a estabilidade econômica do que princípios técnicos sólidos) mas a neomágica possui características que a tornam muito mais poderosa do que sua predecessora já que atua em um ambiente muito mais conectado e interligado do que há 50 anos atrás. A economia neomágica tem o poder de fazer com que a riqueza de um país desapareça num piscar de olhos. Como? Vejamos abaixo um resumo dos principais feitiços utilizados pela escola econômica neomágica:
Feitiço Cruciatus (a tortura dos números): após a adoção dos feitiços descritos acima é necessário que o governo neomágico instaure gradualmente controles às informações oficiais obtidas e divulgadas por seus órgãos de pesquisa. Não fica bem que o governo tenha que conviver com índices desconfortáveis de inflação, desemprego ou de crescimento econômico. Ao mascarar os índices “oficiais” gradualmente, o governo muda aos poucos a realidade percebida no país e garante para si mais alguns anos de alta popularidade.
Feitiço Obliviate (adoção de medidas populistas): medidas populistas têm o grande poder de desviar a atenção do público para os reais problemas do país e garantir um alto nível de satisfação popular e de popularidade ao governo. A distribuição de recursos públicos para uma parcela da população sem contrapartidas claras, a facilitação do crédito para fomento do consumo, a fantástica redução das taxas de juros e o congelamento (e melhor ainda, redução) de preços e tarifas são medidas que têm o poder de ocultar problemas crônicos do país como a baixa qualidade do ensino público, os altos níveis de insegurança com os quais convivemos, o péssimo estado de nossa infra-estrutura e os níveis de produtividade ridículos de nossa indústria. O problema com este feitiço é que sua duração é de tempo limitado e inevitavelmente as questões escondidas tendem a reaparecer ainda mais fortes no futuro.
Feitiço Impedimentta (estatização e aparelhamento de setores estratégicos da economia): esta é uma das principais ações neomágicas e deve ser tomada o mais rapidamente possível assim que se chega ao poder. Ao se estatizar e aparelhar setores estratégicos, o governo pode não só decidir quais serão os “amigos” a controla-los mas também obterá imediatamente uma fonte de renda segura para implementar outras medidas neomágicas tais como a adoção de medidas populistas, a compra de apoio político no parlamento, a criação de uma (quase que) inesgotável fonte de recursos para as suas campanhas eleitorais e para o enriquecimento próprio é claro (já que ninguém é de ferro não é mesmo?).
Feitiço Confundo (demonização do mercado): esta ação tem como objetivo determinar um inimigo comum para o governo neomágico e para a população bananense. Ao se determinar que o “mercado” é o inimigo a ser combatido o governo consegue se safar das besteiras que comete na condução econômica sem precisar dar maiores satisfações. A inflação subiu? Culpe o mercado!; O crescimento foi fraco? Culpe o mercado!; A petrobanânia está à beira da insolvência? Culpe o mercado! O fato do mercado não ser bem definido pelos economistas governamentais é também parte da estratégia neomágica já que a população fica apenas com uma sugestão do que seria este grande inimigo, sem realmente entende-lo. Neste caso a genialidade da neomágica é incutir a noção de que o “mercado” é um ente independente-maligno-externo, o que sabemos não faz o menor sentido já que se trata simplesmente das ações de diversos agentes econômicos interdependentes, dentre os quais se encontra a própria população do reino.
Feitiço Silencio (censura á imprensa): a evolução natural do feitiço cruciatus é a censura à imprensa. Aos poucos o governo instaura meios de manipular e censurar jornalistas e meios de comunicação que não coadunam com a sua visão neomágica de mundo. Leis são criadas para evitar a divulgação de qualquer opinião ou fato contrário à realidade fantástica criada no país.
Feitiço Avada Kedahvra (estouro da bolha): este é em geral o último feitiço expelido pelo governo neomágico sobre a sua população. Ao final de um longo período de feitiçarias, a neomágica tem o poder de matar a economia do país deixando na miséria boa parte de sua população. Ao se ver desempregado, deseducado e empobrecido o cidadão finalmente percebe o show de ilusionismo de que foi vítima nos últimos anos. Infelizmente não há remédio para este feitiço e seus efeitos tendem a perdurar por uma ou mais gerações após a sua conjuração.
É verdade que na américa latina existem países em estágio mais avançado do que a banânia na adoção de estratégias neomágicas, como nossos vizinhos Argentina, Bolívia e a grande campeã neomágica do momento, a Venezuela. No entanto nosso guru neomágico “O Grande Mandrake Margarina”, em conluio com “aquela que não deve ser nomeada”, têm se empenhado para que em breve a banânia possa alcançar e eventualmente superar estes países na adoção dos feitiços econômicos. Tendo em vista os rápidos avanços que obtivemos nos últimos anos tenho certeza que eles não demorarão a enfiar as (poucas) riquezas que nos restam dentro de uma cartola. E então….
…tan, tan, tan, tan….
KABUM!!!
3) A filosofia do bananense – Tópico: A bolha das bolhas.
Caro turista, vamos iniciar este tópico com uma breve parábola bananense:
“Dona bananilda vivia tranquila e feliz em seu pobre barracão. Se ocupava de seus afazeres diários e se virava com a venda de doces que ela mesma produzia em sua humilde cozinha. Não tinha grandes perspectivas e estava sempre apertada com a pequena renda gerada pelos doces. Foi quando começaram a acontecer alguns eventos estranhos em sua vida.
Todo santo dia, tipos esquisitos com jeito de gringos batiam à porta de dona bananilda oferecendo a ela empréstimos vultosos. Diziam os gringos “Dona Bananilda, soubemos que a senhora está disposta a receber nosso dinheiro e a nos pagar de volta com altos juros. Como ninguém mais está disposto a fazer isto, porque não fica com ele?” Dona bananilda mal pôde acreditar na sua sorte! “Puxa vida, pensava ela, devo ter me tornado importante. Todos querem me emprestar o seu dinheiro.” Com todo o dinheiro que recebeu ela comprou TV tela plana, ar-condicionado, vídeo cassete (Dona bananilda desconhecia o surgimento do blu-ray), som estéreo e novos armários para a enorme quantidade de roupas que também comprou… Foi uma festa. Dona bananilda esqueceu-se no entanto de melhorar o barracão aonde mora, tendo feito apenas uma pintura externa meia boca para causar inveja nos vizinhos.
O teto que sempre cede com as chuvas ou mesmo o alicerce que parece que não vai resistir à próxima enchente continuam os mesmos. Ela também não usou o dinheiro para colocar os meninos em uma escola melhor, já que a deles não consegue fazer sequer com que leiam o letreiro do ônibus para voltar para casa ou calculem o troco dos doces vendidos. E por falar nisso a produção de doces de dona bananilda também continua praticamente a mesma. Nada foi gasto em equipamentos ou técnicas que pudessem melhorar a sua produtividade.
Dona bananilda agora olha aflita pela janela. Ao longe já é possível se avistar algumas nuvens negras no horizonte. Torcendo suas mãozinhas em um pano de cozinha ela reza para que a chuva não venha forte desta vez. Ela torce para que o barraco aguente e para que a enxurrada não leve consigo todos aqueles aparelhos elétricos modernos e as lindas roupas compradas. Em desespero, ela também se lembra da pilha de carnês sobre a mesa da cozinha que terão de ser pagos nos próximos anos. Infelizmente só o que ela pode fazer agora é rezar e torcer enquanto os primeiros pingos escorrem pelas paredes mal ajambradas de seu pobre barracão…”.
Qualquer semelhança com as escolhas feitas pela banânia nos últimos anos não é mera coincidência amigo turista. Quando um país troca o seu futuro pela alegre exuberância do presente o resultado é previsível. Se você puder esticar a sua estadia por aqui, após a “Copa das Copas”, nossa dica é: compre pipoca e toddynho e prepare-se para assistir à “Bolha das Bolhas”.
4) A filosofia do bananense – Tópico: Crise Energética
Amigo turista, em sua estadia na banânia para os festejos da copa será necessário que você venha imbuído de seu melhor espírito romântico já que você e sua cara-metade deverão curtir diversos jantares a luz de vela por aqui. O que a oposição denominou maldosamente de crise energética, nada mais é do que um brilhante plano bananês para aumentar o apelo turístico deste grande evento que se aproxima.
Vamos entender o que vem acontecendo por aqui.
A crise: Nos últimos anos a demanda energética na banânia tem crescido em velocidade bastante superior ao crescimento econômico do reino, muito em função da filosofia econômica governamental de impulsionar a economia bananense através do consumo ao invés de estimular ganhos de produtividade e investir em infraestrutura. A política econômica adotada na banânia resulta na aquisição massiva de eletrodomésticos e bens de consumo pelas famílias bananenses (aquisição em grande parte subsidiada pelo governo com nossos impostos) o que aumenta a demanda energética, ao mesmo tempo em que desestimula a oferta ao dificultar a construção de usinas devido à falta de recursos públicos para investimento (utilizados no lado do consumo), superfaturamento de obras (devido à corrupção generalizada no setor) e a burocracia insana para se instalar este tipo de empreendimento na banânia (entraves ambientais, sociais, tributários, etc).
Reestatização do setor: Como resposta à crise que se aproximava em 2012 o governo bananês escolheu a pior de todas as opções disponíveis (como de praxe): a reestatização do setor de energia. É evidente que o processo não está sendo chamado de reestatização, mas na prática é o que vem acontecendo. O governo decidiu tabelar o preço da energia elétrica gerada por usinas na renovação de suas concessões, ao mesmo tempo em que diminuía o seu preço para o consumidor final em uma jogada pra lá de populista.
É importante entender que o preço final da energia é formado por diversos custos tais como os custos de operação e manutenção (o custo para se manter a infraestrutura); os custos de investimento (custos para se aumentar a eficiência do sistema), custos marginais (custos ambientais, sociais, tributários, etc), custos extemporâneos (quebra de equipamentos, multas, processos legais, etc) e impostos (quase metade do custo de energia na banânia).
Como estes custos não podem ser diminuídos em um passe de mágica, empresas que possuem a mínima noção de responsabilidade fiscal e normas de gestão se recusaram a renovar as suas concessões antigas com o governo (ou seja, o custo de se gerar energia seria maior do que o valor a ser pago pela energia gerada). As únicas empresas que aceitaram as novas regras foram justamente empresas do grupo Eletrobanânia, que certamente incorporarão todas ou boa parte das antigas usinas cujas concessões vencerão nos próximos anos. Daí o termo reestatização.
Consequências: Como você pôde perceber, um setor que já tinha problemas crônicos se tornou ainda pior com as novas regras implementadas. Empresas que terão de entregar as suas concessões para o governo reduziram drasticamente o investimento em manutenção (você faz revisão em um carro que não será seu em pouco tempo?) enquanto as empresas do grupo Eletrobanânia não têm recursos sequer para continuar operando os seus sistemas o que força a um maior sucateamento de seus ativos (e percebam que a ineficiência deste grupo já era grande antes mesmo das novas regras), tudo isto em meio à fuga em massa de investimentos em novos projetos e a um aumento do consumo de energia no reino incentivado pela diminuição da tarifa (“A energia baixou!!! Vamos ligar o ar-condicionado galera!!!”).
É fácil perceber que o governo criou dois problemas gigantescos com uma só tacada: diminuiu o crescimento da oferta de energia e aumentou a sua demanda ao mesmo tempo (incompetência em nível estratosférico!). As principais consequências das medidas adotadas são, é claro, a maior susceptibilidade do sistema a falhas e blackouts estruturais em conjunto com um aumento exponencial do risco de desabastecimento energético do país.
E como desgraça pouca é bobagem…: além de toda incompetência que lhe é peculiar (lembremos que nossa presidenta é em tese especialista em energia tendo até um falso mestrado na área) temos que concordar que ela é também bem azarada. Logo após o pacotão energético tivemos dois anos seguidos de seca. Como mais de 70% da energia elétrica consumida por aqui vêm da chuva, voltamos agora às priscas eras em que nos reuníamos em torno da fogueira e rezávamos aos deuses da chuva.
O fato é que com a redução de chuvas o preço da energia disparou (uso de termelétricas e alta demanda no mercado livre) e como o governo se recusa a implantar um programa de uso racional por motivos políticos, o custo continuará anormalmente alto durante todo este ano e possivelmente também no próximo (isto no melhor cenário, no pior a produção de energia não cobrirá a demanda).
É interessante notar que como uma vingança do mercado contra o governo, as empresas que não aderiram ao plano governamental de 2012 estão tendo lucros altíssimos com esta anomalia já que a energia não vendida ao governo devido aos baixos preços ofertados, está sendo vendida no mercado livre com ágios muito elevados.
E quem paga o pato? Neste ponto você deve estar curioso. Se o governo abaixou artificialmente o preço da energia e se os custos só aumentaram desde então quem é que está pagando esta conta? O governo vem afirmando (com cada vez menos ênfase, diga-se de passagem) que esta conta não chegará ao consumidor, mas só em um país como o nosso este tipo de discurso cola.
A conta já chegou há muito tempo e quem está pagando (surpresa, surpresa!) é o velho e bom mané pagador de impostos bananense. Dinheiro dos nossos impostos que poderia estar sendo utilizado para melhorar a infraestrutura, educação, saúde, segurança ou mesmo para arcar com o implante capilar de nossos senadores está sendo desviado para pagar o rombo do setor energético.
Diante deste quadro nossa dica é: venha para a banânia, mas traga uma lamparina!
5) A filosofia do bananense – Tópico: Infraestrutura
Caro turista, você provavelmente chegará à banânia por um de seus aeroportos e portanto não pode deixar de entender como funcionam. A primeira questão a ser levantada é a determinação dos horários de chegada e partida de aviões por aqui na banânia. Você provavelmente vem de um país no qual os horários expostos nos painéis de embarque e desembarque determinam arbitrariamente as saídas e chegadas das aeronaves, sem deixar muita margem para a criatividade das companhias aéreas.
Aqui na banânia, no entanto, adotamos o sistema de faixas de horário para as partidas e chegadas aéreas assim como fazemos para as metas de inflação.
Exemplo: se em sua passagem está determinada a partida do vôo às 14:00, isto na verdade significa que o seu avião pode sair em uma faixa de horários que varia das 14:00 às 15:00 (probabilidade de 20%); 15:00 às 16:00 (30%) ou acima das 16:00 (50%).
Mas não se preocupe, nossos aeroportos estão completamente equipados para entretê-lo durante a sua espera pela faixa de horário do seu vôo com atividades lúdicas e recreativas tais como: a sauna da sala de embarque (em geral os aeroportos bananenses desligam o ar-condicionado das 10:00 às 16:00 para dar uma força ao bigwolf na economia de energia); a gincana do 3G (jogo no qual o objetivo é conseguir ficar mais de 5 minutos conectado à internet fornecida “gratuitamente” pelo aeroporto); o UFC do check-in (no qual o turista terá a oportunidade de observar o grande talento do brasileiro para as artes marciais mistas já que boa parte dos bananenses parte para o corpo a corpo com os atendentes das companhias aéreas após 5 horas em pé nas filas para finalmente ouvir que o seu vôo está em overbooking) e o stand-up comedy da praça de alimentação (atendentes das lanchonetes treinados para diverti-lo ao anunciar preços absurdos de suas guarnições: “sim senhor são 20 dilmas pelo pão de queijo!”). É diversão garantida! Welcome to banania!
6) A filosofia do bananense – Tópico: Traços culturais.
Caro amigo, se você está vindo para o reino da banânia há algo que você não pode deixar de entender sobre os seus habitantes. O traço cultural, antropológico, genético e atávico que pode ser considerado como pedra fundamental do funcionamento do bananense típico: o coitadismo.
O bananense é a mistura de raças coitadas que vieram da áfrica, europa além dos nativos da terra que por aqui já coitadavam desde o paleolítico. Somos todos pobres coitados jogados nesta terra de meu deus. O coitadismo está entranhado em todos os aspectos do bananense, desde a sua psique coitada até as suas instituições políticas, econômicas e culturais (se as podemos chamar de instituições, mas vá lá…) que são todas baseadas neste traço característico.
O bananense não têm qualquer responsabilidade sobre os seus atos, sendo ele um pobre coitado. Se o bananense contrai uma dívida e não pode pagá-la não é de forma alguma sua culpa. Ele é apenas um coitado enganado pelo perverso sistema econômico bananense. Neste caso ele pode simplesmente deixar de pagar a sua dívida, ato que imediatamente causa simpatia por parte de nosso sistema judiciário que também adota o coitadismo em seu cerne ideológico.
Se, por outro lado, o Bananense quer ascender socialmente ele também pode utilizar o coitadismo como escada. O governo bananense, antenado com os requisitos coitadísticos do país, tem criado diversos mecanismos para garantir este “bananian ay of life” tais como as bolsas família, escola, presidiário, criança, mulher, cotas raciais (?), sociais, etc… Estas iniciativas, que deveriam ser louváveis caso funcionassem, tendem a acentuar o coitadismo da sociedade bananense ao desestimular a livre iniciativa e meritocracia como princípios fundamentais do seu funcionamento.
Temos por fim, o coitadismo criminal, também importante característica a ser entendida para quem por aqui vier nos próximos meses. Caso você seja assaltado, assassinado, esfaqueado, baleado ou mesmo estuprado durante a sua aprazível estadia no reino da banânia, pode ter certeza que quem está errado é você. O criminoso certamente é um típico pobre coitado bananense que só fez isso devido aos 400 anos de exploração que a banânia sofreu de seus colonizadores portugueses. Nossa dica é: engula o choro e compre um picolé de 30 Dilmas para curar as mágoas
7) A filosofia do bananense – Tópico: Leis e normas de funcionamento
Caro turista, ao desembarcar na banânia você estará sob a tutela do soberano estado bananês, regulado por milhares de leis, decretos, normas, caputs e versículos diversos. Mas não se desespere. Estudar todos eles seria contraproducente já que estes itens legais foram criados em sua esmagadora maioria somente para dar a impressão que somos um país sério e civilizado, não sendo realmente postos em prática. No entanto, sugerimos fortemente que você se familiarize com a única lei verdadeiramente utilizada em todas as situações cotidianas na banânia, a Lei de Gérson.
Existem diversos enunciados para esta famosa lei bananense e por isso utilizaremos apenas o clássico: “A Lei de Gérson determina que todo indivíduo nascido na banânia fica obrigado a tentar levar vantagem sobre qualquer outro indivíduo, sendo ele compatriota ou estrangeiro, em qualquer situação de sua vida privada e/ou profissional, mesmo que a vantagem de curto prazo obtida se reverta em desvantagens para si e para a sociedade como um todo no futuro”. Ao entender esta lei, você estará apto a interagir com a sociedade bananense de uma maneira funcional e satisfatória.
Alguns exemplos práticos da aplicação da Lei de Gérson e que podem lhe ser úteis:
Ao entrar no taxi bananense o condutor lhe pergunta “Corrida até o centro? Vai ficar em torno de U$200,00 não é preciso nem ligar o taxímetro” – Como se portar: agradeça educadamente a tentativa do safado em lhe roubar e diga que por uma questão de interesse cultural você gostaria de entender o funcionamento do sistema de taxis bananenses, o que inclui o uso do taxímetro. Tenha também sempre em mãos um GPS e já determine ao motorista o trajeto desejado, pois no caso do taxímetro ligado é possível que ele queira lhe proporcionar um passeio turístico não solicitado antes de lhe deixar em seu destino.
Ao se aproximar do estádio para assistir o jogo de sua seleção, diversos bananenses se aproximam para lhe vender produtos “oficiais” da copa por apenas U$50,00. Como se portar: agracie os malandros com um sorriso simpático no rosto. Se quiser realmente levar alguma destas tralhas como souvenir comece a negociar. Depois de 50 passos, no máximo, o artigo já estará custando por volta de U$1,00.
Andando pela praia um corretor bananense lhe aborda e tenta fazê-lo adquirir uma kitchenette em madureira por apenas U$1.000.000,00 (em promoção, o preço “de tabela” é U$1.500.000,00). Como se portar: dê uma sonora gargalhada e solicite ao corvo em questão que vá tomar no olho da bolha em companhia do motumbo.
Este tópico também lhe poupará o constrangimento de verter lágrimas ao ouvir a ladainha do bananense típico, listando todas as agruras que sofre devido à corrupção que grassa aqui pelo reino (e tenha certeza que muitos tentarão lhe comover com esta história). Ao final desta leitura, estou certo que você perceberá que merecemos os grandes “líderes” políticos que por aqui são eleitos. Eles são simplesmente uma amostra de nossa magnífica sociedade.
8) A filosofia do bananense – Tópico: Sistema Educacional
Amigo turista, aqui na banânia desenvolvemos um método único e inovador para o ensino básico ministrado em escolas públicas. Este sistema se chama “Escola Mágica”.
Funcionamento: o ministério da educação bananense (MEB) primeiramente cria duas metas básicas que regem a educação aqui no reino. Meta 1) 100% das crianças bananenses devem estar matriculadas em unidades de ensino a partir dos 6 anos (muitas vezes pagando para que os pais as matriculem e mantenham na escola); e Meta 2) O aluno deverá deixar o ensino básico bananense “de posse dos conhecimentos mínimos necessários para uma cidadania completa” (?). Em seguida cada escola bananense é borrifada com o pó mágico produzido pelo MEB e reza-se para que tudo dê certo.
Currículo: não há um currículo básico regulamentado pelo MEB. Desta forma cada estado, município, escola e/ou professor escolhe os conteúdos que devem ser ensinados às crianças bananenses, em cada fase do desenvolvimento pedagógico e também o método de ensino que melhor se aplique a cada caso. Como exemplo citamos a recente inclusão do bananês coloquial como conteúdo didático para nossos alunos. Frases como “Nós pega os peixe”, “Nós fuma o crack” e “Nós mata os safados” foram incorporadas aos nossos livros didáticos com um sucesso estrondoso de aprendizado.
Formação dos professores: os cursos de licenciatura na banânia em geral não se atém a questões um tanto tacanhas do processo educacional como: métodos práticos de ensino, uso do tempo em sala de aula, metodologias de avaliação do conhecimento apreendido pelo aluno, atividades práticas de apoio ao aprendizado, gestão escolar, etc. Estes cursos se ocupam de questões mais abrangentes e importantes para o processo educacional como a “integralização do educando aos contextos contemporâneos da cidadania coletivista em vista dos cenários de globalização a que estão expostos”.
Resultados: como não há um currículo básico e treinamento adequado de professores e gestores no processo, o sistema educacional bananense parece depender inteiramente da qualidade do pó mágico que cada escola pública recebe do MEB. Apesar do método “escola mágica” ainda estar em testes (afinal são só algumas décadas de uso, tempo ainda pequeno para se avaliar a sua eficácia) os resultados são animadores: apenas 25% de nossos formandos no ensino médio se tornam analfabetos funcionais quando adultos e a banânia conseguiu não ficar em último lugar no PISA-Programa Internacional de Avaliação de Alunos em 2012 (chuuuupa Afeganistão!!!).
9) A filosofia do bananense – Tópico: Serviços
Caríssimo turista, neste tópico trataremos do nível de serviços que você deverá encontrar na banânia durante a sua estadia. Antes, no entanto, temos de entender um traço cultural importante do bananense típico: o injusticismo.
O injusticismo é um sentimento disseminado em praticamente todos os trabalhadores bananenses e consiste na certeza individual de que se está em uma posição inferior ao das suas potencialidades e habilidades profissionais. Dada esta premissa, o fato de se estar na posição efetivamente ocupada só pode ser consequência de atos de terrível injustiça perpetrados contra o indivíduo durante a sua escalada profissional. Percebam que o injusticismo tem forte relação com o coitadismo, outro traço cultural já tratado por aqui. Se o bananense é vítima do injusticismo, é certo que a responsabilidade sobre a sua posição profissional atual não é em hipótese alguma sua, mas de terceiros que conspiraram e impediram que ele galgasse o posto que efetivamente merece e que deveria ser seu por direito.
Bom, o fato é que do injusticismo resultam uma série de consequências para o nível de todos os serviços prestados aqui no reino sendo as principais:
– A ética de trabalho bananense se resume a: “faça sempre o mínimo necessário para não ser demitido por justa causa”. Veja bem, se você está em uma posição tão abaixo do seu potencial e as injustiças deste mundo impedirão a sua ascensão, fala a verdade, pra que se esforçar?!
– Você, enquanto cliente, será o receptáculo preferencial das frustrações profissionais bananenses. Se há uma vantagem em se trabalhar diretamente com os clientes é a oportunidade que se tem de liberar todas as suas frustrações em cima deles. Nesta hora o cliente se torna alvo de todo sentimento injustiçário do atendente, desde o seu salário baixo (pelo menos na visão do profissional bananense que certamente acha que deveria ganhar muito mais do que efetivamente ganha, mesmo sem ter buscado melhorar a sua qualificação profissional) até as tiranias diárias sofridas (poxa vida, dormir um pouco durante o expediente é motivo para este esporro todo!!!).
Peguemos o transporte público urbano como exemplo prático do que lhe espera por aqui. Caso você se decida por utilizar este meio de transporte para se locomover pelas cidades bananenses é possível que a seguinte sequência de fatos ocorra:
Você esperará por muito tempo sob um sol escaldante em pé ao lado de um simples poste que indica o ponto de ônibus (o superintendente municipal de transporte, que se acha capaz de assumir a prefeitura e só não o fez devido às injustiças políticas sofridas em sua carreira, planejou um número de veículos muito inferior ao necessário para atender à demanda existente no horário de pico, daí a demora);
Entrará em um ônibus lotado, entalado em meio à centenas de bananenses que se acotovelam para acessar o veículo. Assim que entrar no ônibus o motorista arrancará à toda velocidade fazendo com que você caia sobre as outras pessoas que também tentam se acomodar no veículo (o motorista, que se acha capaz de assumir o posto de supervisor de rotas, hoje se diverte vendo os passageiros caírem durante as manobras radicais que realiza durante os trajetos que faz);
Será roubado pelo trocador que afanará alguns centavos do seu troco (lembre-se que o salário dele está bem abaixo do que merece, então é melhor tirar a diferença);
E após uma viagem de muitas emoções nas curvas e arrancadas do ônibus, você descerá do ônibus e ligará para o serviço público de transporte para reclamar do serviço prestado. Você será atendido com clara má vontade pelo atendente e é certo que nada será feito para melhorar a qualidade do serviço prestado (o supervisor de rotas, que também já foi vítima de diversas injustiças em sua carreira, pensa: “Pra que gastar meu tempo e energia em melhorar o serviço que prestamos? Afinal de contas o cara chegou no destino dele vivo! Deixa de frescura!”).
Nossa dica é: encare a sua estadia na banânia como um retiro voltado para testar a sua paciência e serenidade. Conte até dez e imagine que em breve você estará de volta a um país civilizado.
10) A filosofia do bananense – Tópico: Planejamento.
Neste tópico trataremos do direcionamento da banânia e seus habitantes para um aspecto fundamental da moderna ciência de gestão pública e privada, o planejamento. Nosso sentimento é que a fama bananense como negligente em aspectos de planejamento de curto, médio e longo prazos é altamente injustificada. A ciência da gestão bananense se iguala às melhores do planeta no quesito planejamento, possuindo no entanto algumas peculiaridades em relação às demais, como o fato do planejamento na banânia ser uma etapa que em geral vem depois da execução do projeto e não antes como se observa na comunidade internacional. Este método, desenvolvido e aplicado em terras bananenses é a “Análise Nacional Tardia Amnésica” o famoso método ANTA.
Exemplos recentes têm demonstrado a força e a contemporaneidade do método e a sua eficácia para o gerenciamento de uma enorme gama de projetos bananenses. Alguns estudos de caso se fazem necessários para que nos familiarizemos com o método ANTA. A questão da energia na banânia (ou da falta dela no caso) pode nos dar um exemplo precioso de uma das premissas fundamentais do método que é: “sempre negue os riscos resultantes da falta de planejamento do seu projeto e quando os problemas estourarem, e pode estar certo que estourarão, a culpa nunca é sua”. Essa premissa permite ao gestor ANTA evitar etapas trabalhosas e demoradas de projetos tradicionais como a análise de cenários, planejamento estratégico, definição de metas e marcos de projeto, mobilização de recursos para se evitar sinistros, etc; sem ser responsabilizado pelo resultado de suas negligências. Como dizem na Aneel: “Sempre culpe um raio, a chuva ou a falta dela. Não há como errar!”
Outra premissa fundamental do método ANTA muito difundida na banânia é: “faça promessas irreais e inalcançáveis para conseguir ser o realizador do projeto e ao longo de sua execução faça o possível para que todos esqueçam que você as fez”. Esta premissa está sendo utilizada de maneira magistral pelo governo bananês no caso da infraestrutura prometida para a copa do mundo. O governo merece menção honrosa ao conseguir fazer com que, pouco a pouco, o foco da copa que inicialmente se fixava na questão do legado de infraestrutura que seria deixado na banânia mude para o fato da fifa ainda não ter mudado a copa de país (o famoso slogam “a copa das copas” que na verdade significa “vejam, pelo menos ainda não fizemos uma khda tão grande que impediu que os jogos se realizem por aqui”).
Por fim temos a premissa mais importante de qualquer projeto ANTA: “mesmo que os projetos gerenciados por você causem danos irreparáveis para a sociedade, não modifique de maneira alguma a forma como você os realiza, afinal de contas, acidentes acontecem”. Esta premissa teve grande importância ao evitar custos desnecessários com o aumento da fiscalização ou com mudanças estruturais após o incêndio ocorrido na Boate Kiss, por exemplo. O método ANTA facilita a percepção de todos os envolvidos no projeto de que acidentes acontecem de qualquer maneira e que quando é vontade do criador, aspectos como o planejamento de riscos e planos de emergência não servem para nada, mesmo que isto custe a vida de 242 pessoas.
Se você se impressionou com o vigor do método a com a aplicabilidade do ANTA em seus projetos não perca tempo. Você também pode se tornar um ASNO – Anta Strategic Native Operator. Venha para a banânia e aprenda com os mestres! É só ligar 0800-171-666.
11) A filosofia do bananense – Tópico: Festas típicas e costumes
Amigo turista, não é mais preciso ficar decepcionado por vir à banânia para a copa e não poder curtir os festejos de carnaval. O ministério do turismo bananense, órgão governamental conhecido por sua capacidade de planejamento e visão estratégica, previu a demanda internacional por festejos típicos e lançou já em 2013 para a copa das confederações a Manifescareta, o carnaval fora de época nacional.
A Manifescareta tomará conta das ruas de todas as cidades sede da copa antes de seu início e terminará pontualmente ao final do último jogo da competição. Milhares de nativos se reunirão em diversos blocos caricatos para curtir este grande empreendimento que finalmente voltou para a banânia. Você poderá se juntar a eles escolhendo o seu bloco de acordo com suas preferências pessoais. Segue uma lista para facilitar a sua escolha:
Black-Bloc: este certamente é o bloco mais animado de todos. Ele é formado em sua maioria por integrantes da geração nem-nem (nem trabalha, nem estuda) que estão naquela fase da adolescência em que os hormônios estão à flor da pele causando um sentimento de revolta constante contra tudo e todos. Cansados de seus privilégios e revoltados contra mamãe e papai, os integrantes deste bloco querem dentre outras coisas: derrubar o poder estabelecido que consideram muito “de direita”; implantar o regime democrata-ditatorial-comuno-anarquista na banânia (é isto mesmo, coerência não é o forte deste grupo) e, claro, poder fumar uma erva vez ou outra sem a encheção de saco de papai, mamãe e da polícia. Se você escolher este bloco, vista seu capuz preto, acenda o seu rojão e caia na folia. Rainha de bateria: Sininho. Samba-enredo: Mamãe eu quero.
Bloco dos partidos políticos de situação: esta galera vai tentar manter a pose e a impressão de que as manifestações são de apoio ao governo da banânia, e não o contrário. Sairão às ruas com seus figurinos vermelho çangui e bandeiras em punho, sorrindo e cantando como se vivessem os dias mais felizes de suas vidas. Se você é uma pessoa que gosta de extravagantes figurinos carnavalescos este é o seu bloco já que ele vive exclusivamente das suas grandes “fantasias”. Rainha de bateria: Dilmanta. Samba-enredo: Yes, nós temos banana.
Bloco dos partidos políticos de oposição: este bloco vai entrar de sola nas manifescareta para buscar o trono de momo ao final do ano. Se você quer ver e ser visto, este é o seu bloco já que os seus porta-bandeiras tentarão conseguir o maior espaço possível na mídia bananense durante os festejos. Neste bloco você poderá curtir as melhores fantasias de super-heróis já que seus integrantes fazem o possível para serem confundidos com o super-homem e a mulher-maravilha em ano de eleição. Rainha de bateria: Aecim. Samba-enredo: Abre alas.
Escolha o seu bloco e divirta-se a valer pelas ruas da banânia!

continua...




Editado pela última vez por Matheus em Sex Set 18, 2015 2:43 pm, em um total de 1 vez.
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Re: MOMENTO ATUAL DA ECONOMIA BRASILEIRA

#6020 Mensagem por Matheus » Sex Set 18, 2015 2:24 pm

12) A filosofia do bananense – Tópico: O ópio do povo.
Prezado turista, neste tópico trataremos do tema que provavelmente é a sua principal motivação para visitar a banânia: o futebol. Em seu país de origem futebol deve ser apenas um esporte, utilizado por você, seus amigos e familiares como um sadio entretenimento e fonte de brincadeiras. Por aqui você terá de esquecer tudo o que sabe sobre o tema já que na banânia o esporte bretão possui características mais parecidas com a de um culto religioso do que com a de um esporte.
O culto: Como você já deve ter percebido ao longo dos últimos meses, o bananense típico não tem muito do que se orgulhar. Sua formação educacional é péssima, seu trabalho é maçante e repetitivo (caso trabalhe, pois boa parte dos bananenses vive às custas de programas sociais do governo), a infra-estrutura da cidade em que vive é sofrível, suas opções de lazer são ridículas e a sociedade na qual se insere possui valores lastimáveis. Neste cenário, todas as suas esperanças e frustrações são direcionadas para um único canal, o futebol. O esporte se reveste desta forma, de caráter sagrado já que a própria identidade do torcedor se confunde com a do seu time do coração.
O bananense aceita de bom grado os impostos que é obrigado a pagar para alimentar a corrupta máquina governamental, mas ái do árbitro que prejudicar o seu time em uma final de campeonato. Este deverá arder no mármore do inferno por toda a eternidade.
As torcidas: como toda religião, o time de futebol bananense não tem torcedores, tem fiéis, que estão dispostos a matar e a morrer pela sua fé. Ao desembarcar na banânia você não deve em hipótese alguma desfilar por nossas ruas com a camisa de um time de futebol local. Você poderá ser vítima de uma horda de bananenses enfurecidos pelo simples fato de estar vestindo esta camisa. Ao fugir desta multidão que o perseguirá pelas ruas da cidade com paus, pedras, armas de fogo, espadas de samurai, serras-elétricas, etc, você sentirá saudades dos hooligans de seu país de origem. Comparados aos fiéis bananenses eles lhe lembrarão coroinhas em uma missa dominical.
Mudanças na regra: os jogadores bananenses tendem a levar a sério a única lei em vigor por aqui, a lei de gérson, e desta forma buscam sempre que possível levar vantagem sobre os adversários. Nos últimos anos nossos jogadores se tornaram extremamente hábeis na arte de simular faltas, se atirando catatônicamente ao chão mesmo que estejam a cinco metros e distância do zagueiro adversário mais próximo. De olho neste talento nacional a confederação bananense de futebol (CBF) tem sugerido a evolução do futebol para um novo esporte, o futebol ornamental. Ao se jogar no chão após um duplo twist carpado, se estatelando no gramado como se atingido por um tiro de bazuca, o jogador teria não só a falta marcada como receberia uma nota de um grupo de juízes de ginástica ornamental instalado ao lado do campo. Com esta mudança de regras temos certeza que nossa hegemonia no esporte só aumentará nos próximos anos.
A organização do futebol bananense: se há algo que pode ser dito sobre a organização de nosso futebol é o seu caráter visionário. Ao perceber a diminuição do interesse do público pelas partidas dos campeonatos nacionais a CBF prontamente lançou um novo produto no mercado esportivo, o Pay Per View Judiciário. Como todos os campeonatos por aqui são agora decididos nos tribunais, o torcedor bananense tem mais uma forma de entretenimento à sua disposição: assistir aos julgamentos de recursos do seu time do coração. Desta forma além de assinar ao Pay Per View dos jogos, ele pode agora também assinar a TV Justiça que lhe dá acesso aos melhores julgamentos esportivos do país.
Bom, ao final deste tópico esperamos que você tenha tido uma visão geral da relação do bananense com o futebol. Fica fácil perceber que com tanto entretenimento à disposição o bananense tem muito pouco tempo livre para discutir assuntos menores tais como, educação, economia, política, segurança, ética, saúde, etc.
13) A filosofia do bananense – Tópico: Dicas de Trânsito.
Para você, incauto turista que virá a BH para a Copa do Mundo, seguem algumas dicas de trânsito que se aplicam à capital mineira:
– A questão da seta. Provavelmente você está acostumado à função usual da seta, indicar sua intenção de mudar de faixa ou sentido em uma via de trânsito. Em BH a colocação da seta tem sentido muito diverso a este, que é o de ofender o condutor do veículo que está na faixa para a qual você pretende convergir e por isso não aconselhamos o seu uso nunca, sim eu disse NUNCA. Ao acionar a seta você imediatamente xinga o condutor ao lado de “frutinha” no caso de homens e “baranga” no caso das mulheres causando a imediata reação de aceleração do carro para impedir a sua passagem. O que fazer? Primeiro, NUNCA use a seta.
Se você tiver alguém no banco do carona peça a esta pessoa para que no primeiro sinal fechado (e serão muitos pode acreditar) abra a janela e comece a fazer gestos ritmados com o braço. O motorista ao lado inicialmente fingirá não enxergar, mas com esforço e perseverança pode ser que ele dê uma breve olhada para o lado. Neste momento o passageiro deverá fazer uma reverência com as mãos no sentido de prece, implorando ao condutor ao lado que dê passagem. Sempre ajuda se ele conseguir lacrimejar um pouco, mostrando todo o seu desespero. Se esta estratégia não funcionar nossa dica é que você estacione e aguarde o final do horário de pico. Depois das nove da noite pode ser que você encontre as vias um pouco mais vazias e com sorte, poderá fazer a conversão desejada.
14) A filosofia do bananense – Tópico: Turismo de aventura
Caro turista, caso você seja do tipo aventureiro a banânia poderá lhe oferecer diversas emoções durante a sua estada por aqui. Em todos os cantos deste grande país continental você encontrará ótimas opções para aumentar sua dose diária de adrenalina tais como a pesca subaquática de dejetos no rio tietê em São Paulo, um sobrevôo panorâmico de asa delta sobre uma comunidade pacificada em noite de tiroteio no Rio, entrar na arena Amazônia em Manaus (já morreram quatro nesta aventura radical) ou o jogo da faixa em BH. Caso não haja tempo para curtir todas as opções que a banânia poderá lhe oferecer no quesito esportes de aventura, recomendamos fortemente a última opção que em nossa opinião é a mais radical de todas.
Ao desembarcar no aeroporto de Confins e alugar o seu carro você já receberá a sua cartela para marcar a pontuação no jogo da faixa. O objetivo do jogo é muito simples: aterrorizar o maior número possível de pedestres em sua estadia na capital mineira. É claro que existem meandros e regras para tornar o jogo mais interessante. Por exemplo, provocar uma corridinha simples do pedestre que atravessa a rua vale um ponto, mas se por acaso você consegue surpreender o pedestre que anda distraído e além da corridinha você consegue uma reação apavorada de pânico com um buzinasso inesperado, você já pode contabilizar dois pontos. A pontuação também varia de acordo com o sexo, faixa e etária e até mesmo com a profissão do pedestre participante.
Por exemplo, mães com carrinhos de bebê valem três pontos, com gêmeos quatro. Freiras e padres em suas batinas, cinco pontos. E não é só isto, o jogo da faixa é diversão para toda a família já que você pode também ensinar sua esposa ou marido e filhos a também participar. Passar pelo pedestre derrotado com o carona gritando “fica esperto mané, da próxima passamos por cima!” já lhe renderá um ponto extra de bonificação. E o melhor, a pontuação é automaticamente dobrada caso você cometa todas as barbaridades acima sobre a faixa de pedestre! Não é o máximo???
Você já deve ter percebido a diversão que lhe espera na capital dos mineiros nesta copa mas deixe-nos ilustrar com um exemplo real: Você está parado em um sinal de trânsito em uma avenida de quatro pistas. Parar no sinal vermelho é sempre uma situação chata, mas não em BH!
Com o canto dos olhos você percebe o objeto de desejo de todo participante do jogo da faixa, aquele pedestre que lhe renderá vinte pontos! Ela vem caminhando com dificuldades, o andador à frente, olhar inocente apreciando o lindo dia (mal sabe o que lhe espera). É quando você percebe o sinal de pedestre piscando e ela não chegou nem à metade da avenida! Imediatamente você começa a acelerar a sua máquina fazendo um barulho de dar inveja à box de fórmula 1. Os motoristas em volta percebem a oportunidade de também levarem 20 pontos para casa e se juntam à você. Já desesperada, a velhinha tenta voltar para a calçada em que estava mas já é tarde demais. Em uma arrancada espetacular você obriga a velhota a correr como uma cheeta enquanto o andador é jogado para o alto!
Fala a verdade, quando é que você terá emoção assim em um sinal de trânsito do seu país?
15) A filosofia do bananense – Tópico: On the road
Caro turista, em sua visita à banânia é possível que você, imbuído do espírito de Kerouac, pense em se aventurar por nossas estradas. Seu sonho de vento nos cabelos e paisagens deslumbrantes no caminho, infelizmente, tem tudo para virar um pesadelo e nossa dica é: não faça isto em hipótese alguma! Se você ainda está em dúvida quanto a isto, abaixo algumas razões pelas quais fazemos este apelo:
– As estradas: as estradas bananenses são ridiculamente ruins. Buracos, falta de sinalização, curvas com geometrias esdrúxulas e pistas em sua maioria simples e sem qualquer segurança para se realizar ultrapassagens são apenas alguns dos problemas que você enfrentará por aqui. Como as estradas não foram, por assim dizer, realmente planejadas para o tráfego constante de veículos é provável que você passe maior parte da sua viagem parado, seja aguardando a retirada de veículos acidentados na pista, ou esperando que empreiteiras contratadas a peso de ouro tapem buracos que se abrirão novamente após a próxima chuva ou mesmo preso em meio a algum mega-engarrafamento formado nas saídas ou entradas de nossas grandes cidades.
– Os demais motoristas: o bananense típico é em geral um péssimo motorista. Por diversas razões que vão da facilidade em se obter a carteira de motorista por aqui (é grande a proporção de pessoas que simplesmente pagam pelo documento) até a percepção individual de que as regras não se aplicam a si mesmo (fenômeno com o qual você já deve estar se acostumado ao longo da leitura de nossos tópicos), o bananense é um perigo constante para si mesmo e para os demais usuários da via. Adicione-se a isto uma pequena miopia autoperceptiva que nos faz crer sermos legítimos herdeiros das habilidades de Ayrton Senna, e as condições para o desastre perfeito estão formadas.
– Os profissionais do trânsito: ao avistarmos um ônibus, ou principalmente, um caminhão na via é de se esperar que não tenhamos que enfrentar muitos problemas já que atrás do volante estão motoristas profissionais que possuem o treinamento e as habilidades necessárias para uma condução tranquila e segura de seus veículos. Ledo engano. Estes provavelmente são os seus maiores adversários ao pegar a estrada por aqui. Motoristas destreinados (na melhor das hipóteses) ou psicopatas (na pior) podem se tornar o seu pior pesadelo nas estradas bananenses. Ao descer uma colina e avistar um caminhão se aproximando rapidamente pelo retrovisor a 150km, piscando os faróis e buzinando, o melhor a fazer é rezar um Pai-Nosso e se afastar rapidamente para o acostamento (se houver, o que não é de todo provável).
– As leis bananenses e as punições para os motoristas infratores: Se o referido caminhão do parágrafo anterior transformar o veículo em que você e sua família viajam em uma compacta panqueca metálica (neste caso o Pai Nosso pode não ter funcionado para você), teremos um motorista bananense alegando que os freios de seu caminhão “falharam” durante a descida. Isto ocasionará, no máximo, a perda de sua carteira de motorista por algum tempo (não que isto o vá impedir de continuar dirigindo, já que como já comentamos anteriormente o bananense típico tem a nítida percepção de que as regras não se aplicam a si mesmo e em geral o Estado não o força a mudar esta percepção).
O fato de ter intencionalmente tirado a vida de diversas pessoas não o colocará atrás das grades e é certo que em breve ele estará de volta às estradas para continuar a “perder” o seu freio por aí. E se ele estiver bêbado enquanto roda por nossas lindas paisagens, também não há problema algum. Se por ventura for parado e sua embriaguez atestada, é sempre possível angariar a simpatia de nossas vigilantes autoridades com uma pequena, mas sempre bem-vinda, propinazinha.
16) A filosofia do bananense – Tópico: Pequeno Dicionário Bananês-Português
Amigo turista, estamos na reta final dos preparativos para a “Copa das Copas” (apesar do pequeno inconveniente gerado pelo fato da FIFA ter comprado alguns estádios na planta que ainda não foram entregues pelo soberano estado bananês – consultar o método ANTA de planejamento para mais detalhes) e a esta altura do campeonato você já deve estar preparando as suas malas para aterrissar na bananaland. Neste tópico vamos então ajudá-lo a entender as principais expressões que você deverá ouvir em sua divertida estadia nos trópicos:
– “Você sabe com quem está falando?!”: Esta típica expressão define claramente o bananense típico. Por aqui os nativos, principalmente os que são de alguma forma ligados à órgãos de estado (legislativo, executivo, judiciário, polícia, etc, mesmo que sejam assistentes do manobrista do servente de pedreiro do vereador), se consideram em um degrau acima dos demais no quesito direitos e cidadania.
Veja, você pode estar um pouco confuso pois de onde vem é possível que estas pessoas sejam vistas como empregados da população pagos com o seu dinheiro para gerenciar o país mas na banânia não é bem assim que funciona. A partir do momento em que o bananense ascende a um cargo público ele automaticamente se torna uma “otoridade” e se insere em uma seleta casta de semideuses (nem tão seleta assim pois temos um dos maiores contingentes de funcionários públicos do planeta) que não pode ser contrariada ou questionada de forma alguma.
Sendo assim prepare-se pois ao bater no ombro do indivíduo sentado em seu assento em um dos jogos da “Copa das Copas” e gentilmente o informar que ele se enganou e sentou-se em seu lugar, é bastante provável que você o veja se levantar agressivamente e com dedo em riste lhe perguntar: “VOCÊ POR ACASO SABE COM QUEM ESTÁ FALANDO?!?!?!”
– “Não se preocupe, nós podemos dar um jeitinho”: Este é o código usado pelos bananenses quando solicitam dinheiro extra (a famosa propina) para realizar algum serviço que, provavelmente, já são pagos para fazer. Desta forma é possível que ao chegar ao balcão do hotel que você reservou com meses de antecedência o atendente lhe avise que infelizmente o quarto com ar-condicionado que você solicitou não esteja mais “disponível” mas que talvez, data vênia, entretanto, “seja possível dar um jeitinho”.
Cabe a você escolher entre pagar o extra solicitado ou passar insone as próximas noites devido ao escaldante calor bananense. Você pode até solicitar uma conversa com o gerente para esclarecer a situação mas o mais provável é que o gerente simplesmente aumente o preço do “jeitinho” a ser dado, então nossa dica é: nem se dê ao trabalho.
– “Eu já sabia”. Esta frase estará muito em voga durante a sua estadia na banânia. Se você leu os tópicos anteriores deste guia já percebeu que a economia bananense não vai muito bem das pernas e que diversas bolhas (crédito, inflação, imobiliária, etc) estão prestes a estourar. Diante deste fato inexorável, diversos ditos “especialistas na área” agora se arvoram a dizer “eu já sabia”, mesmo que há pouco tempo atrás dissessem exatamente o contrário, aconselhando inclusive os seus incautos seguidores a comprar imóveis na planta e a se endividarem pelos próximos 30 anos.
Você ouvirá esta fatídica frase em todos os noticiários econômicos que assistir durante e, principalmente, após a “Copa das Copas”. Nossa dica é: Leve para o estádio (se ele efetivamente sair da planta, é claro) uma placa escrita “Galvão, eu já sabia… da BOLHA IMOBILIÁRIA!!!”.
17) A filosofia do bananense – Tópico: Homenagem ao Mestre García Marquez – Realismo Fantástico
Bananildo acorda às 4:00 e só tem tempo para trocar de roupa e sair correndo para o ponto de ônibus. Espera, meio dormindo, meio acordado o coletivo que já passa lotado na ruela da favela aonde mora. Se espreme e consegue entrar no ônibus que anda dois quilômetros até parar em um congestionamento. Manifestantes fecharam a rodovia em protesto à morte de mais um “traficante”, assassinado sem julgamento pela milícia local. Bananildo decide sair do ônibus, depois de já ter pago a passagem e andar três quilômetros até a estação do metrô mais próxima.
A estação já está lotada àquela hora. Paga novamente a passagem e espera três trens passarem até conseguir entrar em algum que o leve para o centro. Duas estações antes da sua o metrô para devido a um apagão na rede elétrica e bananildo desce nos trilhos e anda no escuro até a estação mais próxima, de onde tem que andar novamente até chegar ao trabalho.
Chegando lá, toma um esporro do patrão por ter chegado atrasado e rala o dia inteiro, limpando o chão e recolhendo resíduos já que só estudou até a terceira série do primário. Mas bananildo está decidido a mudar de vida, então voltou para a escola. Ele faz agora escola noturna e tem uma nova saga em todo final de tarde para conseguir chegar na escola, uma das únicas em que conseguiu vaga, e que fica bem longe do seu barraco.
Bananildo chega na escola cansado, mas feliz, está estudando para melhorar a sua vida e da família. A má notícia é que o professor faltou novamente, a décima falta só neste mês, e não vai ter aula para o bananildo.
Volta para casa pegando dois ônibus, sendo que o último quebra longe ainda do seu ponto. Decide andar até em casa pois se for esperar o próximo ainda fica duas horas naquele fim de mundo. Chegando em casa, cansado de um dia de cão como o que teve, percebe uma movimentação estranha na porta do barraco.
A filha mais nova acabou de tomar um tiro no peito, devido à uma troca de tiros entre polícia e traficantes locais. A mulher desesperada está carregando a menina ladeira abaixo.
Bananildo pega a menina em seus braços e corre para baixo do morro já que a ambulância não sobe as vielas da favela e a polícia não se deu ao trabalho de parar para ver se tinha atingido algum inocente por engano.
Enquanto corre com lágrimas nos olhos e rezando para Deus poupar a vida de sua filha caçula, bananildo ainda tem tempo de ver uma placa fixada na janela de um dos barracos de sua favela: “Vendo por R$200.000,00 ou alugo por R$50.000 para a Copa”.




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Re: MOMENTO ATUAL DA ECONOMIA BRASILEIRA

#6021 Mensagem por Juniorbombeiro » Sex Set 18, 2015 8:15 pm

Matheus escreveu:12) A filosofia do bananense – Tópico: O ópio do povo.
Prezado turista, neste tópico trataremos do tema que provavelmente é a sua principal motivação para visitar a banânia: o futebol. Em seu país de origem futebol deve ser apenas um esporte, utilizado por você, seus amigos e familiares como um sadio entretenimento e fonte de brincadeiras. Por aqui você terá de esquecer tudo o que sabe sobre o tema já que na banânia o esporte bretão possui características mais parecidas com a de um culto religioso do que com a de um esporte.
O culto: Como você já deve ter percebido ao longo dos últimos meses, o bananense típico não tem muito do que se orgulhar. Sua formação educacional é péssima, seu trabalho é maçante e repetitivo (caso trabalhe, pois boa parte dos bananenses vive às custas de programas sociais do governo), a infra-estrutura da cidade em que vive é sofrível, suas opções de lazer são ridículas e a sociedade na qual se insere possui valores lastimáveis. Neste cenário, todas as suas esperanças e frustrações são direcionadas para um único canal, o futebol. O esporte se reveste desta forma, de caráter sagrado já que a própria identidade do torcedor se confunde com a do seu time do coração.
O bananense aceita de bom grado os impostos que é obrigado a pagar para alimentar a corrupta máquina governamental, mas ái do árbitro que prejudicar o seu time em uma final de campeonato. Este deverá arder no mármore do inferno por toda a eternidade.
As torcidas: como toda religião, o time de futebol bananense não tem torcedores, tem fiéis, que estão dispostos a matar e a morrer pela sua fé. Ao desembarcar na banânia você não deve em hipótese alguma desfilar por nossas ruas com a camisa de um time de futebol local. Você poderá ser vítima de uma horda de bananenses enfurecidos pelo simples fato de estar vestindo esta camisa. Ao fugir desta multidão que o perseguirá pelas ruas da cidade com paus, pedras, armas de fogo, espadas de samurai, serras-elétricas, etc, você sentirá saudades dos hooligans de seu país de origem. Comparados aos fiéis bananenses eles lhe lembrarão coroinhas em uma missa dominical.
Mudanças na regra: os jogadores bananenses tendem a levar a sério a única lei em vigor por aqui, a lei de gérson, e desta forma buscam sempre que possível levar vantagem sobre os adversários. Nos últimos anos nossos jogadores se tornaram extremamente hábeis na arte de simular faltas, se atirando catatônicamente ao chão mesmo que estejam a cinco metros e distância do zagueiro adversário mais próximo. De olho neste talento nacional a confederação bananense de futebol (CBF) tem sugerido a evolução do futebol para um novo esporte, o futebol ornamental. Ao se jogar no chão após um duplo twist carpado, se estatelando no gramado como se atingido por um tiro de bazuca, o jogador teria não só a falta marcada como receberia uma nota de um grupo de juízes de ginástica ornamental instalado ao lado do campo. Com esta mudança de regras temos certeza que nossa hegemonia no esporte só aumentará nos próximos anos.
A organização do futebol bananense: se há algo que pode ser dito sobre a organização de nosso futebol é o seu caráter visionário. Ao perceber a diminuição do interesse do público pelas partidas dos campeonatos nacionais a CBF prontamente lançou um novo produto no mercado esportivo, o Pay Per View Judiciário. Como todos os campeonatos por aqui são agora decididos nos tribunais, o torcedor bananense tem mais uma forma de entretenimento à sua disposição: assistir aos julgamentos de recursos do seu time do coração. Desta forma além de assinar ao Pay Per View dos jogos, ele pode agora também assinar a TV Justiça que lhe dá acesso aos melhores julgamentos esportivos do país.
Bom, ao final deste tópico esperamos que você tenha tido uma visão geral da relação do bananense com o futebol. Fica fácil perceber que com tanto entretenimento à disposição o bananense tem muito pouco tempo livre para discutir assuntos menores tais como, educação, economia, política, segurança, ética, saúde, etc.
13) A filosofia do bananense – Tópico: Dicas de Trânsito.
Para você, incauto turista que virá a BH para a Copa do Mundo, seguem algumas dicas de trânsito que se aplicam à capital mineira:
– A questão da seta. Provavelmente você está acostumado à função usual da seta, indicar sua intenção de mudar de faixa ou sentido em uma via de trânsito. Em BH a colocação da seta tem sentido muito diverso a este, que é o de ofender o condutor do veículo que está na faixa para a qual você pretende convergir e por isso não aconselhamos o seu uso nunca, sim eu disse NUNCA. Ao acionar a seta você imediatamente xinga o condutor ao lado de “frutinha” no caso de homens e “baranga” no caso das mulheres causando a imediata reação de aceleração do carro para impedir a sua passagem. O que fazer? Primeiro, NUNCA use a seta.
Se você tiver alguém no banco do carona peça a esta pessoa para que no primeiro sinal fechado (e serão muitos pode acreditar) abra a janela e comece a fazer gestos ritmados com o braço. O motorista ao lado inicialmente fingirá não enxergar, mas com esforço e perseverança pode ser que ele dê uma breve olhada para o lado. Neste momento o passageiro deverá fazer uma reverência com as mãos no sentido de prece, implorando ao condutor ao lado que dê passagem. Sempre ajuda se ele conseguir lacrimejar um pouco, mostrando todo o seu desespero. Se esta estratégia não funcionar nossa dica é que você estacione e aguarde o final do horário de pico. Depois das nove da noite pode ser que você encontre as vias um pouco mais vazias e com sorte, poderá fazer a conversão desejada.
14) A filosofia do bananense – Tópico: Turismo de aventura
Caro turista, caso você seja do tipo aventureiro a banânia poderá lhe oferecer diversas emoções durante a sua estada por aqui. Em todos os cantos deste grande país continental você encontrará ótimas opções para aumentar sua dose diária de adrenalina tais como a pesca subaquática de dejetos no rio tietê em São Paulo, um sobrevôo panorâmico de asa delta sobre uma comunidade pacificada em noite de tiroteio no Rio, entrar na arena Amazônia em Manaus (já morreram quatro nesta aventura radical) ou o jogo da faixa em BH. Caso não haja tempo para curtir todas as opções que a banânia poderá lhe oferecer no quesito esportes de aventura, recomendamos fortemente a última opção que em nossa opinião é a mais radical de todas.
Ao desembarcar no aeroporto de Confins e alugar o seu carro você já receberá a sua cartela para marcar a pontuação no jogo da faixa. O objetivo do jogo é muito simples: aterrorizar o maior número possível de pedestres em sua estadia na capital mineira. É claro que existem meandros e regras para tornar o jogo mais interessante. Por exemplo, provocar uma corridinha simples do pedestre que atravessa a rua vale um ponto, mas se por acaso você consegue surpreender o pedestre que anda distraído e além da corridinha você consegue uma reação apavorada de pânico com um buzinasso inesperado, você já pode contabilizar dois pontos. A pontuação também varia de acordo com o sexo, faixa e etária e até mesmo com a profissão do pedestre participante.
Por exemplo, mães com carrinhos de bebê valem três pontos, com gêmeos quatro. Freiras e padres em suas batinas, cinco pontos. E não é só isto, o jogo da faixa é diversão para toda a família já que você pode também ensinar sua esposa ou marido e filhos a também participar. Passar pelo pedestre derrotado com o carona gritando “fica esperto mané, da próxima passamos por cima!” já lhe renderá um ponto extra de bonificação. E o melhor, a pontuação é automaticamente dobrada caso você cometa todas as barbaridades acima sobre a faixa de pedestre! Não é o máximo???
Você já deve ter percebido a diversão que lhe espera na capital dos mineiros nesta copa mas deixe-nos ilustrar com um exemplo real: Você está parado em um sinal de trânsito em uma avenida de quatro pistas. Parar no sinal vermelho é sempre uma situação chata, mas não em BH!
Com o canto dos olhos você percebe o objeto de desejo de todo participante do jogo da faixa, aquele pedestre que lhe renderá vinte pontos! Ela vem caminhando com dificuldades, o andador à frente, olhar inocente apreciando o lindo dia (mal sabe o que lhe espera). É quando você percebe o sinal de pedestre piscando e ela não chegou nem à metade da avenida! Imediatamente você começa a acelerar a sua máquina fazendo um barulho de dar inveja à box de fórmula 1. Os motoristas em volta percebem a oportunidade de também levarem 20 pontos para casa e se juntam à você. Já desesperada, a velhinha tenta voltar para a calçada em que estava mas já é tarde demais. Em uma arrancada espetacular você obriga a velhota a correr como uma cheeta enquanto o andador é jogado para o alto!
Fala a verdade, quando é que você terá emoção assim em um sinal de trânsito do seu país?
15) A filosofia do bananense – Tópico: On the road
Caro turista, em sua visita à banânia é possível que você, imbuído do espírito de Kerouac, pense em se aventurar por nossas estradas. Seu sonho de vento nos cabelos e paisagens deslumbrantes no caminho, infelizmente, tem tudo para virar um pesadelo e nossa dica é: não faça isto em hipótese alguma! Se você ainda está em dúvida quanto a isto, abaixo algumas razões pelas quais fazemos este apelo:
– As estradas: as estradas bananenses são ridiculamente ruins. Buracos, falta de sinalização, curvas com geometrias esdrúxulas e pistas em sua maioria simples e sem qualquer segurança para se realizar ultrapassagens são apenas alguns dos problemas que você enfrentará por aqui. Como as estradas não foram, por assim dizer, realmente planejadas para o tráfego constante de veículos é provável que você passe maior parte da sua viagem parado, seja aguardando a retirada de veículos acidentados na pista, ou esperando que empreiteiras contratadas a peso de ouro tapem buracos que se abrirão novamente após a próxima chuva ou mesmo preso em meio a algum mega-engarrafamento formado nas saídas ou entradas de nossas grandes cidades.
– Os demais motoristas: o bananense típico é em geral um péssimo motorista. Por diversas razões que vão da facilidade em se obter a carteira de motorista por aqui (é grande a proporção de pessoas que simplesmente pagam pelo documento) até a percepção individual de que as regras não se aplicam a si mesmo (fenômeno com o qual você já deve estar se acostumado ao longo da leitura de nossos tópicos), o bananense é um perigo constante para si mesmo e para os demais usuários da via. Adicione-se a isto uma pequena miopia autoperceptiva que nos faz crer sermos legítimos herdeiros das habilidades de Ayrton Senna, e as condições para o desastre perfeito estão formadas.
– Os profissionais do trânsito: ao avistarmos um ônibus, ou principalmente, um caminhão na via é de se esperar que não tenhamos que enfrentar muitos problemas já que atrás do volante estão motoristas profissionais que possuem o treinamento e as habilidades necessárias para uma condução tranquila e segura de seus veículos. Ledo engano. Estes provavelmente são os seus maiores adversários ao pegar a estrada por aqui. Motoristas destreinados (na melhor das hipóteses) ou psicopatas (na pior) podem se tornar o seu pior pesadelo nas estradas bananenses. Ao descer uma colina e avistar um caminhão se aproximando rapidamente pelo retrovisor a 150km, piscando os faróis e buzinando, o melhor a fazer é rezar um Pai-Nosso e se afastar rapidamente para o acostamento (se houver, o que não é de todo provável).
– As leis bananenses e as punições para os motoristas infratores: Se o referido caminhão do parágrafo anterior transformar o veículo em que você e sua família viajam em uma compacta panqueca metálica (neste caso o Pai Nosso pode não ter funcionado para você), teremos um motorista bananense alegando que os freios de seu caminhão “falharam” durante a descida. Isto ocasionará, no máximo, a perda de sua carteira de motorista por algum tempo (não que isto o vá impedir de continuar dirigindo, já que como já comentamos anteriormente o bananense típico tem a nítida percepção de que as regras não se aplicam a si mesmo e em geral o Estado não o força a mudar esta percepção).
O fato de ter intencionalmente tirado a vida de diversas pessoas não o colocará atrás das grades e é certo que em breve ele estará de volta às estradas para continuar a “perder” o seu freio por aí. E se ele estiver bêbado enquanto roda por nossas lindas paisagens, também não há problema algum. Se por ventura for parado e sua embriaguez atestada, é sempre possível angariar a simpatia de nossas vigilantes autoridades com uma pequena, mas sempre bem-vinda, propinazinha.
16) A filosofia do bananense – Tópico: Pequeno Dicionário Bananês-Português
Amigo turista, estamos na reta final dos preparativos para a “Copa das Copas” (apesar do pequeno inconveniente gerado pelo fato da FIFA ter comprado alguns estádios na planta que ainda não foram entregues pelo soberano estado bananês – consultar o método ANTA de planejamento para mais detalhes) e a esta altura do campeonato você já deve estar preparando as suas malas para aterrissar na bananaland. Neste tópico vamos então ajudá-lo a entender as principais expressões que você deverá ouvir em sua divertida estadia nos trópicos:
– “Você sabe com quem está falando?!”: Esta típica expressão define claramente o bananense típico. Por aqui os nativos, principalmente os que são de alguma forma ligados à órgãos de estado (legislativo, executivo, judiciário, polícia, etc, mesmo que sejam assistentes do manobrista do servente de pedreiro do vereador), se consideram em um degrau acima dos demais no quesito direitos e cidadania.
Veja, você pode estar um pouco confuso pois de onde vem é possível que estas pessoas sejam vistas como empregados da população pagos com o seu dinheiro para gerenciar o país mas na banânia não é bem assim que funciona. A partir do momento em que o bananense ascende a um cargo público ele automaticamente se torna uma “otoridade” e se insere em uma seleta casta de semideuses : que não pode ser contrariada ou questionada de forma alguma.
Sendo assim prepare-se pois ao bater no ombro do indivíduo sentado em seu assento em um dos jogos da “Copa das Copas” e gentilmente o informar que ele se enganou e sentou-se em seu lugar, é bastante provável que você o veja se levantar agressivamente e com dedo em riste lhe perguntar: “VOCÊ POR ACASO SABE COM QUEM ESTÁ FALANDO?!?!?!”
– “Não se preocupe, nós podemos dar um jeitinho”: Este é o código usado pelos bananenses quando solicitam dinheiro extra (a famosa propina) para realizar algum serviço que, provavelmente, já são pagos para fazer. Desta forma é possível que ao chegar ao balcão do hotel que você reservou com meses de antecedência o atendente lhe avise que infelizmente o quarto com ar-condicionado que você solicitou não esteja mais “disponível” mas que talvez, data vênia, entretanto, “seja possível dar um jeitinho”.
Cabe a você escolher entre pagar o extra solicitado ou passar insone as próximas noites devido ao escaldante calor bananense. Você pode até solicitar uma conversa com o gerente para esclarecer a situação mas o mais provável é que o gerente simplesmente aumente o preço do “jeitinho” a ser dado, então nossa dica é: nem se dê ao trabalho.
– “Eu já sabia”. Esta frase estará muito em voga durante a sua estadia na banânia. Se você leu os tópicos anteriores deste guia já percebeu que a economia bananense não vai muito bem das pernas e que diversas bolhas (crédito, inflação, imobiliária, etc) estão prestes a estourar. Diante deste fato inexorável, diversos ditos “especialistas na área” agora se arvoram a dizer “eu já sabia”, mesmo que há pouco tempo atrás dissessem exatamente o contrário, aconselhando inclusive os seus incautos seguidores a comprar imóveis na planta e a se endividarem pelos próximos 30 anos.
Você ouvirá esta fatídica frase em todos os noticiários econômicos que assistir durante e, principalmente, após a “Copa das Copas”. Nossa dica é: Leve para o estádio (se ele efetivamente sair da planta, é claro) uma placa escrita “Galvão, eu já sabia… da BOLHA IMOBILIÁRIA!!!”.
17) A filosofia do bananense – Tópico: Homenagem ao Mestre García Marquez – Realismo Fantástico
Bananildo acorda às 4:00 e só tem tempo para trocar de roupa e sair correndo para o ponto de ônibus. Espera, meio dormindo, meio acordado o coletivo que já passa lotado na ruela da favela aonde mora. Se espreme e consegue entrar no ônibus que anda dois quilômetros até parar em um congestionamento. Manifestantes fecharam a rodovia em protesto à morte de mais um “traficante”, assassinado sem julgamento pela milícia local. Bananildo decide sair do ônibus, depois de já ter pago a passagem e andar três quilômetros até a estação do metrô mais próxima.
A estação já está lotada àquela hora. Paga novamente a passagem e espera três trens passarem até conseguir entrar em algum que o leve para o centro. Duas estações antes da sua o metrô para devido a um apagão na rede elétrica e bananildo desce nos trilhos e anda no escuro até a estação mais próxima, de onde tem que andar novamente até chegar ao trabalho.
Chegando lá, toma um esporro do patrão por ter chegado atrasado e rala o dia inteiro, limpando o chão e recolhendo resíduos já que só estudou até a terceira série do primário. Mas bananildo está decidido a mudar de vida, então voltou para a escola. Ele faz agora escola noturna e tem uma nova saga em todo final de tarde para conseguir chegar na escola, uma das únicas em que conseguiu vaga, e que fica bem longe do seu barraco.
Bananildo chega na escola cansado, mas feliz, está estudando para melhorar a sua vida e da família. A má notícia é que o professor faltou novamente, a décima falta só neste mês, e não vai ter aula para o bananildo.
Volta para casa pegando dois ônibus, sendo que o último quebra longe ainda do seu ponto. Decide andar até em casa pois se for esperar o próximo ainda fica duas horas naquele fim de mundo. Chegando em casa, cansado de um dia de cão como o que teve, percebe uma movimentação estranha na porta do barraco.
A filha mais nova acabou de tomar um tiro no peito, devido à uma troca de tiros entre polícia e traficantes locais. A mulher desesperada está carregando a menina ladeira abaixo.
Bananildo pega a menina em seus braços e corre para baixo do morro já que a ambulância não sobe as vielas da favela e a polícia não se deu ao trabalho de parar para ver se tinha atingido algum inocente por engano.
Enquanto corre com lágrimas nos olhos e rezando para Deus poupar a vida de sua filha caçula, bananildo ainda tem tempo de ver uma placa fixada na janela de um dos barracos de sua favela: “Vendo por R$200.000,00 ou alugo por R$50.000 para a Copa”.

Sinto uma profunda vergonha. :oops: :oops: :oops: :oops:










De quem escreveu esse lixo... A quantidade de bobagens, preconceitos e desinformações é o típico retrato do coxismo. Precisa comentar o absurdo que é essa afirmação?
(nem tão seleta assim pois temos um dos maiores contingentes de funcionários públicos do planeta)
Mas veio bem a calhar, afinal... mostra que a Copa que seria "o maior fiasco da humanidade" não foi nada do que eles esperavam. Bem feito para a turma do "Brasil é uma merda". Miami os aguarda de braços abertos.




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Re: MOMENTO ATUAL DA ECONOMIA BRASILEIRA

#6022 Mensagem por Matheus » Sex Set 18, 2015 8:47 pm

rsrsrs




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Re: MOMENTO ATUAL DA ECONOMIA BRASILEIRA

#6023 Mensagem por cassiosemasas » Sex Set 18, 2015 9:33 pm

Matheus esse texto é seu ou não? Se não, por favor, se possível, poste a fonte.




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Re: MOMENTO ATUAL DA ECONOMIA BRASILEIRA

#6024 Mensagem por Mathias » Sáb Set 19, 2015 12:40 am

Nelson Rodrigues atualíssimo.
Puro complexo de vira latas, grau de pureza 99%!




“Os únicos derrotados no mundo são os que deixam de lutar, de sonhar e de querer! Levantem suas bandeiras, mesmo quando não puderem levantar!”.
Mujica.
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Re: MOMENTO ATUAL DA ECONOMIA BRASILEIRA

#6025 Mensagem por cassiosemasas » Sáb Set 19, 2015 1:00 am

Mathias escreveu:Nelson Rodrigues atualíssimo.
Puro complexo de vira latas, grau de pureza 99%!
...rs...

Ok.




...
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Re: MOMENTO ATUAL DA ECONOMIA BRASILEIRA

#6026 Mensagem por Bourne » Seg Set 21, 2015 11:34 pm

[005]





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Re: MOMENTO ATUAL DA ECONOMIA BRASILEIRA

#6027 Mensagem por Bourne » Ter Set 22, 2015 2:34 am

Agora o exemplo de picaretagem e politicagem tucana do senhor Gustavo Franco



Link:

Pontos em que ele força a barra para criar o fantasma:

:arrow: parte do principio que só existe um PT, somando os período do Lula e Dilma.

O que é no mínimo uma aberração. Por que o Lula I e II foi uma política que era orientada pela responsabilidade fiscal, comprometimento com a inflação dentro da meta, reformas institucionais na medida do possível entre outras. Apesar dos maluquinhos estarem no governo, pouco mandavam e tinham poderes limitados nos seus rincões como BNDES. Os cachorros foram soltos na Dilma I quando demitiram todo mundo e colocaram os maluquinhos para tomar conta e incentivar a demanda agregada com mais gastos.

:arrow: Força a barra sobre a criação de riqueza do PSDB e a destruição provocada pelo PT.

O que está errado. O valor dos ativos representa o risco de ter ativos do país. Ativos entendam ações, títulos do governo, compra de empresas, bens e outros. No decorrer de 1994 até 2010 todos os indicadores melhoraram. Por isso tudo bombou, foi mais fácil ter crédito, buscar dinheiro para empresas, estatais e bancos. Um dos sinais era o grau de investimento.

:arrow: Na comparação internacional far outra forçada de barra ao apresentar os números. Parece que o brasil é o mais quebrado do mundo.

O que não é. Entramos sim na fase da dominância fiscal em que a política fiscal ficou tão ruim pelo engessamento dos gastos e queda de receitas que alimenta a inflação. Então, a inflação só cai quando sair dessa armadilha. No entanto, não é o fim do mundo. O país saiu de uma situação pior em 2003.

:arrow: Todas as pedaladas e pecados fiscais são culpa do PT.

Olha, as barbeiragens e maquiagens fiscais eram bem comuns durante os governos FHC. Só diminuíram e quase sumiram no governo Lula I e II. Voltaram a aparecer nas maquiagens do Arno Agustin e Guido Mantega a partir de 2012.

:arrow: A comparação na lenda entre a coreia capitalista e integração vs brasil fechado e anticapitalista

ERRADO.

As origens da industrialização coreana até idos dos anos 1990s era fortemente dominando por grandes corporações em um regime autoritário. Essas corporações aparelham o estado para buscar benefícios fiscais, empréstimos subsidiados e manutenção da ausência de direitos trabalhistas e rede de proteção social. Nesse cenário, era mercado externo a unica saída para as corporações faturarem. Isso só começou a mudar nos anos 1990s com a crise asiática de 1997 que teve como causa original essa estrutura. Além da pressão da sociedade coreana para ter mais direitos e regular essas corporações. Um processo em curso e que torna a coreia ainda muito longe de um país desenvolvido.

No Brasil, o processo foi muito mais democrático com empresas familiares prosperando e se transformando em grandes corporações, acompanhadas dos investimentos das multinacionais e de empresas públicas. A prioridade era atender o mercado interno. No entanto, a estrutura produtiva passou a se dedicar a integração e exportação em idos dos anos 1960s e 1970s em áreas que tinham o mercado interno saturado ou limitado em bens industriais. O fechamento da economia foi coisa dos anos 1980s com a crise externa e falta de dólares para importar.


Não que sejam mentiras na totalidade. Todas as afirmações e dados tem fundo de verdade, mas a leitura é bem direcionada para servir para agradar a platéia.




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Re: MOMENTO ATUAL DA ECONOMIA BRASILEIRA

#6028 Mensagem por Bourne » Ter Set 22, 2015 1:54 pm

Preço do petróleo ladeira abaixo. E o Brasil com isso?

O preço do barril caiu à metade em um ano. Por aqui, o controle da inflação agradece, mas e os investimentos no pré-sal?

Um carrinho de montanha-russa despencando num vale que parece não ter fim. A imagem ajuda a ilustrar o comportamento do preço do barril do petróleo no mercado internacional ao longo do último ano. Em setembro de 2014 era 95,89 dólares, ficou abaixo dos 40 dólares em agosto, e ensaiou leve recuperação nas últimas semanas, aos 45 dólares. O uso do fracking – método que injeta água e areia em alta pressão em formações xistosas para libertar gás e petróleo de lugares antes inacessíveis pelos Estados Unidos –, e a expectativa da volta das exportações do Irã elevam a oferta e ajudam a explicar o que está acontecendo.

Prever o que acontecerá, no entanto, é tarefa árdua para especialistas e atores desse mercado. Na dinâmica da economia, vantagens e desvantagens da cotação atual do petróleo dependem do ângulo – e dos interesses – de quem olha.

No caso do Brasil, que ainda importa parte da gasolina e outros derivados, o preço mais baixo do barril reduz os custos, o que é bom para a economia e para a Petrobras, na avaliação do presidente da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), Maurício Tolmasquim. "O fator cambial comeu parte dessa vantagem, mas a queda do preço do barril é favorável nesse sentido", afirma.

A opinião é compartilhada pelo professor de finanças da graduação e do mestrado da Fundação Instituto de Administração (FIA) Rodolfo Olivo. No atual contexto interno, a redução do preço vem a calhar, já que dispensa a Petrobras de realizar reajustes no preço da gasolina que fatalmente pressionariam para cima os índices de inflação.

Outro aspecto a ser considerado, porém, é o investimento. Embora a maturação da exploração de petróleo seja de longo prazo, barril em baixa significa menos fôlego das petroleiras.

Para Olivo, qualquer impacto negativo para o Brasil só se dará no longo prazo e apenas se o preço do petróleo continuar baixo, o que inibiria novos investimentos. Além disso, o alto custo da extração do óleo do pré-sal exige um preço mínimo que viabilize a atividade. O número, para ele, é em torno de 40 dólares. "A complexidade do pré-sal exige um ponto de equilíbrio e estamos perto dele."

Por outro lado, a a redução do custo dos equipamentos usados na extração do óleo tem como efeito colateral a queda dos preços internacionais, o que pode beneficiar o Brasil. Se, por um lado, o menor preço reduz o recurso excedente das empresas para ampliar a produção, há uma nítida queda nos custos, avalia Tolmasquim.

Fracking

Especialistas apontam o uso do fracking como fator determinante para o aumento da oferta. A técnica colocou os Estados Unidos no topo dos produtores de gás natural e aumentou a produção de petróleo. Tal cenário gerou excedente desses produtos e, consequentemente, derrubou os preços.

A commodity mais barata trouxe benefícios aos países industrializados, com alta demanda, especialmente aos Estados Unidos, que reduziram drasticamente suas importações. Por outro lado, países exportadores de petróleo viram suas receitas despencarem e novos investimentos serem suspensos ou adiados, o que é mais um fator de desequilíbrio na já instável economia mundial.

O uso do fracking, porém, não prejudica apenas as contas dos exportadores de petróleo. O método é considerado nocivo ao meio ambiente e foi associado à ocorrência de terremotos leves nos Estados Unidos e ao aumento de poluição nos lençóis freáticos. Justamente por isso, em março deste ano, o país criou novas regras para seu uso, exigindo, por exemplo, que as empresas isolem seus poços com barreiras de concreto e sejam transparentes quanto às substâncias químicas usadas na atividade.

As novas medidas entraram em vigor em junho e ainda é cedo para medir se haverá algum tipo de impacto sobre a oferta de óleo. "Precisaríamos de pelo menos um ano para saber se haverá algum tipo de redução na produção, mas não acredito que isso ocorra, pois as medidas não devem impactar significativamente os custos de produção por lá", opina o professor Rodolfo Olivo, da FIA.

Efeito Irã

Em um cenário de oferta elevada entra em cena um novo ator: o Irã. O país persa deve dobrar sua produção de petróleo, para 1 milhão de barris por dia, e, ao menos tempo, recuperar a parcela perdida nas exportações com o alívio das restrições comerciais ao país. Esse aumento da oferta tende a puxar para baixo ainda mais o preço do barril.

Em julho, o Irã e seis potências mundiais chegaram a um acordo para restringir o programa nuclear iraniano, e as sanções impostas em 2012 devem ser suspensas assim que o país cumprir todos os termos do pacto.



A volta do Irã com carga total pesa especialmente sobre três dos maiores produtores do mundo: Arábia Saudita, Rússia e Venezuela. A Rússia sofre para manter sua economia diante da queda das receitas provenientes do óleo. A Venezuela, mergulhada em uma grave crise econômica, também amarga os inevitáveis efeitos da queda livre dos preços internacionais, uma vez que é extremamente dependente da receita proveniente da exportação da commodity. Já a Arábia Saudita, que conta com uma economia mais estável, prefere não reduzir a produção para elevar os preços e se manter firme nos mercados conquistados, uma forma de enfraquecer seus concorrentes. A favor da Arábia Saudita estão ainda reservas monetárias de 750 bilhões de dólares e o menor custo de produção do mundo: cerca de 5 dólares por barril.

Alberto Machado Neto, coordenador e professor dos MBAs na área de Petróleo e Gás da Fundação Getulio Vargas (FGV), lembra que o esforço da Arábia Saudita em manter o preço baixo faz parte da estratégia de dificultar o desenvolvimento dos chamados neoprodutores, como Estados Unidos, Canadá e Brasil. A partir do momento em que as grandes corporações lucram menos com o óleo, perdem fôlego para novos investimentos.

E daqui para frente?

Um equilíbrio é esperado para 2018, e em dez anos o preço do petróleo deve estar entre 85 dólares e 90 dólares, segundo Tolmasquim. O presidente da EPE explica que são dois os fatores que levarão o mercado a esse equilíbrio: de um lado, a aguardada retomada do crescimento da economia mundial elevará a demanda. Por outro, o alto custo de extração dos campos marginais deve pesar sobre a oferta do produto.

Machado Neto também não vê a tendência de queda se alongando no médio prazo. Para ele, um preço equilibrado é entre 50 dólares e 70 dólares. Números fora desse intervalo são considerados picos de curto prazo. O especialista observa ainda que se novos patamares de preços se consolidam além dos picos, há margem para países e empresas reverem suas matrizes energéticas, o que mudaria toda a dinâmica desse mercado.

No mapa econômico mundial há outro dado fundamental: dos 15 países mais ricos do mundo, apenas um, a Rússia, é exportador do produto. Outros oito dependem da importação do petróleo, mas seis, incluindo o Brasil, já são autossuficientes na produção.

Atualmente, o Brasil importa uma pequena parte do que consome. Diante de uma pressão altista de preço, porém, pode rearranjar sua matriz energética e reduzir a importação. Dos 45 países mais ricos, apenas quatro são da OPEP (Organização dos Países Exportadores de Petróleo). "É uma queda de braço entre poderes econômicos, entre o poder do petróleo e o poder financeiro", conclui Machado Neto.

http://www.cartacapital.com.br/infraest ... -7266.html




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Re: MOMENTO ATUAL DA ECONOMIA BRASILEIRA

#6029 Mensagem por Wingate » Qua Set 23, 2015 12:10 pm

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Bourne
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Re: MOMENTO ATUAL DA ECONOMIA BRASILEIRA

#6030 Mensagem por Bourne » Qua Set 23, 2015 7:38 pm

Segundo a patrulha da demanda agregada, o Brasil não perderia o grau de investimento, o dólar não tem condições de passar de 3,60, as contas públicas estavam em ótima situação e, o suposto ajuste fiscal, seria desnecessário e, mesmo que houvesse alguma necessidade, irrelevante para crescimento e controle da inflação. Erraram nos três casos.

Nós resta ler os comentário do povo que dizia: EU AVISEI, CAROS COLEGAS....
No início a não do ano alguns dos meus colegas - por cortesia não mencionerei o nome - disseram que a não realização do ajuste fiscal não traria nenhuma consequencia para o país. Mesmo que ocorresse a perda do investment grade, a taxa de câmbio iria, no máximo, a R$ 3,60 ... Bem, nós ainda não perdermos o grau de investimento (é necessário ser rebaixado por mais uma das grandes agencias de rating) e o dólar já passou de R$ 4,00. Se e quando a perda do grau de investimento for confirmada, a taxa de câmbio passará facilmente de R$ 5,00. Nessas condições será impossível reduzir a inflação em 2016 ... Serão mais vários meses de aperto monetário. (José oreiro, o prof. da UFRJ, lembrando que avisou)
Dólar se mantém acima de R$ 4 e volta a fechar no maior valor da história

Apesar de intervenção do BC, a moeda fechou em alta.
O dólar subiu 2,28%, cotado a R$ 4,1461 na venda.

O dólar fechou em alta pela quinta vez seguida nesta quarta-feira (23), e voltou a terminar o dia no maior valor da história. O dólar subiu 2,28%, cotado a R$ 4,1461 na venda. Veja a cotação. Na máxima do dia, o dólar chegou a ser cotado a R$ 4,1517.
Depois de abrir o pregão em queda, o dólar passou a subir minutos depois. Após a moeda bater R$ 4,14 mais cedo, por conta de preocupações com a situação econômica e política no país e temores externos, o Banco Central intensificou a intervenção no câmbio nesta quarta-feira com o anúncio de novos leilões.

Foi o maior avanço diário em três semanas. Na semana e no mês, o dólar acumula alta de 4,75% e 14,31%, respectivamente. Em cinco sessões, o avanço foi de 8,14%. No ano, a moeda já subiu 55,94%.

Intervenção do BC
O BC vendeu no início da tarde 4,4 mil swaps cambiais (papéis que equivalem a uma venda futura de dólares, e servem como uma proteção contra a alta da moeda), da oferta de até 20 mil. O BC anunciou ainda para a tarde desta quarta leilão de venda de até US$ 2 bilhões com compromisso de recompra e, na quinta-feira, outra oferta de até 20 mil swaps cambiais. Todos esses leilões, segundo assessoria de imprensa do BC, não são para rolar (trocar títulos que vencem por títulos novos, para evitar tirar esses recursos do mercado) contratos já existentes.
O BC voltou a realizar neste mês os chamados leilões de linha (venda de moeda norte-americana com compromisso de recompra nos meses seguintes). Ao vender dólares no mercado, o BC atua para tentar conter a alta da moeda – fator que prejudica o controle da inflação, uma vez que insumos e produtos importados ficam mais caros.

Desde abril, o BC não fazia leilão de swap sem ser para rolagem. O Banco Central também deu continuidade ao seu programa diário de interferência no câmbio, seguindo a rolagem dos swaps cambiais que vencem em outubro, vendendo a oferta total de até 9,45 mil contratos. Ao todo, já rolou o equivalente a US$ 7,179 bilhões, ou cerca de 76% do lote total, que corresponde a US$ 9,458 bilhões.
"Uma atuação como essa deveria segurar um pouco, mas a volatilidade está muito grande", disse à Reuters o gerente de câmbio da corretora BGC Liquidez, Francisco Carvalho. "O mercado está perdido e corre para o dólar".
Dólar nos últimos dias
Veja a variação do valor de fechamento em R$.
3,8138
3,8626
3,8341
3,8822
3,9582
3,9809
4,0538
4,1461
cotação em R$
14/09
15/09
16/09
17/09
18/09
21/09
22/09
23/09
3,8
3,9
4
4,1
4,2
3,7
Gráfico elaborado em 23/09/2015
Veja a cotação ao longo do dia:

Às 9h05, caía 0,84%, a R$ 4,0197
Às 9h20, caía 0,75%, a R$ 4,0231
Às 10h20, subia 0,696%, a R$ 4,082
Às 10h30, subia 0,548%, a R$ 4,076
Às 10h50, subia 0,9%, a R$ 4,0903
Às 11h, subia 0,957%, a R$ 4,0926
Às 11h20, subia 1,31%, a R$ 4,1067
Às 11h30, subia 1,85%, a R$ 4,1287
Às 11h40, subia 1,59%, a R$ 4,1182
Às 12h, subia 1,83%, a R$ 4,128
Às 12h10, subia 1,79%, a R$ 4,1266
Às 12h34, subia 1,89%, a R$ 4,1307
Às 12h50, subia 1,28%, a R$ 4,1057
Às 13h06, subia 1,41%, a R$ 4,1111
Às 13h39, subia 1,87%, a R$ 4,1296
Às 13h54, subia 2,04% a R$ 4,1367
Às 14h20, subia 1,85%, a R$ 4,1289
Às 14h54, subia 1,50%, a R$ 4,1145
Às 15h30, subia 1,78%, a R$ 4,1258
Às 15h54, subia 1,93%, a R$ 4,1322
Às 16h28, subia 1,96%, a R$ 4,1335.

Preocupações com o Brasil e pressão externa
Na manhã desta quarta-feira, o presidente do Banco Central Europeu (BCE), Mario Draghi, expressou preocupação com a economia global, o que se somou à já forte apreensão com a economia e a política brasileira.

Mais cedo, a moeda chegou a cair quase 1%, a R$ 4,0145 na mínima do dia, após o Congresso manter alguns vetos da presidente Dilma Rousseff que não devem prejudicar o ajuste fiscal, mas adiar a análise de outros itens importantes.

"(Draghi demonstrou) preocupação com a perspectiva de crescimento global e a apreensão com o Brasil continua", resumiu o economista da 4Cast Pedro Tuesta. Draghi afirmou nesta manhã que o BCE precisa de mais tempo para avaliar se é necessário fortalecer seu programa de compra de ativos, ao mesmo tempo em que ressaltou que a desaceleração de mercados emergentes, o avanço do euro e a queda dos preços de commodities prejudicam as perspectivas econômicas.

A pressão externa somou-se ao quadro político e econômico preocupante no Brasil. Embora a decisão do Congresso nesta madrugada tenha aliviado um pouco essas preocupações, o mercado seguia temeroso.

"O veto mais importante é o do aumento (de salários dos servidores do) Judiciário e não sabemos quando ele vai ser analisado", disse à Reuters o operador de uma corretora nacional, referindo-se ao veto que, se derrubado, vai gerar gastos de R$ 36 bilhões até 2019, segundo cálculos do governo.

A moeda foi pressionada pela notícia de que o ministro da Fazenda, Joaquim Levy, cancelou viagem a Nova York, segundo a Reuters.
Citando riscos aos planos fiscais do governo no curto prazo e a grande probabilidade de novos rebaixamentos da nota de crédito do Brasil, o Credit Suisse passou a projetar que o dólar deve atingir R$ 4,25 em três meses e R$ 4,50 em 12 meses, contra R$ 3,65 e R$ 4,10 reais, respectivamente.
Recorde

A cotação foi a mais alta já registrada desde a criação do real - recorde atingido também na terça-feira (22), quando a moeda fechou a R$ 4,05. A maior até então havia sido registrada em 10 de outubro de 2002, quando o dólar chegou a ser vendido a R$ 4 durante o pregão, mas desacelerou a alta e fechou naquele dia a R$ 3,98.

Na época, a moeda norte-americana foi impulsionada, entre outros, pelas perspectivas de que o então candidato à Presidência Luiz Inácio Lula da Silva (PT) seria eleito, algo que não agradava o mercado financeiro.

No passado, houve um breve período em que R$ 1 chegou a valer mais que US$ 1 na carteira. Isso aconteceu entre 1994 e 1999, quando o governo passou a controlar artificialmente a cotação da moeda norte-americana para estabilizar a economia do país, recém-saída de uma hiperinflação

Dólar turismo a mais de R$ 4,60

Nas casas de câmbio, a disparada do dólar já mostra seus reflexos. Na manhã desta quarta-feira, a cotação passava de R$ 4,60.

O G1 pesquisou o preço para o valor do dólar em três casas de câmbio. A cotação chega a R$ 4,62 no cartão pré-pago (já inclusos os 6,38% de IOF) na Confidence Câmbio. Em espécie, a moeda sai por R$ 4,39. Na Get Money, a cotação chega a R$ 4,58 no cartão pré-pago (já inclusos os 6,38% de IOF). Em espécie, a moeda sai por R$ 4,34. Na Cotação, o dólar sai por R$ 4,39 em espécie, e R$ 4,61.

http://g1.globo.com/economia/mercados/n ... toria.html
As apostas já são de 5 reais até fim do ano. O novo impulso pode ocorrer com um novo rebaixamento de outras agências, resultado desfavorável no congresso ou nas contas do governo ou ocorrer tudo ao mesmo tempo.

Outro problema que está se tornando enorme é a conta dos swaps cambiais e intervenções do mercado pelo BC. Dizem que a conta está em 1,2% do orçamento e crescendo.




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