knigh7 escreveu:Aquele desenho de partes que o Slip Júnior colocou é de 2.008 e foi divulgado num jornal. Vc aproveitou para pegar aquilo que claramente não era factível, exagerado e deixar de lado a palestra da COPAC e do interesse da Embraer para desmoralizar o processo.
Se vc acha que o VP da Embraer estava falando besteira pois em dezembro de 2.010 nenhum caça da short-list FX2 estava no "zero":
Amigo Knigh7, você entendeu perfeitamente que minha menção àquele desenho foi um exemplo de como em nosso país estas declarações e arquivos Powerpoint oficiais são muito mais peças de propaganda do que fontes confiáveis de informação, seja em 2008, 2010 ou 2015.
A sua lista é mais realista, e nela qualquer um com formação técnica percebe que não há praticamente nenhuma novidade que se possa mencionar que seja diferente do que acontece em qualquer produto novo que use as tecnologias atuais fornecidas pelos fabricantes internacionais. Vai-se aprender a fazer manutenção de um certo nível em radares AESA? Mas qualquer radar novo que seja desenvolvido daqui para a frente vai ser AESA, portanto aprender a fazer manutenção neles seria mandatório qualquer que fosse o avião escolhido. A mesma coisa para integração de radares, se a FAB tivesse especificado o uso de algum do tipo para o F-5M ou o AMX a Embraer receberia as instruções para integração do fabricante exatamente do mesmo jeito que a SAAb recebeu. Projeto de estruturas complexas? Eu pessoalmente fazia isso mais de 20 anos atrás, quando trabalhava como engenheiro de projetos na indústria (inclusive na Embraer). E por aí vai.
Ou seja, todos os itens não passam de detalhes que são característicos da colocação em produção de qualquer produto novo, sejam fogões, automóveis ou aviões de caça. Só um pouco mais sofisticados por serem de um produto um pouco mais sofisticado, mas não é nada demais mesmo, isso acontece o tempo todo em qualquer linha de produção nova. E veja bem, não estou querendo desmoralizar processo algum, apenas coloco em perspectiva um programa de co-produção que não é muito diferente do que já foi feito nos mais diversos países (Canadá e Itália com o F-104, Turquia e Coréia do Sul com o F-16, Índia com o SU-30, Paquistão com o J-17, Itália com o F-35, e por aí vai) e que em todos os casos levou sim a um certo incremento na atividade do setor aeroespacial das nações recebedoras do programa mas jamais a alguma revolução que criasse uma fronteira realmente importante nas suas respectivas bases tecnológicas e industriais nacionais.
E volto a dizer, não estou colocando tudo isso para menosprezar o Gripen-NG, muito pelo contrário, dos três concorrentes da Short-List eu considero ele a escolha mais feliz. Apenas, como engenheiro que já viu a implantação, crescimento e queda de muitas e muitas indústrias, não acho que ele seja a panaceia que as declarações oficiais e Powerpoints parecem querer fazer parecer.
Leandro G. Card