TÓPICO OFICIAL DO FX-2: GRIPEN NG

Assuntos em discussão: Força Aérea Brasileira, forças aéreas estrangeiras e aviação militar.

Moderadores: Glauber Prestes, Conselho de Moderação

Qual o caça ideal para o FX?

F/A-18 Super Hornet
284
22%
Rafale
619
47%
Gripen NG
417
32%
 
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Re: TÓPICO OFICIAL DO FX-2: GRIPEN NG

#75811 Mensagem por Carlos Lima » Qui Ago 13, 2015 4:09 pm

Penguin escreveu:
Carlos Lima escreveu:O que falta é uma visão crítica e realmente vermos que pouco dessas ditas tecnologias que serão ""transferidas"" são coisas que necessariamente dependem de alguma maneira do Gripen ser comprado.

Por mim ganharíamos muito mais com um outro tipo de solução em termos de aeronave/parceria por simples questões operacionais... mas não vou entrar nesse mérito.

Mas já que é o Gripen mesmo, eu acho que teríamos muito mais a ganhar caso esse povo todo fosse para a Suécia "pesquisar" com os suecos "como fazer um avião de 5 geração" ou coisa parecida, pois é isso que eles de fato vão fazer com o $$$ que daremos para eles.

Essa é a "tecnologia de ponta", isso pode trazer futuros business para a Embraer e filiadas e tem de fato valor estratégico. Agora ir lá para acompanhar o que os suecos já fazem desde 1980 e poucos em uma roupagem um pouco maior e fazer o mesmo no Brasil a um provável preço mais caro, é ótimo para a propaganda, não tão bom para um real ganho a médio/longo prazo.

Temos que ver esses projetos sob um prisma mais estratégico.

[]s
CB_Lima
Para que isso ocorra, vc tem que estabelecer algum tipo de parceria que seja de interesse mútuo, inclusive em termos de valor (não necessariamente financeiro).
A Suécia firmou com a Turquia um acordo para prestar consultoria ao projeto TFX.
Ofereceu serviços à Coreia do Sul no seu KFX.
Independente do FX2, se o Brasil fosse desenvolver algo similar, poderia tb contratar esses serviços.
OU...poderia propor desenvolver algo similar em conjunto....SE isso fosse do interesse da Suécia.
OU poderia solicitar alguma coisa como contrapartida, com se faz.

Na apresentação acima, os dois itens abaixo da ToT da Saab para a Embraer podem ter claramente alguma aplicação em um futuro caça a ser desenvolvido pela Embraer:
- O desenvolvimento da fuselagem, ensaios de fadiga e medidas e assinatura radar;
- Os desenvolvimento de interferência e compatibilidade eletromagnética;
Mas é aí a que está a questão... tal parceria já deveria vir atrelada ao que está acontecendo hoje no F-X. Tecnologias de 4 geração já antigas não agregam nada para quem tem a Embraer (ou muito pouco).
Esse tipo de pesquisa pode não estar associada necessariamente a termos um 'caça' feito na Embraer o que é algo realisticamente utópico. O que interessa de fato é aprendermos determinadas tecnologias que ajudem no futuro desenvolvimento de aeronaves da Embraer e empresas fornecedoras de materiais.

Esse tipo de pesquisa é algo que os suecos ainda estão aprendendo... daí deveríamos ir lá e fazermos a coisa juntos. Isso sim agrega valor e de fato é uma parceria.

O que vamos fazer com uma aeronave de 4 geração é legal, mas nem de longe é essa coisa toda. É rodar em círculos em cima de coisas que já fazemos ou não fazemos porque é economicamente não víavel, mais do que necessariamente díficil.

[]s
CB_Lima




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Re: TÓPICO OFICIAL DO FX-2: GRIPEN NG

#75812 Mensagem por knigh7 » Qui Ago 13, 2015 6:16 pm

LeandroGCard escreveu:
knigh7 escreveu:A Embraer tem 600 engenheiros/especialistas trabalhando no desenvolvimento do KC-390.

Segue o link com a palestra de 27 de maio deste ano com o atual Presidente da COPAC, onde o projeto do GripenNG-BR é tratado a partir do PPT 26.
http://jornalggn.com.br/sites/default/f ... os_cha.pdf


O Brasil irá mandar 357 engenheiros/especialistas para a Suécia. Mas é evidente que não são somente estes que são os brasileiros que vão trabalhar no desenvolvimento do Gripen. Da AEL, por exemplo, somente 8 irão para o país escadinavo.
O Offset da aquisição dos 36 caças gerará 2.300 empregos diretos no setor aeroespacial brasileiro e cerca de 14.650 empregos no total aqui.
Estes 600 engenheiros e técnicos da Embraer foram os envolvidos apenas no DESENVOLVIMENTO DO PROJETO do KC-390. Dentro da empresa há mais de 2.000 outros engenheiros e técnicos trabalhando em seus testes e na montagem da linha de produção, e os empregos gerados por ele ao longo da sua cadeia de produção se elevarão a vários milhares em todas as empresas envolvidas, no Brasil e no exterior.

Já os 357 envolvidos diretamente com o Gripen estarão responsáveis por tudo, da participação brasileira no desenvolvimento (que é pequena afinal O PROJETO JÁ ESTÁ PRONTO) à montagem da linha de produção e o desenvolvimento de fornecedores locais. Quando a linha estiver montada haverão algumas centenas a mais trabalhando diretamente nela. Os outros empregos citados estarão distribuídos por fabricantes de componentes menores, até simples parafusos. A maioria deles não dedicados exclusivamente ao Gripen-NG. E os OFffsets serão em diversas áreas, muitas não necessariamente ligadas sequer ao setor aeronáutico, e muitas vezes em coisas que já produzimos. Além de terem sido oferecidos por todos os concorrentes (na verdade os Offsets seriam tanto maiores quanto maior fosse o valor do contrato, e o do Gripen-NG era o menor valor de todos os três da short-list).


Leandro G. Card
Não, Leandro. 357 é o número de engenheiros que irá à Suécia. Veja novamente os PPTs.
Considerar que somente estes participarão no projeto... seria o mesmo que considerar que somente os 8 engenheiros da AEL que irão àquele país é que trabalharão no desenvolvimento do WAD. Desde 2.010 a AEL tem 21 engenheiros nesse projeto e com certeza esse número irá aumentar a partir do financiamento.
Teste faz parte do desenvolvimento. São 600 engenheiros/especialistas que estão trabalhando nisso na Embraer.

Esse projeto irá gerar 14.650 empregos diretos e indiretos aqui. Para se comparar, segue o trecho de uma das matérias da FSP, sobre o relatório vazado:
Na questão de oferta de empregos, a comissão da FAB ouviu as empresas brasileiras de defesa e avaliou que a proposta da Saab pode gerar 22 mil postos; a da Boeing, 5.000, e a da Dassault, 2.500. Responsável por uma das avaliações externas, a pedido da FAB, a Embraer apontou a proposta sueca como mais estimulante à indústria nacional.
via http://www.aereo.jor.br/2010/02/04/segu ... a-frances/

Não chegou aos 22 mil postos, talvez nem chegue, mas é indiscutivelmente maior que a das outras 2. O pessoal chora de barriga cheia. :? :?




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Re: TÓPICO OFICIAL DO FX-2: GRIPEN NG

#75813 Mensagem por Carlos Lima » Qui Ago 13, 2015 6:30 pm

Eu fico imaginando o motivo de tanta discrepância entre projetos e tanta gente no caso do Gripen considerando que o projeto está praticamente desenvolvido.

Além do mais essas info's são de 5 anos e 1/2 atrás.

[]s
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Re: TÓPICO OFICIAL DO FX-2: GRIPEN NG

#75814 Mensagem por knigh7 » Qui Ago 13, 2015 6:38 pm

LeandroGCard escreveu:
knigh7 escreveu:Caças de 4,5ª geração são um misto de 4ª com 5ª, faltando principalmente a capacidade furtiva. Aliás, o projeto "NG" tem uma vantagem que ele é de concepção recente, com várias alterações.
Eles são aeronaves com estrutura de 4ª geração (que já dominamos faz tempo) com eletrônica mais avançada, que vamos importar e juntar as peças, usando tecnologia israelense da AEL. Sobra a execução da programação da interface, basicamente definir que imagens aparecerão como em que canto na tela.

Não precisaríamos especificamente do Gripen-NG para desenvolver isso, se algum cliente digamos do ST ou de alguma modernização do AMX, do F-5M ou do A-1 solicitasse uma MMI assim, já poderíamos fazer mesmo sem conversar com sueco algum. Se aparecesse alguém na AEL pedindo para instalar isso em qualquer outro avião garanto que ela se viraria também, no máximo conversando com os israelenses (o que, aliás, ela vai fazer para o Gripen-NG).

Veja bem, não estou desmerecendo o Gripen-NG em si ou o envolvimento das empresas brasileiras nele, mas apenas tentando desmistificar esta ideia de que este projeto será algum tipo de revolução para o Brasil que não poderia ocorrer de nenhuma outra forma. Da mesma maneira que alguns anos atrás alguns afirmavam que sem a parceria com a Dassault a Embraer não teria acesso a tecnologias estruturais necessárias para desenvolver o KC-390, mas a tal parceria não saiu e o KC-390 está aí de qualquer jeito :wink: .


Leandro G. Card

A Embraer citou algumas vezes as transferências de tecnologia que ela desejava no FX2.

Essas são de uma entrevista que a Alide fez com o então vice-presidente da empresa, Orlando Neto:
A nossa conversa se iniciou com o programa F-X2, sempre com a preocupação de não comprometer as cláusulas de confidencialidade assinadas pela empresa com o Comando da Aeronáutica. Respondendo a nossa pergunta de abertura, Orlando Neto disse que a Embraer não se sentia “desconfortável” de ter que ficar participando desta concorrência “do banco”, e não no “campo”como costuma fazer normalmente. “Cada programa tem suas características próprias” disse ele. “Nós já fomos majoritários, minoritários... Pelo modelo adotado no F-X as decisões são todas da Força Aérea, nós entramos toda vez que ela quer nossa opinião. Não, a situação não é, nem um pouco desconfortável para nós.” Orlando contou ainda que as tecnologias sensíveis desejadas pela FAB e pela Embraer passam pelo conceito de autonomia industrial, envolvendo, entre outras, a capacidade de integração de radares e do programa de operações de vôo (flight operations program) para podermos dominar a integração de sistemas digitais complexos e tudo que for integração de sistemas. No plano de estruturas, o design de asas supercríticas e o projeto de estruturas complexas.


http://www.alide.com.br/joomla/index.ph ... lando-neto




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Re: TÓPICO OFICIAL DO FX-2: GRIPEN NG

#75815 Mensagem por knigh7 » Qui Ago 13, 2015 6:43 pm

Carlos Lima escreveu:Eu fico imaginando o motivo de tanta discrepância entre projetos e tanta gente no caso do Gripen considerando que o projeto está praticamente desenvolvido.

Além do mais essas info's são de 5 anos e 1/2 atrás.

[]s
CB_Lima
O trecho é sobre sobre geração de emprego e não transferência de tecnologia. A ToT se tivéssemos entrado no projeto seria maior mesmo.

Mas "projeto pronto" do Gripen "E" está longe disso. O primeiro protótipo, o 39-8 irá voar no ano que vem. O Penguin na página anterior colocou o PPT da SAAB com o previsto em cada um. E serão fabricados 1 por ano.




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Re: TÓPICO OFICIAL DO FX-2: GRIPEN NG

#75816 Mensagem por LeandroGCard » Qui Ago 13, 2015 7:08 pm

knigh7 escreveu:Não, Leandro. 357 é o número de engenheiros que irá à Suécia. Veja novamente os PPTs.
Considerar que somente estes participarão no projeto... seria o mesmo que considerar que somente os 8 engenheiros da AEL que irão àquele país é que trabalharão no desenvolvimento do WAD. Desde 2.010 a AEL tem 21 engenheiros nesse projeto e com certeza esse número irá aumentar a partir do financiamento.
Teste faz parte do desenvolvimento. São 600 engenheiros/especialistas que estão trabalhando nisso na Embraer.
Knigh7, acho que você não entendeu.

Pra começar, na verdade a quantidade de pessoas trabalhando no KC-390 na Embraer é bem maior que 600 pessoas, são pelo menos 1500 envolvidas diretamente com o projeto e desenvolvimento dentro da empresa da Embraer Defesa&Segurança. Somando o total incluindo fornecedores são 7500. Informações do próprio presidente de antes do primeiro vôo:

"Nelson Düring – DefesaNet: Gostaria de finalizar fazendo uma pequena pergunta ao doutor Jackson. Qual é o esforço no KC-390, quantos empregados, engenheiros estão alocados nesse projeto?

Jackson Schneider - EDS: Nessa fase, diretamente, apenas na Embraer, sem considerar os fornecedores, nós temos 1500 funcionários diretamente dedicados ao projeto. Nós estimamos considerando o esforço de fornecedores e movimentação e mão de obra indireta e outras 7 500 posições estão envolvidas com este projeto. Essa é mais ou menos a nossa estimativa de modo geral. Só para conceituar, essas 7 500 outras pessoas, naturalmente, não são apenas Embraer, são mão de obra indireta gerada em toda a estrutura: fornecedores que estão trabalhando com isso e empresas que emprestam serviço diretamente. "


Fonte: http://www.defesanet.com.br/kc390/notic ... ao-EDS-II/

E o programa ainda está em uma fase de protótipos, que aliás foi estendida. O primeiro vôo foi realizado com peças fabricadas fora das especificações de projeto (palavra de um cliente meu diretamente envolvido com a construção de dispositivos para o programa). Quando se chegar à fase de industrialização este número aumentará, e muito mesmo.
Esse projeto irá gerar 14.650 empregos diretos e indiretos aqui. Para se comparar, segue o trecho de uma das matérias da FSP, sobre o relatório vazado:

Na questão de oferta de empregos, a comissão da FAB ouviu as empresas brasileiras de defesa e avaliou que a proposta da Saab pode gerar 22 mil postos; a da Boeing, 5.000, e a da Dassault, 2.500. Responsável por uma das avaliações externas, a pedido da FAB, a Embraer apontou a proposta sueca como mais estimulante à indústria nacional.
A grande maioria destes empregos contabilizados pela Folha de São Paulo (que evidentemente não é um órgão especializado na indústria e que não tem como checar seus dados) não será de pessoal diretamente ligado 8h por dia à produção do Gripen-NG, e sim de empregados de empresas e linhas produção que, entre outras coisas, estará fazendo peças para os 36 aviões. Gente que em sua maioria já está empregada e fazendo seu trabalho para outras coisas. O que aliás também é verdade para aqueles 7500 trabalhando para o KC-390. Ou você acredita mesmo que são necessárias quase quinze mil pessoas - quase metade do pessoal hoje empregado no setor aeroespacial em todo o Brasil segundo o BNDES (Fonte de 2013: http://exame.abril.com.br/revista-voce- ... ao-decolar - deve ter diminuído hoje) - trabalhando oito horas por dia para entregar apenas um avião a cada 1,5 mês (e ainda mais sendo que uma boa parte dos componentes dele vem prontinhos e embalados lá de fora - como aliás ocorreria e sempre ocorrerá com qualquer outro caça fabricado em nosso país)?

Agora, que o Gripen-NG gerará mais empregos do que faria um Rafale ou um SH acho que não pode haver dúvida. Mas esta questão da geração de empregos em linhas de montagem é mesmo um aspecto tão importante assim na aquisição deste tipo de equipamento? Precisa mesmo ficar procurando este tipo de detalhe para justificar que ele seria tão estrondosamente importante para a indústria aeronáutica brasileira? O avião é bom e barato, e atende às nossas necessidades, precisa dourar tanto a pílula?


Leandro G. Card




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Re: TÓPICO OFICIAL DO FX-2: GRIPEN NG

#75817 Mensagem por Carlos Lima » Qui Ago 13, 2015 7:12 pm

Cadê o Joinha?? Leandro... [100] [009]

[]s
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Re: TÓPICO OFICIAL DO FX-2: GRIPEN NG

#75818 Mensagem por LeandroGCard » Qui Ago 13, 2015 7:18 pm

knigh7 escreveu:A Embraer citou algumas vezes as transferências de tecnologia que ela desejava no FX2.

Essas são de uma entrevista que a Alide fez com o então vice-presidente da empresa, Orlando Neto:
A nossa conversa se iniciou com o programa F-X2, sempre com a preocupação de não comprometer as cláusulas de confidencialidade assinadas pela empresa com o Comando da Aeronáutica. Respondendo a nossa pergunta de abertura, Orlando Neto disse que a Embraer não se sentia “desconfortável” de ter que ficar participando desta concorrência “do banco”, e não no “campo”como costuma fazer normalmente. “Cada programa tem suas características próprias” disse ele. “Nós já fomos majoritários, minoritários... Pelo modelo adotado no F-X as decisões são todas da Força Aérea, nós entramos toda vez que ela quer nossa opinião. Não, a situação não é, nem um pouco desconfortável para nós.” Orlando contou ainda que as tecnologias sensíveis desejadas pela FAB e pela Embraer passam pelo conceito de autonomia industrial, envolvendo, entre outras, a capacidade de integração de radares e do programa de operações de vôo (flight operations program) para podermos dominar a integração de sistemas digitais complexos e tudo que for integração de sistemas. No plano de estruturas, o design de asas supercríticas e o projeto de estruturas complexas.
knigh7, eu acompanhei com cuidado na época como foram feitas estas discussões. O pessoal do governo simplesmente enviou memorandos às empresas perguntando burocraticamente o que elas poderiam querer, sem nem mesmo saber o significado das respostas, e depois as compilou em um documento que tinha como principal função ajudar a justificar a aquisição de um novo caça para uma sociedade que está mais preocupada com manteiga e pão. Daí ele conter "pérolas" com esta do "design de asas supercríticas", que a Embraer já executa desde o projeto do Xingú :roll:(Fonte: http://www.centrohistoricoembraer.com.b ... Xingu.aspx). E quanto ao projeto de estruturas complexas, as estruturas do Gripen-NG já não foram projetadas no Brasil mesmo pelo pessoal da Akaer?


Muito cuidado com estes ""documentos oficiais" divulgados no Brasil, a maioria é apenas para inglês ver (e rir muito :wink: ).


Leandro G. Card




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Re: TÓPICO OFICIAL DO FX-2: GRIPEN NG

#75819 Mensagem por Penguin » Qui Ago 13, 2015 10:52 pm

Vale a pena ler de novo...



Alide entrevista César Silva da Akaer
Escrito por Felipe Salles
Sáb, 26 de Setembro de 2009 18:12


Nas movimentadas últimas semanas da concorrência para fornecer o novo caça da FAB, um nome novo surgiu no noticiário, o da empresa brasileira Akaer. Introduzido na mídia por sua associação com a Saab que deve fazer da Akaer seu principal parceiro brasileiro no programa Gripen NG. ALIDE falou pelo telefone com o Sr César Silva, diretor executivo da Akaer para entender o que é essa empresa e qual o papel que ela ambiciona cumprir no futuro da indústria aeronáutica brasileira.



ALIDE: O que vem a ser a Akaer?



CS: Ao contrário do que muitos pensam nossa empresa não é nenhuma novata, nós temos mais de 18 anos trabalhando junto com a Embraer no desenvolvimento dos seus produtos. Nós somos uma empresa de serviços de engenharia. Nos dedicamos em auxiliar os grandes fabricantes, os “prime contractors”, empresas como a Embraer, no desenvolvimento de seus aviões, desde a concepção passando pelos diversos tipos de análise executadas nas estruturas aeronáuticas. Nós já realizamos milhões de horas de serviços ligados à engenharia aeroespacial.



ALIDE: Em que projetos vocês trabalharam?



CS: Em muitos programas! Por exemplo, entre 1998 e 1999 nós detalhamos o projeto das asas do Super Tucano para a Embraer. Além disso, fomos contratados para projetar em detalhe a empenagem traseira e a fuselagem traseira deste modelo. Hoje somos um subcontratado aprovado pela Embraer para atender às necessidades deles no futuro. Para a indústria belga nós desenvolvemos a porta do trem de pouso e o bordo de ataque da asa do novo transporte militar da Airbus, o A400M. Até no programa A380 nós participamos.



ALIDE: Como a Saab achou vocês?



CS: A Saab nos conheceu no processo de busca de parceiros brasileiros para o Gripen NG no Brasil, eles ficaram impressionados com o nível do nosso desenvolvimento e acabou encontrando na Akaer um parceiro industrial um vez que já somos um fornecedor global. Nós podemos fornecer componentes e realizar os ensaios de materiais necessários para certificar a qualidade da produção local



ALIDE: Muita gente tem a impressão de que o Gripen NG não existe, de que é um “avião de papel”, um programa por isso de grande risco....



CS: O Gripen NG não é um caça 100% novo, ele é uma derivação do programa original do Gripen C/D, o que reduz bastante o seu nível de risco. Veja a questão de transferência de tecnologia, segundo a FAB um dos pilares sustentando o Programa F-X2... Nós sabemos que mais importante que meramente “fazer” será saber “fazer certo”. E isso só se aprende num programa ainda se encontra em andamento, não num cujo desenvolvimento já chegou à sua conclusão.



ALIDE: Sua participação no NG é condicionada à vitória deste modelo no F-X2?



CS: Não! Nós fomos contratados pela Saab para realizar parte do desenvolvimento do novo modelo, independentemente da decisão do Brasil. Obviamente, se isso ocorrer, o nosso pacote deve aumentar. Seria um impacto muito grande nas nossas atividades.



ALIDE: Qual o impacto da atual Crise Global no volume de trabalho da Akaer?



CS:Houve uma diminuição muito significativa nos contratos colocados pela Embraer nas empresas aeroespaciais brasileiras, das de menor porte. A indústria brasileira esta quase “falindo”. Se o NG for escolhido isso nos capacitaria para competir de frente no mercado de aeroestruturas. Criaríamos, assim, uma real empresa brasileira de aeroestruturas com atuação global. Além do que, o “spin-off” deste negócio seria muito grande.



ALIDE: Quantas pessoas a Akaer mandou no time que foi recentemente à Suécia?



CS: São hoje 20 técnicos e engenheiros, em outubro irão mais três. O grupo permanecerá por lá até aproximadamente a o fim do ano. Nesta fase estamos nos familiarizando com a tecnologia e com a forma de trabalhar da Saab, uma vez que todo nosso desenvolvimento será realizado aqui mesmo no Brasil. Teremos que implementar um novo padrão de segurança física e lógica, para podermos entrar neste programa.




Nossa equipe irá desenvolver o conceito da aeronave para poder, em seguida, criar o ferramental, projetar os componentes do NG e eventualmente produzir todas as peças primárias do novo avião aqui. Tanto aquelas metálicas, quanto as fabricadas em material composto. Caberá, no entanto, à Embraer realizar a montagem final do avião unindo as peça e instalando os diversos sistemas produzidos por cada um dos subcontratados, em suas próprias instalações em Gavião Peixoto.



ALIDE: A Akaer produz suas peças? Ou apenas as projeta?



CS: A Akaer é uma empresa de serviços de engenharia, nos apenas projetamos. O lado industrial é realizado por um grupo de empresas que atuam perto de nós.




ALIDE: Para a Akaer qual o grande projeto aqui que está mais lhes motivando?



CS: Inegavelmente é o trabalho do projeto da nova asa em fibra de carbono.



ALIDE: Mas a asa do NG não é justamente a mesma já utilizada no Gripen Demo?



CS: Não exatamente, a asa do Gripen Demo é uma “gambiarra”, no bom sentido... apenas uma solução parcial, temporária. Nela, não houve nenhuma preocupação em se desenhar uma estrutura que fosse efetivamente “certificável’, algo com duração e resistência mínima garantida de “X” horas de vôo. Também, a estrutura da asa do Demo não foi otimizada para se garantir o menor custo, nem de ser aquela mais simplificada para melhorar o processo de produção. Tudo isso é necessário ser feito antes do produto poder passar à produção seriada. Esta será a primeira vez que uma asa supercrítica com superfícies compostas de fibra de carbono será projetada no Brasil. Caberá à Akaer todo o trabalho de “serialização” desta asa. A Saab precisava de parceiros para o refinamento do projeto da célula, da estrutura. Nós faremos todos os ensaios de fadiga de diversos dos módulos estruturais do avião, antes de darmos início a sua fabricação. Se o NG ganhar o F-X2 um dos protótipo será testado por nós até o equivalente a 10.000 horas de vôo.



ALIDE: No Gripen C/D quem desenhou a asa e realizou todos estes passos de teste?



CS: Eles foram todos realizados pela própria Saab. Faz muitos anos que isso se deu, a tecnologia mudou por completo, novos materiais e técnicas surgiram. É isso que faz deste projeto, algo totalmente distinto daquilo que já passou anteriormente. Todas as peças do NG serão novas, e a tecnologia muito mais avançada.




ALIDE:Como se dará a transferência de tecnologia no F-X2?



CS: Transferência de tecnologia é sempre uma coisa muito complicada, não é um processo “genérico” e muitos fabricantes falam que transferem tecnologia sabendo muito bem que não transferirão nada. Para o Brasil os temas mais atraentes são sem dúvida os sistemas de controle de vôo e controle de missão, pois na integração produtiva nós somos bastante desenvolvidos. A relação com a Saab garantira ao Brasil ter aqui um rig (simulador de sensores, de painel, de sistemas de navegação e de armamento) completo dos sistemas do avião idêntico ao que vai existir na Suécia. Todo o código fonte do novo modelo será aberto ao Brasil, e será desenvolvido conjuntamente aqui pelos próximos cinco anos. Por isso se uma versão naval for solicitada pelo Ministério da Defesa nós teremos a capacidade para desenvolve-la, independentemente, aqui no Brasil. Nós saberemos modificar o software e poderemos criar novas versões sem precisar da ajuda de mais ninguém.



ALIDE: A FAB está solicitando condições dos fabricantes selecionados para montar uma linha final no país, como a Saab pretende fazer isso?



CS: Será realmente que os outros dois concorrentes estão interessados em mover suas linhas de produção para cá? No caso do NG a única linha de produção final do modelo, pelo menos neste momento, será aqui no Brasil. Quando a força aérea sueca, em alguns anos, quiser o Gripen NG para substituir os seus modelos mais antigos nos tornaremos parceiros da Saab, produzindo módulos estruturais para os aviões destinados à força aérea sueca.




ALIDE: O programa em curso atualmente e a fabricação eventual do NG no Brasil são processos interligados?



CS: De certa forma sim, esta etapa inicial é uma fase de aprendizado, só depois virá a produção do F-X2.



ALIDE: O que a FAB exigiu em termos de transferência de tecnologia no RFP do F-X2?



CS: Obviamente não posso dar detalhes, mas, a grosso modo se fala de uma série de objetivos a serem atendidos. Um deles estipula que pelo menos 80% da transferência de tecnologia deverá ocorrer diretamente, ou seja, tecnologias características/presentes no caça ofertado.




ALIDE: A Saab anunciou que o Gripen NG tem um custo de aquisição que será a metade do proposto pelos franceses para o Rafale, isso é verdade?



CS: Claro que é! Inclusive, além disso, o custo operacional do NG será na casa de um quarto do custo do caça francês! A decisão de usarmos apenas um motor no nosso avião foi uma grande vantagem. Os americanos concordam conosco pois o futuro F-35 também só tem um motor. Os bimotores tem custos de aproximadamente US$16.000,00 por hora de vôo, enquanto nosso modelo não passa dos US$4.500,00 por hora de vôo. Por isso não tenho dúvida que a FAB quer mesmo o Gripen NG.



O NG esta sendo desenhado com um foco em redução dos Life Cycle Costs (“LCC” - os custos totais de vida útil parâmetro que engloba custos de compra, de operação e de modernização). Nenhum país, especialmente o Brasil, pode se dar ao luxo de “torrar dinheiro” a toa. Se já foi comentado na imprensa que todos os contendores do F-X2 atendem aos requisitos técnicos da FAB, qual a razão para alguém optar, justamente, pelo modelo mais caro?



ALIDE: As duas outras empresas proponentes do F-X2 chegaram a abrir conversas com a Akaer para o caso de seus aviões ganharem a concorrência?



CS: A Dassault nunca sequer nos procurou, e a Boeing não passou de promessas vagas de nossa participação em outro modelo de avião. Certamente o trabalho ofertado não seria no F-18E/F. Qualquer acordo com empresas de tecnologia aeroespacial brasileiras necessariamente implicam na mudança de empregos dos seus países-sede para o Brasil, e pelo que percebemos, nem franceses nem americanos parecem achar essa idéia interessante.

Diferente da proposta da Saab, que só prevê a linha de produção brasileira, os outros dois exigem um sobrepreço para fabricar seus caças no país. Cerca de 6000 pessoas na França dependem da linha de produção do Rafale, qualquer produção no Brasil ameaça os empregos destas pessoas.




ALIDE: Se deixarmos por um momento de olhar a questão da produção local, qual dos outros aviões é o mais competitivo?



CS: Se pensamos em uma compra de “prateleira” o F-18 é a melhor possibilidade, justa por sua imensa carteira com centenas de encomendas firmes da US Navy.



ALIDE: Quantos empregos seriam gerados se o NG fosse escolhido no Brasil?



CS: Pelo menos três mil empregos diretos seriam criados neste cenário, com outros 15.000 indiretos. Este fortalecimento da indústria aeroespacial brasileira naturalmente gerará novas oportunidades de negócios com empresas no exterior.




ALIDE: A Embraer foi alertada publicamente pela FAB para não tomar partido no F-X2, a associação da Saab com sua empresa não teme ser vista repetindo o jogo arriscado da Embraer no primeiro F-X?



CS: Acredito que não há muito como comparar os dois casos. A Akaer ainda é um fornecedor menor e, desta maneira, não temos tamanho suficiente para “balançar” o processo



ALIDE: Quanto a Saab pretende investir no Brasil se ganhar o F-X2?



CS: Podemos dizer que tudo que o Brasil vier a pagar à Saab, será integralmente reinvestido em empresas operando no país. Se US$ 5 bilhões for contratado da Saab, US$ 5 bilhões serão investidos aqui.



ALIDE: Como está sendo remunerado este trabalho desenvolvido agora na Suécia pela Akaer?



CS: Uma parte do serviço está sendo pago diretamente pela Saab enquanto o restante se trata de um investimento de risco da própria Akaer.



ALIDE: Houve realmente alguma conversa para a venda da Saab para a Embraer?



CS: Até onde eu sei nunca existiu essa conversa de fusão.



ALIDE: Qual o futuro da Akaer?



CS: Se tudo der certo devemos constituir uma holding junto com nossas empresas industriais associadas. Esta seria uma integradora de primeiro nível, uma “First Tier”. Projetaremos, integraremos e montaremos módulos e estruturas completas para os grandes fabricantes de aeronaves do mundo, os “Principals”.



Faríamos uma integração vertical cobrindo todo o processo, do design à montagem dos módulos. Hoje nosso grupo, o chamado "T1", é um consórcio, se virarmos uma holding o plano seria eventualmente, em uns cinco anos, abrir nosso capital no mercado de capitais.



ALIDE: Qual o valor dos negócios atuais da Akaer?



CS: Se o Gripen NG for o caça escolhido pela FAB, nos próximos cinco anos, nossa previsão é de faturar cerca de 500 milhões de dólares. Para podermos seguir crescendo, estaremos sempre ativamente buscando novos negócios além deste. Novamente, se o NG for escolhido nosso crescimento seacelerará fortemente, abrindo nosso potencial de exportação. Símbolo da nossa situação atual é o fato de que recebemos já quatro ou cinco propostas de investimento privado.



ALIDE: que forma teria este investimento?



CS: Pelo que vemos os investidores preferem ser acionistas do que meros emprestadores de dinheiro.



ALIDE: O Brasil tem hoje recursos humanos capacitados e no numero suficiente para atender à demanda das empresas de engenharia aeroespacial?



CS: Os brasileiros são reconhecidos globalmente como um povo muito capacitado, e contamos hoje com toda a uma geração de engenheiros que participou diretamente de muitos projetos de sucesso e de desenvolvimento completo. Para mim está claro que nossa indústria aeroespacial precisa se diversificar, pois precisamos ter mais do que apenas uma grande empresa de aeronáutica nacional, como a Embraer, e uma penca de empresas de pequeno porte.



ALIDE: O prazo da entrega inicial da primeira aeronave em 2014 não é estreito demais para o Gripen NG.



CS: Não creio que seja, estamos fala do da Saab, uma empresa com ampla experiência, e o Gripen NG, um modelo que é uma variação de outro anterior e ainda em produção. Nosso plano é ter os quatro NG cabeça de série protótipos voando em 2011 e os primeiros aviões cabeça de série de produção sendo entregues no ano de 2014. Ao final do programe de certificação espera–se que três destes quatro “cabeças-de-série”, sejam eventualmente vendidos aos clientes do modelo.



ALIDE: A falta de um compromisso (encomendas) de longo prazo do governo sueco com o Gripen NG parece ser ainda um limitante, para vendas para o exterior, isso é fato?



CS: Até onde eu sei, o Governo Sueco já aprovou o orçamento para a compra de um número de Gripens NG, já a partir de 2018.




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Re: TÓPICO OFICIAL DO FX-2: GRIPEN NG

#75820 Mensagem por Mathias » Qui Ago 13, 2015 10:55 pm

Pois é, o grande problema é essa douração de pílula desnecessária, que na minha opinião só conta contra, porque lá na frente a realidade vai surgir as decepções dos que se basearam na pílula com casquinha de ouro vão ser grandes.
Vão dizer que é o AMX-II.




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Re: TÓPICO OFICIAL DO FX-2: GRIPEN NG

#75821 Mensagem por Penguin » Qui Ago 13, 2015 11:08 pm

Mathias escreveu:Pois é, o grande problema é essa douração de pílula desnecessária, que na minha opinião só conta contra, porque lá na frente a realidade vai surgir as decepções dos que se basearam na pílula com casquinha de ouro vão ser grandes.
Vão dizer que é o AMX-II.
Qualquer info. que se traga sobre a proposta da Saab/Gripen NG será vista como douração de pílula... :roll:




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Re: TÓPICO OFICIAL DO FX-2: GRIPEN NG

#75822 Mensagem por Mathias » Qui Ago 13, 2015 11:13 pm

Isso é você que está falando, sua opinião, ou realmente vamos "fabricar Gripen-NGBr" aqui, com mais da metade do avião vindo pronta de fora, especialmente as tecnologias mais sensíveis?
Mudar a tela do painel é realmente um salto tecnológico para o País?
Integrar armas é realmente algo que ainda não fazemos?

Como eu já disse, os suecos da Suécia com os quais conversei na LAAD têm um discurso bem diferente dessas maioneses.




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Re: TÓPICO OFICIAL DO FX-2: GRIPEN NG

#75823 Mensagem por kirk » Qui Ago 13, 2015 11:20 pm

Mathias escreveu:Isso é você que está falando, sua opinião, ou realmente vamos "fabricar Gripen-NGBr" aqui, com mais da metade do avião vindo pronta de fora, especialmente as tecnologias mais sensíveis?
Mudar a tela do painel é realmente um salto tecnológico para o País?
Integrar armas é realmente algo que ainda não fazemos?

Como eu já disse, os suecos da Suécia com os quais conversei na LAAD têm um discurso bem diferente dessas maioneses.
Sob essa ótica, também não fabricamos Super Tucanos, nem AEW&C, nem KC-390, nem aviões comerciais ... aliás sob essa ótica a Embraer não sabe nada além de apertar parafusos ...




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Re: TÓPICO OFICIAL DO FX-2: GRIPEN NG

#75824 Mensagem por kirk » Qui Ago 13, 2015 11:40 pm

12 de Agosto, 2015 - 09:30 ( Brasília )
SAAB - Muito além do Gripen NG

A escolha da Saab pelo Governo brasileiro na concorrência do projeto FX-2, que visa o reequipamento da Força Aérea Brasileira (FAB), possibilita uma parceria que vai muito além do fornecimento de 36 caças Gripen E/F. Para atender ao pedido, a companhia comprometeu-se em desenvolver uma ampla cooperação industrial.

“O Brasil escolheu a Saab porque queria ter o que há de mais avançado em tecnologia, com a possibilidade de ainda impulsionar sua própria indústria”, destaca Mikael Franzén, gerente do programa Gripen no Brasil.

Além das 28 aeronaves Gripen E/F monoposto e do desenvolvimento de oito aeronaves biposto, com entrega prevista entre 2019 e 2024, o contrato envolve a compra de um sistema de armamento pronto para uso, treinamentos, peças de reposição, suporte, planejamento e manutenção.

“Assumimos um compromisso tecnológico com relação aos caças, que prevê desenvolvimento, produção e manutenção”, diz Göran Almquist, vice-gerente do programa Gripen no Brasil. “O principal objetivo é qualificar a indústria brasileira até que esta possa não só manter a frota de caças Gripen, mas também desenvolver sua própria tecnologia”.

Em breve, a Saab e seus parceiros brasileiros, liderados pela Embraer, darão início ao programa de transferência de tecnologia. Um dos primeiros passos será a chegada de mais de 350 brasileiros, entre engenheiros, mecânicos e pilotos, além de suas famílias, à Suécia, para qualificação e treinamento prático, onde estarão envolvidos simultaneamente em diversos projetos.

Esta fase terá início no segundo semestre de 2015 e seguirá durante alguns anos, até o retorno gradual da equipe ao Brasil, com seu conhecimento adquirido. Nesta fase, os funcionários da Saab irão acompanhá-los na instalação das operações no país.

“Aprendemos muito ao trabalhar com outras empresas e culturas, e incorporamos seus melhores métodos de trabalho”, explica Almquist. “Temos um bom ponto de partida. Por exemplo, nossa parceira, a Embraer, é a terceira maior companhia de aviação do mundo, com quem temos muito a aprender”.

“Temos um período muito inspirador à nossa frente”, destaca Franzén. “Gostaríamos de dar as boas-vindas aos nossos futuros colegas, que escolheram se mudar do Brasil para a Suécia.”

Brasil Olha para o Futuro

Ao escolher o caça Gripen, a Força Aérea Brasileira sinalizou que está levando seus recursos para o próximo nível.

O Brasil é a nação dominante na América do Sul. De longe o maior país do continente, só não faz fronteira com dois países. Comumente conhecido como um dos países que fazem parte dos BRIC (Brasil, Rússia, Índia e China), o Brasil normalmente se classifica entre as economias com crescimento mais rápido do mundo em desenvolvimento. Com o seu crescente perfil internacional, o Brasil começou a modernizar seus recursos de defesa e a fomentar seu setor aeroespacial.

Em dezembro de 2013, após muitos anos de avaliação detalhada, o governo brasileiro selecionou a Saab para fornecer 36 caças Gripen para o projeto de caças F-X2 da força aérea.

O ministro da defesa do Brasil enfatizou que umas combinações de diversas vantagens revelaram ser decisivas para a Saab. Ele observou que a proposta oferecia o melhor equilíbrio entre o alto desempenho operacional e custos de aquisição e manutenção favoráveis do Gripen e a oferta de transferência e parceria industrial da Saab.

O Chefe de Mercado da Região da América Latina da Saab, Bo Torrestedt, vem trabalhando no Brasil e regiões vizinhas nos últimos 25 anos. “O custo de administração de nosso sistema é substancialmente menor que a dos outros concorrentes”, disse Torrestedt.

Um estudo realizado pelos analistas militares IHS Jane´s descobriu que o Gripen tem o menor custo operacional de qualquer caça ocidental atualmente no mercado, a $4.700 por hora, em comparação com $11.000 do Super Hornet F/A-18E/F da Boeing e $16.500 do Rafale da Dassault, as outras duas aeronaves em análise.

A Saab compartilhará a tecnologia com os contratados e diversas peças da aeronave serão feitas no Brasil.

“O Gripen E/F está dando um grande passo para a próxima geração de caças”, disse Torrestedt. “Junto com isso vêm também muitas melhorias que fazem dele uma nova aeronave. Determinados trabalhos de engenharia e desenvolvimento serão feitos no Brasil, enquanto outros serão realizados na Suécia e na Suíça. Esse acordo está condicionado à Suíça manter sua decisão de também comprar o Gripen”.

A empresa aeroespacial brasileira Embraer desempenhará um papel importante na fabricação dos caças. “A Saab também prometeu desenvolver um unidade de produção de aeroestruturas na cidade de São Bernardo do Campo no estado de São Paulo", disse Torrestedt.

A Saab já tem presença significativa no Brasil, pois nos últimos 13 anos, o país já coloca em voo aeronaves de vigilância equipadas com o sistema aéreo de alerta antecipado e controle ERIEYE desenvolvido pela Saab.

A empresa também forneceu equipamento de treinamento e simulação, mísseis superfície-ar, sistemas de radar para rastreamento de mísseis, além de armas eletrônicas e equipamentos marítimos.

Esta história, combinada com o longo processo de seleção para o contrato do caça, deu à Saab alta visibilidade no Brasil, podendo influenciar as decisões de países vizinhos, como o Chile, México, Peru e Colômbia.

Torrestedt disse que, por um longo tempo, o interesse da Europa na América Latina foi ofuscado pelo seu envolvimento na Ásia e em outras regiões, mas o interesse aumentou acentuadamente nos últimos anos. “Atualmente a América Latina tem uma economia muito mais estável, está mais estável em termos políticos e vem aumentando seus gastos em defesa e segurança, pois muitos dos países possuem materiais velhos e obsoletos”.

Um passo a frente

O Brasil enfrenta desafios exclusivos para manter controle sobre a atividade em suas fronteiras.

Imagine uma vasta faixa de território, aproximadamente do tamanho da Europa, coberta pela maior floresta tropical do mundo. Uma área com população esparsa e virtualmente inacessível, um lugar onde os traficantes de droga operam de forma rotineira e a mineração e o desmatamento ilegais são constantes. Bem-vindo à Bacia Amazônica do Brasil.

A área carece de infraestrutura e é impossível policiá-la por terra. Em 2002, o Brasil equipou um grupo de aeronaves com um sistema de vigilância eletrônica, a fim de monitorar as atividades.

Erik Winberg, Diretor de Desenvolvimento de Negócios da Saab, foi um player-chave para vencer um contrato em março de 2013 para a modernização do Sistema Aéreo de Alerta Antecipado e Controle na aeronave E-99 da Força Aérea Brasileira, fabricado pela empresa aeroespacial brasileira, Embraer.

“Os traficantes de drogas cortam árvores e fazem pistas de pouso na selva para pequenas aeronaves", disse Winberg. “Agora esse sistema é capaz de detectar essas aeronaves e ver onde eles aterrissaram. Os brasileiros explodem as pistas de pouso e um mês depois há novas pistas, portanto, existe um conflito contínuo".

Antes de o Brasil ter lançado o sistema de vigilância, disse Winberg, os traficantes podiam operar com impunidade. Mas, o lançamento do sistema em 2002 mudou essa equação e, dois anos mais tarde, o Brasil alterou a sua lei para permitir que os militares abatessem aeronaves suspeitas de tráfico de drogas. Os traficantes respondiam tentando parecer aeronaves civis, e, assim sendo, o conflito permanece.

“A Força Aérea Brasileira é muito silenciosa sobre suas operações, mas eles não estão brincando”, disse Winberg. Com o Brasil sediando os Jogos Olímpicos em 2016, o sistema de vigilância provavelmente será usado para proteger esses locais.
http://www.defesanet.com.br/gripenbrazi ... Gripen-NG/




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Re: TÓPICO OFICIAL DO FX-2: GRIPEN NG

#75825 Mensagem por prp » Qui Ago 13, 2015 11:43 pm

O autocad já está voando?




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