País banana, justiça banana...

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Re: País banana, justiça banana...

#706 Mensagem por Túlio » Ter Jun 23, 2015 1:55 pm

nveras escreveu:A maioridade é seletiva para várias coisas: para votar, para casar, para ser preso, para comprar arma e etc. Não vejo problema algum nisso. Ou vamos permitir que se compre armas aos dezesseis anos?
E o título do tópico está ao contrário. É JUSTIÇA BANANA, PAÍS BANANA.

Nem nos EUA, ao menos que eu saiba, um guri de 12 vai na loja e compra uma arma. Mas se for aqui, e tiveres um filho dessa idade e o deixares fazer um selfie com a carabininha que lhe deste de aniversário, é tu em cana e o guri no Conselho Tutelar. Sem comparação (por isso falei COVARDIA :wink: 8-] )...




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Re: País banana, justiça banana...

#707 Mensagem por nveras » Ter Jun 23, 2015 1:59 pm

Túlio escreveu:
nveras escreveu:A maioridade é seletiva para várias coisas: para votar, para casar, para ser preso, para comprar arma e etc. Não vejo problema algum nisso. Ou vamos permitir que se compre armas aos dezesseis anos?
E o título do tópico está ao contrário. É JUSTIÇA BANANA, PAÍS BANANA.

Nem nos EUA, ao menos que eu saiba, um guri de 12 vai na loja e compra uma arma. Mas se for aqui, e tiveres um filho dessa idade e o deixares fazer um selfie com a carabininha que lhe deste de aniversário, é tu em cana e o guri no Conselho Tutelar. Sem comparação (por isso falei COVARDIA :wink: 8-] )...
Eu já tinha chegado a essa conclusão. Vivemos num mundo muito fresco atualmente. :mrgreen:




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Re: País banana, justiça banana...

#708 Mensagem por Marechal-do-ar » Ter Jun 23, 2015 4:44 pm

nveras escreveu:A maioridade é seletiva para várias coisas: para votar
Direito aos 16, dever aos 18, de qualquer jeito o impacto de um único voto é bem pequeno.

Mas tem coisas que não concordo com o voto, por exemplo, ser obrigatório.
nveras escreveu:para casar
16 com autorização dos país, a pessoa só está livre para casar com quem bem entende aos 18.
nveras escreveu:para ser preso
12 para ser "internado" (que significa ter a liberdade restringida) na fundação casa e 18 para ser preso (que significa ter a liberdade restringida), a diferença está no conjunto de leis que vai restringir a liberdade e a forma como o julgamento é conduzido, no caso do julgamento de um maior de idade ele é considerado totalmente responsável por si próprio, o que não seria verdade para alguém que não tem plena maioridade.

12 anos também é a idade em que a criança pode escolher se vai ficar sob a guarda do pai ou mãe, um direito incrível equivalente a responsabilidade criminal, não?

E 14 anos é a idade de consentimento sexual e de poder trabalhar como menor aprendiz, assim, se um homem transar com uma menina de 13 anos ele a estará estuprando independente da vontade da garota porque pela lei ela ainda não tem idade para consentir o ato, já se um garoto de 13 anos estuprar uma mulher adulta... Bom... Ai eu já não sei, a lei é incoerente nesse caso.
nveras escreveu:para comprar arma e etc.
18 para armas de pressão e 25 para armas de fogo notar que na Alemanha, por exemplo, a idade para se inscrever em clubes de tiro é de 10 anos, mas acompanhado de um responsável.
nveras escreveu:Não vejo problema algum nisso. Ou vamos permitir que se compre armas aos dezesseis anos?
É o que teríamos que fazer se quiséssemos julgar pessoas de 16 anos como adultos.

A lei hoje possui algumas (na realidade diversas) incoerências, um princípio até óbvio é que primeiro vem os direitos e responsabilidade sobre o próprio corpo e sobre a própria vida, depois vem a responsabilidade sobre a vida dos outros, as incoerências são pelo fato de que a lei demora muito para dar o direito e a responsabilidade sobre o próprio corpo, mas essa mesma lei já é muito apressada na hora de cobrar responsabilidades.

Entendo que a lei tenha ficado assim por dois motivos:
1) A mania brasileira de, quando uma lei não é aplicada alterar ela para que ela fique mais dura ao invés de investigar porque ela não é aplicada;
2) O brasileiro tem a mania de proteger o próprio filho sempre achando que ele ainda não está pronto para o mundo e por isso a lei não deixa ele fazer nada, mas na hora de falar dos filhos dos outros ai esses sempre são culpados e devem ser responsabilizados e duramente castigados por isso, se depois de reduzir a maioridade a polícia passasse a prender playboy que faz m**** em pouco tempo teria discussão para aumentar a maioridade para 21 anos.

Toda essa discussão de maioridade começou por causa de menores infratores que não são presos e não sofrem qualquer consequência pelos seus atos, isso deveria ser tarefa do ECA, o que deveria se fazer é verificar se o ECA está sendo aplicado, não está, há menores com 16 passagens pela polícia, e pelo ECA, isso não seria possível, então, garantir que o ECA seja aplicado, segundo passo, caso o problema persista, verificar por que o ECA não funciona e alterar de acordo, sendo que o primeiro passo não foi feito é óbvio que nem se cogitou isso, alias, até cogitaram a propostas de alterar o ECA, propostas que não levaram em conta que o ECA está sendo ignorado.

Ao invés disso preferem criar mais uma incoerência nas leis encaixando alguns jovens em outras leis e que todos sabem de antemão que não resolver nada, mas acham "justo".




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Re: País banana, justiça banana...

#709 Mensagem por nveras » Ter Jun 23, 2015 5:23 pm

Marechal-do-ar escreveu:
nveras escreveu:A maioridade é seletiva para várias coisas: para votar
Direito aos 16, dever aos 18, de qualquer jeito o impacto de um único voto é bem pequeno.

Mas tem coisas que não concordo com o voto, por exemplo, ser obrigatório.
nveras escreveu:para casar
16 com autorização dos país, a pessoa só está livre para casar com quem bem entende aos 18.
nveras escreveu:para ser preso
12 para ser "internado" (que significa ter a liberdade restringida) na fundação casa e 18 para ser preso (que significa ter a liberdade restringida), a diferença está no conjunto de leis que vai restringir a liberdade e a forma como o julgamento é conduzido, no caso do julgamento de um maior de idade ele é considerado totalmente responsável por si próprio, o que não seria verdade para alguém que não tem plena maioridade.

12 anos também é a idade em que a criança pode escolher se vai ficar sob a guarda do pai ou mãe, um direito incrível equivalente a responsabilidade criminal, não?

E 14 anos é a idade de consentimento sexual e de poder trabalhar como menor aprendiz, assim, se um homem transar com uma menina de 13 anos ele a estará estuprando independente da vontade da garota porque pela lei ela ainda não tem idade para consentir o ato, já se um garoto de 13 anos estuprar uma mulher adulta... Bom... Ai eu já não sei, a lei é incoerente nesse caso.
nveras escreveu:para comprar arma e etc.
18 para armas de pressão e 25 para armas de fogo notar que na Alemanha, por exemplo, a idade para se inscrever em clubes de tiro é de 10 anos, mas acompanhado de um responsável.
nveras escreveu:Não vejo problema algum nisso. Ou vamos permitir que se compre armas aos dezesseis anos?
É o que teríamos que fazer se quiséssemos julgar pessoas de 16 anos como adultos.

A lei hoje possui algumas (na realidade diversas) incoerências, um princípio até óbvio é que primeiro vem os direitos e responsabilidade sobre o próprio corpo e sobre a própria vida, depois vem a responsabilidade sobre a vida dos outros, as incoerências são pelo fato de que a lei demora muito para dar o direito e a responsabilidade sobre o próprio corpo, mas essa mesma lei já é muito apressada na hora de cobrar responsabilidades.

Entendo que a lei tenha ficado assim por dois motivos:
1) A mania brasileira de, quando uma lei não é aplicada alterar ela para que ela fique mais dura ao invés de investigar porque ela não é aplicada;
2) O brasileiro tem a mania de proteger o próprio filho sempre achando que ele ainda não está pronto para o mundo e por isso a lei não deixa ele fazer nada, mas na hora de falar dos filhos dos outros ai esses sempre são culpados e devem ser responsabilizados e duramente castigados por isso, se depois de reduzir a maioridade a polícia passasse a prender playboy que faz m**** em pouco tempo teria discussão para aumentar a maioridade para 21 anos.

Toda essa discussão de maioridade começou por causa de menores infratores que não são presos e não sofrem qualquer consequência pelos seus atos, isso deveria ser tarefa do ECA, o que deveria se fazer é verificar se o ECA está sendo aplicado, não está, há menores com 16 passagens pela polícia, e pelo ECA, isso não seria possível, então, garantir que o ECA seja aplicado, segundo passo, caso o problema persista, verificar por que o ECA não funciona e alterar de acordo, sendo que o primeiro passo não foi feito é óbvio que nem se cogitou isso, alias, até cogitaram a propostas de alterar o ECA, propostas que não levaram em conta que o ECA está sendo ignorado.

Ao invés disso preferem criar mais uma incoerência nas leis encaixando alguns jovens em outras leis e que todos sabem de antemão que não resolver nada, mas acham "justo".
Os argumentos são bons, mas ninguém vai me convencer de que um assassino de 16 anos não sabia o que estava fazendo. É recuperável? Talvez sim, talvez não. No atual sistema penitenciário, muito provável que não.
E se eu disser que a prisão de um jovem ladrão de 16 anos, pode até salvar a vida deste jovem? Se não estiver preso, tem grande chance de ser morto, ou pela polícia, ou por um segurança, ou até pelos comparsas. Mas, mesmo assim, eu sou mais radical. Quem comete um assassinato com requintes de crueldade aos dezesseis anos, para mim, não tem recuperação.




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Re: País banana, justiça banana...

#710 Mensagem por Marechal-do-ar » Ter Jun 23, 2015 5:51 pm

nveras escreveu: E se eu disser que a prisão de um jovem ladrão de 16 anos, pode até salvar a vida deste jovem?
E eu concordo, alias, acho que tem mais chances até se prender antes, mas não acho que deva ser tratado com adulto e que essa prisão (no sentido de restrição de liberdade) deva ser tratada como é a prisão de um adulto hoje.

Esses jovens assassinos que de tempos em tempos aparecem na TV não cometeram em seu primeiro crime um assassinato cruel, e nem com 16 anos, o primeiro crime geralmente é um furto ou roubo de coisas pequenas e mais jovens, 13 anos talvez, se tivessem sido levados a algum lugar para reeducação, ou talvez, um orfanato decente talvez isso os impedisse de progredir para crimes mais graves.




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Re: País banana, justiça banana...

#711 Mensagem por nveras » Ter Jun 23, 2015 7:00 pm

Marechal-do-ar escreveu:
nveras escreveu: E se eu disser que a prisão de um jovem ladrão de 16 anos, pode até salvar a vida deste jovem?
E eu concordo, alias, acho que tem mais chances até se prender antes, mas não acho que deva ser tratado com adulto e que essa prisão (no sentido de restrição de liberdade) deva ser tratada como é a prisão de um adulto hoje.

Esses jovens assassinos que de tempos em tempos aparecem na TV não cometeram em seu primeiro crime um assassinato cruel, e nem com 16 anos, o primeiro crime geralmente é um furto ou roubo de coisas pequenas e mais jovens, 13 anos talvez, se tivessem sido levados a algum lugar para reeducação, ou talvez, um orfanato decente talvez isso os impedisse de progredir para crimes mais graves.
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Re: País banana, justiça banana...

#712 Mensagem por prp » Ter Jun 23, 2015 9:14 pm

Marechal-do-ar escreveu:
nveras escreveu: E se eu disser que a prisão de um jovem ladrão de 16 anos, pode até salvar a vida deste jovem?
E eu concordo, alias, acho que tem mais chances até se prender antes, mas não acho que deva ser tratado com adulto e que essa prisão (no sentido de restrição de liberdade) deva ser tratada como é a prisão de um adulto hoje.

Esses jovens assassinos que de tempos em tempos aparecem na TV não cometeram em seu primeiro crime um assassinato cruel, e nem com 16 anos, o primeiro crime geralmente é um furto ou roubo de coisas pequenas e mais jovens, 13 anos talvez, se tivessem sido levados a algum lugar para reeducação, ou talvez, um orfanato decente talvez isso os impedisse de progredir para crimes mais graves.
Mas e o que cometeu esse crime bárbaro?




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Re: País banana, justiça banana...

#713 Mensagem por Wingate » Ter Jun 23, 2015 9:26 pm

Mais um que vai pro xilindró (José Rainha Júnior, ex-líder do MST):

Justiça condena José Rainha Júnior a 31 anos de prisão por 3 crimes

Ele vai responder por extorsão, formação de quadrilha e estelionato.

Réu foi investigado em 2011 por desvio de verbas de assentamentos.

http://g1.globo.com/sp/presidente-prude ... rimes.html

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Re: País banana, justiça banana...

#714 Mensagem por Marechal-do-ar » Ter Jun 23, 2015 9:51 pm

prp escreveu:Mas e o que cometeu esse crime bárbaro?
Pergunta interessante, os que cometeram o estupro e assassinato de uma das jovens já tinham diversas passagens pela polícia, um deles (acredito que o que cometeu o homicídio), tinha 16 passagens, se em cada uma delas ele tivesse enfrentado a internação, mesmo do jeito molenga que é hoje, em cada uma delas ele teria passado ao menos 6 meses preso e não poderia ter 16 passagens e ainda ser menor de idade, quando ele conseguisse uma ficha tão suja já seria um adulto.

Mas digamos que fosse um réu primário ou com poucas passagens e tivesse cometido tal barbárie, ai ele teria a sua liberdade restringida por um bom tempo (o ECA prevê até três anos, embora os critérios para chegar a isso sejam discutíveis, e de qualquer jeito, não concordo com, no fim do período, "despejar" o jovem na rua, se ele não tiver uma família apta a cuidar dele acho que o estado deve assumir a responsabilidade até que ele atinja a maioridade), seria acompanhado de perto e, quando saísse, já seria um adulto e enfrentaria consequências muito piores caso repetisse um crime assim.




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Re: País banana, justiça banana...

#715 Mensagem por prp » Ter Jun 23, 2015 10:09 pm

Marechal-do-ar escreveu:
prp escreveu:Mas e o que cometeu esse crime bárbaro?
Pergunta interessante, os que cometeram o estupro e assassinato de uma das jovens já tinham diversas passagens pela polícia, um deles (acredito que o que cometeu o homicídio), tinha 16 passagens, se em cada uma delas ele tivesse enfrentado a internação, mesmo do jeito molenga que é hoje, em cada uma delas ele teria passado ao menos 6 meses preso e não poderia ter 16 passagens e ainda ser menor de idade, quando ele conseguisse uma ficha tão suja já seria um adulto.

Mas digamos que fosse um réu primário ou com poucas passagens e tivesse cometido tal barbárie, ai ele teria a sua liberdade restringida por um bom tempo (o ECA prevê até três anos, embora os critérios para chegar a isso sejam discutíveis, e de qualquer jeito, não concordo com, no fim do período, "despejar" o jovem na rua, se ele não tiver uma família apta a cuidar dele acho que o estado deve assumir a responsabilidade até que ele atinja a maioridade), seria acompanhado de perto e, quando saísse, já seria um adulto e enfrentaria consequências muito piores caso repetisse um crime assim.
Obrigado, perfeita sua resposta.
Pra mim, é óbvio que como está não deve ficar, como você mesmo falou, se a família não está dando conta de manter a criança ou adolescente no caminho o Estado tem que agir, e retirar a criança da rua, a internação limitada a três anos é um absurdo.
Acho que a primeira coisa a se fazer é retirar o pátrio poder dos pais em caso de reincidência criminal dos menores, e a partir daí só liberar o menor após de constatado que os pais tem condições de cuidar dessa criança, caso contrário a internação permanece até a maioridade.

Nos casos de crimes bárbaros, latrocínio, estupro etc, sou da opinião que devem ser julgados como adulto, a partir dos 13 anos. Isso porque caso chegue a um extremo desses é porque tudo falhou, daí só resta afastar esse cidadão o maior tempo possível do convívio da sociedade.




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Re: País banana, justiça banana...

#716 Mensagem por Bolovo » Ter Jun 23, 2015 10:58 pm

Clermont escreveu:
Túlio escreveu:Se já tem maioridade aos 16 para votar, se vai ter para ir preso, por que não para tirar CNH, por exemplo?
Nos Estados Unidos, a idade para dirigir varia nos 50 estados entre 14 anos e 17 anos.

No Canadá é de 16 anos. Como também em outros países anglo-saxônicos.
Mas e a idade para comprar bebida é muito normal ser ao redor dos 21. Sabe o que tudo isso significa? Isso mesmo, absolutamente nada.




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Re: País banana, justiça banana...

#717 Mensagem por cassiosemasas » Ter Jun 23, 2015 11:38 pm

a solução é uma só....o sistema prisional, e ao que tange aos de menor idade, funcionarem de forma efetiva.
quanto aos que não tem jeito o negócio e deixar guardado! até findar sua existência...
mas sabemos, como isso que acabei de digitar, que isso esta muito distante da nossa realidade.




...
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Re: País banana, justiça banana...

#718 Mensagem por prp » Ter Jun 23, 2015 11:50 pm

Bolovo escreveu:
Clermont escreveu: Nos Estados Unidos, a idade para dirigir varia nos 50 estados entre 14 anos e 17 anos.

No Canadá é de 16 anos. Como também em outros países anglo-saxônicos.
Mas e a idade para comprar bebida é muito normal ser ao redor dos 21. Sabe o que tudo isso significa? Isso mesmo, absolutamente nada.
Pois é.

Olhem esses dados, é um ponto a se checar, teoricamente deveria ocorrer a diminuição da criminalidade nesse período, já que mais gente está sendo presa, mas o que ocorreu foi o contrário, quanto mais prisões maior o número de crimes.


23/06/2015 12h39 - Atualizado em 23/06/2015 13h10
Número de presos dobra em 10 anos e passa dos 600 mil no país
Levantamento do G1 faz raio X do sistema prisional no Brasil em 2015.
Faltam 244 mil vagas nas cadeias; 39% dos presos são provisórios.

Clara Velasco, Rosanne D'Agostino e Thiago Reis Do G1, em São Paulo
Facebook

Com um déficit de 244 mil vagas no sistema penitenciário, o Brasil já conta com 615.933 presos. Destes, 39% estão em situação provisória, aguardando julgamento. É o que mostra um levantamento feito pelo G1 com base em dados fornecidos pelos governos dos 26 estados e do Distrito Federal referentes a maio deste ano.

VEJA O MAPA COM DADOS DE TODOS OS ESTADOS

Há superlotação em todas as unidades da federação. A média no país é de 66%. Em Pernambuco, no entanto, essa taxa chega a 184%.

Os dados obtidos pela reportagem são os mais atualizados disponíveis. Os últimos números divulgados pelo Ministério da Justiça, por exemplo, são relativos a dezembro de 2013. O órgão deve lançar nesta terça (23) um relatório com os dados de junho de 2014. A Secretaria Nacional da Juventude também divulgou um mapa do encarceramento no início do mês, mas com dados de 2012.
saiba mais

Com maior superlotação prisional do país, PE vive emergência há 5 meses
Piauí tem o maior percentual de presos provisórios do Brasil
Amazonas tem quase três vezes mais presos que vagas em presídios

O levantamento do G1 mostra que, em dez anos, dobrou o número de presos no sistema carcerário – ante um aumento de apenas 10% da população brasileira no mesmo período. Em 2005, a população carcerária era formada por 300 mil pessoas.

O "boom" de presidiários tem feito com que a maioria dos estados abra mais vagas, ampliando ou construindo mais unidades. Em pouco mais de um ano, quando foi feito o último levantamento pela reportagem, foram acrescidos ao sistema 8 mil lugares – insuficientes, no entanto, para a nova demanda, de 52 mil presos. Há atualmente 371 mil vagas no sistema.

Para a socióloga Camila Nunes Dias, da UFABC, é preciso encontrar alternativas ao modelo atual de encarceramento. “Não há mais condições de expandir vagas, muito menos na proporção que a demanda sempre crescente requer. Os números mostram que é preciso encontrar alternativas. A prisão não é mais uma opção viável, nem economicamente, pelos custos (e a privatização a meu ver não é uma solução), nem socialmente, porque ela amplifica a violência, pelas suas próprias características, de estar absolutamente dominada por facções criminosas”, afirma.

Presos provisórios
Um dos principais problemas enfrentados diz respeito à quantidade de presos provisórios. Atualmente, há 238 mil presos aguardando julgamento dentro dos presídios – 39% do total. No Piauí, o índice chega a 66%. No estado, há casos como o de um detento que roubou R$ 200 de um comércio e um ano e quatro meses depois ainda não foi julgado.
Em fevereiro de 2015, foto mostra presos amontoados em unidade no Amazonas (Foto: Sinpol-AM/Divulgação)

Camila Nunes Dias atribui boa parte desse contingente às prisões em flagrante. “O sistema judiciário não tem capacidade de dar conta desse excesso de prisões em flagrante, não consegue julgar as pessoas em um tempo razoável. Então há uma enorme quantidade de presos provisórios aguardando julgamento em regime fechado, o que é um absurdo. E vale lembrar que isso só acontece porque essas pessoas, em sua absoluta maioria, são desprovidas de assistência jurídica”, afirma a pesquisadora, que também é associada ao Núcleo de Estudos da Violência (NEV) da USP e ao Fórum Brasileiro de Segurança Pública.

Segundo ela, muitos juízes estão “descolados da realidade social brasileira” e acabam condenando as pessoas à pena de prisão “de forma indiscriminada”. "Quando tem condições de pagar um bom advogado, sobretudo quando não cometeu um crime violento, a pessoa consegue aguardar o julgamento em liberdade."
615.933
é o número de presos no país

371.459
é o número de vagas no sistema

Em São Paulo, um projeto implantado no começo do ano tenta agilizar a análise das prisões provisórias. Agora, o preso em flagrante tem direito a uma audiência de custódia. Ou seja, sua prisão só poderá ser convertida em preventiva (sem prazo) na presença do juiz, advogado ou defensor e Ministério Público, em até 24 horas. Antes, o juiz convertia a prisão baseado no que estava escrito no flagrante.

"Nós percebemos que praticamente metade das prisões em flagrante não está sendo convertida em prisão preventiva. Os juízes estão verificando que nem sempre o flagrante é bem decretado", afirma o presidente do Tribunal de Justiça de São Paulo, José Renato Nalini. "O preso só veria o juiz depois de meses ou até de anos conforme o curso do processo. Agora, essa prisão já é resolvida e pode até ser aplicada uma medida alternativa, como tornozeleira."

Segundo o magistrado, embora o objetivo dessas audiências não seja o de aliviar o sistema prisional, a medida em longo prazo deve ter esse efeito. "Nós temos uma cultura da prisão enfatizada, de enxergar a prisão como única resposta à delinquência. Porém, a tendência a longo prazo será mostrar que a liberdade deverá ser preservada, porque grande parte desses presos não deveria sequer entrar no sistema prisional."

A pesquisadora da UFABC também ressalta o caráter repressivo da polícia nos dias de hoje. “Nas últimas décadas, os governos estaduais têm priorizado a Polícia Militar, com investimento em viaturas e armamentos, e deixado a Polícia Civil sucateada, perdendo cada vez mais sua capacidade de investigação. Há uma quantidade muito pequena de presos por homicídio justamente por isso. Dificilmente uma pessoa suspeita desse crime é presa em flagrante. Já a PM tem muitas vezes uma atuação obsessiva e violenta.”
Lucas foi mantido em uma cela com outros 80 homens no Complexo do Curado, sendo obrigado a dormir sentado (Foto: Penélope Araújo/G1)



Superlotação
Pernambuco é o retrato da superlotação nos presídios. Com o maior déficit de vagas proporcionalmente, o Estado está há cinco meses em situação de emergência. Isso porque sucessivas rebeliões no Complexo do Curado deixaram quatro mortos e dezenas de feridos no início do ano. Ao todo, Pernambuco tem três vezes mais presos que vagas.

Detentos relatam condições subumanas nas cadeias. Alguns dizem que a presença da polícia dentro das unidades é quase inexistente. "Quem manda lá dentro são os chaveiros, e tem de tudo, inclusive droga e arma. Quando eles [os policiais] vêm entrar, já é tarde demais", conta um deles.

No Amazonas, o segundo estado com a maior superlotação prisional do país, a situação não é diferente. Em um vídeo obtido pelo G1 feito pelo Sindicato dos Funcionários da Polícia Civil do Estado do Amazonas (Sinpol-AM), é possível ver presos amontoados em celas de uma delegacia do interior do estado.

“As prisões têm se deteriorado pelo próprio processo de encarceramento. Com a ampliação do número de presos, o estado é incapaz de acompanhar esse aumento, em termos de expansão das vagas, e há automaticamente uma deterioração das condições das prisões, tanto física como moral. O espaço hoje é desumano, a comida é um horror. Há uma piora na qualidade de todos os serviços e deficiência na assistência jurídica, social, médica”, afirma Camila Nunes Dias.

A socióloga diz que os estados não têm interesse em investir nas prisões já existentes. “Quando isso ocorre, é sempre na construção de novas unidades. A relação preso/agente penitenciário, por exemplo, está cada vez pior. Em São Paulo, às vezes há um agente para tomar conta de 400 presos. E essa situação se repete em outros estados.”

Para o presidente do TJ-SP, é preciso uma mudança de consciência. "Trancar todo mundo, prender, é uma solução simplista, egoísta, que não resolve o problema. Temos que fazer com que as pessoas repensem essa tática de querer construir cada vez mais presídios e criar feras, que saem com raiva e dispostas a se vingar do mundo. Somos o 4º país que mais prende. Não queremos chegar ao primeiro lugar."




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Re: País banana, justiça banana...

#719 Mensagem por Túlio » Qua Jun 24, 2015 2:22 am

cassiosemasas escreveu:a solução é uma só....o sistema prisional, e ao que tange aos de menor idade, funcionarem de forma efetiva.
quanto aos que não tem jeito o negócio e deixar guardado! até findar sua existência...
mas sabemos, como isso que acabei de digitar, que isso esta muito distante da nossa realidade.

Taí a charada, e é sem solução. Tem mais AP aqui e todos vão te dizer isso. Aliás, vão te contar o que o Povo pensa sobre. Curioso, na manhã de ontem conversei com uma Advogada chamada Aline e tive (LOGO EU, PUTZ) de repreendê-la suavemente, lembrando que cadeia não é VINGANÇA SOCIAL! Só que os PAGADORES DE IMPOSTOS querem isso.

Mas é FATO, todas são sucursais do inferno, quem te fala passou décadas nesse mundinho, cupincha...




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cassiosemasas
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Re: País banana, justiça banana...

#720 Mensagem por cassiosemasas » Qua Jun 24, 2015 3:29 am

é verdade e concordo plenamente...o que é uma pena, mas tu sabes muito mais do que muitos aqui sobre isso, pois como bem digitastes, passou décadas trabalhando nesse sistema bizarro que temos.




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