Luís Henrique escreveu:Carlos Lima escreveu:Luís,
No mundo real não existe esse troço de "mais próxima"... ou é ou não é. Nada ou muito pouco é facilitado porque você está mais próximo.
E isso porque tal "proximidade" com operações embarcadas (exemplo em questão) podem ser exatamente os limites da aeronave sem muita coisa sendo futucada.
Como estamos tentando dizer para você, existe uma diferença enorme entre marketing e a prática. Em uma concorrência de Bilhões de Dólares aonde a END empurrou a provável idéia de aviões para a MB também, e aonde tanto o SHornet quanto o Rafale também são aviões navais (do zero), o que você acha que qualquer pessoa diria no caso do Gripen?
Não é muito díficil chegar a essa conclusão.
Eu sei que você quer acreditar e isso é legal, faz parte do entusiasmo que é debater aviação, mas essas coisas tem um custo, tem um preço e tem muito trabalho a ser feito até que isso seja realmente viabilizado.
E quando digo custo, não é só $$$$... pode incluir decisões que poderão afetar o desempenho da aeronave por conta das adaptações Navais. Pois hoje o Gripen já está sendo afetado pelo maior peso. Um Gripen Naval será bem mais pesado e o que isso significaria para o desempenho da aeronave Naval de um modo geral?
E o que eu estou falando é só a pontinha do iceberg.
[]s
CB_Lima
Carlos, não se de ao trabalho. Você não precisa tentar me provar nada. Eu sei que o marketing existe. Também sei das diferenças e limitações em caças navais. Também sei que não é plug and play. Também sei que não é barato. Também sei que não é feito da noite para o dia. Também sei do aumento de peso, etc.
Mas vamos aos fatos:
1) a Saab é uma empresa competente. Contratou pessoas altamente qualificadas, inclusive ex-royal navy, etc, pessoas que construíram e pessoas que operaram caças navais. Desde 2009 trabalha em uma versão naval do gripen. São 6 anos e já concluíram todos os estudos de viabilidade.
2) divulgaram que o desenvolvimento do sea gripen custará cerca de U$ 240 mi. E é uma empresa reconhecida por apresentar soluções de baixo custo, etc.
3) divulgou que o desenvolvimento do sea gripen seria bem mais rápido e barato que o desenvolvimento do gripen ng.
4) divulgou que o aumento de peso ficaria entre 300 e 600 kg. E que já possuem um número mais exato mas não quiseram divulgar.
5) divulgou que durante o desenvolvimento do ng JA ESTAO tomando providências para que a aeronave fique mais compatível com as alterações necessárias para a produção do sea gripen, em seguida, sem necessitar trabalho de reengenharia.
Conclusões: o risco é pequeno. O custo é pequeno. O ng esta sim sendo construído do zero já com a intenção de projetar uma versão naval na sequência. O aumento de peso já é conhecido e estudado, logo estes argumentos de que o rafale foi projetado do zero como caça naval, portanto nele é possível um pequeno aumento de peso e no gripen não é possível, nao tem fundamento.
O gripen é reconhecido como o caça de menor custo do ciclo de vida, e é muito fácil imaginar que será também o caça naval com menor custo do ciclo de vida.
Sabemos que tanto super Hornet como o rafale são caças mais caros, tanto no valor de aquisição como no custo do ciclo de vida. Sabemos que na versão naval os custos são ainda maiores. Sabemos que um novo caça para o Brasil, implica em uma nova cadeia logística, treinamentos, manutenção, armamentos, fornecedores, enfim, TUDO seria novo e precisaríamos montar toda uma estrutura nova. Com o sea gripen a comunalidade entre ele e o ng reduziria significativamente este esforço.
Como adicional nossa indústria não aprenderia nada com caças já desenvolvidos como rafale e super Hornet. Com o sea gripen participaremos do desenvolvimento o que seria excelente para nossa indústria e o produto final seria customizado para as nossas necessidades desde o projeto. O argumento do pequeno número de unidades também não é um grande problema ao meu ver. Como exemplo temos o próprio rafale naval que possui um único cliente e no máximo chegará em 60 exemplares. Talvez não chegue nisso. Outro exemplo é o gripen f que também só terá um operador (FAB) e será desenvolvido mesmo com o número baixo de unidades (8).